Carta Capital
O
bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, recusou-se, nesta
terça-feira 22, a responder perguntas em seu depoimento à CPI que
investiga suas relações com políticos e empresários. Cachoeira disse ter
“muito a dizer”, mas afirmou que só irá responder às perguntas dos
congressistas futuramente.
“Constitucionalmente,
fui advertido pelos advogados para não falar nada. Somente depois da
audiência que teremos no juiz, se por ventura achar que eu deva
contribuir, podem me chamar que eu responderei a qualquer pergunta”,
disse Cachoeira no início da sessão. Essa primeira audiência de
Cachoeira com a Justiça deve ocorrer apenas no fim de maio ou começo de
junho. A estratégia da defesa de Cachoeira é tentar anular toda a
investigação que foi realizada contra ele.
Grisalho
e sem óculos, Cachoeira chegou ao lado da mulher, Andressa Mendonça, e
esteve o tempo todo acompanhado por seu advogado, o ex-ministro da
Justiça Márcio Thomaz Bastos.
O
relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), foi o primeiro a fazer as
perguntas. Ele desistiu de inquirir o contraventor após o terceiro
questionamento sem respostas. Após o relator, outro deputados e
senadores continuaram a fazer perguntas para o bicheiro, apesar da
recusa de Cachoeira em dar respostas. Alguns aproveitaram para, com as
perguntas, atacar seus adversários políticos.
O
depoimento de Cachoeira iria ocorrer originalmente no dia 15 de maio,
mas foi adiado devido a uma liminar do ministro Celso de Mello, do
Supremo Tribunal Federal. A defesa argumentava que Cachoeira não poderia
comparecer à CPI antes dele ter acesso aos inquéritos das operações
Vegas e Monte Carlo. Após a defesa ter acesso às investigações, Mello
reviu sua decisão nesta segunda-feira 21 e o depoimento foi remarcado
para esta terça-feira.
*Mariadapenhaneles
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