CPI receberá HDs com todas as gravações da quadrilha de Cachoeira
O que a manchete acima, do Estadão,
esconde? O fato de que o requerimento do ex-presidente Fernando Collor
foi considerado prejudicado, ou seja, não fazia sentido, já que a CPI
do Cachoeira já tinha obtido a garantia de que receberá, na semana que
vem, os HDs com todos os áudios gravados legalmente pelas operações
Vegas e Monte Carlo.
A informação foi confirmada pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP) à repórter Conceição Lemes.
CPMI aprova confisco dos bens de Demóstenes e Cachoeira
Qui, 17 de Maio de 2012 19:57
por Benildes Rodrigues
por Benildes Rodrigues
A
CPI Mista que investiga o crime organizado liderado pelo contraventor,
Carlos de Almeida Ramos, o Carlos Cachoeira, aprovou nesta
quinta-feira (17) requerimento de autoria do deputado Paulo Teixeira
(PT-SP) que solicita ao Ministério da Justiça o confisco de bens de
Carlos Cachoeira e do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). Com essa
medida, Paulo Teixeira quer garantir o retorno dos recursos ao Estado
brasileiro.
“Pedimos a
identificação de bens moveis, imóveis e ativos de Carlos Cachoeira, do
senador Demóstenes Torres e de todos os denunciados nessa operação.
Certamente eles vinham fazendo transferência de recursos para fora do
Brasil. Nós queremos repatriar, trazer esses recursos de volta ao
país”, afirmou Paulo Teixeira.
A
comissão vai encaminhar o pedido à 11ª Vara Federal em Goiânia, onde
corre o processo contra Carlinhos Cachoeira e, ao ministro Ricardo
Lewandowsky, relator do processo que se encontra sob análise do Supremo
Tribunal Federal (STF).
A CPMI
aprovou também a convocação de 51 pessoas para prestar depoimento e
determinou a quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico de cerca
de 40 pessoas e empresas envolvidas no esquema do contraventor
Cachoeira. Entre as quebras de sigilos aprovados estão os da empresa
Delta Centro-Oeste; da Ideal Segurança e do sobrinho do contraventor,
Leonardo de Almeida Ramos, que emitiu três cheques nominais para quitar
um apartamento de propriedade do governador de Goiás, Marconi
Perillo.
Sobre a ampliação das
investigações da empresa Delta Centro Oeste para a Delta Nacional, o
relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse que não vê impedimento,
desde que as análises sobre as filiais da empresa na região
Centro-Oeste apontem para isso. “Nós admitimos ampliar a investigação,
mas queremos fazê-la de maneira gradual, com base em provas”.
Odair
Cunha disse ainda que a própria investigação, em algum momento, pode
determinar que toda a empresa Delta, seu presidente e diretores sejam
investigados, mas, explicou, o ponto inicial é a Delta Centro-Oeste e
seu ex-diretor Claudio Abreu, “sócio oculto do Cachoeira e do
Demóstenes”, enfatizou.
Os
deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Paulo Teixeira criticaram os
defensores da ampliação da quebra de sigilo da empresa Delta. “O papel
da CPMI é investigar o crime organizado. Não estamos aqui para fazer
devassa”, disse Vaccarezza. Já Paulo Teixeira utilizou um ditado
popular para classificar a tentativa de mudança de foco dos
oposicionistas. “Quem muito abraça, pouco aperta”, ilustrou o deputado.
Jornalista
O requerimento que solicitava da Polícia Federal as gravações telefônicas nas quais o jornalista Policarpo Jr., diretor da sucursal da Revista Veja, em Brasília, aparece em várias conversas com Carlos Cachoeira, exaltou os ânimos dos componentes da CPMI. Os defensores do jornalista disseram que investigar a revista Veja ou o jornalista ferem a liberdade de imprensa.
Após
debates acalorados, o deputado Odair Cunha declarou prejudicado o
requerimento, uma vez que a comissão havia aprovado acesso ao HD bruto
que contém as informações das Operações Vegas e Monte Carlo. As
gravações telefônicas entre Policarpo e Cachoeira já estavam
contempladas nesse requerimento.
Odair
Cunha foi categórico em afirmar que a proposta não era para investigar
a mídia. Ele disse também, que não houve proposta de quebra de sigilo
do jornalista. Segundo o relator, a solicitação teve como base os
diálogos que serão objetos da investigação. “Todas as pessoas físicas
ou jurídicas que se relacionaram com Carlos Cachoeira têm que ser
investigadas, seja deputado, senador, jornalista, empresário,
governador”, argumentou Odair Cunha.
Para
o deputado Paulo Teixeira, o requerimento não teve o objetivo de
investigar a imprensa, mas apurar uma relação de dez anos. “Há sete
anos o jornalista Policarpo Jr. depôs no Congresso Nacional em favor de
Carlos Cachoeira. É uma relação que sobrevive a uma década. A sociedade
tem o direito de saber qual a relação entre uma quadrilha e a
imprensa”, destacou.
O senador
Humberto Costa (PT-PE) disse que não é admissível utilizar o conceito
de liberdade de imprensa para produzir “intocáveis”. “Queremos saber a
verdade e essa verdade virá à tona”, afirmou.
PS1 do Viomundo:
É engraçado ver os jornais tendo de explicar aos leitores, pela
primeira vez, que existia uma relação entre a Veja e a quadrilha de
Cachoeira…
PS2 do Viomundo: E a mensagem do deputado petista Cândido Vacarezza ao governador Sergio Cabral, hein?
No Viomundo
*comtextolivre
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