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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 18, 2012







Espanhóis pagam o desmoronamento do gigante Bankia
Leia em nosso site: Espanhóis pagam o desmoronamento do gigante Bankia
Espanhóis pagam o desmoronamento do gigante BankiaBankia, um dos gigantes da banca espanhola nacionalizado na semana passada devido ao risco de falência, continua a perder valor. As ações caíram 70 por cento num ano e empurraram a Bolsa de Madrid para o nível mais baixo do ano.
Segundo informações transmitidas pela imprensa espanhola, o banco vale hoje bastante menos que entidades normalmente de menores dimensões e, embora o governo o desminta, há sinais de fugas de depósitos principalmente por parte dos pequenos poupadores. As quedas em bolsa, que vão em dez sessões consecutivas, não são maiores porque o banco está a comprar ações próprias, agora recorrendo ao dinheiro dos contribuintes.
Numa época em que estão sujeitos a cortes brutais de salários e direitos sociais e também a um desemprego que ronda os 25 por cento, os cidadãos espanhóis são agora forçados pelo governo Rajoy a tentar estancar o desmoronamento de um gigante bancário devido a má gestão, a pretexto da crise, depois de há duas semanas o presidente do banco, Rodrigo Rato, ter se demitido.
Durante a manhã de quinta-feira as acções de Bankia chegaram a perder mais de 29 por cento, para 1,17 euros, e só a compra em massa feita pelo próprio banco forçou alguma recuperação.
O Bankia fizera há menos de um ano uma oferta pública de subscrição muito concorrida por pequenos poupadores, que compraram títulos a 3,75 euros e que agora valem cerca de 1,17, uma perda de 68 por cento. O valor de Bankia em bolsa é agora menor que os três mil milhões de euros que os aforradores então investiram, valendo cerca de 2700 milhões, bastante menos que bancos considerados pequenos como o Banco Popular e o Banco de Sabadell, cujo valor em bolsa é de 3500 milhões de euros.
Fonte BE Internacional
*AVerrdade

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