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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, maio 20, 2012

Finalmente mídia reconhece caos nos transportes

O caos vai tomando conta dos transportes em São Paulo e é prova inconteste do mais absoluto fracasso de 20 anos do tucanato no governo do Estado. Não bastasse o choque de dois trens da Linha 3-Vermelha do Metrô paulistano, um feito inédito e histórico nos 36 anos de existência do sistema, que apavorou quem estava no interior dos trens acidentados e traz preocupação a todos os usuários, nesta sexta-feira (18) outro trem da mesma linha apresentou defeito em pleno horário de pico na Estação da Sé. Uma das portas não fechava e o vagão teve que ser evacuado.
Pouco depois deste novo incidente, a mesma estação foi palco, também, de um ato público organizado pelos metroviários. O objetivo da manifestação era denunciar o total descaso do governo Geraldo Alckmin (PSDB) com a categoria e aproveitar para dar o alerta: poderão entrar em greve na próxima quarta-feira (23).
Do lado da Companhia paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), ontem cinco das seis linhas de trem existentes apresentaram problemas. Em entrevista a uma emissora de rádio, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, saiu-se com a justificativa de que os problemas estão ocorrendo porque a renovação dos equipamentos está sendo feita com as linhas em operação.
E assim, infelizmente, devido à falta de investimentos, à incapacidade administrativa e de gestão, à falta de planejamento, à ausência de medidas para casos de acidente ou emergências, entre outras coisas,
vamos nos encaminhando para algo que esperamos sinceramente que não aconteça: um colapso real no serviço de transporte publico sobre trilhos na região metropolitana de São Paulo.

Agora, mídia fala em caos

Durante as últimas duas décadas, a mídia tratou de forma tolerante os problemas do tucanato com os transportes, tanto na cidade de São Paulo como na região metropolitana. Mas, diante da repetição e da insistência com que os acidentes e problemas acontecem, simplesmente não dá mais para esconder. E fala-se algo que temos repetido e repetido, que as coisas na administração tucana e de seus aliados não estavam bem. Surge, finalmente, a ideia de que os transportes públicos em São Paulo estão em situação caótica.
O mais triste de tudo é que, em vez de se questionar a falta de planejamento, a incapacidade administativa dos tucanos – ah, se fossem governos do PT! – mantém-se a manipulação e a desinformação: o governo tucano de Geraldo Alkimin e do prefeito Gilberto Kassab estão buscando soluções, têm planos maravilhosos e soluções técnicas fantásticas … enfim, "tudo se resolverá".
Uma demonstração clara da manipulação política direta e permanente do noticiário, elaborado por parte desta grande mídia. E ai de quem não se alinhar. É só ver o caso do apresentador José Luiz Datena que também nesta semana denunciolu no ar, em seu programa na TV Bandeirantes, estar sofrendo pressões por tratar do escândalo no APROV em São Paulo (leia mais). Mas, em casos como este, ninguém vê qualquer ameaça à liberdade de imprensa, ao direito que os cidadãos têm de se informar e o dever que a mídia tem de informar bem.

Metroviários querem liberação das catracas

Frente à exigência do Governo do Estado para que 100% da frota esteja em funcionamento na próxima quarta-feira (23), quando farão seu protesto, os funcionários do Metrô de São Paulo pressionam pela liberação das catracas para que os usuários não sejam prejudicados.
"Para não deixar a população sem transporte, nós argumentamos com a liberação das catracas. A categoria pretende trabalhar, mas não queremos perder o nosso direito de protestar", afirmou o diretor executivo do Sindicato dos Metroviários, Alexandre Carvalho Leme. (Assista aqui.)
Fiquem atentos nesta segunda-feira. O Sindicato dos Metroviários anunciou que irá divulgar uma carta aberta à população. "Caso a empresa não nos acompanhe na liberação das catracas, a alternativa da categoria é realizar a greve propriamente dita. Nós não deixaremos de protestar", afirmou Leme.
*comtextolivre

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