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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, maio 16, 2012

Greve de fome de palestinos faz Israel acabar com prisões preventivas indefinidas


Acordo alcançado nesta segunda-feira terminou com protesto de 1.600 presos que estavam há dois meses sem comer

Familiares de prisioneiros palestinos comemoram acordo que pôs fim à greve de fome

Depois de quase um mês de greve de fome, 1.600 presos palestinos em prisões israelenses chegaram ontem (14/05) a um acordo para pôr fim a uma greve de fome que já durava dois meses. O protesto dos prisioneiros pressionou o governo de Israel a acabar com o isolamento dos presos e por fim à pratica de renovação indefinida de detenções preventivas, ou seja, sem condenação ou acusação formal.
Os detentos que estavam em isolamento serão reintegrados aos demais e voltarão a ter direito à visita de familiares vindos da Faixa de Gaza e ao uso de telefones celulares, além de poderem ver televisão.
Em Ramalah, a emoção dos familiares era evidente. Naseem, uma ativista de direitos humanos, estava radiante com a noticia, já que seu irmão era um dos “grevistas”. “Estou tão feliz, porque temia por sua vida se continuasse mais tempo sem comer nada. Ainda que espere que eles o libertem”, disse Naseem, que ainda pediu um julgamento justo para o irmão.
No acampamento que os familiares dos presos montaram do lado de fora da prisão, há duas semanas, várias mulheres portavam fotografias de seus filhos. Dentro de uma tenda, uma familia também estava em greve de fome há uma semana.
“Quero que Israel me devolva meu irmão”, dizia uma mulher antes do fechamento do acordo nesta segunda-feira. Ela estava sem comer há oito dias como forma de protestar e “ficar unida ao irmão”. A palestina, que preferiu não revelar o nome, estava entre os 1.025 prisioneiros trocados pelo solado israelense Gilad Shalit, que foi liberado no mesmo passado em um acordo de Israel com o Hamas
A greve de fome mobilizou a sociedade palestina, e chegou-se a temer o início de uma terceira Intifada se algum dos prisioneiros morresse.“Esse era um dos maiores temores de Israel, que a morte de um dos presos inflamasse os ânimos e desencadeasse violência”, disse Jawad Alawi, diretor-geral do Ministério de Asuntos Legais da ANP (Autoridade Nacional Palestina). “A situação é tão asfixiante, que qualquier evento pode fazer as pessoas se revoltarem”.
A chamada “Jihad da fome”, que colocou as autoridades israelenses em xeque, no entanto, não alcançou todos os seus objetivos. “O acordo só alcançou 50% das demandas, não todas”, observou Alawi, que ressaltou o fato de o pacto ter sido feito entre Israel e o governo do Egito. “A ANP ficou fora disso”.
Israel alega que as detenções administrativas são previstas pela Convenção de Genebra e criticou a falta de ação da ANP para por fim à greve de fome. O premiê Benjamin Netanyahu disse que o acordo é um gesto lançado ao presidente da ANP, Mahmoud Abbas, para retomar as negociações de paz.

Falha em linha da CPTM causa transtorno e deixa plataformas lotadas


Todo dia, todo dia, todo dia, todo dia, todo dia, todo dia, todo dia, todo dia ...
Problemas na rede aérea de energia provocou lentidão no transporte de passageiros da Linha 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), das 4h40 até as 13h20 desta segunda-feira. Por quase nove horas, a circuação entre as estações Berrini e Autódromo foi prejudicada.

O transporte foi afetado principalmente no trecho entre sete estações.As composições circularam por via única, o que provocou atrasos. Plataformas ficaram lotadas e o intervalo entre os trens ficou maior. Embora o sistema tenha sido normalizado, técnicos da companhia ainda tentam identificar a origem do defeito.
Em razão do tempo maior de intervalo entre os três na linha 9 da CPTM, o Metrô foi obrigado a reduzir a velocidade das composições em toda a Linha 5-Lilás, até as 11h, para evitar um acúmulo muito grande de passageiros na estação Santo Amaro, onde ocorre a interligação entre as duas linhas. A velocidade normal da linha foi retomada já que o horário de pico terminou. 
Um problema de tração deixou uma composição parada entre as 5h50 e 5h54 desta manhã na estação Palmeiras-Barra Funda (zona oeste) do Metrô. Segundo a assessoria de imprensa do Metrô, a capacidade de tração voltou ao normal após esse período e a composição pôde seguir viagem em direção à zona leste da cidade.

*Cappacete

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