A matrix paulistana:
a Chuíça (*) nua e crua
O Conversa Afiada reproduz comentário da amiga navegante Maria Joaquina Perez:
A matrix paulistana
Os paulistas conseguiram o que eles sempre quiseram. Tornaram-se os legítimos europeus, ou seja, um povo mitomaníaco:
Mito – 1: São Paulo é a locomotiva do país que carrega 23 vagões vazios.
A Realidade:
A locomotiva virou Maria
Fumaça. Na década de 70, a participação de São Paulo no PIB nacional
correspondia a 40%. Caiu para 36% na década de 80, e 33% em 2007.
Confirmado-se as tendências e prognósticos, a perspectiva é de que a
participação paulista esteja abaixo dos 30% já em 2014.
Mito – 2: A USP é uma das universidades mais importantes do mundo!
A realidade:
A USP já foi uma grande
universidade, nos tempos de Lévy-Strauss e outros, mas esse DNA já se
tornou “viciado” há muito tempo, porque professor da USP fez graduação
na USP, mestrado na USP, doutorado na USP. A USP é a universidade mais
endógena e de importância inflada que se conhece.
Nos últimos 40 anos, que estudo da USP revolucionou alguma área do conhecimento científico? Nenhum.
A USP (tal como as Federais de
outros estados) não é vanguarda em nenhuma área científica importante,
apenas acompanha o desenvolvimento científico e tecnológico do
primeiro-mundo. Tanto as estaduais paulistas, quanto as federais, apenas
procuram reproduzir estudos estrangeiros.
A ficha só cai quando a USP é
comparada a instituições de outros países. Nesse caso o resultado é
humilhante: “A USP, a universidade da 3ª maior cidade do mundo é apenas a
232ª universidade, se comparada com o resto do mundo”.
Mito – 3: Paulistas são ricos, têm dinheiro e o restante dos brasileiros são pobres e burros.
A Realidade:
Abaixo a lista dos 8 maiores bilionários do país
1º Eike Batista – mineiro (mora no Rio desde os 4 anos de idade)
2º Jorge Paulo Lemann – carioca
3º Joseph Safra – libanês
4º Marcel Telles – carioca
5º Benjamin Steinbruch – carioca
6º Carlos Alberto Sicupira – carioca
7º Antônio Ermírio de Moraes – paulista (origem nordestina)
8º Aloysio Faria – mineiro
Onde estão os bilionários paulistas?
No programa “Mulheres Ricas” da Rede Bandeirantes?
Mito – 4: Todo paulista tem a
CRENÇA de que italianos industrializaram São Paulo e que eles foram os
responsáveis pelo o que o estado é hoje.
A realidade:
Construiu-se toda uma mitomania
em torno do empreendedorismo italiano que não se sustenta. Procuram-se
hoje os reflexos dessa herança e não se acha. Pior: descobre-se que são
até inexistentes. Ao analisarmos as 300 maiores empresas com “sede” em
São Paulo listadas no volumoso encarte “Melhores e Maiores” da Revista
Exame, verifica-se claramente que a esmagadora maioria trata-se de
empresas de capital estrangeiro. Logo São Paulo não é “sede” de nada…
“sede” é eufemismo.
São Paulo é apenas “filial”,
porque as matrizes (sedes) dessas empresas estão no exterior. Suas ações
são negociadas em seus países de origem. O faturamento e o lucro é todo
remetido para fora. O empreendedorismo, portanto, não é paulista e sim
estrangeiro.
Se pegarmos então outro
ranking, mas nesse caso 100% nacional: “As ações mais negociadas da
Bovespa de 2010″ e verificamos claramente a inexpressividade do
empreendedorismo paulista: Os maiores conglomerados listados entre as
dez ações mais negociadas não são empresas nacionais com sede em São
Paulo e sim em sediadas em outros estados: Petrobras, OGX, Vale, CSN,
Telemar, Usiminas, Gerdau etc. Entre as top 10 apenas uma única empresa
representa o inflado empreendedorismo paulista: o Itaú/Unibanco. E é
justamente a única blue chip que não é voltada para produção e sim para
agiotagem financeira…
Mito – 5: São Paulo é a Nova York brasileira
A Realidade:
Todo povo de mentalidade
colonizada gosta de nomear a sua cidade mais populosa como a “nova
iorque” local. Assim Lagos é a “nova-iorque-nigeriana”, Mumbai é a
“nova-iorque-indiana”, Jacarta é a “nova-iorque-indonésia”, Karachi é a
“nova-iorque-paquistanesa” e São Paulo é a “nova-iorque-brasileira”.
Mas há também, há cidades de
personalidade tão fortes que não precisam pedir empréstimo a outras para
serem conhecidas. Dessa forma no mundo… Paris é “Paris”, Roma é “Roma”,
Buenos Aires é “Buenos Aires” e etc…
Em resumo:
A julgar pela tradicional
megalomania paulista, deduz-se que eles se pautam mais numa China
superpopulosa e miserável, do que numa Suíça minúscula e rica.
Dentro deste contexto, José
Chirico Serra sempre será o candidato predileto dos paulistanos, pois o
paulistano não quer mudar, não quer pensar, não quer agir… ele quer
apenas poder continuar vivendo em sua Matrix: a cidade de São Paulo.
Em tempo: o Conversa Afiada reproduz comentário do amigo navegante Lauro que, explica, também, como o Haddad vai derrotar o Cerra:
Lauro Puricelli
PHA,
sou de Porto Alegre e estive em São Paulo de domingo a quarta passada para um curso. Ficou muito claro pra mim que a administração da cidade não governa pra quem precisa pegar ônibus e metrôs. Andando e conversando com as pessoas, ouvi relatos de quem estava desde às 18h indo pra casa (sendo que eram 20:30 e quem ficasse mais de 6 horas por dia só pra se locomover. Sem contar que no dia de ir embora e pegar a Linha Vermelha do metrô, tive que esperar uns 10 vagões passar para entrar com alguma segurança e conforto.
Outra questão que me chamou muita atenção foi a quantidade de pessoas que vivem na rua no centro da cidade, seja no mercadão, praça da República, etc. Uma cidade rica que nem SP não precisava disso, há como resolver, mas com certeza é mais fácil liberar obra de Shopping…
Por isso que o Serra não vai passar da Livraria Cultura da Av. Paulista, embora fosse difícil encontrar um exemplar de A Privataria Tucana com um mínimo de destaque que uma obra dessa tiragem mereça.
Abraços
Clique aqui para ler “Transporte público, como o Haddad vai vencer o Cerra”.
(*) Chuíça é o que o PiG de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é: dinâmico como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça.
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