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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 21, 2012

A matrix paulistana:
a Chuíça (*) nua e crua

O Conversa Afiada reproduz comentário da amiga navegante Maria Joaquina Perez:

A matrix paulistana


Os paulistas conseguiram o que eles sempre quiseram. Tornaram-se os legítimos europeus, ou seja, um povo mitomaníaco:


Mito – 1: São Paulo é a locomotiva do país que carrega 23 vagões vazios.


A Realidade:


A locomotiva virou Maria Fumaça. Na década de 70, a participação de São Paulo no PIB nacional correspondia a 40%. Caiu para 36% na década de 80, e 33% em 2007. Confirmado-se as tendências e prognósticos, a perspectiva é de que a participação paulista esteja abaixo dos 30% já em 2014.


Mito – 2: A USP é uma das universidades mais importantes do mundo!


A realidade:


A USP já foi uma grande universidade, nos tempos de Lévy-Strauss e outros, mas esse DNA já se tornou “viciado” há muito tempo, porque professor da USP fez graduação na USP, mestrado na USP, doutorado na USP. A USP é a universidade mais endógena e de importância inflada que se conhece.


Nos últimos 40 anos, que estudo da USP revolucionou alguma área do conhecimento científico? Nenhum.


A USP (tal como as Federais de outros estados) não é vanguarda em nenhuma área científica importante, apenas acompanha o desenvolvimento científico e tecnológico do primeiro-mundo. Tanto as estaduais paulistas, quanto as federais, apenas procuram reproduzir estudos estrangeiros.


A ficha só cai quando a USP é comparada a instituições de outros países. Nesse caso o resultado é humilhante: “A USP, a universidade da 3ª maior cidade do mundo é apenas a 232ª universidade, se comparada com o resto do mundo”.


Mito – 3: Paulistas são ricos, têm dinheiro e o restante dos brasileiros são pobres e burros.


A Realidade:


Abaixo a lista dos 8 maiores bilionários do país


1º Eike Batista – mineiro (mora no Rio desde os 4 anos de idade)


2º Jorge Paulo Lemann – carioca


3º Joseph Safra – libanês


4º Marcel Telles – carioca


5º Benjamin Steinbruch – carioca


6º Carlos Alberto Sicupira – carioca


7º Antônio Ermírio de Moraes – paulista (origem nordestina)


8º Aloysio Faria – mineiro


Onde estão os bilionários paulistas?

No programa “Mulheres Ricas” da Rede Bandeirantes?


Mito – 4: Todo paulista tem a CRENÇA de que italianos industrializaram São Paulo e que eles foram os responsáveis pelo o que o estado é hoje.


A realidade:


Construiu-se toda uma mitomania em torno do empreendedorismo italiano que não se sustenta. Procuram-se hoje os reflexos dessa herança e não se acha. Pior: descobre-se que são até inexistentes. Ao analisarmos as 300 maiores empresas com “sede” em São Paulo listadas no volumoso encarte “Melhores e Maiores” da Revista Exame, verifica-se claramente que a esmagadora maioria trata-se de empresas de capital estrangeiro. Logo São Paulo não é “sede” de nada… “sede” é eufemismo.


São Paulo é apenas “filial”, porque as matrizes (sedes) dessas empresas estão no exterior. Suas ações são negociadas em seus países de origem. O faturamento e o lucro é todo remetido para fora. O empreendedorismo, portanto, não é paulista e sim estrangeiro.


Se pegarmos então outro ranking, mas nesse caso 100% nacional: “As ações mais negociadas da Bovespa de 2010″ e verificamos claramente a inexpressividade do empreendedorismo paulista: Os maiores conglomerados listados entre as dez ações mais negociadas não são empresas nacionais com sede em São Paulo e sim em sediadas em outros estados: Petrobras, OGX, Vale, CSN, Telemar, Usiminas, Gerdau etc. Entre as top 10 apenas uma única empresa representa o inflado empreendedorismo paulista: o Itaú/Unibanco. E é justamente a única blue chip que não é voltada para produção e sim para agiotagem financeira…


Mito – 5: São Paulo é a Nova York brasileira


A Realidade:


Todo povo de mentalidade colonizada gosta de nomear a sua cidade mais populosa como a “nova iorque” local. Assim Lagos é a “nova-iorque-nigeriana”, Mumbai é a “nova-iorque-indiana”, Jacarta é a “nova-iorque-indonésia”, Karachi é a “nova-iorque-paquistanesa” e São Paulo é a “nova-iorque-brasileira”.


Mas há também, há cidades de personalidade tão fortes que não precisam pedir empréstimo a outras para serem conhecidas. Dessa forma no mundo… Paris é “Paris”, Roma é “Roma”, Buenos Aires é “Buenos Aires” e etc…


Em resumo:


A julgar pela tradicional megalomania paulista, deduz-se que eles se pautam mais numa China superpopulosa e miserável, do que numa Suíça minúscula e rica.


Dentro deste contexto, José Chirico Serra sempre será o candidato predileto dos paulistanos, pois o paulistano não quer mudar, não quer pensar, não quer agir… ele quer apenas poder continuar vivendo em sua Matrix: a cidade de São Paulo.



Em tempo: o Conversa Afiada reproduz comentário do amigo navegante Lauro que, explica, também, como o Haddad vai derrotar o Cerra:

Lauro Puricelli


PHA,

sou de Porto Alegre e estive em São Paulo de domingo a quarta passada para um curso. Ficou muito claro pra mim que a administração da cidade não governa pra quem precisa pegar ônibus e metrôs. Andando e conversando com as pessoas, ouvi relatos de quem estava desde às 18h indo pra casa (sendo que eram 20:30 e quem ficasse mais de 6 horas por dia só pra se locomover. Sem contar que no dia de ir embora e pegar a Linha Vermelha do metrô, tive que esperar uns 10 vagões passar para entrar com alguma segurança e conforto.

Outra questão que me chamou muita atenção foi a quantidade de pessoas que vivem na rua no centro da cidade, seja no mercadão, praça da República, etc. Uma cidade rica que nem SP não precisava disso, há como resolver, mas com certeza é mais fácil liberar obra de Shopping…

Por isso que o Serra não vai passar da Livraria Cultura da Av. Paulista, embora fosse difícil encontrar um exemplar de A Privataria Tucana com um mínimo de destaque que uma obra dessa tiragem mereça.


Abraços


Clique aqui para ler
“Transporte público, como o Haddad vai vencer o Cerra”.

(*) Chuíça é o que o PiG de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é: dinâmico  como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça.

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