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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, maio 09, 2012

Miguel Nicolelis transfere título para SP e declara apoio a Haddad

O neurocientista Miguel Nicolelis declarou nesta terça-feira, 8, apoio ao pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad:
"Não tenho a menor dúvida de que o ministro Fernando Haddad é o melhor candidato para prefeito de São Paulo, para transformar e criar um novo espírito nessa cidade ... Vou transferir o meu voto do Rio Grande do Norte só para votar nele. Essa eleição é uma eleição emblemática pro Brasil e para São Paulo”, disse.
Nicolelis está contribuindo no programa de governo de Haddad, na parte de ciência e tecnologia.
Ele classificou o pré-candidato como "o melhor ministro da Educação que o Brasil já teve".
Haddad, quando no ministério, destinou verbas federais para a construção de um centro de referência e pesquisa em neurociência na cidade de Macaíba (RN).
O cientista afirmou que a principal medida municipal em sua área é disseminar a educação científica, de forma a aproveitar o potencial dos estudantes com vocação para a ciência.
Ele disse que o Brasil é um dos poucos países do mundo que não tiram proveito da “grande criatividade natural da sociedade para a produção cientifica”. “Nós fazemos isso na arte e em outros domínios, mas não democratizamos a produção científica.” 
*comtextolivre

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