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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 14, 2012

Só falta quebrar o sigilo e bloquear os bens de Policarpo e de Civita

Justiça do DF quebra sigilo e bloqueia bens de Cachoeira e da Delta
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal quebrou neste sábado os sigilos bancário e fiscal do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, da empresa Delta Construções e de mais sete pessoas, denunciadas a partir da Operação Saint-Michel. Além disso, determinou o bloqueio dos bens dos envolvidos. Os atingidos pela decisão são denunciados por formação de quadrilha, tráfico de influência por corrupção, tráfico de influência e fraudes em processo envolvendo o serviço de bilhetagem eletrônica dos ônibus no DF. As informações são do jornal Correio Braziliense.
De acordo com a denúncia, Cachoeira e dois ex-diretores da Delta, Cláudio Abreu e Heraldo Puccini Neto, envolveram-se diretamente em operação para direcionar o contrato, com lucros que chegaram a R$ 60 milhões por mês. Caberia ao lobista Valdir dos Reis garantir o funcionamento do esquema junto à Secretaria de Transportes do DF. Valdir teria sido cooptado enquanto trabalhava como assessor da secretaria, no governo de Agnelo Queiroz (PT). Mesmo exonerado no final de 2010, ele continuava tendo acesso à secretaria pelo menos durante o ano de 2011, de acordo com as acusações.
 
 
Puccini teria orientado a quadrilha no sentido de elaborar o projeto básico e o edital para a licitação. Mesmo sem experiência na área, a Delta estava disposta a comprar software para operar o serviço de bilhetagem, motivo pelo qual começou a tentar direcionar a licitação a seu favor.
 
 
As denúncias haviam sido apresentadas pelo Ministério Público do DF na quarta-feira (9). Abreu foi preso durante a Operação Saint Michel, na semana passada, por envolvimento nas fraudes.
*Oterrordonordeste

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