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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, maio 09, 2012


União Europeia perto dos 25 milhões de desempregados
Posted: 08 May 2012 08:23 PM PDT
Leia em nosso site: União Europeia perto dos 25 milhões de desempregados
União Europeia perto dos 25 milhões de desempregadosA Zona do Euro está à beira dos 11 por cento de desemprego (10,9 por cento) e a União Europeia aproxima-se dos 25 milhões de desempregados, segundo os dados oficiais da UE divulgados na última quarta-feira pelo Eurostat. Portugal é agora o terceiro país com a mais elevada taxa de desemprego na União e na Zona do Euro – 15,3 por cento. A Grécia está com 21,7 e a Espanha com 24,1, números relativos a janeiro deste ano. Em termos absolutos, o número de pessoas desempregadas na União Europeia aumentou 2,1 milhões entre março do ano passado e deste ano, 1,7 milhões das quais na Zona do Euro. Estes são os efeitos da austeridade enquanto as instituições europeias e os governos continuam a considerar que tal política é compatível com a criação de emprego.
A Espanha e a Grécia são os países mais afetados pelo flagelo do desemprego. A taxa subiu na Espanha de 20,8 para 24,1 entre março de 2011 e janeiro de 2012, calculando-se que se situe atualmente nos 24,4 e ultrapasse os 25 por cento no final do ano. Na Grécia cresceu de 14,7 para 21,1 entre março de 2011 e janeiro de 2012 – a elevação mais rápida em termos absolutos no país onde as políticas de austeridade correspondem a dois processos de resgate em condições impostas pela troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu, FMI).
O desemprego em Portugal, de acordo com os dados do Eurostat, está atualmente em 15,3 por cento, o terceiro mais elevado na União e na Zona do Euro, contra 12,4 por cento há um ano. Em apenas um mês, de fevereiro para março deste ano, subiu 0,3 pontos – ritmo idêntico ao dos países com taxas mais elevadas.
Mais da metade dos jovens com menos de 25 anos estão desempregados na Grécia (51,2 por cento) e na Espanha (51,1 por cento), mas em Portugal a taxa já atingiu os 35,4 por cento, uma elevação de 7,8 pontos percentuais em apenas um ano. O desemprego feminino em Portugal cresceu de 12,9 para 15,1 num ano e o masculino aumentou de 12 para 15,5 por cento.
Ao nível da União Europeia a taxa de desemprego entre os jovens atingiu os 22,6 por cento, com 22,1 por cento na Zona Euro. Há 5,5 milhões de jovens com menos de 25 anos desempregados na União Europeia, 3,35 milhões dos quais na Zona do Euro.
O desemprego na União Europeia está em progressão constante desde o segundo trimestre de 2008, coincidindo com o período de lançamento das políticas de austeridade e de reformas das leis trabalhistas em vários países, registrando-se apenas uma ligeira inflexão conjuntural no primeiro trimestre de 2011.
Fonte: BE Internacional
*Averdade

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