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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 11, 2012

Violência policial na desocupação comunidade Eliana Silva - Fotos

Violência policial na desocupação comunidade Eliana Silva, Belo Horizonte - Fotos
Uma desocupação violenta ocorrendo em Belo Horizonte e não vejo quase ninguém falar disso. O jornal Estado de Minas está cobrindo, onde peguei esta foto. Segundo Frei Gilvander, da Pastoral da Terra, três pessoas foram agredidas, entre elas uma professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que tentava intermediar a negociação. Quem quiser conferir, coloque no Google "desocupação comunidade Eliana Silva". São 400 policiais para despejar - e agredir - 300 famílias pobres. Mais de um policial para cada família. Enquanto isso, não se vê a mesma disposição para estourar mansões. Velha história que se repete. Ana Helena Tavares
São agentes do 41º Batalhão, Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate) e Batalhão de Choque. Equipes do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) também estão no local, para atender feridos, em caso de confronto.  - Adriano Ventura/Divulgação
A expectativa agora é pelo resultado da negociação. Há informações de que a PM ofereceu aos ocupantes vagas em abrigos da capital, mas eles não abrem mão do terreno. - Adriano Ventura/Divulgação
Alguns militares ocuparam as matas no entorno do terreno, fecharam a rua onde fica a entrada da comunidade e um helicóptero da PM sobrevoa a área o tempo todo.
 - Adriano Ventura/Divulgação
Moradores montaram fogueiras dentro do terreno, queimaram pneus e gritam palavras de ordem e resistência. - Adriano Ventura/Divulgação
 - Adriano Ventura/Divulgação
Militares cercaram o acesso ao terreno e não permitem a saída dos ocupantes, nem mesmo a entrada de outras pessoas.  - Adriano Ventura/Divulgação
A juíza Luzia Divina de Paula Peixoto, da 6ª Vara de Feitos da Fazenda Pública Municipal determinou a reintegração de posse do terreno, a comunidade recorreu, mas a Polícia Militar (PM) - junto com oficiais de Justiça - foi ao local hoje para cumprir o despejo.  - Adriano Ventura/Divulgação
São 350 famílias acampadas desde 21 de abril numa área de 35 mil metros quadrados na Rua Perimetral, Bairro Santa Rita. - Adriano Ventura/Divulgação
Um clima tenso tomou conta da Ocupação Eliana Silva, na Região do Barreiro, cercada por cerca de 400 policiais militares na manhã desta sexta-feira. - Adriano Ventura/Divulgação
*MariadaPenhaNeles

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