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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, maio 29, 2010

Figurinhas


171 - E. AZEREDO: Famoso inventor do mensalão recebe homenagem do Pres. Zezinho (direita).

122 - MERDOVAL PEDREIRA: Jornalista e presidente do fã-clube do pres. Zezinho nas organizações Globo.

21 - LOIRA DO BANHEIRO: personagem infantil combatida pelo gov. Zezinho com apoio de Geraldinho da Vila.

11 - PAULO MALUF: Importante pensador, apoiador da candidatura do pres. Zezinho.

Bafo: O pitta de estimacao do pres. Zezinho arrumou um amiguinho para fazer troca-troca de figurinhas.

Ninguém esconde a verdadeira sabedoria popular: povão reconhece os grandes homens públicos.

O ex-pensador FHC reivindica para si o primeiro reconhecimento das virtudes de Paulo Maluf

Apesar de ser profundo conhecedor do tema, Bob Freire (UDN-SP) surpreendeu-se com a capacidade coprogerencial do pres. Zezinho

Importantes cientistas confirmam as previsões coprológicas sobre o futuro do pres. Zezinho.

A estranha doença altera a plumagem de alguns animais.

Revolta: O cozinheiro Caetano (dir.), que vive de favor com FHC na Caverna do Ostracismo, ficou indignado com a notícia.

Gepeto está orgulhoso do desempenho de seu filho (esq.).

O assesor para assuntos agrários e cromáticos do pres. Zezinho comoveu-se com a situação dos pobres latifundiários.

O Presidente de Nascença enviou um recado amoroso para os sem-terra.

Os sem-terra ficaram muito agradecidos pela generosidade do Presidente de Nascença

288 - GOIÁS: R. Caiado (UDR), Marconi Perillo e Demóstenes Torres(UDN) com o pres. Zezinho.

95 - ARCO-IRIS: O Presidente de Nascença comandou trio elétrico na Parada Gay.

140 - O ghost-righter Diogo de M. tem uma crise nervosa ao saber que sua empregada vai votar em Dilma. Cortesia do leitor Douglas.

96 - MEIGUICE: O jornalista Reinaldo Goofy está empolgado com a campanha do Pres. Zezinho

139 – BOAS NOVAS – O dep. Evangelista (PACM-BA) discursou no Congresso: A Verdade Nos Libertará.

138 - HONRADEZ E FAIR PLAY - Sr. Eduardo G. Zepellin, coordenador da campanha do pres. Zezinho na Internet.

299 - DIPLOMA: O Pres. Zezinho (direita) recebe diploma de enolatria na Universidade Concha y Toro, Chile, 1972.

22 - 01/04/1964: Sempre solícito, Reinaldinho Cabeção carrega as malas do pres. Zezinho (direita).

64 - Cartão de Natal enviado pelo embaixador dos EUA ao então presidente FHC.

25,5 - ACORDO BILATERAL - O Pres. Zezinho vai assinar Acordo CARACU com os EUA


288 - GOIÁS: R. Caiado (UDR), Marconi Perillo e Demóstenes Torres(UDN) com o pres. Zezinho.

Humildade: o pres. Zezinho não acreditou no que seus olhos viam, quando conseguiu a conversão de Quercia.

Depois da conversão, o ex-ateu e ex-pensador FHC deu uma colher de chá ao grande precursor do Maior dos Governadores Paulistas.

Brasil-EUA: O pres. Zezinho fez a sra. Clinton rir novamente.

A delegação udenista treinou bastante para não fazer feio no encontro com Hillary Clinton.

317 - FOLGUEDO INOCENTE: o pres. Zezinho (direita) brinca de trenzinho com seu amiguinho Demoarrudinha Balducco.


214 - AMIZADE SINCERA: o Presidente de Nascença (direita) beija o herói das diretas, Tancredo Neves. Cortesia do leitor Douglas.

168 - GENÉRICOS: O genial vanguardista e ex-pres. Itamar copiou em 1993 a idéia luminosa que o Pres. Zezinho teve em 1996.

157 - FIDELIDADE: Mesmo preterido para o governo do estado, Aluisio Biggs de Oliveira segue fiel ao pres. Zezinho.

41-A - AJUDA DOS CÉUS: Devotos de Santo Expedito (PSDB-RO) mobilizam-se para conseguir votos para o pres. Zezinho.

4 - AMOR AOS PAMPAS: Oposicionistas gaúchos tentam envenenar o pres. Zezinho contra a cleptogovernadora Yeda.

320 - PEDAGOGIA INOVADORA: Paulo R. Gates de Souza foi secretário de educação e assuntos gráficos do gov. Zezinho e distribuiu divertidos livros de educação sexual aos alunos.

18 - A popularidade do Cachorro-Lagosta, candidato a vice, garantirá ao pres. Zezinho o voto infantil dos paulistas.

98 - PAZ NO CAMPO: A Sen. Kláudia Abreu (UDR-TO) é cotada para ser vice do pres. Zezinho.

70 - HIGIENE: Desde tenra idade o pres. Zezinho preocupa-se com a limpeza dos salões por onde circula com desenvoltura

93- CAPRICHO: Sen. Alvaro Dias inaugurou novo tom de acaju para a campanha do pres. Zezinho.

68 - IMPRENSA: Os principais órgãos de imprensa têm dado grande cobertura aos resultados positivos da economia e da política externa brasileiras.

Líderes da UDN são unânimes: Bob Jefferson tem grandeza moral para estar conosco

As opiniões do Presidente de Nascença sobre os países vizinhos são muito valiosas.

O indiozinho atrevido agora vai ver como os bandeirantes tratam essa gente fedorenta.

Ponchos perigosos: Daqui a pouco vão falar em reduzir as desigualdades entre os países da América do Sul.


26 - ALTIVEZ: A política externa firme do governo da UDN fez do presidente dos EUA alvo de chacota no mundo. (Cortesia do leitor Douglas)

27 - LUPUS VESTITUS AGNA TERGUM : A jornalista Cristiana Cordeiro acompanha com preocupacao as pesquisas.

141 - LUTA CONTRA OS TÓCHICOS: O pres. Zezinho identificou e vai prender traficante internacional de drogas.

09 - DEUS MORREU: O filósofo Belchior copiou a famosa expressão cunhada pelo pres. Zezinho.

39 - DESPOJAMENTO: Por modéstia, o presidente da UDN desistiu de concorrer à reeleiçào no Senado.

312 - HOMEM DAS SELVAS: Importante udenista de PE tem muitos amigos entre os sem-terra.

288A - QUADRILHA: A UDN adora festas juninas.

316 - GRANDEZA MORAL: O apoio de Roberto Jefferson ao pres. Zezinho deu nova estatura moral à sua campanha.

1 - GURU: O pres. Zezinho discursou na abertura do I Congresso Universal dos Seguidores do Gênio FHC. (Cortesia: Douglas)

339 - AMBULÂNCIAS: O Maior Ministro da Saúde do Mundo distribuiu ambulâncias marca Vedoin carregadas de panetone em todo o país

do Tia Carmela

Como dizia o amigo biltre: Aécio vice? Neves…

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Como dizia o amigo biltre: Aécio vice? Neves…

O PSDB erra ao insistir, a ponto de aparentar desespero, na esperança vã de ter Aécio Neves como vice de Serra. O meu amigo especialista em piadinhas biltres, anunciou aqui a negativa de Aécio ao convite, outrora discutida em O Recôncavo.

O PSDB não terá Aécio na vice. O mineiro, mais uma vez, recusou-se a ir para o sacrifício. Aécio, que teve o seu direito às prévias partidárias solenemente negado, deveria enlaçar o seu pescoço na forca, como prova de seu “patriotismo” e submissão à vontade partidária. Em resposta, Aécio Neves classificou de “piada” o que era petulância e acinte.

Agora o candidato a vice na chapa tucana, seja ele quem for, será içado à posição de “Plano B”, por obra e graça dos estrategistas tucanos e o indiscreto desespero em apresentar Aécio Neves como a salvação da lavoura oposicionista.

Se Aécio é a salvação, como acreditam os cardiais tucanos, sem ele, resta o purgatório.

Aécio Neves calcula, e com razão, que não tem nada a ganhar ao aceitar a candidatura à vice, principalmente estando Dilma Rousseff na liderança da corrida e com um teto de crescimento maior.

Aécio expõe o fato de que não confia em Serra. Não é possível existir acordo sem confiança. E não há lugar para dois líderes nacionais no PSDB. “Serra presidente, Aécio na penumbra”, reflete o mineiro. Ademais, a maior preocupação do sobrinho de Tancredo Neves é impulsionar a candidatura de seu candidato ao governo de Minas Gerais. Quem não manda em sua casa, não manda em lugar nenhum.

Graças à desastrada estratégia de “coagir” o ex-governador mineiro a aceitar a vice, o PSDB acabou por não ter vice nenhum. O partido terá, na melhor das hipóteses, um Plano B.

Quem será o Plano B do PSDB?

do Rodrigo Viana

Doutrina Serra, o reprise






Doutrina Serra, o reprise

Na história recente, um governante de um grande país fez acusações sem provas a outro país e, com base nelas, tomou medidas que posteriormente se mostraram desastrosas. Esse tipo de conduta de um chefe de Estado pode afundar uma nação, como se verá a seguir.

O governante em questão foi George Walker Bush, que acusou o Iraque de possuir “armas de destruição em massa” e, com base no que não podia provar, declarou guerra ao país, invadiu-o, assassinou centenas de milhares de inocentes e, de quebra, ainda afundou a economia americana e fez os Estados Unidos perderem o respeito do mundo.

Disse bem Dilma Rousseff, sobre a acusação que seu adversário José Serra fez ao governo Evo Morales de que este permitiria o tráfico de “cocaína” para o Brasil: “Estadista não faz acusação sem provas a outro país”.

Após Serra posar todo orgulhoso para fotos ao lado do “exterminador do futuro”, o dublê de ator e atual governador republicano da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, pode-se ter uma idéia do tipo de relações internacionais que seriam construídas por um eventual governo tucano.

Mas que não se pense que os recentes ataques de Serra ao Mercosul, à Bolívia, à Venezuela e ao Irã são produto de suas convicções. Na verdade, o tucano busca agradar aos países ricos, sobretudo aos Estados Unidos, que, como se sabe, estão amplamente incomodados com o protagonismo brasileiro na cena internacional.

Ao fazer esse agrado às potências do norte – chamar Evo Morales de traficante soa como música à poderosa direita americana –, o candidato tucano calcula que terá o apoio delas para se eleger presidente. Mas resta saber quantos votos os governos do mundo rico têm por aqui…

Não, Serra não é louco, não. Ele sabe que ser o candidato do Primeiro Mundo pode lhe abrir financiamentos ilimitados de campanha, via laranjas dos estrangeiros aqui no Brasil, e que pode produzir um noticiário internacional francamente favorável à sua candidatura, gerando pressão nos agentes econômicos internos.

Ainda assim, em situação análoga a esta que o tucano tenta criar, ele perdeu as eleições de 2002 para Lula mesmo com o megaespeculador internacional George Soros dizendo a famosa frase “Serra ou o caos”, dando a entender que o mundo rico afundaria o Brasil se Lula ganhasse a eleição.

Tenho reportado cenas do script encenado em 2002 e em 2006 que estão sendo reprisadas em 2010, tais como fraude em pesquisas, processos do PSDB contra o instituto Sensus, a velha história de que Serra seria “mais preparado” do que o adversário etc. O tucano tentar se vender ao mundo rico como seu candidato a lhe entregar o Brasil, é só mais uma.

Ao fim do processo eleitoral deste ano, porém, tenho a mais absoluta certeza de que não teremos uma nova doutrina Bush versão Terceiro Mundo convulsionando a América Latina, com Serra comprando brigas com nossos vizinhos e entregando nossa economia aos ianques.

A doutrina Serra, que o próprio encena para as potências sedentas de saquearem o Brasil, é um filme velho e sem audiência. O Brasil está mais maduro, esperto e bem satisfeito com o rumo que tomou há oito anos. Não cairá mais nas vigarices renitentes do PSDB.

do Cidadania

A ‘GUERRA DAS MALVINAS' DE SERRA






A ‘GUERRA DAS MALVINAS' DE SERRA

O que há de comum entre: a) a ofensiva de Serra contra a Bolívia; b) a 'guerra das Malvinas', iniciada pela ditadura argentina em 1982; c) o 'Plano Cohen' -- falso levante comunista denunciado pelo integralismo em 1937, para justificar o golpe do Estado Novo; d) o 'Pacto ABC', inventado pela UDN em 1954, sobre suposta aliança Vargas-Perón para implantar um cinturão de repúblicas sindicais na AL; e) a 'Carta Brandi', forjada por Carlos Lacerda em 1955 como prova da ‘conspiração de caudilhos' para impor um poder sindical ao país'?

(Carta Maior responde: esses fatos refletem momentos de isolamento desesperado dos interesses conservadores, que buscam num suposto inimigo externo a legitimidade que falta a seus planos de poder)
A dupla face de Barack Obama
Os meios de comunicação no Brasil, reproduzindo a avaliação das agências internacionais saudaram a nova doutrina como uma visão muito diferente daquela revelada pelo ex-presidente Bush quando anunciou, oito anos atrás no mesmo lugar (West Point) a estratégia de combate ao terrorismo. Mas, apesar de reiteradamente tentar diferenciar a sua estratégia de combate ao terror, daquela empregada por Bush, Obama voltou a utilizar, a mesma expressão empregada anteriormente: "Este é um tipo diferente de guerra". O artigo é de Reginaldo Nasser.
> LEIA MAIS | Internacional | 29/05/2010

do Carta Maior

EXCLUSIVO: SERRA JÁ TEM VICE kkk

sábado, 29 de maio de 2010

EXCLUSIVO: SERRA JÁ TEM VICE



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Na última madrugada, reunida em uma festejada enoteca paulistana, a cúpula do PSDB, preocupada em encontrar um nome de peso para completar a chapa que concorrerá à presidência da república, definiu, finalmente, o parceiro ideal para o candidato Zé Chirico.
Campeão absoluto de votos na última eleição de que participou, o escolhido reúne todos os requisitos para dar cabo de sua missão cívica: esmagar a resistência enfrentada pelo ex-governador paulista em sua escalada ao Planalto. Para conhecer a gloriosa biografia do vice tucano, leia aqui.

do Cloaca News

O fator Serra e as marcas no PSDB






29/05/2010 - 20:39

O fator Serra e as marcas no PSDB

As obviedades dessa campanha são de cansar.

Serra dá o tiro na Bolívia. Aí a Veja aparece com a matéria prontinha, mostrando o perigo boliviano. Daqui a pouco vão ressuscitar os 200 mil guerrilheiros das FARCs que invadirão o Brasil pelo mar.

Agora, o Ruy Fabiano – contratado pela campanha de Serra – levanta a bola na coluna do Noblat, dizendo que graças à falta de ação do Itamarati, esse será uma das peças da campanha.

Onde esse pessoal está com a cabeça? Criaram um mundo circular em que meia dúzia de neocons falam para eles próprios sem se dar conta do entorno. É um autismo assustador. Montam toda uma encenação, articulam aqui e ali, Serra solta o rompante, a Veja repica a matéria, o Fabiano autoelogia o brilhantismo da estratégia do próprio grupo, todos rodopiando no meio do salão escuro, como nas velhas conspirações político-midiáticas, julgando que ninguém está acompanhando o bailado.

E a Internet inteira olhando aquele bailado louco e se indagando: o que deu neles? Montam toda uma encenação, supondo-a esperta, para um tema que só encontra ressonância em eleitores de ultradireita e nos órfãos de Sierra Maestra.

Cada vez que acompanho discussões sobre Cuba, Venezuela, Bolívia, guerra fria, aliás, dá um desânimo danado. São temas não apenas distantes da vida comum, do dia a dia real das pessoas, como da própria realidade política atual do país. É restrito a um mundico de nada na Internet, apenas isso. A importância desse tema é assegurar, no longo prazo, a consolidação de uma integração comercial e física da América Latina, algo que vai muito além das discussões de campanha.

Pode-se criticar pontualmente o Itamarati por uma ou outra atitude – quando, por exemplo, houve a expropriação de empresas brasileiras na Bolívia. Ou pela demora em se avançar na integração continental. Ou pode-se elogiar, sustentando que essa política cautelosa foi importante para garantir a estabilidade política da região, ameaçada pelos arroubos de Chávez e pela inexperiência de Morales.

Mas são discussões específicas, longe de configurar uma doutrina capaz de sensibilizar eleitores.

Em relação ao Mercosul, Serra repete os mesmos discursos dos anos 90, quando questionou o acordo automotivo com a Argentina. Em relação à Bolívia, retrocede ao período da Guerra Fria. Não conseguiu avançar uma análise minimamente diferenciada. É como se tivesse hibernado por 15 anos das discussões nacionais e acordado de repente.

E tudo para garantir o factóide da próxima semana, a próxima chamada de capa de Veja.

Não há a menor preocupação em definir um conjunto articulado de ideias e conceitos. É o que em jornalismo se chama de “o mancheteiro”, o sujeito capaz de extrair um slogan de uma matéria mas incapaz de escrever o artigo de fundo.

O resultado é patético.

Junto à centro-esquerda tornou-se uma caricatura. Quando cruzo com algum antigo militante do PSDB de Montoro e Covas, recebo olhares irônicos, tipo «em que fomos nos meter». Junto aos neocons, sempre será apenas um oportunista que quer embarcar na onda sem nunca ter pertencido ao grupo.

O resultado de tudo isso é o suicídio político de Serra. Terminada a aventura das eleições, haverá uma reconstrução da oposição. E, hoje em dia, sobram dúvidas sobre a viabilidade do PSDB de continuar comandando as oposições. As loucuras desse estilo neocon desvairado, a truculência nos ataques a adversários e a aliados, o uso de jornalistas cúmplices para atacar colegas, não apenas comprometeram a eleição de Serra, mas a própria viabilidade do PSDB como líder da nova oposição.

Será um duro trabalho de reconstrução da imagem do partido.

do Luis Nassif

Mulheres pelos Artistas