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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
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quinta-feira, março 17, 2016

Se o MP de São Paulo fosse sério, não ignoraria Máfia da Merenda, Cartel do Metrô, e denunciaria Geraldo Alckmin e José Serra.

O reino do Tucanistão

by biologosocialista
*Por Luiz Fernando Leal Padulla



Como podemos acreditar em uma justiça seletiva e partidária? O Ministério Público de São Paulo, nunca se esforçou para denunciar qualquer político nos últimos 20 anos. Coincidentemente, 20 anos de governos do PSDB.
A toga da parcialidade caiu de vez na quinta-feira, às vésperas das manifestações. Em uma atitude desesperada e midiática, tirando os holofotes que se voltavam mais uma vez para nova delação contra o presidente do PSDB, o tal promotor público Cássio Conserino atacou novamente. Como adiantara à latrina Veja, denunciou o ex-presidente Lula e pediu sua prisão preventiva. O mais absurdo de toda essa encenação política: tudo isso sem qualquer tipo de prova – fato reconhecido até mesmo pelo promotor tucano. Lamentável ainda mais que uma massa, bovinamente manipulada pela mídia hegemônica, ainda acha que as atitudes do Judiciário são imparciais. Ao mesmo tempo, saúdam e reverenciam esses justiceiros de toga, como se fossem verdadeiros heróis que lutam contra a corrupção.
Se o MP de São Paulo fosse sério, não ignoraria Máfia da Merenda, Cartel do Metrô, e denunciaria Geraldo Alckmin e José Serra. Se a Lava-Jato fosse contra a corrupção, não ignoraria as cinco delações contra Aécio Neves, os escândalos de FHC, a Lista de Furnas. Há muita coisa por trás dessas arbitrariedades. Desde o interesse no Pré-Sal, até a desestabilização do BRICS que ameaça o domínio norte-americano – coincidência a “demonização” que vem sofrendo a Rússia e a crise com Ucrânia e Síria, assim como os boatos que tentaram atingir as bolsas da China? Não sejamos manipulados. Mais do que uma questão partidária, o que está em jogo é a democracia e os interesses nacionalistas. O Brasil precisa conhecer a verdade e quem realmente defende e luta pelo país. E o PSDB é o lobo na pele de cordeiro.
*Professor, Biólogo, Doutor em Etologia, Mestre em Ciências

segunda-feira, março 14, 2016

continuarei achando que esses movimentos não passam de uma micareta burguesa fora de época, que arrasta falsos moralistas e ignorantes políticos.



Mais do mesmo

by biologosocialista
*Por Luiz Fernando Leal Padulla
Final de tarde de domingo. Ao sair com meus cachorros para passear em uma das avenidas de minha cidade, começo a cruzar com carros – diga-se de passagem, apenas “carrões” – fantasiados com gente de verde e amarelo. A onda dos “moralistas” regressava para suas casas pós-manifestação contra o governo de Dilma.
Até aí, tudo bem. É um direito de todos. Porém, observando em detalhes, aqueles que foram manifestar contra a corrupção estavam, em sua grande maioria, fardados com a camisa da CBF – símbolo máximo da corrupção no futebol do Brasil. Ao mesmo tempo, muitas dessas pessoas, dirigiam sem cinto de segurança e bebendo latas de cerveja. Talvez por “ninguém estar vendo”. Outros, ainda mais ousados, entravam em cruzamentos pela contramão e passavam no sinal vermelho. Novamente, pessoas que se julgam moralistas, dando mau exemplo. Para essa gente, corrupção é só o que acontece na política?
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E o que falar dos inúmeros empresários e patrões que estavam desfilando contra a “corrupção”, e amanhã, ao voltar para seus escritórios e empresas, continuarão a burlar a lei, sonegar impostos e explorar seus empregados? Só os petistas seriam corruptos?
Ou ainda, aqueles que continuaram com suas redes clandestinas de tv a cabo, dando “jeitinho” para tudo, sempre na intenção egoísta de levar vantagem. Pois é...eis o eleitorado que esteve revoltado tomando conta das ruas.
Quem é contra a corrupção, acima de tudo tem que dar bom exemplo. Não é apenas seguir um chamamento hipócrita de políticos corruptos, tirar selfies e posar no snapchat, fazendo às vezes de “patriota”. Há muito o que se aprender. Fico triste em saber como algumas pessoas, sem o mínimo de discernimento, entram na onda das “manifestações contra a corrupção” e do “fora Dilma”. Há muitos ignorantes úteis nesse meio. Desses, eu tenho pena. Dos oportunistas, não.
Aceitam passivamente o que a grande mídia vocifera aos quatro ventos: a corrupção é culpa do PT. Ao mesmo tempo, se esquecem dos escândalos do PSDB – já que a própria imprensa omite.
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Pior ainda é a ingratidão por parte de alguns que, graças às políticas dos governos petistas, puderam finalmente comprar suas casas através do “Minha Casa, Minha Vida”; conseguiram um diploma de curso superior graças ao FIES e Prouni. Que as conquistas para os brasileiros foram grandiosas, ninguém nega. E por que não lembramos?
Recordo muito bem, na década de 90, quando criança, como a vida era sofrida. Meu pai ralava para conseguir nos dar qualidade de vida. Quando íamos ao mercado, mensalmente para evitar a desgraça da inflação que sempre estava acima dos dois dígitos, eu e minhas irmãs escolhíamos um único pacote de bolacha para ser dividida entre nós três. Com a chegada de Lula, essa realidade mudou não só para mim, mas para muitos cidadãos. Eu, que graças a Deus não passei grandes necessidades, sou muito grato. Mais ainda deveriam ser as outras pessoas, que saíram do mapa da pobreza. Muitas, infelizmente, não reconhecem isso e entram na conversa de uma oposição fascista e preconceituosa, que tenta, de qualquer modo, embutir na cabeça desses “inocentes úteis”, que a corrupção e toda a desgraça dos Brasil, é culpa do PT. Que o que se passa no país hoje é culpa do PT e nada mais. Que a Dilma é a culpada e por isso devem ir às ruas.
Peço que cada um pare e reflita. Pense como era sua vida durante o governo do PSDB e como ela é hoje. É claro que vivemos um período de recessão, por culpa de dois importantes fatores: a crise política interna, sustentada por uma oposição que joga contra o país; e uma nova crise do capitalismo, que afeta vários países – tal como foi em 2008. Vejamos por exemplo os índices de desemprego. Nossa taxa (7%) precisa sim recuar, mas está bem menor que país como Grécia (28%), Espanha (26%), Portugal (14%), Itália (13%) e França (11%), por exemplo. Hoje temos uma inflação que passou dos 10%, mas antes, todo mês ela se mantinha acima dos 12%! E olha que não tínhamos essa crise mundial!
O país enfrenta sim um momento turbulento, mas não é toda essa calamidade que querem nos fazer acreditar. Nossas reservas seguem seguras, a Petrobrás não está falida. O que se passa é a desvalorização mundial do preço do petróleo – como já ocorreu em outros tempos – além da instabilidade econômicas de nossos compradores, fazendo com que diminuíssem o consumo.
Querem mostrar o lado negativo para que entreguemos nossas riquezas via privatizações, tal como FHC fez durante 8 anos. O PSDB tenta o golpe branco para acabar com as reserva indígenas da Amazônia e permitir, assim, a exploração e “entrega” das reservas de nióbio aos interesses estrangeiros. Querem fragilizar nosso país por conta do BRICS, que com seu banco, surge como ameaça ao FMI e a hegemonia norte-americana. O PSDB tem uma dívida com os Estados Unidos e quer que nós, brasileiros, paguemos esse preço.
Sabem que com o PT no governo, as estatais jamais serão privatizadas e os estrangeiros serão dependentes de nossos produtos e nossas regras. Não se deixe enganar. Antes de vestir sua fantasia, procure se informar. Não pague esse mico. Já imaginou daqui alguns anos ter que falar para seus filhos e netos que você apoiou um golpe contra a democracia no Brasil?
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Defendo sim o combate à corrupção, tal como o governo de Dilma vem fazendo, mas que seja uma investigação imparcial, sem interesses políticos e dentro da legalidade. Enquanto Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Carlos Sampaio, Vanderlei Macris, Bolsonaro e cia, tal como ignorantes que pedem a volta de uma ditadura militar e o rompimento da democracia estiverem à frente desse chamamento, continuarei achando que esses movimentos não passam de uma micareta burguesa fora de época, que arrasta falsos moralistas e ignorantes políticos. Para esse tipo de gente digo: não vai ter golpe!
Em tempo: alguém viu faixas/cartazes nas manifestações pedindo “Fora Cunha”? Alguma faixa cobrando o dinheiro da Máfia das Merendas Escolares de São Paulo? E sobre a Lista de Furnas?
*Biólogo e professor, Doutor em Etologia, Mestre em Ciências


Eu quero o impeachment…mas não da Dilma!

by biologosocialista

*Por Luiz Fernando Leal Padulla
Chega de tantos abusos e de tanta enganação. Os verdadeiros brasileiros estão fartos de hipocrisia e falsos moralistas.  Basta defendermos o lado da verdade para sermos tratados como culpados e criminosos. Afinal, qual o nosso crime? Qual o crime em defender certas ideologias ou posturas?
Não sou petista, mas milito pela esquerda sim! Acredito nos princípios e ideais de uma sociedade igualitária que apenas o socialismo pode oferecer.
É direito de quem não concorda tentar humilhar e até mesmo ameaçar essas pessoas? Xingamentos gratuitos, em clara tentativa de intimidação, são constantes àqueles que ousam se posicionar perante os fatos. Basta defendermos a democracia, distribuição de renda, regimes assistencialistas e humanos para que sejamos menosprezados e açoitados, como se fossemos assassinos. Sair com uma camiseta vermelha, então, muito cuidado!
Talvez a pergunta não seja bem “qual o crime”, mas por que “os outros se incomodam tanto”? Tentam de qualquer maneira colocar na cabeça das pessoas ingênuas que toda a crise política que vivemos hoje, em escala mundial, é por culpa do governos do PT. Querem atribuir os anos de corrupção, ao governo do PT. Hoje, mais do que nunca, estou certo que o incômodo ocorre porque todos estão sendo investigados e todos os corruptos, revelados. Isso incomoda, afinal, até ontem, quem erguia bandeiras e comandava manifestações contra a corrupção, são os mesmos que estão na mira dos laços da Justiça.

sexta-feira, janeiro 15, 2016

O banco BRICS é o primeiro passo na desdolarização da economia mundial

Jornal GGN – Os BRICS podem eventualmente substituir o atual sistema econômico dominando de forma hegemônica pelos Estados Unidos, acredita o economista Peter Koenig. O Bando de Desenvolvimento dos BRICS é o primeiro passo.
O Banco de Desenvolvimento dos BRICS constitui o primeiro passo no processo de desdolarização do sistema econômico mundial, assegura o economista e ex-funcionário do Banco Mundial Peter Koenig em um artigo publicado no “Global Research”. “Este banco poderia atuar, de forma temporal, como entidade financeira central dos BRICS, chegado o momento, eles poderiam criar moeda própria”, avalia Koenig.
O Banco de Desenvolvimento concentraria seus esforços na modernização da infraestrutura social e de transporte, sistema de distribuição de energia e telecomunicações. Também na prospecção, extração e elaboração de recursos energéticos, incluindo alternativos procedentes de fontes renováveis, explica o especialista.
Em conjunto, os BRICS representam 30% do PIB mundial e aproximadamente 45% da população total. E constituem uma ameação real para os interesses dos Estados Unidos, entende Koenig. Para ele, Washington está se empenhando a fundo para desestabilizar a situação nestes países. Por exemplo, Estados Unidos acusava recentemente o Governo de Dilma Rousseff de corrupto, depois de sua vitória no primeiro turno eleitoral, diz o economista.
Não existe nenhuma razão econômica para a queda do rublo fora da manipulação da propaganda anti-russa e da manipulação monetária
“Na verdade, agora é o momento para que novos sistemas econômicos e monetários substituam o Banco Mundial atual (Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento), um esquema de cassino predatório de Wall Street em dólares, que somente nos últimos 100 anos contribuiu muito e se beneficiou de duas guerras mundiais, para o empobrecimento do planeta, tanto em termos sociais como meio-ambientais. Este sistema está a ponto de cair em um abismo ainda maior que a depressão dos anos 30”, assegura Koenig, que recorda que, atualmente, seis bancos estadunidenses  administram dois terços de todos os ativos bancários no mundo.
Segundo o economista, o sistema dos BRICS podem oferecer uma alternativa mais saudável ao dólar, que imprime dinheiro quando lhe convém. Como exemplo deste sistema viciado, Koenig mencionou a queda do rublo. Koenig considera que “não existe nenhuma razão econômica fora da propaganda e manipulação da moeda anti-russa” que a justifique,  e que a economia russa, apesar das sanções, tem fundamentos muito mais sólidos que os EUA.

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sábado, dezembro 05, 2015

Formação do BRICS, exploração do pré-sal com a Petrobrás a frente, construção de um polo contra hegemônico contra os EUA


Williams Portela compartilhou o vídeo de Falandoverdades 2.
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Falandoverdades 2 com Pâmela Cam.
11 de marçoEditado
Formação do BRICS, exploração do pré-sal com a Petrobrás a frente, construção de um polo contra hegemônico contra os EUA, espionagem norte americana na Petrobr...
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quinta-feira, dezembro 03, 2015

Fechar os olhos para os interesses do imperialismo na derrubada dos governos do nacionalismo burguês

“CIA, FBI e NSA trabalham para derrubar Dilma Rousseff”
Jornal russo denuncia golpismo orquestrado pelo governo norte-americano
Na última semana o jornal russo Pravda (que não é o mesmoPravda da União Soviética, mas um diário liberal no sentido político, democrata) publicou reportagem onde coloca em questão a possibilidade de a CIA (Agência Central de Inteligência), o FBI (Agência Federal de Investigação) e a NSA (Agência de Segurança Nacional), departamentos do governo norte-americano, estarem envolvidos nos protestos contra o governo Dilma Rousseff.
A razão principal para a intervenção dos EUA nos rumos do governo brasileiro seria o BRICS (Brasil, Rússia, China e África do Sul) “principal ameaça geopolítica para os EUA”, diz o site. Porque um dos “principais problemas hoje é recuperar o equilíbrio no sistema monetário e financeiro global”. E o BRICS aparece como uma ameaça real ao predomínio do dólar norte-americano na economia mundial.
O jornal destaca que os EUA vem tentando “destruir e esmagar a Rússia através da crise na Ucrânia”. Importante lembrar que recentemente o imperialismo assumiu seu envolvimento no golpe que derrubou o governo Ianokvtich. Tentaram quebrar a estabilidade da China através da “revolução de guarda-chuvas” em Hong Kong. E no Brasil tentam criar um cenário semelhante ao que fazem em outros países  “soberanos da região – Argentina e Venezuela”.
Ainda entre as razões para os EUA quererem “se livrar de Dilma” estaria a criação do Banco de Desenvolvimento e a construção de um sistema de telecomunicação em fibra ótica independente, com extensão pelo Atlântico ligando o Brasil à Europa o que minaria o “monopólio norte-americano no campo da comunicação, incluindo a internet”. O projeto deve ser “desenvolvido e implementado sem a participação de qualquer empresa norte-americana”. O que garantiria proteção contra a espionagem da NSA.
Pravda apresenta o que seria um esquema de funcionamento da estrutura pra o golpe:
1) “Processamento da opinião pública com base em desvantagens reais, promovendo descontentamento através da mídia, enfatizando tais perturbações como déficit, crime, sistema monetário instável, incapacidade de líderes do estado e suas denúncias de corrupção”;
2) “demonizar autoridades através da manipulação de preconceito dizendo, por exemplo, que todos os brasileiros (russos, chineses) são corruptos, segurando as ações públicas em defesa da liberdade de imprensa, direitos humanos e as liberdades civis, condenando o totalitarismo, revisando a história em favor das forças que devem ser levados ao poder”;
3) “trabalhando na rua; canalizar os conflitos, promover a mobilização de oposição, o desenvolvimento de plataformas de combate, que englobam todas as demandas políticas e sociais, a compilação de todos os tipos de protestos, habilmente jogar nos erros do Estado, organizando manifestações, a fim de bloquear a captura de instituições do Estado para radicalizar confrontos”;
4) “a combinação de diferentes formas de luta; a organização de piquetes e captura simbólica das instituições do Estado, guerra psicológica nos meios de comunicação e promoção de confrontos com a polícia, para criar uma impressão de descontrole, desmoralizando as agências governamentais e policiais legítimas”;
5) “um golpe institucional, com base em protestos de rua, pedindo a renúncia do presidente”.
Em que fase está a revolução colorida que se desenvolve no Brasil?, questiona o Pravda. E conclui: “a situação se agrava na frente de nossos olhos e parece que as autoridades brasileiras fecham os olhos sobre as atividades da inteligência dos EUA que acontece debaixo de seus narizes. No Brasil, a CIA, DEA e os oficiais do FBI trabalham legalmente, sob o pretexto da luta contra o tráfico de drogas. ONGs e fundações que patrocinam revoluções coloridas também trabalham no país.
“O jornalista venezuelano José Vicente Rangel informou que cerca de 500 funcionários dos serviços de inteligência dos EUA chegou a embaixadas dos EUA na Venezuela, Bolívia, Argentina, Brasil, Equador e Cuba para trabalhar como uma rede para desestabilizar regimes democráticos nesses países. O que vai acontecer depois? Já podemos ver o exemplo da Ucrânia”.
Durante a manifestação do dia 15 em São Paulo, no carro de som do grupo que defende a intervenção militar mais de uma vez foi afirmado que tal defesa contava com apoio, e ali na manifestação estava presente, organismos norte-americanos e de outros países imperialistas.
Fechar os olhos para os interesses do imperialismo na derrubada dos governos do nacionalismo burguês, na América Latina e no resto do mundo, em plena época de golpes (vide Egito, Ucrânia, Tailândia, Honduras, Paraguai...) é mais que cegueira política; é colaborar com o golpe e com a direita que se desenvolve a olhos vistos no País.
*http://www.pco.org.br/nacional/cia-fbi-e-nsa-trabalham-para-derrubar-dilma-rousseff/abpy,o.html

Mídia brasileira esconde nascimento de nova ordem mundial

Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul protagonizam principal fato econômico desde a crise de 2009. Criação do Novo Banco de Desenvolvimento e Acordo de Reservas de Contingência fura esquema financeiro global traçado em 1944, em Bretton Woods

brics fortaleza 2014 economia
Principal fato econômico desde a crise de 2009, criação do Novo Banco de Desenvolvimento e Acordo de Reservas de Contingência fura esquema financeiro global traçado em 1944, em Bretton Woods. Prevalência de americanos e europeus no Banco Mundial e no FMI é enfrentada com cartada que muda o jogo. Brics anunciaram US$ 150 bilhões para banco e poupança em comum (reprodução)
Bretton Woods, 1944. Fortaleza, 2014. Setenta anos depois de terem sido traçadas as regras da governança financeira do mundo, um fato capaz de inserir outra cidade no mapa das grandes mudanças econômicas globais aconteceu.
Na capital do Ceará, nesta terça-feira 15, os cinco países que integram a sigla BRICS inauguraram, na prática, uma nova ordem para o mundo. Eles colocaram em prática a constituição de um bloco econômico repleto de afinidades políticas. A partir de agora, já se sabe que Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul terão o seu Novo Banco de Desenvolvimento, com capital inicial de US$ 50 bilhões, mas que poderá ser elevado a US$ 100 bilhões, para fazer frente ao Banco Mundial. E também formarão uma poupança de US$ 100 bilhões no Acordo de Reservas de Contingência, exatamente para não dependerem exclusivamente do Fundo Monetário Internacional para serem socorridos em crises. O jornal inglês Financial Times publicou análise da redação que dá a correta dimensão do conjunto desses fatos: “Notável demonstração de como a ordem econômica está mudando”.
Na mídia tradicional brasileira, no entanto, o assunto foi publicado, como se diz no jargão do jornalismo, com “má vontade”. A reunião de Fortaleza que impressionou o Financial Times e chama a atenção de todos os líderes mundiais não mereceu, na terça-feira 15, ocupar o espaço da manchete de nenhum dos jornais Folha de S. Paulo, Estado e Globo. Na tevê, a colunista Eliane Cantanhêde, na Globo News, registrou o acontecimento dentro do contexto da sucessão presidencial:
– A Copa acabou, mas a presidente Dilma Rousseff engatou uma segunda e já está de novo nas fotografias, registrou a comentarista. Ao final do comentário, lembrou que nesta quarta-feira, em Brasília, cerca de 20 presidentes do continente americano serão recebidos para ter informações sobre como irá funcionar o banco de desenvolvimento e o fundo de reservas. E pontuou:
– Será mais um momento de badalação e fotografias para a presidente que é candidato à reeleição.
Ideia estudada pela nata dos economistas dos governos dos BRICS há pelo menos dois anos, o Novo Banco de Desenvolvimento poderá emprestar dinheiro para projetos de infraestrutura em países em desenvolvimento a juros menores que os praticados pelo Banco Mundial. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou que os recursos dos BRICS poderão ser aplicados em fundos especiais para renderem enquanto aguardam as demandas dos países.
Houve apostas nos jornais brasileiros de que uma briga de última hora entre as delegações da China e da Índia poderia matar a ideia de criação do banco de fomento. Não foi o que ocorreu. Os sócios acordaram rapidamente em que a sede será em Xangai, na China; o primeiro presidente será da Índia, inaugurando o rodízio de cinco anos no cargo; a presidência do conselho de administração será do Brasil; a Rússia ficará com a presidência do conselho de governadores; e a primeira sede regional da instituição ficará na África do Sul.
– A democracia é uma das marcas do BRICS, disse Mantega.
Com um mercado consumidor de 3 bilhões de pessoas e um PIB conjunto que equivale a 20% da riqueza mundial, o BRICS poderá adotar, no futuro, as moedas nacionais para transações comerciais entre seus cinco sócios. Na véspera da cúpula, 700 empresários assinaram carta em que pedem aos líderes políticos a adoção dessa medida, que substituiria o dólar e o euro em compras e vendas.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, estimou no encontro de Fortaleza que a demanda de recursos para projetos de infraestrutura em países em desenvolvimento chega, hoje, a US$ 800 bilhões. Há, assim, demanda suficiente para o banco do BRICS ter um grande papel na nova ordem mundial que o grupo está criando a olhos vistos – ainda que a mídia brasileira tenha má vontade em enxergar.
*pragmatismopolitico

quarta-feira, novembro 18, 2015

Clinton: “Há poucos lugares para ser tão otimista como no Brasil.”


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Daniel Rittner e Eduardo Campos, via Valor Econômico em 12/11/2015
O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton disse na quinta-feira, dia 12/11, que existem “poucos lugares no mundo” para ser tão otimista como no Brasil. “É natural que eventos negativos dominem as manchetes, mas o futuro é forjado pelas perspectivas de longo prazo”, afirmou Clinton, em discurso de encerramento do Encontro Nacional da Indústria (Enai), em Brasília.
Como preâmbulo, o ex-presidente norte-americano reconheceu que o momento político e econômico brasileiro pode soar “desafiador”. Ele lembrou que, depois da crise de 2008, muitas pessoas acreditavam que o centro das decisões mundiais estaria migrando para os países do Brics – o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A China tem enfrentado desafios para substituir o comércio exterior pela demanda interna como motor do crescimento, a Rússia foi atingida pela queda dos preços do petróleo e pelas sanções econômicas, as reformas liberalizantes propostas pelo governo da Índia não conseguem avançar no Parlamento. “Tudo isso teve impacto para o Brasil, porque uma parte significativa do PIB está relacionada às exportações e boa parte das exportações é de commodities”.
“Sucesso dramático”Clinton fez uma pausa, no entanto, antes de lançar uma mensagem de otimismo. “Eu conclamo vocês a refletir sobre as notáveis mudanças que ocorreram no país durante os últimos 20 anos”, disse o democrata. Ele mencionou o “sucesso dramático” do Brasil em diversificar sua economia e conter a devastação das florestas tropicais.
“Há mais notas positivas do que negativas sobre o Brasil. Está perfeitamenteclaro que os nossos destinos [do Brasil e dos Estados Unidos] estão interligados”.
Clinton observou que esta é a 11ª vez que vem ao Brasil em 15 anos. “Falo hoje como um amigo. Um amigo que adverte: apesar das dificuldades, há poucos lugares para ser tão otimista como no Brasil”.
CooperaçãoA capacidade de cooperação foi exaltada por Clinton como uma das características positivas dos brasileiros e enalteceu as condições “privilegiadas” do Brasil para “extrair benefícios” no século 21.
O ex-presidente norte-americano voltou a mencionar os progressos sociais advindos do Bolsa Escola e do Bolsa Família, além de destacar a preservação das florestas tropicais e a matriz energética com forte presença de fontes renováveis como credenciais para o país ter uma posição “proeminente” nas discussões globais. Mais uma vez enfatizou que os brasileiros “deveriam estar profundamente otimistas sobre as perspectivas de longo prazo”.
Otimismo“Minha recomendação é que toda manhã, quando lerem uma manchete negativa, pensem nas coisas boas que aconteceram, nas forças positivas que o Brasil tem para lembrar que o país não é imune, mas que tem mais forças positivas do que negativas”, disse.
Ele acrescentou que, dentro de cinco anos, estaremos nos perguntando porque estávamos tão preocupados com o quadro atual. Observou ser muito importante não fugir do otimismo com o futuro e uma forma de fazer isso é lembrar das conquistas do país nos últimos 25 anos.
*Limpinhocheiroso

segunda-feira, outubro 26, 2015

O Brasil deve ter consciência do seu significado internacional, diz o sociólogo.

Vladimir Putin e Dilma Rousseff durante a reunião no âmbito da cúpula dos BRICS em Ufá

Brasil-Rússia, relações a longo prazo: Não adianta  atingir a meta de $10 bilhões

© agência-photohost

Vladimir Kultygi

O Brasil deve ter consciência do seu significado internacional, diz o sociólogo.

“A fase atual das relações russo-brasileiras é muito importante”, disse o sociólogo brasileiro Pavel Grass, que trabalha na PUC-Rio, que agora está visitando a Rússia.
Falando com a Sputnik Brasil, explicou que é importante maior diálogo entre países “tanto no âmbito bilateral, como no âmbito dos BRICS”, uma entidade que ele considera principalmente como uma plataforma política.
Tal plataforma política serve também para o “desenvolvimento das relações bilaterais no âmbito comercial e econômico”, sendo “como um trampolim” para este desenvolvimento.
Neste ano da presidência russa nos BRICS, o segmento político está se desenvolvendo a um ritmo bastante acelerado. Depois do primeiro evento relevante, a cúpula presidencial em Ufá (unida com a da Organização de Xangai para Cooperação – SCO), seguiram encontros ao nível ministerial. Em outubro, já foram realizados encontros dos ministros da Agricultura (com a participação da MAPA, Kátia Abreu, que inaugurou o stand brasileiro em uma exposição temática russa), da Indústria e da Comunicação.
Na área social, tudo parece estar se desenvolvendo também. Umas semanas depois da cúpula em Ufá, naquela mesma cidade teve lugar o Fórum da Juventude dos BRICS. Já na semana que vem, terá lugar a Cúpula Global de Universidades dos BRICS, que provavelmente irá desenvolver o processo de internacionalização e integração do ensino e vida acadêmica, acordado em um evento do ano passado.
O geopolitólogo Grass aponta que para se ter uma relação forte, é preciso fomentar também outras áreas, além de economia e política:
“No que diz respeito às relações entre o Brasil e a Rússia, eu acho que chegou a hora de olhar com mais cuidado e atenção as relações ao longo prazo. Não somente atingir a meta de 10 bi que foi estipulado entre os nossos governos, mais defender de uma forma mais ampla no âmbito ideológico e cultural, o que nós queremos com a nossa amizade em 20, 30, 50 anos. Ou seja, uma visão geoestratégica de longo prazo”.
Quanto à área comercial, assunto que foi mencionado até na cúpula em Ufá, os países estão se esforçando para fomentar o processo da cooperação. O cientista Grass comentou inclusive sobre uma nova estrutura que está sendo criada que visa facilitar as relações russo-brasileiras (e brasileiro-russas):
“Nós estamos criando uma infraestrutura agora no Rio de Janeiro, com um parceiro da Rússia. A empresa se chama Vostok Marketing e Consultoria. É uma empresa privada que estará voltada para pesquisa de consultoria de interesses institucionais, acadêmicos e comerciais tanto do lado dos russos no Brasil como dos brasileiros na Rússia. A ideia é criar uma ponte pra facilitar e multiplicar projetos e negócios entre empresas de mais diferentes setores”.
O estudioso de geopolítica lembrou ainda que há uma série de projetos bilaterais assinados inclusive durante o encontro Fórum Empresarial Brasil-Rússia: Direções Estratégicas de Cooperação, que abrangem a área da farmacêutica, aeroespacial e da infraestrutura.
Mais cedo neste ano, uma empresa russa apresentava em um fórum dos BRICS a sua tecnologia que podia, segundo afirmava, ser útil na solução da crise hídrica do Brasil.
Para Pavel Grass, os BRICS, um grupo ainda jovem precisam criar um mecanismo de diálogo para ter “mais informações um sobre o outro, para que entendam melhor o potencial de cada lado”.


Leia mais: http://br.sputniknews.com/brasil/20151024/2531704/relacoes-brasil-russia-longo-prazo.html#ixzz3pgL69f98

quinta-feira, setembro 10, 2015


Kirchner a Lula: "Tenés que ser el embajador para que Argentina entre en el BRICS"


"Que Argentina ingrese al BRICS y que ahora sea BRICSA", ha dicho la presidenta de la República Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, en un discurso pronunciado en la Casa Rosada.
"Que Argentina ingrese al BRICS y que ahora sea BRICSA", ha dicho la mandataria argentina Cristina Fernández de Kirchner en la inauguración de la Unidad de Pronta Atención (UPA) de la localidad bonaerense de José C. Paz. "Lula debe ser embajador para que Argentina ingrese al BRICS", ha agregado la presidenta.
"Nosotros no somos un país de especulación financiera […], somos plaza de producción y de trabajo y de investigación y de educación", ha declarado Kirchner. "La culpa de la crisis [financiera] la tienen los que crearon burbujas financieras, los que especularon, los que crearon falsas hipotecas, los que vaciaron bancos", ha agregado la presidenta haciendo referencia a la crisis económica de 2008.
"Siempre nos habían tratado de enfrentar", ha denunciado Kirchner en referencia a las relaciones entre Brasil y Argentina. "Necesitaban Argentina y Brasil separados y divididos para subordinarnos", ha agregado. "Por eso, tenemos que profundizar la integración latinoamericana porque allí está nuestro lugar y nuestro destino".
"Vamos a tener que buscar una nueva forma alternativa", ha insistido la presidenta al dirigirse al expresidente brasileño Lula que también ha presenciado el evento. "Vos tenés que ser el embajador para que Argentina integre en el BRICS y ya no sea más BRICS sino BRICSA", ha anunciado Kirchner.

terça-feira, agosto 25, 2015

ultra esquerda não compreende a realidade do Brasil hoje e não consegue construir raízes no seio do povo.


Por que a direita saiu do armário?

Essas manifestações são a prova mais eloquente que os governos do PT não amaciaram a luta de classes, mas a acirraram.
por Emir Sader em 23/08/2015 às 07:46

http://cartamaior.com.br/?/Blog/Blog-do-Emir/Por-que-a-direita-saiu-do-armario-/2/34307


O que há de novo é a consolidação de um setor de extrema direita na classe média, que teria colocado recentemente as manguinhas pra fora, constituindo-se no fator novo no cenário politico nacional. E que parece que veio para ficar.

Sem discutir a tese da Marilena Chauí – que esse setor insiste em confirmar – de que a classe média seria fascista, é inegável que pelo menos um setor dela assume teses fascistas e o faz da maneira mais escancarada, quase como um clichê, pelos slogans que exibe, pela atitude agressiva e discriminatória, pelo racismo, pelo antiesquerdismo, pelo anticomunismo.

Mas por que agora, há 12 anos do começo dos governos do PT, essa ultra direita sai do armário? Onde estava ela? Por que resolveu sair agora do armário?

Essas manifestações são a prova mais eloquente que os governos do PT não amaciaram a luta de classes, mas a acirraram. Caso os governos do PT fossem apenas uma variante do neoliberalismo – como algumas atitudes sectárias, que não conhecem o país e não sabem das profundas transformações operadas no Brasil desde 2003 – a direita só poderia estar satisfeita, teria que estar comemorando a cooptação de um PT tão expressivo do campo popular – o mais importante de toda a trajetória da esquerda brasileira -, para o seu campo. Menos ainda teria por que se empenhar com todas suas forças para tirar o PT do governo e tentar desqualificar o Lula, para inviabilizar seu retorno à presidência.

Só mesmo porque sentiram que seus interesses estavam sendo afetados, que já não dispunham do governo a seu bel prazer e correm o risco de ver este período se estender muito mais, com uma eventual volta do Lula à presidência, é que a direita saiu do armário e passou a exibir sua cara de ultra direita.

De que forma esses interesses foram afetados? Em primeiro lugar, na prioridade das políticas sociais e na extensão do mercado interno de consumo de massas, com a distribuição de renda que acompanhou a retomada do desenvolvimento econômico. Se interrompeu a política econômica implantada por Collor e continuada por FHC. Seu fracasso abriu os espaços para governos que romperam com eixos fundamentais do neoliberalismo, em primeiro lugar, a prioridade dos ajustes fiscais e a centralidade do mercado.

Em segundo lugar, pela ruptura com o projeto da Área de Livre Comércio das Américas – ALCA -, levado a cabo pelos EUA, em complacência com o governo de FHC, que deu lugar ao fortalecimento dos processos de integração regional, do Mercosul à Celac, passando pela Unasul. Um processo que inclui os estratégicos projetos dos Brics, em que o Brasil tem papel chave, e que desenha um mundo multipolar na contramão dos projetos norteamericanos.

Em terceiro lugar, porque a centralidade do mercado deu lugar a espaços para a recuperação da capacidade de ação do Estado, tanto como indutor do crescimento econômico, como da afirmação dos direitos sociais e como ator nos processos de soberania externa.

A já clássica frase de que “os aeroportos estão virando rodoviárias” segue sendo a mais significativa da reação de setores da classe média à ascensão de amplos setores populares. Afora exacerbada, desde a Copa do Mundo, em que a vaia à Dilma foi como que a abertura da porteira da falta de qualquer respeito por parte de setores da direita.

A campanha eleitoral do ano passado foi um aquecimento em relação ao que se vive agora. Tanto Aécio quanto a mídia, exacerbaram sua linguagem e suas formas de atacar o governo, gerando a ideia de que tudo tinha se tornada insuportável, não apenas a situação das classes privilegiadas, mas o próprio país, pela corrupção e pela suposta incompetência do governo. Pela primeira vez na história do país um candidato a presidente triunfou nas eleições contra praticamente a totalidade do grande empresariado – confirmando como estes consideram que seus interesses fundamentais são afetados profundamente pelos govenos do PT.

Para os que nunca aceitaram que os governos do PT tenham sido qualitativamente diferentes dos governos neoliberais, tudo isso é incompreensível. Na sua incapacidade de apreender a realidade concreta, tem que culpar o PT por tudo. Até pela direita ter saído do armário, usado por alguns para atribuir também aí a culpa ao PT.

Por isso a ultra esquerda não conseguiu, ao longo destes 12 anos – nem no Brasil, nem nos países com governos posneoliberais na América Latina -, construir uma alternativa e esta está sempre situada à direita dos governos do PT. Porque acredita que o os governos do PT são neoliberais, a ultra esquerda não compreende a realidade do Brasil hoje e não consegue construir raízes no seio do povo.

O PT é responsável pela saída da direita – e da ultra direita – do armário, porque afetou profundamente os seus interesses.

Quando se usa essa expressão, não se está querendo dizer que ela estivesse escondida até recentemente. A direita, na era neoliberal, no Brasil, é representada pelos tucanos e seus aliados e sempre esteve ocupando o campo político como alternativa aos governos do PT.