Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Arquidiocese suspende frei suspeito de pedofilia em MT



A Arquidiocese de Cuiabá (MT) confirmou, em nota oficial divulgada nessa terça-feira, a suspensão do frei suspeito de pedofilia no município de Várzea Grande. O religioso foi preso na segunda-feira, ao deixar um motel acompanhado de uma adolescente de 16 anos. O preso era pároco das paróquias Nossa Senhora Mãe dos Homens e Nossa Senhora de Guadalupe, na capital mato-grossense.
"Manifestamos nossa consternação e repulsa pelo fato ocorrido com uma jovem de 16 anos. No tocante à Arquidiocese de Cuiabá, já notificamos de imediato ao interessado a suspensão do exercício do ministério sacerdotal e a destituição de pároco das paróquias Nossa Senhora Mãe dos Homens e Nossa Senhora de Guadalupe", diz a nota, assinada pelo arcebispo Dom Milton Santos.
De acordo com a nota, "os demais encaminhamentos serão conduzidos pelos superiores da ordem/congregação à qual pertence o frei".
Segundo a polícia, a menina que acompanhava o frei no momento da prisão frequentava a paróquia Nossa Senhora do Guadalupe. Eles estavam dentro de um veículo que pertencia à paróquia.
A delegada Juliana Palhares disse que o frei foi indiciado por estupro de vulnerável. "A lei foi aplicada, sendo ele religioso ou não. Segundo depoimento da menor, o envolvimento com o religioso se iniciou no meio do ano passado. Os pais dela não sabiam do relacionamento entre eles", disse a delegada. Ela acrescentou que a família frequentava a igreja.
Conforme a delegada, as investigações iniciaram há cerca de um mês, após o recebimento de uma denúncia anônima. Depois do flagrante, a garota foi levada para o Instituto Médio Legal (IML) para realizar exames. O religioso está preso no anexo I, da Polinter (antigo Pascoal Ramos). Ele ficou calado durante o depoimento à polícia
*terra

Mais uma morte no Metrô. Mas quem está contando?



Um engenheiro de um empreiteira terceirizada morreu eletrocutado enquanto trabalhava nas obras da linha 4-amarela do metrô na madrugada desta terça. Ricardo Martins, de 40 anos, recebeu uma descarga de 20 mil volts. De acordo com a Folha de S. Paulo, o Metrô informou que, “por intermédio do Consórcio Via Amarela, tomará todas as providências cabíveis e dará todo o apoio necessário à família”.
Todas as providências cabíveis. Relembrar é viver:
Um operário morreu no dia 13 de dezembro do ano passado nas obras de expansão da linha verde do metrô de São Paulo, quando uma barra de metal de quase uma tonelada caiu de um guindaste e o atingiu próximo da futura estação Vila Prudente. A empresa Galvão Engenharia, falou em “fatalidade”.
Em janeiro de 2007, sete pessoas morreram após serem engolidas por uma cratera aberta na futura estação Pinheiros da linha amarela do metrô. O consórcio Via Amarela (Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Alston – ufa!) chegou a culpar a natureza, o terreno, as chuvas, rochas gigantes, enfim, as grandes forças do universo pela tragédia.
Em outubro de 2006, um operário morreu soterrado após um túnel de 25 metros de profundidade na futura estação Oscar Freire desabar. Os responsáveis pela obra, na época, negaram-se a dar qualquer justificativa.
As obras da linha amarela estão deixando um rastro de “fatalidades” desde que começaram.
Durante a campanha eleitoral, chove gente clamando para si a responsabilidade pelas obras. Falta filho para tanto pai – aparece mãe federal, pai estadual, padrinho municipal. Abusa-se da primeira pessoa do singular. Mas na hora de encontrar responsáveis por óbitos, de discutir obras apressadas ou mal feitas, tudo desaparece rapidamente, feito os ratinhos que vivem em túneis de trem. O sujeito passa a ser indeterminado. Culpa-se os elementos ocultos e as forças da natureza. O Imponderável da Silva. Então tá.
Tempos atrás, descobri o problema. A causa por tudo o que acontece em baixo da terra é da “Entidade Saramaligna do Metrô” (em homenagem ao mestre Chico Anysio), espírito ruim que habita o subterrâneo de São Paulo, que toca o terror e faz acontecer todas as tragédias que ocorrem por lá. As pobres empresas construtoras tentam, de todas as formas, espantar a Entidade para longe, mas seus esforços são em vão. O encosto é mais forte. Ela se fortalece com filas gigantescas, vagões lotados, uma malha de tamanho ridículo, operários que trabalham no limite e sem a devida segurança.
E, é claro, com os polpudos ganhos de construtoras oriundos de governos eleitos com financiamento das próprias e, por isso, imensamente agradecidos.
*comtextolivre

Sociedade alternativa - 2005




SINOPSE
Em 1968, dois hippies mudaram-se para Mt. Shasta no interior da Califórnia e montaram um rancho, lá viviam em uma comundiade auto-sustentável. A propriedade se chamava Black Bear Ranch e tinha como lema: Terra Livre para as Pessoas Livres. Esta comunidade de pensamentos utópicos, recebia contribuições generosas de artistas como: The Doors, The Monkees, Frank Zappa e outros. Este documentário exótico, registra as entrevistas com cenas de arquivos caseiros da pópria comunidade.

DADOS DO ARQUIVO
Diretor: Jonathan Berman
Áudio: Inglês
Legendas: Português
Duração: 78 min.
Qualidade: DVDRip
Tamanho: 356 Mb
Servidor: Megaupload (4 partes)

LINKS
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
*Bukowski

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Após discurso, manifestantes exigem saída imediata de Mubarak

 
01 de fevereiro de 2011

1º de fevereiro - Manifestantes contrários ao governo protestam enquanto anoitece na praça Tahrir, no Cairo. Foto: AP Manifestantes contrários ao governo protestam ao anoitecer na praça Tahrir, no Cairo

Os manifestantes reunidos no centro do Cairo exigiram nesta terça-feira que o presidente egípcio, Hosni Mubarak, deixe o poder imediatamente, depois que o governante anunciou que não tentará um novo mandato nas eleições de setembro.
Em discurso transmitido pela televisão, Mubarak afirmou que não concorrerá às eleições, mas indicou que não deixará a presidência imediatamente, provocando vaias e gritos de "Saia, saia" de manifestantes no Cairo.
Protestos convulsionam o Egito
A onda de protestos contra o presidente Hosni Mubarak, iniciados em 25 de janeiro, tomou nova dimensão no dia 29. O governo havia tentado impedir a mobilização cortando a internet, mas a medida não surtiu efeito. O líder então enviou tanques às ruas e anunciou um toque de recolher - ignorado pela população - e disse que não renunciaria. Além disso, defendeu a repressão e anunciou um novo governo, que buscaria "reformas democráticas". A declaração foi seguida de um pronunciamento de Barack Obama, que pediu a Mubarak que fizesse valer sua promessa de democracia.
O governo encabeçado pelo premiê Ahmed Nazif confirmou sua renúncia na manhã de sábado. Passaram a fazer parte do novo governo o premiê Ahmed Shafiq, general que até então ocupava o cargo de Ministro de Aviação Civil, e o também general Omar Suleiman, que inaugura o cargo de vice-presidente do Egito - posto inexistente no país desde o início do governo de Mubarak, em 1981. No domingo, o presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da política antimotins. A emissora Al Jazeera, que vinha cobrindo de perto os tumultos, foi impedida de funcionar.
Enquanto isso, a oposição segue se articulando em direção a um possível novo governo para o país. Em um dos momentos mais marcantes desde o início dos protestos, ElBaradei discursou na praça Tahrir e garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Na segunda-feira, o principal grupo opositor, os Irmãos Muçulmanos, disse que não vão dialogar com o novo governo. Depois de um domingo sem enfrentamentos, os organizadores dos protestos convocaram uma enorme mobilização para a terça, dia 1º de fevereiro. Uma semana após o início dos protestos, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, disse que informações não confirmadas sugerem que até 300 pessoas podem ter morrido e que há mais de 3 mil feridos do país.
*terra

Mulheres exigem a saída de Berlusconi


Por Altamiro Borges

Enquanto a mídia nativa volta a dar amplos espaços para Silvio Berlusconi, na sua ofensiva pela extradição do ativista Cesare Battisti, a situação do primeiro-ministro italiano é cada vez mais delicada. Vários setores da sociedade exigem o fim do seu governo fascistóide, acusado de corrupção, remessa ilegal de divisas, desmandos e, novamente, de exploração sexual de menores.

"O delírio senil do primeiro-ministro"

O jornal espanhol “Público” noticia hoje que “mais de 10 mil mulheres se concentraram na Praça Scala, de Milão, como o propósito de ‘recuperar a dignidade’ de um país que nas últimas semanas só fala das jovens que vendem seu corpo ao primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, com a promessa de dinheiro ou um posto de trabalho”.

Em apenas onze dias, mais de 60 mil pessoas também aderiram ao manifesto do jornal italiano L’Unita, que exige o fim “do delírio senil de um homem que tem dinheiro para pagar e comprar coisas e pessoas”. Essa foi a primeira reação da sociedade ao bisonho “caso Ruby”, no qual o bilionário foi acusado de pedofilia. Investigações descobriram que o primeiro-ministro participa de uma criminosa rede de prostituição no país.

“A Itália não é um prostíbulo”

A manifestação da Praça Scala teve a presença de inúmeras lideranças femininas do campo da política e da cultura. Susana Camusso, secretária-geral da Cgil, um dos maiores sindicato na Itália, foi uma das oradoras. Placas ironizaram: “Não quero passar por Arcore”, a mansão onde Berlusconi promove suas festas, “A Itália não é um prostíbulo”.

Ela foi uma prévia do “protesto nacional pela dignidade da mulher”, convocada para 13 de fevereiro. Serão realizados ainda diversos atos para colher assinaturas em todo o país para pedir a demissão de “Il Cavaliere”. Enquanto isto, a mídia colonizada brasileira continua dando espaço ao pedófilo fascista e bravateiro.
*miro

Pobre São Paulo pobre paulista

Terceirizações na saúde provocam aumento de erros

Desde o início das terceirizações dos serviços públicos de saúde pelo governo paulista, em 2005, (Governos Alckmin e a partir de 2007, Serra) são quase mil casos de erros durante atendimento hospitar ou de emergência em unidades de saúde no Estado de São Paulo.
Só no ano passado, 2010, aconteceram 25% delas, 250 casos de falhas do serviço de atendimento à saúde.
A cada dois dias, um profissional de enfermagem do Estado é acusado de erro durante atendimento médico.
Foram 980 queixas entre 2005 e 2010 (250 delas no ano passado). Os dados são do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP). Em 20 desses casos, a falha resultou na morte do paciente ou em danos definitivos.
O balanço foi divulgado ontem, em meio à denúncia de que uma criança de 1 ano teve parte do dedo mindinho decepada por uma auxiliar de enfermagem do Hospital do Mandaqui, administrado pelo governo do Estado, enquanto retirava um curativo.
A enfermeira, afastada de suas funções, alega que o acidente foi causado por erro na forma como o curativo foi feito, segundo seus familiares. A menina deve ser encaminhada nesta semana para o setor de reimplantes do Hospital das Clínicas, informou o governo.
O presidente do Coren, Claudio Alves Porto, não soube dizer quantas denúncias terminam em punições para os enfermeiros. "Em todos os casos é instaurado procedimento administrativo. O profissional e a instituição são investigados e têm direito à defesa.
Se comprovada falha na instituição, a denúncia é levada ao Ministério Público. Se o erro é do profissional, ele é punido." Porto culpa a escalada de erros de enfermeiros e técnicos e auxiliares de enfermagem à má formação.

NunKassab deixa de investir R$ 54 mi em educação

Valor é suficiente para construir 10 escolas; SP não usou toda a verba recebida de fundo nacional pela 3ª vez
A Prefeitura de São Paulo recebeu, mas não conseguiu investir no ano passado, recursos suficientes para construir mais de dez escolas. A verba é proveniente do fundo nacional de educação.
Segundo o demonstrativo publicado no sábado no "Diário Oficial", a gestão Gilberto Kassab (DEM) deixou de gastar R$ 54 milhões do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), montante equivalente a 5% do total recebido pela rede no fundo.
É o terceiro ano consecutivo que os recursos não são inteiramente aplicados. E os valores têm crescido.
No Fundeb, Estados e municípios destinam parte de suas receitas ao fundo. Depois, é feita uma distribuição do montante, com base nas matrículas. A capital paulista tem uma das redes que mais recebem recursos no país.
TERRENOS
A Secretaria de Educação informou que os R$ 54 milhões deveriam ser gastos na construção de escolas, mas houve problemas no plano, principalmente para se encontrar terrenos.
A pasta busca oito espaços para construir escolas de ensino infantil (etapa com deficit de 165 mil vagas) e cinco terrenos para o ensino fundamental (para desafogar as unidades já existentes). Cada escola do fundamental custa por volta de R$ 4,5 milhões.
A secretaria diz ainda que, sanadas essas dificuldades, os recursos serão investidos.
"Com os problemas que temos na cidade, é inadmissível deixar recursos parados", afirmou o vereador Antonio Donato (PT). "Já faz cinco anos que eles culpam a falta de terrenos. O que falta é planejamento e vontade."
Membro do conselho nacional de acompanhamento do Fundeb, Cesar Callegari disse que em todo o país as redes encontram dificuldades para achar terrenos e problemas com obras. Para ele, porém, falta também planejamento dos gestores.
O Tribunal de Contas, na análise dos gastos da prefeitura paulistana em 2009, cobrou "utilização mais efetiva dos recursos do Fundeb". Mesmo com a crítica, as contas foram aprovadas.
A lei do fundo prevê que até 5% do montante recebido podem ficar para o ano seguinte, desde que sejam gastos no primeiro trimestre.

Brasil, na tv americana


*comtextolivre