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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, dezembro 31, 2014


agente da ditaduraO Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo denunciou à Justiça Federal quatro agentes da ditadura militar pela tortura e assassinato do jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, em 19 de julho de 1971, nas dependências do DOI-Codi da capital paulista.
Os acusados são o ex-comandante do DOI, o famigerado coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, o delegado aposentado Aparecido Laertes Calandra e o delegado da Polícia Civil de São Paulo Dirceu Gravina. Todos são denunciados por homicídio doloso qualificado (quando há intenção de matar). Segundo o MPF, os três, “com outras pessoas até agora não totalmente identificadas, mataram a vítima Luiz Eduardo da Rocha Merlino, por motivo torpe, com o emprego de tortura e por meio de recurso que impossibilitou a defesa do ofendido”. Além deles, o médico legista Abeylard de Queiroz Orsini é acusado de falsificar o laudo necroscópico de Merlino, que afirmava que o jornalista havia morrido vítima de atropelamento.
Além da prisão dos acusados, o Ministério Público também pede o cancelamento de suas aposentadorias, o afastamento imediato de Dirceu Gravina de suas funções na Polícia Civil e a suspensão da licença médica de Abeylard de Queiroz Orsini.
Crimes contra a humanidade
Segundo o MPF, o assassinato de Luiz Eduardo Merlino é caracterizado como um crime contra a humanidade e, por isso, não prescreve nem pode ser anistiado.
Para Ângela Mendes de Almeida, ex-companheira de Merlino, “o significado dessa ação para a família é importantíssimo. Na verdade, era esse tipo de ação, uma denúncia criminal, que queríamos desde o início, quando movemos o primeiro processo na área cível, em 2008. Um crime, um homicídio, ainda mais decorrente de tortura até a morte, tem que ser punido criminalmente”.
Luiz Eduardo da Rocha Merlino tinha 23 anos quando foi assassinado. Nascido em Santos (SP), em 18 de outubro de 1948, era estudante de história na USP e militante do Partido Operário Comunista (POC). Preso em 15 de julho de 1971, Merlino foi levado ao DOI-Codi de São Paulo, onde foi barbaramente torturado, vindo a morrer em decorrência dos graves ferimentos.
Revisão da Lei de Anistia
Mais de 200 investigações já foram abertas pelo MPF para apurar casos de crimes políticos cometidos contra opositores da ditadura e, desde 2011, foram ajuizadas nove ações penais contra 22 agentes da repressão acusados de sequestros, torturas, assassinatos e desaparecimentos de presos políticos.
Porém, devido à interpretação de que a Lei da Anistia se estende também aos agentes do Estado, até hoje nenhum torturador foi punido, apesar de a Corte Interamericana de Direitos Humanos ter condenado o Brasil a investigar e punir as violações cometidas durante o período, as quais não seriam passíveis nem de anistia nem de prescrição.
Além disso, mesmo após a criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV), uma série de dificuldades são impostas pelas Forças Armadas para que a verdade sobre os crimes cometidos durante a ditadura seja revelada, como prova a ordem do comandante do Exército, general Enzo Peri, que proíbe, na prática, os quartéis de colaborar com as investigações
Essa resistência por parte do Exército, e também da mídia burguesa, legitima a prática da tortura existente até hoje nos presídios e delegacias de nosso país e reforça a impunidade.
A menos de três meses do fim dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, previsto para dezembro deste ano, é preciso aumentar a pressão pela revisão da Lei da Anistia, o apoio às ações do MPF no sentido de levar a julgamento os responsáveis pelas torturas, assassinatos e desaparecimentos durante a ditadura militar, além de promover movimentos e ações de massa pela memória, verdade e justiça.
Redação Rio
*AVerdade

terça-feira, dezembro 30, 2014

E a “grande mídia” só se preocupa com a Petrobras: Crise da água faz Sabesp perder R$7,1 bilhões na Bovespa


Sabesp20_NY
A Sabesp fez festa em Nova Iorque.
Até o dia 16 de dezembro, ação da empresa registrava desvalorização de 37,31% desde o início do ano.
Eduardo Vasconcelos, via Portal Terra
Assim como o nível de capacidade do Sistema Cantareira, que continua caindo quase que diariamente, o desempenho da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) na Bolsa tem descido ladeira abaixo ao longo deste ano. As ações da empresa acumulam, até dia 16 de dezembro, desvalorização de 37,31%, o que representa uma perda de R$7,1 bilhões em valor de mercado, de acordo com dados da consultoria Economatica.
Esse resultado é quatro vezes superior à baixa do Ibovespa, principal índice da Bolsa, que registra queda de 8,74% no ano até a mesma data.
Os papéis da empresa paulista já tinham, desde o início do ano, desvalorizado 20,26% no dia 3 de fevereiro, a primeira segunda-feira e dois dias após o governo estadual anunciar um desconto na conta de água para moradores de regiões atendidas pelo Sistema Cantareira, em crise em função do baixo nível de chuvas nas represas que compõem o manancial.
No dia 1º de fevereiro, data do anúncio, o manancial que atende parte da capital e da região metropolitana operava com 21,9% de sua capacidade, bem abaixo da média para o mês, superior a 50%.
“Diferentemente do Ibovespa, quando o índice se recuperou antes das eleições, a Sabesp já vinha caindo ao longo do ano”, diz Fernando Góes, analista da Clear Corretora. “Boa parte disso [queda do índice] é de um mês para cá. A oscilação da Sabesp é anterior a isso.”
Os ativos da empresa até apresentaram ligeira recuperação, mas logo voltaram a cair. No dia 1º de abril, quando o governo ampliou o desconto na conta de água para 31 cidades abastecidas pelo Cantareira, a ação da companhia registrava queda de 18,71%. No dia 12 do mesmo mês, quando o manancial atingiu 12% de sua capacidade, estabelecendo até então um recorde negativo histórico, os papéis ampliavam as perdas para 20,91%, ante ligeira alta de 0,17% do Ibovespa.
Volume mortoA retirada das primeira e segunda cotas do volume morto deram sobrevida ao manancial, mas não resolveram os problemas da Sabesp no mercado de capitais.
No dia 15 de maio, data da retirada da primeira cota do volume morto, enquanto o Ibovespa acumulava alta de 4,56% no ano, os papéis da Sabesp registravam desvalorização de 17,06%.
Já no dia 24 de outubro, quando o Cantareira passou a contar oficialmente com o volume retirado da segunda reserva técnica, a ação da companhia tinha queda de 28,20%.
As perdas no mercado acionário continuaram se ampliando, inclusive após o governador Geraldo Alckmin anunciar, no último dia 11, o presidente do Conselho Mundial de Águas, Benedito Braga, para a pasta de Saneamento e Recursos Hídricos, em substituição a Mauro Arce.
CriseA crise hídrica que atinge as represas paulistas impactou o desempenho da Sabesp na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). Apesar disso, as perdas da companhia paulista são inferiores às da Petrobras, que está envolvida no esquema de pagamento de propina investigado pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.
As ações ordinárias e preferenciais (sem direito a voto) da petroleira caíram 43,61% e 41,58%, respectivamente, até 16 de dezembro. O valor de mercado da estatal passou de R$214,6 bilhões para R$117,2 bilhões, o que representa uma perda de R$97,3 bilhões.
Embora mais modesta, a perda da Eletrobras – outra empresa que sofre com a falta de chuvas, uma vez que o nível baixo dos reservatórios das hidrelétricas obriga a estatal a recorrer às termoelétricas, que produzem energia mais cara – é de R$1,76 bilhão, com os papéis preferenciais e ordinários caindo 27,33% e 7,35%, respectivamente.
Segundo a Economatica, a Sabesp iniciou o ano com um valor de mercado de R$18 bilhões, caindo para R$10,9 bilhões até 16 de dezembro. “Lá pelo meio do ano já se tinha uma indicação de que seria ruim manter [a ação da Sabesp] em carteira. Neste momento, eu certamente não recomendaria comprar”, diz Góes.
No terceiro trimestre deste ano, a companhia lucrou R$91,5 milhões, resultado 80,7% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Leia também:
“Oh, happy days”: A festa da Sabesp em Nova Iorque e a falta de água em São Paulo
Ações virando pó: Tem propina e corrupção na Sabesp?
Alckmin torra R$87 milhões em propaganda inútil da SabespLava-Jato: Sabesp, Copasa e Metrô/SP tiveram negócios intermediados por YoussefGoverno Alckmin restringe direito a água e a informação à populaçãoDilma socorre São Paulo para acabar com a situação crítica da falta d’água no estado

*Limpinhocheiroso



Escândalo: Senador Álvaro Dias lucrou R$ 37 milhões com propina da CPI da Petrobras

O falecido, ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra e o Senador Londrinense (PR), Álvaro Dias
Segundo informações vazadas por fontes próximas a procuradores que conduzem a Operação Lava Jato, o senador Álvaro Dias está sendo investigado, pela compra de uma área no Rio de Janeiro por R$ 3 milhões e, meses depois, vendeu à Petrobrás pelo incrível valor de R$ 40 milhões. O Fato está sendo investigado em segredo de justiça, pelo fato do parlamentar ter foro especial por prerrogativa de função — conhecido coloquialmente como foro privilegiado.

Segundo o que foi repassado o falecido deputado federal Sérgio Guerra (PE), ex-presidente do PSDB, e "um tucano de Londrina" enterraram a CPI do Senado sobre a estatal em 2009, em troca da propina de R$ 10 milhões de reais. Ambos deixaram a CPI de forma surpreendente, em protesto contra o que seria um "jogo de cartas marcadas". Sem a presença deles, a CPI não foi adiante.

Dinheiro da Propina

Com os R$ 10 milhões a dupla "racharam" a propina, e segundo informações, dos R$ 5 milhões repassados ao Senador Álvaro Dias, R$ 3 milhões foram aplicados em uma área no Rio de Janeiro que esta sendo investigado pelo MPF. Segundo que foi levantado o preço foi superfaturado em 33 vezes, e vendido a Petrobrás na época que o diretor de abastecimento da estatal era Paulo Roberto Costa, pivô da Operação Lava Jato.

Espólio do ex-presidente do PSDB

O espólio de Sérgio Guerra deve entrar no alvo de investigação do a atuação do Ministério Público e da Polícia Federal. A confirmação do recebimento de propina já leva a direção da Petrobras a estudar um pedido de bloqueio de bens como forma de ser ressarcida.

Um dos mais ricos haras do país, o haras Pedra Verde, em Limoeiro (PE), é um dos bens deixados pelo tucano, com mais de 200 cavalos de raça, inclusive campeões nacionais da racha Manga-Larga Marchador. Veterinários, geneticistas e 40 outros funcionários trabalham no Haras Pedra Verde. Para os investigadores da Lava Jato, o Pedra Verde também seria uma sofisticada lavanderia de comissões, inclusive por meio de vultosas transações de exportação e importação de cavalos.

Palco de refinadas apresentações de produtos premiados e de leilões milionários, o Haras Pedra Verde valeria perto de R$ 200 milhões (cavalos, laboratório, instalações e fazenda), mas foi omitido da declaração de Imposto de Renda de Sérgio Guerra ao eleger-se senador, em 2002, atribuindo à Pedra Verde um valor irrisório de R$ 22 mil, além de declará-la como "terra nua", ou seja, sem qualquer tipo de benfeitorias ou construções.

A coleção de arte contemporânea do falecido presidente do PSDB também chamou atenção do MPF e da PF. Alí estão obras de Cícero Dias, Cândido Portinari, Vicente do Rêgo Monteiro, Di Cavalcanti, Gilvan Samico, Carybé, Manabu Mabe, Djanira e Tarsila do Amaral, em valores que chegariam à casa dos R$ 20 milhões e que teriam sido, na maioria das vezes, compradas em galerias do Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. Haveria pelo menos um caso, em que uma tela de Ismael Nery, orçada em quase R$ 2 milhões, teria sido adquirida por uma empreiteira baiana para adornar as paredes do apartamento de cobertura da família Guerra na orla do Recife.

Há, também, dezenas de imóveis, uma frota de automóveis de luxo, entre eles vários modelos BMW, além de jóias, aplicações financeiras em bancos e prováveis contas já sendo rastreadas em paraísos fiscais, como Liechtenstein e Suíça. Com a morte de Guerra, seus herdeiros deverão enfrentar a ação indenizatória da União movida pelo Ministério Público Federal.

Falecido em 6 de março deste ano, o ex-presidente do PSDB foi um dos mais radicais opositores dos governos Lula e Dilma. Nos anos 1980, Guerra, porém, foi apontado como um dos integrantes da quadrilha que desviava recursos públicos e beneficiava empreiteiras, na Comissão do Orçamento do Congresso Nacional. Relator do Orçamento da União também no final dos anos 80, Sérgio Guerra chegou a viajar num jato Dassault Falcon da Construtora Camargo Correia para Londres, onde teria se hospedado em uma luxuosa propriedade do falecido empreiteiro Sebastião Camargo. Ele estava acompanhado de toda família e por duas semanas teria frequentado restaurantes e lojas de grifes de luxo na capital inglesa. Guerra foi o único parlamentar a escapar da guilhotina que vitimou parlamentares influentes como Genebaldo Correia, Manoel Moreira, Cid Carvalho e Pinheiro Landim, além do líder do grupo, João Alves.
Dias segurando seu cão da raça
Dias segurando seu cão da raça "Poodle".
Álvaro Dias

O tucano Álvaro Dias do Paraná foi escolhido por José Serra (PSDB) em 2010 para ser o vice na chapa para presidência. Detalhe: Álvaro Dias está sendo processado por usar cavalaria da PM contra professores e ainda é acusado de crime contra a administração pública. Conheça um pouco a ficha do senador:

O senador Álvaro Dias está sendo processado por uso da cavalaria da PM contra professores. Também é acusado de crime contra a administração pública, movidas pelo Supremo Tribunal Federal. (Veja a petição: Pet/4316 — Veja no STF. Situação atual: 09/02/2009 — Baixa dos autos em diligência, Guia nº 276/2009, Ofício nº 215/SEJ, à Superintendência Regional do Departamento de Policia Federal no Distrito Federal.

A operação Castelo de Areia tem documento em que mostra que, as construtoras Camargo Corrêa e a Norberto Odebrecht doou R$50 mil para o tucano Álvaro Dias (PSDB-PR).

Álvaro Dias (PSDB-PR) não declarou R$ 6 milhões à Justiça Eleitoral... Já prestou contas?

revista Época mostrou que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) omitiu de sua declaração de bens à Justiça Eleitoral R$ 6 milhões em aplicações financeiras.

Em 2006, Dias informou que tinha um patrimônio de R$ 1,9 milhão dividido em 15 imóveis: apartamentos, fazendas e lotes em Brasília e no Paraná. O patrimônio dele, porém, era pelo menos quatro vezes maior.

A omissão desses dados à Justiça Eleitoral é questionável, mas não é ilegal. A lei determina apenas que o candidato declare "bens". Na interpretação conveniente, a lei não exige que o candidato declare "direitos", como contas bancárias e aplicações em fundos de investimento.

Álvaro Dias diz que o dinheiro não consta em sua declaração porque queria se preservar. "Não houve má intenção", afirma.

O dinheiro não declarado seria fruto da venda de uma fazenda de 36 hectares em Maringá (PR) por R$ 5,3 milhões. As terras, presente de seu pai, foram vendidas em 2002. O dinheiro rendeu em aplicações, até que, em 2007, Álvaro Dias comprou um terreno no Setor de Mansões Dom Bosco, em Brasília, uma das áreas mais valorizadas da capital. No local, estão sendo construídas cinco casas, cada uma avaliada em cerca de R$ 3 milhões.

Quem se lembra do assessor de Álvaro Dias, André Eduardo da Silva Fernandes?

Foi o receptador de informações furtadas da Casa Civil da Presidência da República, entregue à revista Veja, para forjar um falso dossiê de despesas de FHC, com o objetivo de derrubar a ministra Dilma Rousseff.

Pois André Fernandes, além de assessorar Álvaro Dias, também servia ao Governo de José Roberto Arruda (ex-DEM/DF). Em 2007, foi nomeado pelo Governo do Distrito Federal, membro do conselho fiscal da CEB (Companhia Energética de Brasília), estatal do Governo do Distrito Federal. Álvaro Dias, igual a José Serra: Mandam bater em professores.
*comtextolivre

95% dos brasileiros aprovam o Mais Médicos

95% da população está satisfeita com o Mais Médicos e 85% diz que o atendimento melhorou muito desde a implantação do programa

mais médicos cubanos saúde brasil
Maioria dos profissionais do Mais Médicos são de origem cubana. Profissionais foram destinados para onde brasileiros não quiseram ir (divulgação)
Programa Mais Médicos, do governo federal, completou um ano, nesta semana, desde que os primeiros profissionais começaram a atuar. Uma pesquisa inédita mostra: 95% da população atendida e entrevistada diz estar satisfeita com a atuação dos médicos, com notas acima de 8 para os profissionais, e 86% avalia que o atendimento melhorou muito.
“O programa Mais Médicos efetivamente está garantindo mais acesso, qualidade e mais humanização no atendimento. E essa pesquisa confirma que aqueles que usam o Programa Mais Médicos, na periferia de grandes cidades, no interior do país, na Floresta Amazônica, no sertão nordestino, estão muito satisfeitos com o médico”, disse o ministro da Saúde Arthur Chioro, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (04).
A pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) entrevistou 4 mil pessoas em 200 municípios que contam com os médicos do programa, entre junho e julho deste ano.
A grande maioria (96%) afirmou que os profissionais são competentes e 90% aprovaram o tratamento durante o atendimento.
Um total de 84% dos entrevistados revela estar satisfeito com a duração da consulta médica, 83% vê uma melhoria nos esclarecimentos sobre os problemas de saúde e 80% estão contentes com o acompanhamento do paciente pelo mesmo profissional. Além disso, os usuários observaram que foram informados sobre outras formas e prevenção e ação: 67% receberam recomendações de alimentação e 56% de atividades físicas.
Em perguntas espontâneas, os entrevistados levantaram os pontos fortes do Programa Mais Médicos: 56% afirmaram que aumentou o atendimento e número de consultas, 33% ressaltaram a presença de médicos todos os dias nas unidades básicas e 37% elogiaram os médicos como atenciosos.
Apenas 2% considera que o Programa está pior do que o esperado, contra 74% que acredita estar melhor, e 19% acha que está como se esperava.

Mais formação

Junto com a apresentação da pesquisa, o ministro da Saúde anunciou, ao lado do ministro da Educação Henrique Paim, o terceiro eixo do Programa: 39 municípios receberão cursos de Medicina, ampliando também a área de especialização, com as residências médicas.
As cidades escolhidas têm 70 mil habitantes, não dispunham de curso superior para médicos, localizadas em 11 estados do país e nenhum dos municípios é capital. A intenção é oferecer a formação em regiões que necessitam do curso, mas que tenham estrutura da rede de saúde para realizar as atividades práticas, sobretudo no programa de residência.
Uma das condições para instituições de ensino superior receberem os cursos é realizar investimentos na rede de saúde.
O anúncio é parte da previsão de criar, até 2017, mais 11,5 mil vagas de graduação e 12,4 de residência, com foco na valorização da Atenção Básica e outras prioritárias para o Sistema Único de Saúde (SUS). Novas faculdades serão instaladas em regiões do Norte e Nordeste e em cidades do interior do país.
Desde a criação do Mais Médicos, os cursos de Medicina estão, em sua maioria, em municípios do interior: 11.269 vagas, diante de 10.045 em capitais. Antes, até 2012, as capitais tinham a maior oferta de vagas de graduação de médicos.
*Pragmatismopolitico

PETROBRAS VETA CONTRATOS COM AS MEGAEMPREITEIRAS

Foto: Imprensa/ Agência Petrobras (20/05/2013): Discurso de Graça Foster, presidente da Petrobras
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários, Petrobras informa que não realizará contratos futuros com 23 empresas investigadas pela Operação Lava Jato; decisão da companhia sinaliza que Graça Foster foi ainda mais dura do que o próprio juiz Sergio Moro, uma vez que o veto se estende a empresas que, até agora, vêm sendo misteriosamente blindadas pela investigação, como a Odebrecht e a Andrade Gutierrez; lista inclui ainda gigantes como OAS, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa


247 - As maiores empreiteiras do País estão impedidas de realizar contratos futuros com a Petrobras. A decisão foi comunicada à Comissão de Valores Mobiliários, na noite desta segunda-feira, pela companhia.
Graça Foster, presidente da Petrobras, foi ainda mais rigorosa do que a força-tarefa do juiz Sergio Moro, do Paraná. Sua decisão impede a realização de contratos com empreiteiras que também foram delatadas pelo doleiro Alberto Yousseff e por Paulo Roberto Costa, mas que, misteriosamente, ainda não foram punidas na Lava Jato.
São elas a Odebrecht, que pagou propina de US$ 23 milhões a Paulo Roberto Costa, e a Andrade Gutierrez, que seria a mais ligada ao lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano. Sócia do governo mineiro na Cemig, a Andrade Gutierrez foi a principal doadora de campanha do tucano Aécio Neves. A Odebrecht, segundo anotações apreendidas pela Polícia Federal, também teria procurado Aécio para esfriar a CPI da Petrobras.
Outras empreiteiras atingidas pela decisão da Petrobras foram as empresas até agora punidas pela equipe de Sergio moro, como Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, OAS, Engevix, Galvão Engenharia, UTC e Mendes Junior.
Segundo a estatal, o objetivo é "resguardar a companhia e suas parceiras de danos de difícil reparação financeira e de prejuízos à sua imagem". A Petrobras informou ainda que vai notificar as empresas do bloqueio e "respeitará o direito ao contraditório e à ampla defesa".
A decisão não tem prazo de validade e não atinge os contratos em vigor. Vale apenas para negociações futuras. Caso não se encontre uma solução para o impasse, a Petrobras abrirá espaço para novos fornecedores nacionais ou internacionais.
Leia, abaixo, o comunicado da Petrobras:
Rio de Janeiro, 29 de dezembro de 2014 – Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras informa que, em reunião da sua Diretoria Executiva realizada hoje, foi aprovada a constituição de Comissões para Análise de Aplicação de Sanção (CAASE) e o bloqueio cautelar de empresas pertencentes aos grupos econômicos citados como participantes de cartel nos depoimentos do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e do Sr. Alberto Youssef prestados, em 08 de outubro de 2014, em audiência na 13ª Vara Federal do Paraná, bem como nos depoimentos prestados no âmbito do acordo de colaboração premiada do Sr. Julio Gerin de Almeida Camargo (Grupo Toyo) e do Sr. Augusto Ribeiro de Mendonça Neto (Grupo Setal), que a Petrobras teve acesso em 03 de dezembro de 2014, todos deferidos como prova emprestada pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR, e que indicam, como participantes de cartel, os seguintes grupos econômicos: 

1)    “Alusa”
2)    “Andrade Gutierrez” 
3)    “Camargo Corrêa”
4)    “Carioca Engenharia”
5)    “Construcap”
6)    “Egesa”
7)    “Engevix”
8)    “Fidens”
9)    “Galvão Engenharia”
10)     “GDK”
11)     “IESA”
12)     “Jaraguá Equipamentos”
13)     “Mendes Junior” 
14)     “MPE”
15)     “OAS”
16)     “Odebrecht”
17)     “Promon” 
18)     “Queiroz Galvão”
19)     “Setal”
20)     “Skanska”
21)     “TECHINT”
22)     “Tomé Engenharia” 
23)     “UTC”

A constituição das CAASEs de acordo com o critério acima referido e o bloqueio cautelar levam em consideração, além dos depoimentos acima mencionados, a fase 7 da “Operação Lava Jato”, deflagrada em 14 de novembro de 2014, com a prisão de executivos e ex-executivos de empresas e o recebimento pelo Poder Judiciário, entre 12 e 16 de dezembro de 2014, das denúncias feitas pelo Ministério Público Federal (ações penais) por crimes em desfavor da Petrobras decorrentes das investigações da “Operação Lava Jato”.

As referidas empresas serão temporariamente impedidas de serem contratadas e de participarem de licitações da Petrobras. 

A adoção de medidas cautelares, em caráter preventivo, pela Petrobras tem por finalidade resguardar a Companhia e suas parceiras de danos de difícil reparação financeira e de prejuízos à sua imagem. 

A Companhia notificará as empresas do bloqueio cautelar e respeitará o direito ao contraditório e à ampla defesa.

Por fim, a Petrobras reitera seu compromisso pela ética e transparência nos seus negócios e a necessidade de adoção de medidas de compliance consolidadas no Manual do Programa Petrobras de Prevenção da Corrupção (PPPC), que trata expressamente da aplicação de sanções às empresas fornecedoras que não atuarem de forma condizente com o Código de Ética e os demais itens do próprio PPPC. 

O jornal britânico “Financial Times” publicou uma reportagem nesta segunda-feira (29) em que afirma que a corrupção não pode ser aplicada somente ao Partido dos Trabalhadores.

Financial Times, sobre o trensalão tucano: “Constrange o PSDB”

 do SPressoSP

Reportagem do jornal britânico evidencia que a imprensa internacional tem dedicado mais espaço ao esquema de corrupção na Petrobras, mas “outro escândalo de longa data envolvendo o sistema ferroviário suburbano de São Paulo também está chegando a um ponto crítico
PROPINODUTO
Por Redação
O jornal britânico “Financial Times” publicou uma reportagem nesta segunda-feira (29) em que afirma que a corrupção não pode ser aplicada somente ao Partido dos Trabalhadores. A matéria cita a suposta formação de cartel na compra de trens envolvendo governos do PSDB em São Paulo. De acordo com o veículo, a acusação “constrange o PSDB, que governa o estado de São Paulo há 20 anos”.
A reportagem também evidencia que, ao publicar reportagens referentes ao Brasil, a imprensa internacional tem dedicado espaço ao esquema de corrupção na Petrobras, o que atinge, principalmente, os partidos da base aliada do governo federal. “Mas, ainda que receba menos atenção, outro escândalo de longa data envolvendo o sistema ferroviário suburbano de São Paulo também está chegando a um ponto crítico”, diz o jornal.
Ainda segundo o Financial Times, “o escândalo ferroviário de São Paulo, que poderia se estender por 15 anos de governos do PSDB entre 1998 e 2013, mostra que a corrupção nos contratos públicos é um problema brasileiro, e não um desafio de apenas um único partido

”*GilsonSampaio

A liberdade de expressão está garantida na Constituição. Falta agora assegurar a pluralidade de informação.

Ary Fontoura e a arte do senso comum

É de Pirar o Cu!
"O governo do PT é o pior governo que já passou pelo Brasil. Resta saber para quem. Essa é a pergunta que deixo para Ary Fontoura que, se preferir, pode até interpretar no palco a sua resposta", diz o jornalista Marco Piva; "A liberdade de expressão está garantida na Constituição. Falta agora assegurar a pluralidade de informação. Uma carta com esse pedido especial o ator global poderia enviar para a família Marinho"

Por Marco Piva, na Carta Maior
Não é de hoje que artistas mostram suas preferências políticas e, a partir de sua condição pública, dizem coisas mais sérias e ajudam, bem como podem escorregar e não passarem de ventríloquos do senso comum. Parece ser este o caso de Ary Fontoura que pediu, em postagem nas redes sociais, a renúncia de Dilma Roussef. Apesar de deixar claro a que tipo de renúncia se referia, o que faz no final do texto, o ator global desfia uma série de jargões que não fariam feio na boca do mais despolitizado dos brasileiros em conversa de botequim.

Como explicar, então, que uma pessoa com longa vida profissional e a vivência do teatro, local de excelência para o exercício da cultura, faça o papel de reprodutor inocente de frases comuns? Vejamos algumas delas.

(...) renuncie à falta de vergonha e aos salários elevados de muitos parlamentares (...) renuncie ao apadrinhamento político, aos parasitas, ao nepotismo; renuncie aos juros altos, aos impostos elevados, à volta da CPMF; renuncie à falta de planejamento, à economia estagnada; renuncie ao assistencialismo social eleitoreiro; renuncie à falta de saúde pública, de educação, de segurança (Unidade de Polícia Pacificadora não é orgulho para ninguém); renuncie ao desemprego; renuncie à miséria, à pobreza e à fome; renuncie aos companheiros políticos do passado, a velha forma de governar e, se necessário, renuncie ao PT”.

Ao juntar alhos com bugalhos, em nome de uma suposta indignação que teria atingido “200 milhões de brasileiros” pelo quais diz falar, Ary Fontoura perde a grande chance de colocar os pingos nos “is”. O pedido de “renúncia” à falta de vergonha e aos salários elevados de parlamentares, bem como aos parasitas, ao nepotismo e à velha forma de governar, caberiam bem numa ampla e profunda reforma política, expressão que não sai da boca do ator em nenhum momento. Esse tipo de reclamação óbvia continua quando pede a “renúncia” aos juros altos, aos impostos elevados, à volta da CPMF, combinando com a “renúncia” à falta de planejamento, à economia estagnada. Mais uma vez, nenhuma palavra, sequer um miado, sobre a estrutura econômica vigente no Brasil há décadas, há séculos, e que para ser enfrentada exige exatamente um tipo de governo que ele não quer, embora nos anos de chumbo tenha flertado com a rebeldia de esquerda.

Merecem destaques as “renúncias” ao assistencialismo social eleitoreiro (bolsa-família, é claro), ao desemprego (onde ele vê isso, não sei), à miséria, à pobreza e à fome. Certamente seu olhar não passa do morro do Corcovado ou da ilha da fantasia Projac, onde aluga, como qualquer trabalhador, sua mais-valia às Organizações Globo, o maior conglomerado de comunicação brasileiro e que amealhou bilhões em verbas federais de publicidade entre 2000 e 2013. Cabe aqui, literalmente, a frase que se tornou popular nos discursos do ex-presidente Lula: nunca antes na história desse país se combateu tanto a miséria, a fome, a pobreza e o desemprego. Mas, isso não consta na indignação seletiva de Fontoura.

O “grand finale” vem do seu pedido à Dilma para que renuncie “aos companheiros políticos do passado, a velha forma de governar e, se necessário, renuncie ao PT” e “se permita que a sua história futura seja coerente com o seu passado”. Muito interessante. Dê banho na criança, jogue ela fora junto com a água suja e você terá um ser limpinho e cheiroso. Ou seja, passe uma esponja em tudo o que você acreditou e acredita que esta é a melhor forma de construir o futuro. Claro que ele se refere ao futuro na narrativa da mídia conservadora, da oposição golpista e dos interesses internacionais que não suportam uma soberania brasileira ativa e altiva.

O governo do PT é o pior governo que já passou pelo Brasil. Resta saber para quem. Essa é a pergunta que deixo para Ary Fontoura que, se preferir, pode até interpretar no palco a sua resposta. A liberdade de expressão está garantida na Constituição. Falta agora assegurar a pluralidade de informação. Uma carta com esse pedido especial o ator global poderia enviar para a família Marinho.