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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, janeiro 29, 2015

Dono da arma que matou promotor na Argentina ‘tem vínculo’ com Clarín


Mais um fato intrigante se junta ao caso da morte do promotor argentino.
O homem que lhe emprestou o revólver que o matou, e que foi o último a vê-lo com vida, tem um vínculo com o Clarín, o grupo local que persegue ferozmente Cristina Kirchner.
Diego Lagomarsino, o dono da arma, é irmão de um diretor do escritório do advocacia que defendeu o Clarín no recente embate com o governo em torno da Lei de Mídia.
Num pronunciamento, Cristina Kirchner comentou ser estranho que esta informação não tivesse vindo à luz num episódio tão rumoroso.
O Clarín, numa nota oficial, negou que Diego Lagomarsino – que em seu twitter endereçou sempre duras críticas a Cristina – tenha qualquer vínculo com o jornal ou o escritório.
Um assessor de Cristina respondeu que isto apenas confirma a importância da informação – já que em nenhum momento foi dito que Diego tinha vínculos com o Clarín, mas sim seu irmão.
*replicante seletivo

Fidel Castro tem encontro com Frei Betto em Cuba

Líder cubano e teólogo brasileiro tiveram 'afetuoso' encontro, disse jornal.
Eles abordaram temas nacionais e internacionais na conversa.

Frei Betto e Fidel Castro durante encontro neste domingo (16) (Foto: Cubadebate/AFP)
Frei Betto e Fidel Castro durante encontro em
fevereiro de 2014 (Foto: Cubadebate/AFP)
O líder cubano Fidel Castro teve um “afetuoso” encontro com o teólogo brasileiro Frei Betto, um expoente da Teologia da Libertação na América Latina, informou o jornal oficial cubano “Granma” nesta quarta-feira (28).
“O companheiro Fidel e o destacado intelectual brasileiro Frei Betto tiveram na tarde de ontem (terça) uma amistosa conversa, no curso da qual abordaram vários temas nacionais e internacionais”, disse o jornal.
“O encontro aconteceu em um clima afetuoso, característicos das amplas e fraternais relações existentes entre Fidel e Betto”, acrescentou o diário, sem publicar fotos da reunião.
Os dois já haviam se encontrado outras vezes, sendo a última em fevereiro de 2014.
O encontro ocorreu um dia após Castro, de 88 anos e fora do poder desde 2006, romper seu silêncio sobre a histórica aproximação entre Cuba e Estados Unidos para declarar que ainda que desconfie de seu velho inimigo, não se opõe a esse passo, o que foi qualificado como um sinal positivo por Washington.
“Na prática, Betto se referiu a seu encontro com o Papa Francisco, ocorrido em 9 de abril do ano passado, e comentou sobre as conferências das quais participou durante sua atual temporada em Cuba”, disse o “Granma”.
O frade dominicano Carlos Alberto Libânio Christo, mais conhecido por Frei Betto, é autor de "Fidel e a Religião" (1985), livro que se baseia em uma longa entrevista com o então presidente de Cuba, que falou sobre sua formação pessoal e sua visão de religião.
O silêncio de Fidel sobre a histórica reconciliação entre EUA e Cuba, anunciada por seu irmão e sucessor Raul Castro e pelo presidente americano, Barack Obama, em 17 de dezembro, levantou rumores sobre sua morte no começo deste mês.
Além do silêncio, os rumores foram alimentados pela ausência do líder em público desde janeiro de 2014. Sua última foto foi publicada em agosto do ano passado.
*freibeto

Líder de la Revolución Cubana recibe al intelectual brasileño Frei Betto


Fidel y Frei Betto el domingo 16 de febrero de 2014.
Fidel y Frei Betto el domingo 16 de febrero de 2014.
El compañero Fidel y el destacado intelectual brasileño Frei Betto sostuvieron en la tarde de ayer una amistosa conversación, en el curso de la cual abordaron variados temas nacionales e internacionales.
En la plática, Betto se refirió a su encuentro con el Papa Francisco, efectuado el 9 de abril del pasado año, y comentó acerca de las conferencias que ha impartido durante su presente estancia en Cuba.
La entrevista se desarrolló en un clima afectuoso, característico de las amplias y fraternales relaciones existentes entre Fidel y Betto.

Marchinha da cantareira


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Marchinha de Carnaval 2015
De Flavio Rafaelli

rAInha Betinha contrata médicos uai

Para o Conselho de Medicina ler: Reino Unido contrata 3 mil médicos estrangeiros.

 Fernando Brito
indian
Está no The Guardian, para que o nosso corporativismo médico ficar com cara de tacho.
National Health System do Reino Unido, um ultra-mega-SUS num país em que a medicina privada é exceção, contratou, no ano passado, três mil médicos estrangeiros.
Vieram de pelo menos 27 países, incluindo a Índia, Polônia, Austrália e Grécia – e também do Iraque, Síria e Sudão.
Não que a coisa esteja muito bem por lá, não está.
As pressões, inclusive as dos médicos, para abrir o sistema a uma maior presença das empresas médicas são grandes.
Desde Margareth Tatcher cortou verbas e mudou as regras contratuais dos “GPs” (General Practitioner, o médico generalista por lá) elas vêm se acentuando .
Mas a essência pública do sistema permanece e o médico não é um “produto de mercado”, que tem seu preço específico.
E a “livre escolha” não é a regra, porque os médicos tratam segundo protocolos e critérios que são comuns à toda medicina.
E, claro, a todo paciente, seja rico ou pobre.
Até porque eles são iguais, ao menos do ponto da fisiologia, não é?
A ideia essencial da medicina privada não é a liberdade do paciente.
É a liberdade do dinheiro.
*Tijolaço