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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
terça-feira, maio 04, 2010
Ao Brasil interessa a prosperidade e a estabilidade de nossos vizinhos.
Lula exporta desenvolvimento e prosperidade para o Paraguai. Serra e Alckmin, por negligência, "exportaram" o PCC.
"Ao Brasil interessa a prosperidade e a estabilidade de nossos vizinhos. Não nos convém ser uma ilha de prosperidade num oceano revolto. Nossa cooperação será fundamental para derrotar a criminalidade, tenha ela a cara que tiver...
... Ou fazemos a integração da produção, do trabalho, da educação e da saúde para todos, ou a integração será a da ilegalidade, do crime do tráfico de drogas e de armas", afirmou o presidente Lula em seu discurso no encerramento do seminário Brasil-Paraguai: Perspectivas de Comércio e Investimentos na Fronteira, realizado nesta segunda-feira (3/5) em Ponta Porã (MS).
Os presidentes Lula e Lugo (do Paraguai) negociaram o pagamento de preços mais justos, pela cessão da energia de Itaipu não usada pelo Paraguai, resultando no aumento da receita de US$ 125 milhões para US$ 300 milhões. Esse acordo depende da aprovação do Congresso brasileiro.
O Brasil negocia também financiamento e construção de uma linha de transmissão que permitirá transportar energia elétrica até Assunção, acabando com as interrupções do fornecimento na capital e estimulando a industrialização do país.
O Presidente Lula explicou, no programa de rádio Café com o Presidente, que essas iniciativas concretas vão contribuir para irradiar a riqueza e fomentar o progresso do Paraguai, mesmo nas regiões mais pobres e isoladas de seu território, como a fronteira com o Mato Grosso do Sul, reduzindo a também a influência da criminalidade.
Quanto ao tráfico de armas e drogas, o presidente disse, em entrevista, defender uma política de corresponsabilidade entre países produtores, de trânsito e consumidores de drogas ilegais.
Entre as medidas já tomadas, há dez dias, a Polícia Federal renovou os termos de cooperação policial com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad) por mais dois anos. O Brasil tem prestado apoio logístico à Senad na erradicação de plantações de maconha. No ano passado, foram destruídos 1 mil hectares de plantações em território paraguaio e com isso foram evitados que cerca de 2 mil toneladas da droga chegassem ao Brasil.
No ano passado, foi iniciada a Operação Sentinela, mobilizando a Receita e polícias federais e estaduais para intensificar a fiscalização de pessoas, veículos, embarcações e mercadorias que circulam nas fronteiras dos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e Amazonas.
O governo investiu e continua investindo na aquisição de aviões não tripulados e com equipamentos de alta tecnologia, como câmeras de alta definição com visão noturna, para a vigilância de fronteiras.
Os dados vão permitir que as forças de segurança brasileiras possam identificar movimentações suspeitas de pessoas, veículos, barcos e aviões e fazer a abordagem instantaneamente.
O ministro da Justiça, Luiz Paulo Teles Barreto, anunciou que a vigilância das fronteiras serão reforçadas 11 postos da fronteiras, cada um com um contingente de 46 homens da Força Nacional de Segurança, para ficarem de prontidão na região, a postos para executarem operações. O investimento adicional será cerca de R$ 56 milhões.
“A partir daí, uma integração nacional inédita que vamos começar, então a um combate mais sistemático, envolvendo inteligência com relação a estes delitos”, disse o ministro.
As medidas visam conter o avanço da violência e das ações ma região do Primeiro Comando da Capital (PCC), para evitar que se repita o que aconteceu em São Paulo: a
facção criminosa foi criada e se expandiu dentro dos presídios de São Paulo, bem debaixo do nariz dos governos demo-tucanos de Covas, Alckmin e Serra. Por falta de uma política eficiente de Segurança pública naqueles governos, a organização criminosa só cresceu, expandiu-se para outros estados brasileiros e alcançou o Paraguai.
Segundo o ministro, a parceria com o Paraguai é a resposta rápida às expectativas das sociedade brasileira e paraguaia. “Com isso, vamos dar uma resposta muito concreta à entrada de ilegais nas nossas fronteiras. E aí, com as bases, o nosso interesse é em como empreender a cooperação com o país vizinho, a fim de combatermos, em conjunto, estes crimes que atingem os dois países”, disse.
Na semana passada, o senador paraguaio Roberto Acevedo, do Partido Liberal, foi alvo de um atentado na cidade de Pedro Juan Caballero, que fica na fronteira entre o Paraguai e o Brasil. Ele conseguiu escapar apenas com alguns ferimentos, mas dois de seus assessores morreram. Dois brasileiros supostamente membros do PCC foram presos acusados pelo crime.
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