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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 06, 2011

"cantor" Bruno, da dupla 'Bruno & Marrone', fez piada de mau gosto durante um show nos Estados Unidos



O cantor Bruno, da dupla 'Bruno & Marrone', fez piada de mau gosto durante um show nos Estados Unidos, sem a participação de Marrone, e indiretamente chamou as mulheres brasileiras de "piranhas".

Diante do público estrangeiro, o cantor soltou uma piada maldosa comparando os peixes brasileiros às mulheres. "Lá tá tendo muita piranha!", afirmou. Sem conseguir controlar o riso, ele solta mais um comentário ofensivo de que "as piranhas que saíram do país foram morar nos Estados Unidos".





Carta aberta para o cantor Bruno de uma "piranha" brasileira


por Reginna Sampaio @brazilpalestine


Sou mulher, mulher brasileira ,luso- afro-descendente e trabalhadora da periferia como tantas outras . Que acorda cedo , pega ônibus lotado , chega em casa tarde e cansada como tantas outras . Que dá duro para prover o lar e é “arrimo de família “ como tantas outras . Que já usou mini-saia , que já brincou o carnaval , já fez e recebeu juras de amor como tantas outras .

Sou uma mulher comum , uma mulher brasileira absolutamente comum . Das que chegam em casa cansada , faz comida , lava roupa e ainda faz faxina no fim de semana . Nunca queimei soutien mas faz tempo joguei o salto fora e minha coluna agradece por isso todos os dias .

Cresci na ditadura então pouca coisa me espanta . Já ouvi de tudo e sempre achei que nada absolutamente nada seria capaz de me ofender . Engano meu . Há sim coisas que são capazes de me ofender e me fazer protestar ainda mais quando vejo os mesmos fatos repetindo-se dia após dia .

E por tudo isso hoje estou aqui para perguntar : Quantos Rafinha Bastos existem no Brasil ?

Um só ? Milhares ? Milhões ? Onde eles estão ? Na tv , no humor, na música ou em todos os lugares ? O que eles pretendem ? Comecei a pensar nisso após ver o video onde o cantor sertanejo Bruno da dupla Bruno & Marrone faz piada com as mulheres brasileiras durante um show nos EUA .

O senhor disse : “ o homem quando gosta de uma mulher quer segura-la para o resto da vida ,.Ele quer segurar ela em casa pra lavar a roupa dele ,pra fazer comida pra ele ,pra ela limpar a casa ,pra sair tarde com os amigos e chegar bêbado em casa..e ela deitada ... “ É Bruno pode até ser que muitos homens brasileiros ainda queiram isso mas você esqueceu de perguntar se é isso que as mulheres querem . .. eu prefiro a Marcha da Vadias .

Lembrei ao ouvir isso de um antigo conceito : Moça de família . Aquela moça comportada e prendada que “servia para casar “ enquanto as outras , que não se enquadravam nesse conceito , serviam para “passar tempo” .

Deve ser pensando em “moças para passar o tempo “ que o senhor o no mesmo show disse : “ E lá ( no Brasil ) está tendo muita piranha . Lá tem tanta piranha que tá faltando jacaré pra comer as piranhas . Acredita ? Verdade ! A população de piranhas cresceu demais ,viu ,São Francisco ( EUA ) . As unicas piranhas que sairam de Lá ( do Brasil ) vieram morar nos EUA ... “

O senhor achou isso engraçado , uma piada ... acho que o Rafinha Bastos ao ver essa “piada” do referido cantor sertanejo , vai achar engraçado também . Aliás creio que os dois poderiam até fazer um “show de humor “ juntos .

Enquanto vocês, apesar do machismo explícito , continuarão a ganham rios de dinheiro eu vou continuar também . Vou continuar acordando cedo, pegando ônibus lotado, trabalhando muito ,chegando tarde e cansada em casa todos os dias e mantendo minha família com um salário que não é lá essas coisas ... Afinal sou uma piranha brasileira ...

Para lembrá-lo posto o vídeo que foi colocado como privado Youtube
*OniPresente


Sogro de Wanessa chama rafinha bastos de CRETINO


Americo Buaiz Filho
O pai de Marcus Buaiz, Americo Buaiz Filho,publicou no jornal Folha de Vitória, do qual é dono, uma carta aberta sobre o caso Rafinha Bastos. Nela, o empresário condena a piada do humorista envolvendo sua nora Wanessa, na qual dizia "Comeria ela e o bebê": “Como sogro, como pai, como avô, como empresário de comunicação e, principalmente, como cidadão, tenho crença de que a punição 'temporária' de não mais co-apresentar o CQC se torne permanente porque como telespectador foi um prazer não ver um cretino continuar se utilizando de um veículo de massa para satisfazer seu próprio ego”.


Leia na íntegra:
"Festejamos um tempo de novas tecnologias, de informações diversificadas e on line, do acesso ao mundo em tempo real. Assistimos uma geração crescer com novos referenciais (ou sem eles), alterando fronteiras, mas com dificuldades de perceber limites. A imagem frequentemente prevalece sobre a realidade e se projetam idealizações que nos fazem reféns de marcas, de comportamentos, do consumo compulsivo por tudo que nos é "imposto" pelo "outro" que toma um significado supervalorizado. Precisamos de ídolos que traduzam estas expectativas, que representem essa nova linguagem, essa nova forma de nos relacionarmos onde ferramentas como facebook e twitter são indispensáveis.

Rafinha Bastos surgiu (como mais um e de forma intensa) para responder essas demandas. Irreverente, sem papas na língua, fez da bancada do CQC a tribuna para falar o que pensa, sem medir qualquer conseqüência, e o que muitos gostariam de dizer. Tornou-se um fenômeno: acompanhado por milhões, capa de revistas, propagandista de sucesso de produtos voltados para os jovens. Foi de forma crescente liberando sua agressividade, seu potencial ofensivo e continuou sendo aplaudido e acreditando que fazer mais do mesmo seria uma fórmula para mantê-lo no “estrelato”. Travestido de crítico do politicamente correto e em nome do humor, se arvore o direito de romper qualquer limite de civilidade e transgredir o limiar do bom senso. Tal como um "viciado" que sente o prazer da droga, mas não consegue avaliar sua capacidade de destruição, seguiu atacando impunimente até que deu efetivas demonstrações de que perdeu o controle. Primeiro declarou que as "mulheres feias não teriam do que reclamar se estupradas e sim ficarem agradecidas". Depois e por último acrescentou ao comentário de Marcelo Tas de que Wanessa Camargo está muito bonitinha grávida que "comeria ela e o bebê. Eu não tô nem aí".

De uma só vez desrespeitou valores sagrados, agrediu mães no seu sublime sentimento de maternidade e pais que tem como missão cuidarem e preservarem seus esperados e indefesos bebês. Perdeu a dignidade, a compostura para não perder a piada infame e de mau gosto.Como sogro, como pai, como avô, como empresário de comunicação e, principalmente, como cidadão, tenho crença de que a punição "temporária" de não mais co-apresentar o CQC se torne permanente porque como telespectador foi um prazer não ver um cretino continuar se utilizando de um veículo de massa para satisfazer seu próprio ego. Os trapezistas não podem acreditar que voam e os criminosos têm que ser colocados à margem da sociedade.

Rafinha, você não está nem aí, mas nós estamos aqui!
http://protocolonerd.com.br/wp-content/uploads/2011/03/rafinha-bastos-manual-de-jornalismo.jpg

Americo Buaiz Filho"
*Yahoo

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