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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 07, 2011

Jimmy Carter: Obama precisa cumprir promessas feitas como Nobel da Paz

http://kogtraveler.com/wp-content/uploads/2010/01/100118_obama-turningcountryupside-down.jpg Carter: “Obama recebeu o prêmio antes de tudo
pelos compromissos que assumiu verbalmente.”
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“Espero que Barack Obama cumpra as promessas que fez na época em que ganhou o Nobel da Paz.” A frase pode parecer saída de um opositor feroz dos Estados Unidos, mas foi dita pelo ex-presidente Jimmy Carter na quinta-feira, dia 5. Carter, que foi laureado com o Nobel em 2002, fez a cobrança a Obama, premiado em 2009, em entrevista concedida à agência Reuters.
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“Ele recebeu o prêmio antes de tudo pelos compromissos que assumiu verbalmente, por ter se comprometido a assumir um papel de liderança e lidar com o aquecimento global, o problema da imigração, ampliar os direitos humanos, promover paz no Oriente Médio”, lista o ex-presidente norte-americano. “Espero que ele consiga realizar pelo menos parte dessas promessas.”
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Entre as críticas ao governo de Barack Obama, o ex-presidente dos EUA lista a postura com relação ao pleito da Palestina na ONU pelo reconhecimento da entidade. Jimmy Carter, que é favorável ao pedido da Autoridade Palestina, considera um “erro” a postura norte-americana de vetar a proposta no Conselho de Segurança da ONU. “Penso que isso é um engano, mas cabe ao presidente decidir”, afirmou.

Jimmy Carter recebeu o Nobel pelo papel que exerceu na mediação de conflitos e na promoção da democracia ao redor do mundo, em especial pelas atividades exercidas após deixar o governo dos EUA em 1981. Na entrevista, Carter manifestou também sua convicção de que Barack Obama será reeleito presidente dos EUA no ano que vem.
http://www.youthkiawaaz.com/wp-content/uploads/2011/07/syria-protests-2.jpg
O anúncio do Nobel da Paz de 2011 será feito nesta sexta. Segundo analistas, a possibilidade mais forte é de um prêmio homenageando a Primavera Árabe, onde manifestações populares levaram à queda de regimes autocráticos na Tunísia e no Egito. 
http://minnesota.publicradio.org/collections/special/columns/state-of-the-arts/content_images/Julian-Assange.jpg
Outros especulam que o prêmio pode ser entregue à União Europeia, enquanto há quem diga que Julian Assange, do grupo WikiLeaks (foto) pode ser o agraciado deste ano.




*MILITANCIAVIVA

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