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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 05, 2011

Meta de inflação. Neolibelês chutam fora da própria

Como se sabe, a Urubóloga é o mais notável expoente do pensamento Neolibelês (*) do Brasil.

Essa notável combinação de neo-liberalismo com passado esquerdismo (radical) não produziu nada tão fulgurante quanto o conjunto da obra urubóloga.

Nesse momento, no Bom Dia (?) Brasil (e na Grécia), ela dá aulas magnas em três minutos, com tabelas absolutamente inteligíveis.

(A perplexidade do  Chico Pinheiro e da Renata Vasconcellos são a prova de que é trivial acompanhar a sequência interminável de bissetrizes e hipotenusas.)

Como se sabe, ela é a última trincheira na defesa do Plano Real.

Nem o Farol de Alexandria tem tanto espaço e fôlego para defender sua obra.

E olha que o Farol quer condenar o PSDB (e o Brasil) a não ter uma única ideia que destoe do receituário neo-liberal dos Chicago Boys do Pinochet.

A Urubóloga escreveu uma obra-prima – “A Saga Brasileira” – em que se depreende: o Plano Real é Ela !

Nessa condição, ela é a guardiã das instituições que ela atribui a si mesma, ou seja, ao Plano Real.

Uma delas é o sistema de “metas inflacionárias”, tão utilizado no mundo quanto o sistema métrico decimal, mas que, aqui, se tornou monopólio dos tucanos – ou melhor dos Neolibelês e, logo, dela.

Sobre o sistema de metas inflacionárias, mostra o Delfim Netto, na pág. 2 da Folha (**), nesta quarta-feira a estratégia do Presidente do Banco Central, Alexandra Tombini, leva em conta:

“ … que se aceita alongar o cumprimento da meta de inflação para tentar manter um nível maior de proteção ao PIB e do emprego”.

Para a Urubóloga, Tombini é um herético, que será queimado na fogueira do PiG (***).

Clique aqui para ver que Delfim considera o neolibelismo (*) um instrumento do autoritarismo.


Paulo Henrique Amorim


(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
*PHA

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