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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 08, 2011

Nota da presidenta Dilma Rousseff às ganhadoras do Prêmio Nobel da Paz

A presidenta Dilma Rousseff divulgou hoje (8/10) nota oficial com cumprimento às ganhadoras do Prêmio Nobel da Paz – a presidenta da República da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, a ativista liberiana Leymag Roberta Gbowee e a jornalista iemenita Tawakkul Karman. Dilma Rousseff destacou a atuação delas na promoção da paz, democracia, liberdade e igualdade de gênero.
Confira abaixo a íntegra da nota:
Recebi, com grande satisfação, a notícia da outorga do Prêmio Nobel da Paz deste ano para a presidenta da República da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, para a ativista liberiana Leymag Roberta Gbowee e para a jornalista iemenita Tawakkul Karman.
Primeira mulher eleita presidenta em um país africano, Ellen Johnson Sirleaf tem contribuído, ao longo de toda sua vida pública, para a paz e o desenvolvimento da Libéria.
Sua compatriota, Leymah Roberta Gbowee, mobilizou mulheres de todas as etnias e religiões para enfrentar o regime de Charles Taylor, na Libéria, e contribuir para o fim da guerra civil em seu país.
Tawakkul Karman, por sua vez, tem trabalhado pela promoção da paz e da democracia e pelos direitos das mulheres no Iemen antes e durante a “Primavera Árabe”. Fundou, em 2005, a ONG “Women Journalists Without Chains”, grupo que tem tido atuação destacada na promoção da liberdade de imprensa naquele país.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil

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