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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 06, 2011

Parlamento Europeu apoia admissão da Palestina na ONU

Via Hora do Povo
O Parlamento Europeu, reunido no dia 29, aprovou uma resolução através da qual apoia o pedido de admissão do Estado da Palestina na ONU.
Os parlamentares europeus destacam na resolução que "o direito dos palestinos é inquestionável", assim como o direito de Israel e acrescentam a orientação de que os países atuem unidos "permaneçam unidos em sua atitude diante da demanda legítima do povo palestino".
Ao anunciar a aprovação da resolução, o presidente do Parlamento Europeu, esclareceu que o parlamento tem o "compromisso por uma solução que contemple dois Estados, um Estado de Israel e outro Estado independente da Palestina, vivendo lado a lado, com todas as garantias de paz e segurança".
O parlamento pediu ainda que Israel coloque o fim à construção de novas colônias em Jerusalém e na Cisjordânia.
O documento, aprovado por ampla maioria, reitera seu apoio à solução de dois Estados com base nas fronteiras de 1967 e com Jerusalém como capital de ambos, indicando ainda que as negociações diretas entre as partes envolvidas deveriam retornar imediatamente.
Segundo a informação do ministro palestino das Relações Exteriores, Ryad Al Maliki, oito membros do Conselho de Segurança da ONU já se comprometeram em apoiar o pedido de reconhecimento do Estado palestino como membro pleno da organização.
Seria necessário mais um apoio para que o pedido fosse aprovado no Conselho onde votam também, dentre os países da Europa, a França, Alemanha, Portugal, Bósnia e Inglaterra.

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