NOVO PODER DO BRASIL INCOMODA AS POTENCIAS COLONIAIS EUROPEIAS DECADENTES
'Para virar potência, Brasil não pode ‘ser amigo de todo mundo’, diz FT
'Os diplomatas brasileiros sabem que, conforme o país cresce como potência econômica, terá de se tornar mais assertivo sobre aquilo que defende', diz artigo'
'Se quiser se tornar uma potência global, o Brasil não poderá mais "ser amigo de todo mundo",
LONDRES - na
visão do Financial Times. O jornal britânico traz hoje artigo com
críticas sobre a política externa brasileira, principalmente a respeito
do relacionamento com Cuba e o Irã.
Segundo
o FT, o novo papel na economia mundial impede que o Brasil continue
adotando como política a não interferência em temas de outros países.
"Os diplomatas brasileiros sabem que, conforme o país cresce como
potência econômica, terá de se tornar mais assertivo sobre aquilo que
defende", diz o artigo, assinado por Joe Leahy, jornalista do FT em São
Paulo.
A despeito da tentativa de desqualificação da direitona mundial, o medo é da expansão comercial e influencia cultural brasileira, que prega constitucionalmente a não ingerência em assuntos internos de outros países. |
Ele critica a atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tentativa de mediar um acordo nuclear com o Irã, juntamente com a Turquia, o que considerou uma "gafe". Segundo o artigo, Teerã não se mostrou interessado e Lula saiu como amigo de um governo autoritário, liderado por Mahmoud Ahmadi-Nejad.
Na verdade, o Irã aceitou o acordo, posteriormente barrado pelos Estados Unidos.
Mediação brasileira - Obama deu o aval e pagou para ver,depois recuou - Os EUA não permitirão facilmente que nenhuma potencia econômica moderna, feito o Brasil,tenha mais influencia nesta estratégica região que eles próprios e seus sócios europeus ocidentais, onde Israel é o cão de guarda do império. |
Para o FT, o governo de Dilma Rousseff vem mostrando uma visão mais "pragmática" sobre a política externa. Mostra disso foi o voto na ONU a favor do envio de inspetores de direitos humanos para o Irã e a concessão de visto de turista para a ativista cubana Yoani Sánchez.
Ainda assim, o FT critica a postura adotada pela presidente brasileira Dilma Roussef (foto acima), na recente viagem a Cuba, quando evitou comentar a questão dos direitos humanos e apontou o dedo para os Estados Unidos, afirmando que a discussão passava pela prisão militar norte-americana em Guantánamo (foto abaixo).
Para o jornal britânico, a postura de não interferência servia no passado, quando o País enfrentava os problemas da inflação e do alto endividamento. "O crescimento econômico do País na última década está gerando mais pressão sobre os líderes em Brasília para que adotem posição sobre as questões globais."
Daniela Milanese, correspondente da Agência Estado / fotos com legendas do militanciaviva
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