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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

NOVO PODER DO BRASIL INCOMODA AS POTENCIAS COLONIAIS EUROPEIAS DECADENTES

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'Para virar potência, Brasil não pode ‘ser amigo de todo mundo’, diz FT


'Os diplomatas brasileiros sabem que, conforme o país cresce como potência econômica, terá de se tornar mais assertivo sobre aquilo que defende', diz artigo'


'Se quiser se tornar uma potência global, o Brasil não poderá mais "ser amigo de todo mundo", 
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 LONDRES - na visão do Financial Times. O jornal britânico traz hoje artigo com críticas sobre a política externa brasileira, principalmente a respeito do relacionamento com Cuba e o Irã.
Segundo o FT, o novo papel na economia mundial impede que o Brasil continue adotando como política a não interferência em temas de outros países. "Os diplomatas brasileiros sabem que, conforme o país cresce como potência econômica, terá de se tornar mais assertivo sobre aquilo que defende", diz o artigo, assinado por Joe Leahy, jornalista do FT em São Paulo.
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 A despeito da tentativa de desqualificação da direitona mundial,
o medo é da expansão comercial e influencia cultural brasileira, 
que prega constitucionalmente a não ingerência em assuntos internos 
de outros países.

Ele critica a atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tentativa de mediar um acordo nuclear com o Irã, juntamente com a Turquia, o que considerou uma "gafe". Segundo o artigo, Teerã não se mostrou interessado e Lula saiu como amigo de um governo autoritário, liderado por Mahmoud Ahmadi-Nejad. 
Na verdade, o Irã aceitou o acordo, posteriormente barrado pelos Estados Unidos.
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Mediação brasileira - Obama deu o aval e pagou para ver,depois recuou - 
Os EUA não permitirão facilmente que nenhuma potencia econômica moderna, 
feito o Brasil,tenha mais influencia nesta estratégica região que eles próprios
e seus sócios europeus ocidentais, onde Israel é o cão de guarda do império.

Para o FT, o governo de Dilma Rousseff vem mostrando uma visão mais "pragmática" sobre a política externa. Mostra disso foi o voto na ONU a favor do envio de inspetores de direitos humanos para o Irã e a concessão de visto de turista para a ativista cubana Yoani Sánchez.
http://atalmineira.files.wordpress.com/2012/01/dilma-emcuba-2stu7238-1.jpg
Ainda assim, o FT critica a postura adotada pela presidente brasileira Dilma Roussef (foto acima), na recente viagem a Cuba, quando evitou comentar a questão dos direitos humanos e apontou o dedo para os Estados Unidos, afirmando que a discussão passava pela prisão militar norte-americana em Guantánamo (foto abaixo).
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_yBTptkXabod6Xbck6xJdnqfRGyEzxrA0tITN7QDP51KP9UaqxHhlYDk-LhBVFH7H1anLuyobzoIDCTd5CtpkqoZ6kgwvKnQpNmYYCmo9_IjjcJRgcCZECcu37LhieZ3HR3RjLL1FBg4/s1600/guantanamo-camp2.jpg
Para o jornal britânico, a postura de não interferência servia no passado, quando o País enfrentava os problemas da inflação e do alto endividamento. "O crescimento econômico do País na última década está gerando mais pressão sobre os líderes em Brasília para que adotem posição sobre as questões globais."


 Daniela Milanese, correspondente da Agência Estado / fotos com legendas do militanciaviva

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