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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Prisco se rende e greve da PM, enfim, deve terminar

No 10º dia de paralisação da Polícia Militar na Bahia, o presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares da Bahia (Aspra), Marco Prisco – líder do movimento –, enfim, resolveu se render. Detentor de um dos 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça, que havia considerado a paralisação ilegal, ele e seus comandados deixarão as dependências da Assembleia Legislativa ainda na manhã desta quinta-feira (9). O advogado do grupo, Jonas Benícios, já esteve em contato com o comando do Exército e a cúpula da Secretaria de Segurança Pública para organizar a saída dos amotinados. Os militares que fazem o cerco ao prédio já estão posicionados para "recepcionar" os insurgentes. A previsão é a de que, por volta das 5h30, a remoção dos rebeldes seja iniciada. Com a rendição de Prisco e seus liderados, o fim da greve deve ser anunciado em poucas horas.
http://www.bahianoticias.com.br/principal/noticia/110858-prisco-se-rende-e-greve-da-pm-enfim-deve-terminar.html
*Ajusticeiradeesquerda

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