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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, março 22, 2012

Alemanha não subsidia parte, dá de graça submarinos para Israel destruir o Irã



Ministro da Defesa alemão declarou que país fornecerá sexto submarino com capacidade nuclear aos israelenses. A Alemanha, que subsidiará parte dos custos da embarcação, alerta, porém, sobre os riscos de um ataque ao Irã. (esse alerta é de lascar!)

O ministro da Defesa alemão, Thomas de Maiziere, anunciou nesta terça-feira (21/03) que a Alemanha venderá a Israel o sexto submarino da classe Dolphin, com capacidade nuclear. A venda da embarcação foi confirmada após conversas com o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, em Berlim.

"Um submarino adicional será fornecido a Israel", declarou de Maiziere, adicionando que a Alemanha subsidiaria parte dos custos.

O ministro não revelou o valor do subsídio. Em novembro de 2011, uma fonte do governo alemão havia informado que o país pagaria um terço da conta, totalizando no máximo de 135 milhões de euros. A quantia está prevista no orçamento alemão de 2012 para gastos com "sistemas de defesa para Israel".

Negociações

De acordo com informações divulgadas pelo jornal israelense Yediot Aharonot em outubro, a Alemanha reavaliou a venda do submarino a Israel após tensões envolvendo a construção de assentamento judeus em territórios palestinos ocupados.

No entanto, Berlim acabou concordado em vender a embarcação a Israel depois de o Estado judeu liberar milhões de dólares para a autoridade Palestina em direitos aduaneiros, reportou a rádio do exército israelense dois meses depois.

Em berlim, Barak e de Maiziere definiram venda de submarino e discutiram questão iraniana
Atualmente, a marinha israelense possui três submarinos da classe Dolphin, fabricados na Alemanha pela Howaldtswerke-Deutsche Werft (HDW), uma unidade da ThyssenKrupp. Desses três, dois foram comprados após a Guerra do Golfo de 1991.

Após um acordo com Israel em 2005, dois outros submarinos estão sendo construídos em um estaleiro na cidade de Kiel e devem ser entregues em 2012. A Alemanha contribuiu com 333 milhões de euros pelos dois – cerca de um terço dos custos. Agora, um sexto submarino foi incluído no acordo com Israel.

Assume-se que Israel tenha as únicas armas nucleares do Oriente Médio, o que o país não confirma nem nega. As armas poderiam estar a bordo dos Dolphins - submarinos pequenos, movidos a diesel, destinados à patrulha costeira e equipados com dez tubos de torpedo.

De olho no Irã

De Maiziere disse temer, assim como Israel, que o Irã se arme nuclearmente e estar convencido de que o país tem esse objetivo. Porém, o ministro alemão pediu cautela. "Uma escalada militar significaria riscos incalculáveis para Israel e para a região", declarou.

Barak, por sua vez, afirmou que todas as opções com relação ao Irã deveriam ser consideradas, menos a contenção. "Aceitar um Irã nuclear seria inconcebível e inaceitável para o mundo todo." O Irã insiste que seu programa nuclear é puramente não militar.

A Alemanha – que após o holocausto tornou-se absolutamente comprometida com a segurança de Israel – defendeu campanhas diplomáticas internacionais para controlar Teerã. Mas Berlim também criticou o programa de construção de assentamentos de Israel.

"Israel tem garantida a solidariedade alemã quanto à sua integridade soberana e sua existência. Mas é importante que o país e seus parceiros caminhem em direção a uma solução para o conflito no Oriente Médio", disse de Maiziere.

LPF/afp/rtr
Revisão: Francis França
*Brasilmostraatuacara

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