Apolonio de Carvalho: Homenagem aos 100 anos de um libertário
do Viomundo
Da Fundação Perseu Abramo
O Memorial da Resistência de São Paulo, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, apresenta a exposição Apolonio de Carvalho, a trajetória de um libertário.
Composta por cerca de 30 painéis com fotos, documentos, cartazes e
textos que percorrem a história de Apolonio de Carvalho (1912, Corumbá,
Mato Grosso do Sul – Rio de Janeiro, RJ, 2005) desde a sua infância em
Corumbá, passando pelos principais acontecimentos políticos e sociais do
século 20, como a Insurreição de 1935, a Guerra Civil Espanhola, a
Resistência Francesa contra o nazismo, a luta contra a ditadura militar,
o exílio, a anistia e a reconstrução democrática no Brasil.
Esta
mostra presta uma homenagem aos 100 anos de nascimento deste
“internacionalista” cuja trajetória inclui as mais importantes lutas
libertárias ocorridas no Brasil e na Europa no século XX, afirma Stela
Grisotti, curadora da mostra.
Além dos painéis, o público poderá assistir trechos do documentário Vale a pena sonhar
(2003), que traz uma seleção de imagens da Guerra Civil Espanhola e da
Resistência Francesa, além de depoimentos de companheiros de luta de
Apolonio de Carvalho. A direção do filme é da curadora da exposição,
Stela Grisotti e Rudi Böhm.
Apolonio participou,
desde a década de 30, das principais lutas políticas do Brasil e do
Exterior. Sua trajetória foi marcada pela luta das causas sociais, na
consolidação de um projeto democrático e socialista para o Brasil.
Serviu o Exército Brasileiro, foi voluntário nas Brigadas Internacionais
da Guerra Civil Espanhola, combatendo o fascismo entre 1937 e 1939, e,
na França, foi coronel da Resistência na luta contra o nazismo na 2ª
Guerra Mundial.
Nos anos 60, rompeu com o PC
brasileiro e ajudou a fundar o Partido Comunista Brasileiro
Revolucionário (PCBR). Com a redemocratização, foi um dos primeiros a se
filiar ao PT. Faleceu no dia 23 de setembro de 2005, aos 93 anos de
idade, vítima de pneumonia.
Concebida
originalmente para integrar a programação oficial do Ano do Brasil na
França (2005), a exposição foi montada, pela primeira vez no Museu da
Resistência e Deportação de Toulouse, cidade no sul da França libertada
do domínio nazista sob o comando de Apolonio, em 1949. No Brasil, foi
apresentada nas cidades do Rio de Janeiro (2007) e Recife (2008) com o
apoio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Todos
os materiais apresentados fazem parte de um amplo acervo reunido por
Stela Grisottie Rudi Böhm para a elaboração do documentário Vale a pena sonhar
– lançado há mais de sete anos. O material foi coletado em arquivos da
França, da Espanha e do Brasil, além do depoimento do próprio Apolonio
ainda em 2002.
Abaixo a programação
completa. Renée France de Carvalho, lançando o livro Um vida de lutas,
foi a companheira de Apolonio durante a vida inteira.
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