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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, março 21, 2012

Igreja católica “castrou” meninos

 

Pelo menos 11 meninos foram castrados enquanto estavam aos cuidados da Igreja Católica na Holanda nos anos 50, segundo uma reportagem do jornal NRC Handelsblad.

Enquanto “pipocam” denúncias de desvios em Igrejas evangélicas, como desvio de dízimos na Maranata, Igreja Mundial da Graça de Deus e outras para enriquecimento ilícito de seus dirigentes e fundadores, a Igreja Católica apresenta casos escabrosos de crime de abusos e mutilação contra menores.
A edição online do BBC Brasil trás reportagem informando que em 1956 um rapaz foi castrado, após contar à polícia que estava sofrendo abusos, segundo o jornal NRC Handelsblad.
Ainda de acordo com a BBC Brasil o Ministério da Justiça holandês está investigando o papel do governo na época, e parlamentares pediram um inquérito após a publicação da reportagem.
No ano passado, uma investigação na Holanda descobriu que milhares de crianças haviam sofrido abusos em instituições católicas do país a partir de 1945.
Grave e chocante
Henk Hethuis, que era aluno de um internato católico, tinha 18 anos quando contou à polícia que um monge holandês estava abusando dele.
Segundo o jornal NRC Handelsblad, ele foi então castrado por ordem de padres católicos e informado de que isso o "curaria" de sua homossexualidade.
O jornal disse que o mesmo aconteceu com pelo menos dez de seus colegas de escola.
Hethuis morreu em um acidente de carro em 1958.
O ministro da Justiça Ivo Opstelten disse que as alegações são "muito graves e chocantes" e prometeu investigar o papel que o governo holandês teve na época.
A Igreja Católica holandesa disse estar disposta a cooperar com investigações para verificar a veracidade da reportagem.
Parece que os desvios de conduta estão espalhados por todos os credos religiosos e a muito tempo. Essa estória de “fim dos tempos” já vem de longa data.
Por: Eliseu 
*OCarcará

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