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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, março 21, 2012

Tremei, Demóstenes Cachoeira!

Será que essa sai?


Com 208 assinaturas, Protógenes pede CPI sobre Carlinhos Cachoeira

O deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) entregou nesta terça-feira (20) ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), requerimento para instalação de uma CPI para investigar suposta relação de parlamentares com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Pelo menos 208 dos 513 deputados assinaram a proposta de CPI. Segundo Protógenes, o objeto da comissão de inquérito será investigar se existe "relação patrimonial, promíscua ou de financiamento de campanha de parlamentares" pelo empresário.
"Há duas situações distintas: relação de amizade, que não é crime, pois ninguém pode ser acusado de ser amigo de bandido; e se há ilícitos", disse o deputado.
O Ministério Público Federal em Goiás ofereceu denúncia à Justiça Federal contra Cachoeira e mais 80 pessoas, por envolvimento em uma suposta quadrilha desarticulada pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.
Segundo a Procuradoria, o grupo era encabeçado por Carlinhos Cachoeira e explorava direitos dos pontos de jogos caça-níquel em Goiânia e no entorno de Brasília, onde as máquinas estavam clandestinamente instaladas. O negócio se mantinha com apoio de policiais militares, civis e federais.
Relatório do Ministério Público Federal aponta que o grupo comandado por Cachoeira, entregou telefones antigrampos para políticos.
Entre eles, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que admitiu à Folha ter recebido o aparelho.
O objetivo, diz o Ministério Público, seria dificultar eventuais investigações.
*Oterrordonordeste

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