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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 04, 2012

ESCÂNDALOS DA ERA FHC – PROER

 



"O PROER - Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional foi um verdadeiro “prêmio à corrupção”. 

O governo FHC “investiu” pesado nos bancos. Entre 1995 e 2000, destinou cerca de 112 bilhões ao sistema financeiro. 


Hoje, isso representa mais de 20% dos investimentos iniciais do PAC. 
 (clique aqui)

A dívida dos bancos foi sociabilizada. E quem pagou por ela foi o povo brasileiro. E a mídia? Bem, essa cuidou de proteger o “Grande Farol”. 


CAIXA-DOIS E OS BANCOS. 


Nesse mesmo momento, nascia o episódio da Pasta Rosa. 


A primeira evidência de caixa-dois da história da República é do governo tucano. Quase quarenta políticos, entre eles Renan Calheiros, Agripino Maia e o próprio Antônio Carlos Magalhães, receberam dinheiro não-contabilizado do banco Econômico para a campanha de 1990. 


Isso veio à tona no mesmo momento que o PROER era lançado por FHC. O procurador Geraldo Brindeiro pediu o arquivamento do inquérito em fevereiro de 1996. 


Nenhum político foi punido por causa do escândalo. 


Alguns deputados conseguiram criar a CPI sobre o caso em 1996, mas os aliados de FHC retardaram a instalação dos trabalhos até 2001. 


O relator tucano Alberto Goldman (SP) concluiu (?) que “o socorro aos bancos quebrados era inevitável diante da crise vivida pelo sistema bancário”. 


A FARRA DO PROER 


Foram contemplados pelo plano de intervenção federal: Econômico (BA), Mercantil (PE) Comercial (SP), Nacional e Bamerindus, entre outros. 


O governo, sem autorização do Senado, adquiria empréstimos de instituições em boa situação financeira e emprestava sem garantias de retorno. 


Depois, o Tesouro Nacional ressarcia os bancos credores com o próprio dinheiro público. E assim, o saldo devedor era acrescido à dívida do governo. 


Os arquitetos dessa grande falcatrua foram os ministros da Fazenda, Pedro Malan; do Planejamento, José Serra; e o presidente do Banco Central, Gustavo Loyola. 


GILMAR DANTAS ENTRA EM AÇÃO 


Condenados em 2002, em dois processos por improbidade administrativa, Serra e Malan recorreram com recursos para a anulação do processo. 


Quando processados por improbidade, os ministros são julgados por juízes comuns, da primeira instância do Judiciário. 


Enquadrados por “crime de responsabilidade”, ganhavam automaticamente o privilégio de foro. 


Ou seja, só poderiam ser julgados pelo STF. Foi baseado nisso que Gilmar Mendes mandou ao arquivo as ações que pesavam sobre os ombros dos ex-colegas de governo. 


Em sua decisão, o novo presidente do STF levou em conta o seguinte detalhe: “os efeitos de tais sanções em muito ultrapassam o interesse individual dos ministros envolvidos.” 


A condenação impunha responsabilidade “individual de quase R$ 300 milhões” para cada réu. 


Ou seja, roubar bilhões dos cofres públicos não estava em questão. 


E O “FAROL”? 


Fernando Henrique Cardoso ainda insiste em dizer que o PROER foi financiado com recursos do sistema financeiro. 


Recentemente, criticou o governo Lula por liberar parte do compulsório para abertura de crédito nos bancos, durante o auge da crise americana. 


Rebatendo as críticas, o presidente do BC, Henrique Meireles, afirmou que a medida apenas representava 10% dos compulsórios dos bancos e que o governo não tinha simpatia por usar reservas cambias para enfrentar a crise, como feito em governos anteriores. 


Eles não contavam que o governo Lula emprestaria R$ 10 bilhões ao FMI. 


Nem com o excelente desempenho da economia brasileira frente a crise americana. Essa doeu, hein, Farol?” 


FONTE: O site “Conversa Afiada”, do jornalista Paulo Henrique Amorim, reproduz em 23/06/2009 a memória sobre o PROER, publicada originalmente no blog “Quem tem Medo do Lula?”:


do blog Jornalisticamente Falando
*Cutucandodeleve

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