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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 04, 2012

R.R. Soares pede votos a candidatos que ajudarão obras de igrejas


R.R. Soares
Pastor quer tratamento privilegiado
para as obras de seus templos
O pastor R.R. Soares (foto), chefe da Igreja Internacional da Graça, está pedindo aos fiéis que, nestas eleições municipais, votem em candidatos que, se eleitos, vão ajudar a acelerar a emissão de licenças para construção de templos.

Esse tipo de ajuda, segundo ele, tem dado certo em São Paulo e em Salvador.


Soares está apoiando candidatos a vereador de sete cidades. Dois deles são seus filhos, um é candidato em São Paulo e outro em Guarulhos, na GSP.


A Igreja da Graça está emitindo e-mails com o apelo de que “a obra de Deus necessita de representantes no poder público”.


A rigor, os órgãos municipais de emissão de licenças para obras não podem privilegiar nenhum segmento da sociedade, mesmo sob pressão de vereadores. A proposta do pastor é, portanto, imoral.


Soares é o terceiro líder evangélico de grande visibilidade que se envolve diretamente na campanha política. O primeiro foi Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que manifestou apoio a candidatos no Rio e São Paulo. E o terceiro é o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal, que publicou em seu blog um texto com crítica a Fernando Haddad (PT), candidato a prefeito de São Paulo.


Com informação das agências.


Em SP, uma vergonha: campanha política se abrigou nas igrejas.
por Xico Sá em outubro de 2012

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz28MwuvjEY
Paulopes

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