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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, maio 30, 2010

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O Brasil, último país a acabar com a escravidão tem um perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa classe dominante enferma de desigualdade, de descaso.

Darcy Ribeiro
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ss erra






Santayana: Belo Monte é a soberania nacional



“ … o velho mundo em que jornalistas mereciam ter a responsabilidade de filtrar e hierarquizar as notícias vive hoje em conflito com um mundo em que muitos (mas não todos) leitores querem ter a capacidade de julgar por si próprios; criar seu próprio conteúdo; articular suas próprias idéias; e aprender com seus pares, tanto quanto aprendem com as tradicionais fontes de autoridade.”


De Alan Rusbridger, editor do jornal The Guardian de Londres.

Santayana: Belo Monte é a soberania nacional

Nelson Rockefeller veio para a Amazônia com os protestantes



Na Revista do Brasil, edição de maio, página 5, Mauro Santayana define com clareza por que há tanta oposição à construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu:


“Se o governo não houvesse considerado a construção da usina uma questão de honra nacional, provavelmente os interesses estrangeiros, inimigos do nosso desenvolvimento independente, impediriam a importante obra, necessária à ocupação nacional e ao desenvolvimento da região amazônica.”


“Durante os últimos a nos, principalmente com Collor e Fernando Henrique, a Amazônia se abriu a ONGs internacionais e à presença sempre atrevida de estrangeiros … esses que se levantam agora contra Belo Monte.”


“Desde o século 19, europeus e norte-americanos tentam ocupar a Amazônia, em nome da ‘civilização’, de Deus (com os protestantes liderados pelos Rockefeller) e, ultimamente, da preservação do meio ambiente.”


“Ao tomar a decisão de construir a usina contra todos esses opositores, o governo Lula reafirma a soberania sobre a Amazônia, de maneira firme.”

Belo Monte e a Amazônia

Mauro Santayana
maurosantayana@jb.com.br

NO CENTRO DO DEBATE do projeto de construção da grande usina hidrelétrica de Belo Monte encontra-se o plano internacional de ocupação da Amazônia. Quanto mais a região estiver intocada, mais fácil será a sua ocupação pelos que a cobiçam. No caso, usam o pretexto da preservação da cultura indígena, que, em consequência do represamento do Xingu, sofreria com as alterações do meio ambiente. Contra essa preocupação há o irrecusável argumento de que essa cultura já se encontra violada, com a intensa presença de estrangeiros brancos na área. Essa presença, que vem de muito tempo, com os missionários e “pesquisadores”, é ainda acrescida dos receptores de rádio e televisão e, agora, dos computadores. É evidente que, a menos que o mundo se volte de cabeça para baixo, o avanço dos costumes da sociedade moderna e, com eles, dos processos tecnológicos de produção, será inevitável.

Como notou Ortega y Gasset, em seu estudo sobre o assunto, o homem não é natureza, é história. E a História se fez, até o momento, no confronto com a natureza.

Não se trata de defender a destruição do mundo natural, mas de saber como será possível ao homem continuar a construir sua história de forma mais racional, a fim de que não venha a perder o planeta. A renúncia à ereção da barragem não preservará o “paraíso” do Xingu. A civilização, queiramos ou não, até agora, choque-nos ou não, tem sido assim. Temos que contar com a ciência para que nos encontre o caminho do equilíbrio.

Há o argumento de que o projeto não é necessário, e que a Amazônia já conta com várias grandes hidrelétricas, se acrescentarmos a Tucuruí e a Balbina as usinas que se constroem sobre o leito do Madeira. Alguns especialistas acham possível substituílo pela construção de várias represas médias, que, em conjunto, tenham igual rendimento energético, e exerçam impacto menor sobre o ambiente. Mas isso não parece viável, mesmo porque o impacto sobre o meio-ambiente seria mais disseminado, e a custos financeiros e sociais ainda mais elevados.

Há, ainda, o problema político. Em discurso pronunciado quarta-feira, o senador Pedro Simon levantou algumas questões, com relação ao financiamento das obras de Belo Monte.

Simon não é contra o empreendimento, mas exige a mais absoluta transparência, sobretudo quando se anuncia a presença, entre os financiadores, dos fundos de pensão. Os grandes fundos de pensão estão com excesso de disponibilidade de capital. A Previ não cobra de seus associados desde 2007, conforme o jornal Valor Econômico, porque seu superávit ultrapassou os limites fixados pelo governo.

Sendo assim, os fundos são assediados pelos empreendedores privados, em busca de sua participação nos negócios.

Ocorre que os fundos mais ricos se fazem com o aporte financeiro significativo das empresas estatais a que se encontram vinculados, como é o caso da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. Simon, em seu discurso, lembrou a participação desses fundos na privatização das empresas de telefonia, com as suspeitas de favorecimento a alguns licitantes, que se levantaram na época, e não foram esclarecidas até hoje. É natural que seus recursos sejam aplicados em empreendimentos nacionais importantes, como os de geração de energia, sob controle não só dos associados, e do governo, que, com seu poder, nomeia-lhes os administradores, mas, também, da sociedade nacional como um todo. Não só o TCU deve vigiá-los, como instrumento do poder legislativo, mas igualmente outros órgãos de fiscalização.

No caso de Belo Monte há a insuportável e insolente manifestação de estrangeiros, com suas espúrias organizações não governamentais, ou não. Metendo-se onde não é de sua alçada, o diretor de cinema James Cameron participou de protesto contra a construção da usina. Mais lamentável que a sua presença no protesto é a cumplicidade de brasileiros que não só toleraram essa petulante intromissão em assuntos nossos, como a aplaudiram. Essa complacência se exerce também com brasileiros que aceitam associar-se a estrangeiros, a fim de que eles adquiram terras naquela região. Já são centenas de milhares de hectares alienados. É expediente estratégico de domínio, para o qual não estamos dando atenção.

do conversa afiada

Desespero: Falha de SP Distribui Seu Tablóide de Graça em Shoppings.


Desespero: Falha de SP Distribui Seu Tablóide de Graça em Shoppings.

Fui hoje a um Shopping comprar um presente para minha namorada. Enquanto andava pelos corredores, vi uma bonita moça oferecendo exemplares da Falha de São Paulo em grandes sacolas promocionais, que exaltavam o "novo visual" do tablóide. Sacolas de plástico, óbvio. Além de poluir as mentes dos leitores, a Falha, que é contra o Brasil, quer poluir também o meio ambiente.

Passei em outro corredor, já com uma sacola na mão, e havia outra moça. Peguei outro exemplar. Quando fui pagar o estacionamento, qual a minha surpresa que o rapaz do guichê novamente me deu outro exemplar do mesmo jornaleco.

Já garanti o banheiro do Afonso até o fim da Copa.




do vendedor de bananas



O desespero dos paulistanos


Você é um paulistano desesperado? Então, fique sabendo…



Desgoverno, caos e sofrimento humano na degradada São Paulo


Mauro Carrara*, no Arlesophia

Você também não agüenta mais viver em São Paulo? Não vê retorno nos altíssimos impostos pagos ao Governo do Estado e à Prefeitura?


Você já se cansou de passar horas e horas no trânsito? Já não suporta ver semáforos quebrados ou desregulados? Já se indigna com a indústria de multas?

Já precisa tapar o nariz para andar pelas ruas lotadas de lixo?

Já teme perder seu carro numa enchente relâmpago?


Já se apavora ao saber que a cidade praticamente não tem mais polícia, e que são suas orações que protegem seus familiares nos trajetos urbanos?


Já se questiona se o suor do trabalho não é suficiente para lhe garantir um mínimo de eficiência nos serviços públicos?


Já se pergunta por que a imprensa nunca lhe dá respostas?


Já nota que o jornal e o portal de Internet nunca lhe fornecem a explicação que você procura?


Talvez, então, você esteja no grupo dos 57% de paulistanos que deixariam a capital caso pudessem, conforme apurou o Ibope.


Talvez, esteja no time dos 87% que consideram São Paulo um lugar completamente inseguro para se viver.


Mas, afinal, como chegamos a esta situação caótica na maior cidade do Brasil?


Analisaremos questões específicas (enchentes, trânsito, segurança, entre outras) do processo de degradação da qualidade de vida em São Paulo.


Porém, comecemos pelo geral.


1) Sua angústia, paulistano, tem basicamente três motivos:


a) A incompetência, a negligência e a imperícia dos grupos que, há muitos e muitos anos, se apoderaram da máquina pública no Estado de S. Paulo. Aqui, o “capitão da província” é sempre da mesma tropa.


b) O sistema desonesto de blindagem e proteção dessas pessoas pelos veículos de comunicação, especialmente a Folha de S. Paulo, o Estadão, a Rede Globo e a Editora Abril, aquela que publica a Veja.


c) A vigência de uma filosofia de gestão pública que nem de longe contempla as necessidades humanas. O objetivo da máquina de poder, hoje, em São Paulo, é privilegiar uma pequena máfia de exploradores do Estado e da cidade. O governo dos paulistas e dos paulistanos exige demais, mas oferece de menos.


2) Em pleno século 21, os velhos políticos ainda administram São Paulo como coronéis de província. São tão arrogantes quanto preguiçosos.


a) Não temos um plano coordenado de construção de “qualidade de vida” na metrópole, que coordene ações na área de saúde, educação, cultura, transporte e moradia. Todas as outras 9 grandes cidades do mundo têm, hoje, grupos multidisciplinares trabalhando duramente em projetos desse tipo.


b) Não temos um projeto sério, de longo prazo, para reestruturação e racionalização da malha viária.


c) Não temos um sistema de transporte coletivo decente. Entre as 10 maiores cidades do mundo, São Paulo é aquela com o menor número de quilômetros servidos por metrô.


3) Por que a doce chuva virou sua grande inimiga?


a) Porque os governantes de São Paulo não pensam em você quando autorizam a construção de novos condomínios e habitações. Onde havia terra e árvores, passa a existir concreto. O solo não absorve a água, que corre desesperadamente para o Tietê.


b) Porque a prefeitura simplesmente abandonou os trabalhos de construção dos piscinões. Você tem medo de morrer afogado no Anhangabaú? Pois bem, os recentes dramas no túnel teriam sido evitados se José Serra e Gilberto Kassab tivessem seguido o projeto de construção dos reservatórios de contenção nas praças 14 Bis e das Bandeiras. Até o dinheirinho já estava garantido, com fundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Mas os dois chefões paulistas consideraram que as obras não eram necessárias. Agora, você paga por este descaso.

c) Lidar com água, uma das mais importantes forças da natureza, exige pesquisa e conhecimento. Em São Paulo, as obras são feitas de acordo com o humor dos governantes, muitas vezes em regime de urgência. Na pressa, o resultado quase sempre é desastroso. No Grajaú, por exemplo, os erros de engenharia na canalização de córregos acabaram por gerar entupimentos, enchentes e destruição. As famílias da região perderam móveis, eletrodomésticos, roupas e alimentos. Ou seja, obra sem planejamento gera mais prejuízo que benefício.


d) São Paulo tem a sua Veneza. É o Jardim Romano, que vai afundando a cada enchente. Como se trata de periferia, a prefeitura simplesmente abandonou os projetos de drenagem e captação de águas. O resultado é água imunda dentro das casas, doença e morte. Para minimizar o problema, o governo do Estado resolveu lançar um “carro anfíbio”, apresentado com pompa pelo bombeiros. Será que, não satisfeitos com o estrago, ainda querem rir da cara do cidadão?


e) O descaso com a cidade pode ser provado facilmente. Um levantamento técnico mostra que o número de pontos de alagamento aumenta assustadoramente de ano para ano. Em 2007, a cidade tinha 9 pontos fixos de alagamento. No ano seguinte, já eram 43. Atualmente, há 152 lugares por onde o paulistano pode perder seu carro durante uma chuva. É isso aí mesmo: 152! Sem dúvida, anda chovendo bastante. Mas não se pode negar que problemas de escoamento estão gerando o caos em áreas antes seguras. É o caso da Avenida Brasil com a Alameda Gabriel Monteiro da Silva, nos Jardins. Quem podia imaginar que até mesmo a região nobre de São Paulo sofreria com alagamentos, lama e fedor insuportável?


f) O dinheiro que a Prefeitura gasta em câmeras, multadores automáticos e propaganda na imprensa poderia muito bem servir à erradicação de alguns desses problemas. No entanto, o drama da população parece não sensibilizar o prefeito nem o governador. Veja o caso dos alagamentos da Marginal Pinheiros com a Ponte Roberto Rossi Zuccolo. O problema já é grave, mas as obras nem foram contratadas, como admite a prefeitura. No caso da Zachi Narchi com Cruzeiro do Sul, na Zona Norte, a prefeitura limita-se a dizer que há um “projeto para futura implantação”. Tudo muito vago. Nenhuma pressa. No caso da Alcântara Machado (Radial Leste) com Guadalajara, a confissão oficial de incapacidade é assustadora: “as interferências não configuram possibilidades de obras para solucionar o caso de imediato”.

4) Por que São Paulo fede?


a) Porque a gestão Serra-Kassab simplesmente reduziu em cerca de 17% o investimento em varrição e coleta de lixo, especialmente na periferia. Aliás, limpeza urbana é algo que não se valoriza mesmo em São Paulo, vide as declarações do jornalista Boris Casoy sobre os garis.


b) Porque os projetos de coleta seletiva e de usinas regionais de reciclagem foram reduzidos, desmantelados ou sumariamente engavetados.


c) Porque a política de “higienização social” tem dificultado extremamente o trabalho dos catadores e recicladores.


d) Nem é preciso dizer que o lixo que se amontoa nas ruas da cidade vai parar nos bueiros. Vale notar que, nas enchentes, boa parte do lixo boiando está devidamente ensacado. Trata-se de uma prova irrefutável de que o “porco” nesta história não é o cidadão paulista, mas aquele que o governa.

5) Padarização: por que São Paulo é tão insegura?


a) O governo Serra praticamente sucateou o sistema de Segurança Pública. Paga mal os agentes da lei e ainda fomenta a rivalidade entre policiais civis e militares.


b) Em seu ímpeto privatista, o governo paulista incentiva indiretamente os empreendimentos de segurança particular.


c) Mal pagos, mal aparelhados e mal geridos, os policiais paulistas são o retrato da desmotivação.

d) Criou-se informalmente um sistema de “padarização” das patrulhas. Normalmente, os agentes da lei se mantêm na porta de uma padaria ou mercado, reduzindo drasticamente as rondas pelas áreas internas dos bairros. De certa forma, acabam se tornando uma guarda particular dos comerciantes locais. Esse fenômeno atinge não somente a periferia da Capital e de outras grandes cidades, mas também os bairros de classe média.


e) Essa mesma polícia invisível nas ruas, entretanto, ocupou o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) durante ato em defesa do Programa Nacional dos Direitos Humanos. Exigiam explicações sobre o encontro… Ora, que terrível bandido se esconderia ali? Ou será que voltamos à época da Operação Bandeirantes, que visava a perseguir os inimigos do regime militar?


f) Cabe dizer: o pouco que restou da Segurança Pública é resultado do esforço pessoal de policiais (militares e civis) honestos, dedicados, que ainda arriscam a vida para proteger o cidadão. Esses, no entanto, raramente são premiados por suas virtudes.


6) Politicalha na calçada, trânsito, impostos e desrespeito ao cidadão.


a) Sem qualquer fiscalização da imprensa, o governante paulista julga-se hoje acima da lei. Não precisa dar satisfações a ninguém.


b) É o caso da Calçada da Fama, já apelidada de Calçada da Lama, no bairro de Santa Cecília. Inspirada na homônima de Hollywood, foi condenada por todos os moradores locais. Mesmo assim, a prefeitura colocou 18 homens da Subprefeitura da Sé para trabalhar na obra (afinal, eles não têm bueiros para limpar). Cabe lembrar que os “testes” de homenagens foram realizados com a colocação de duas estrelas. Uma delas tinha o nome do ex-governador Geraldo Alckmin. A outra, do atual, José Serra, o único governador do Brasil que, entre amigos, se gaba de acordar ao meio-dia.


c) Para obras desse tipo, supõe-se, o prefeito Kassab busca um “aumentaço” no IPTU, tanto para imóveis comerciais quanto residenciais.


d) Cedendo ao cartel das empresas de ônibus, Kassab também decretou aumento nas passagens, de R$ 2,30 para R$ 2,70. A poucos metros da Câmara dos Vereadores, com bombas de efeito moral e balas de borracha, a polícia de Serra reprimiu violentamente os estudantes que tentavam se manifestar contra a majoração. Agressão desse tipo, aliás, já tinha sido vista na USP, em episódio que lembrou a invasão da PUC-SP por Erasmo Dias, em 1977.


e) Se o trânsito é cada vez mais caótico em São Paulo, raras são as ações destinadas a reformar a malha viária, revitalizar o transporte público e constituir um sistema inteligente e integrado de locomoção urbana. Os técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego ainda planejam suas ações conforme modelos da década de 60. A obsolescência no campo do conhecimento é a marca da gestão da CET.


f) Se o tráfego paulistano é um horror, confuso e mal gerido, o mesmo não se pode dizer da indústria de multas. Em 2009, foram arrecadados R$ 473,3 milhões, valor maior do que o orçamento de cinco capitais brasileiras. Só 62 municípios do Brasil recebem, entre todos os tributos, aquilo que o governo paulistano obtém com esse expediente punitivo.


g) Com esse valor, seria possível instalar 2 mil semáforos inteligentes (raros aqueles em perfeito funcionamento na cidade) e 40 terminais de ônibus.


h) Curiosamente, se falta dinheiro para a reforma dos equipamentos de controle de trânsito, sobra para a compra de radares e aplicadores de multas. Foram 105 novos aparelhos em 2009. E a prefeitura projeta a instalação de pelo menos mais 300 em 2010.


i) Se os radares estão atentos ao motorista, dispostos a lhe arrancar até o último centavo, também é certo que não há olhos para as máfias de fiscais nas subprefeituras, especialmente na coleta diária de propinas nas áreas de ambulantes. Em 2008, membros da alta cúpula da subprefeitura da Mooca foram protagonistas de um escândalo, logo abafado pela imprensa paulistana. Hoje, os esquemas de cobrança ilícita seguem firmes e fortes. Faturam milhões, à luz do dia, na região do Brás, da Rua 25 de Março e da Lapa, entre outros, conforme denúncias dos próprios camelôs.

7) Até para fugir, o paulistano pagará caro… Dá-lhe pedágio!


a) Alguns governantes tornam-se conhecidos por construir estradas. Outros, por lotá-las de pedágios e fazer a festa de seus apoiadores de campanha. É o caso de José Serra. Em média, um novo pedágio é implantado em São Paulo a cada 30 dias. O ritmo de inaugurações deve crescer em 2010. Somente nas estradas do litoral, o governador quer implantar mais dez pedágios.


b) José Serra desistiu temporariamente de sua ideia obsessiva de implantar pedágios também nas marginais do Tietê e do Pinheiros. O desgaste político poderia inviabilizar, de uma vez por todas, seu projeto de ocupar a presidência da República.


c) Fora dos centros urbanos, entretanto, a farra do pedágio continua. Em Engenheiro Coelho, na região de Campinas, por exemplo, uma família já precisa pagar pedágio para se deslocar de um lado a outro de seu sítio, cortado pela rodovia General Milton Tavares de Souza (SP-332). Agora, para cuidar do gado, os sitiantes precisam pagar a José Serra e seus amigos da indústria do pedágio. Nessa e em outras cidades, o cerco dos pedágios deixam “ilhados” moradores da zona rural e de condomínios habitacionais. Nem mesmo o “direito de ir e vir” é respeitado.
Como resgatar São Paulo


Nos últimos anos, São Paulo vem sendo destruída e seus cidadãos humilhados. Está perdendo seu charme e carisma. Aumenta-se a carga de impostos, ao passo que os direitos básicos do cidadão são negados pela autoridade pública.


Mas nada comove a imprensa surda, muda e partidarizada. As enchentes, o lixo acumulado, as obras inacabadas, o apagão no trânsito, a fábrica de analfabetos do esquema de “aprovação automática”, as máfias de propinas, a falta de segurança e a fábrica de multas não sensibilizam os jornalistas.


A ordem nas redações é botar a culpa na sorte, nas gestões anteriores ou em São Pedro. Nenhuma tragédia é atribuída aos governantes locais. Jamais.


Quando a cratera do metrô engoliu trabalhadores, pais e mães de família, a imprensa silenciou sobre a culpa daqueles que deveriam fiscalizar a obra.


E o prefeito Gilberto Kassab ainda se divertiu, transformando a tragédia alheia em piada. Nem a Folha nem o Estadão escreveram editoriais indignados sobre o episódio.


A imprensa também se fez de boba quando a ponte do Rodoanel desabou sobre a pista, destruindo veículos e ferindo pessoas.


Aliás, os jornais estampam enormes manchetes quando se constata qualquer atraso em alguma obra do PAC. Mas não encontram relevância no atraso das obras do Rodoanel.


Já são doze anos de embromação, casos de superfaturamento e destruição do patrimônio natural nos canteiros de obras.


Na Capital, José Serra e Gilberto Kassab criaram fama ao inventar a lei “Cidade Limpa”, uma restrição sígnica ao estilo “talebã” que deixaria os habitantes de Nova York e Tóquio perplexos.
Eliminaram praticamente toda a publicidade local e, automaticamente, canalizaram milhões e milhões de Reais para jornais, TVs, rádios e portais de Internet. Um golpe de mestres.


Portanto, aquele que sofre diariamente em São Paulo precisa urgentemente revisar seus conceitos políticos, reeducar-se para a leitura dos produtos noticiosos e mobilizar-se para viabilizar a urgente mudança. Se São Paulo pode ser salva, será você, paulistano sofrido, o artífice dessa proeza.

* Mauro Carrara é jornalista, paulistano, nascido no Brás, em 1939.

do o terror do nordeste

Folha e Estadão disputam Prêmio igNobel de jornalismo






Folha e Estadão disputam Prêmio igNobel de jornalismo

Depois do Estadão chamar UM diplomata anônimo de "Especialistas internacionais", agora a Folha chama UM funcionário anônimo (sempre anônimos. Por quê?) de "Polícia Federal".


Por Jorge Furtado

Folha engana trouxa de São Paulo

A Folha de S. Paulo, mais uma vez, trata seus leitores como idiotas. (Talvez o jornal esteja certo em agir assim, talvez tenha alguma pesquisa que indique que a maioria dos seus leitores são mesmo idiotas, quem sabe?)

Manchete da FSP:
“PF avaliza visão de Serra sobre a Bolívia”

Dicionário Houaiss:

Avalizar: dar aval. Derivação, por sentido figurado: garantir a idoneidade, a propriedade de, afiançar.

Notícia da FSP:
(Serra) acusou o governo boliviano de ser “cúmplice” dos traficantes que enviam cocaína para o Brasil”

“Documentos oficiais (…) reforçam a acusação de José Serra…”

“Sob condição de anonimato, uma autoridade da Divisão de Controle de Produtos Químicos da Polícia Federal…”

“Para a PF…”

Pronto! Está armado o “engana trouxa”. Um único técnico, anônimo, passa a ser “a Polícia Federal”, que vai parar na manchete.

Perguntas:

Como um único técnico, anônimo, pode ser chamado pelo jornal de “a Polícia Federal”?

De que maneira as informações que constam na notícia, se verdadeiras, “avalizam” a acusação de José Serra de que o governo boliviano é “cúmplice” dos traficantes?

Assim como a Bolívia, a Colômbia produz cocaína. Por que a Folha de S. Paulo e Serra não acusam o governo Uribe de cumplicidade com os traficantes? Tem a ver com o fato de Morales ser índio e Uribe ser branco?

Quais os números do tráfico de cocaína no estado de São Paulo? Os tucanos, que governam São Paulo há 16 anos, são cúmplices dos traficantes?

do esquerdopata

E agora josé