Páginas
segunda-feira, julho 12, 2010
A Bolívia é exemplo
A água é um direito humano inalienável
A guerra da água na Bolívia, em 2000, foi um exemplo para a humanidade
O presidente boliviano Evo Morales, com sua sensibilidade indígena e profundo sentido dos elementos da natureza, deu um xeque-mate na ONU ao apresentar um projeto para que o acesso à água seja declarado um direito humano. O argumento irrespondível foi simples como a jogada mortal do xadrez: Se um dos Objetivos do Milênio para 2015 é a dotação de água potável e saneamento em todo o mundo, como atingi-lo sem declarar a água como um direito humano inalienável.
Evo usou não apenas sua habilidade de enxadrista, que enfrentou mês passado o ex-campeão mundial Anatoly Karpov, como a prórpia experiência boliviana. Em 1999, a empresa norte-americana Bechtel assinou contrato com então governo boliviano do general Hugo Banzer para privatizar a água em Cochabamba, a terceira cidade da Bolívia. Com a privatização, veio o aumento do preço da água que chegou a quase 180%. A conta de água chegou a 20 dólares por mês num local em que o salário mínimo era inferior a 100 dólares mensais.
Os camponeses se levantaram, cercaram a cidade e após idas e vindas, com prisões, assassinatos e censura, a Bechtel foi expulsa do país e o controle da água retomado pela população. Um dos lemas dos bolivianos à época era “a água é um presente de Deus e não uma mercadoria.”
Estima-se que mais de um bilhão de pessoas, principalmente no mundo em desenvolvimento, não têm acesso à água, e o Banco Mundial prevê que dois terços da população mundial sofrerá com a falta de água em 2025. A privatização da água agrava este quadro de exclusão.
Evo Morales, o índio que a elite boliviana e sul-americana tenta apresentar como incapaz, revela sua grandeza ao estender sua precupação para o mundo. “Em alguns países, infelizmente, a água está como um direito e negócio privado, quando deveria ser de serviço público… Sem água não podemos viver”, disse Evo quando apresentou seu projeto hoje, em La Paz.
A proposta de Evo merece se tornar bandeira de todos nós que estamos comprometidos com o ser humano e o bem estar social. A privatização dos recursos hidricos é um crime que não podemos tolerar.
dotijolaço
Multa, multa multa
D.Sandra Quirrô: Presidente da Síria prega continuidade de Lula. Multa ele!
GilsonSampaio
Semana passada, a rede bandalha entrevistou o Presidente da Síria, Bashar AL-Assada.
No final da segunda parte, depois de rasgados elogios a Lula ao Mercosul, Bashar Al-Assada prega a continuidade política de Lula, daí, que optei pelo título acima chamando a atenção da procuradora tão zelosa dos interesses do Zé Pedágio. Pela expressão facial, Joelmir Betting não gostou nem um pouquinho.
É divertido. Mitre e Telles falam o que querem e escutam o não querem.
Presidente Bashar Al-Assada, Parte 2
A propaganda pró-Dilma começa a partir dos 6min30s +ou-
Saiu o novo Brizolaço.com FORÇA E LUZ
Bom, pessoal, chegou a hora. Finalmente, depois de muito “ajusta daqui e dali”, entra no ar o Brizolaco.com, meu site de campanha. E para inaugurar o site, ninguém melhor do que aquela que simboliza a nossa esperança de aprofundar o processo de mudanças que vive o Brasil: Dilma Rousseff.
Não vou fingir que não fiquei envaidecido pelo tratamento mais que gentil que ela me deu, pelas mensagens que gravou e pela sua supersimpática referência ao nosso blog.
Espero estar a altura desta confiança.
Assim como espero que gostem do site, que tem muitos vídeos, fotos, idéias e, sobretudo, espaço para participação.
Não é um simples espaço de autopromoção; quer ser o espaço de construção de uma comunidade de idéias e de convívio.
E não é exclusiva para os cariocas e fluminenses, porque um deputado é votado aqui, mas faz leis e políticas que afetam o Brasil inteiro.
Todos podem, se quiserem, me ajudar muito, difundindo os temas e propostas que estão lá.
Eu estou muito cansado, assim como minha equipe, que se dedicou com um enorme sacrifício à construção do site.
Mas estamos felizes de poder oferecer a vocẽs algo coerente com a ideia que temos de usar a internet para aproximar a política das pessoas, para que elas passem a interferir diretamente naquilo que diz respeito às suas próprias vidas.
Certamente ainda faltam coisas – que pretendemos ir colocando progressivamente. E, mais certamente ainda, vocês vão encontrar erros. Não se acanhem – até parece que alguém se acanha aqui, né? – de apontar os defeitos. A gente tenta corrigir.
Bom, é isso. Como este é um momento muito especial, vou deixar este post fixo na primeira página durante um tempo. As novas postagens vão entrar abaixo dele, portanto.
Um abraço a todos e muito obrigado pela paciência de esperarem este site que, eu acho, promete.
dotijolaço
Deus sempre te Abençoe
O quinta coluna, ou X-9 ou Dedo Duro
Vida e obra (lato sensu) de Roberto Freire, presidente nacional do PPS, facção do PSDB-DEM
docomtextolivre
Como e por que CartaCapital compara Lula com Fernando Henrique
CartaCapital tem 16 anos de vida, oito de Fernando Henrique Cardoso e oito de Luiz Inácio Lula da Silva. A edição nº 3 da revista, mensal de agosto de 1994 a março de 1996, quando se tornou quinzenal, saiu logo após a eleição vencida por FHC e o estampava na capa. Recordo que o próprio ligou de Brasília: “A melhor entrevista já feita comigo”.
Entrevistador o acima assinado. Havíamos acertado o encontro para uns 15 dias antes do pleito. Há tempo o êxito de FHC era inevitável e a antecipação da conversa permitiu sair dois dias depois da eleição com o vencedor a sorrir na capa. Fluvial entrevista com um intelectual bem articulado também em política.
Havia ali, no entanto, três passagens para estimular a minha perplexidade. Primeira. De saída, evoco a visita de Jean--Paul Sartre ao Brasil no começo dos anos 60, o jovem FHC estava na plateia de uma conferência do pensador em Araraquara. O entrevistado apressa-se a esclarecer que já neste tempo misturava Marx com Weber. Observo que na introdução do seu primeiro livro, Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional, ele informava ter usado “o método dialético-marxista”. FHC recorda e admite. “Mas na segunda edição, retirei a referência”, diz, com a expressão de Buster Keaton.
Segunda. De acordo com o entrevistado, a ética do cientista é diferente da ética do político. Por quê? O cientista “descobriu, mostrou”. “Já o político não pode fazer isso.” Como assim? “Não digo que o político possa e deva mentir, mas às vezes tem de omitir. Se ele não omite, pode causar uma situação contrária.”
Terceira. O assunto passa a ser a criação do ninho tucano. “Eu disse que o PMDB tinha esgotado a possibilidade de avançar mais, de fazer as coisas, e o Ulysses, que era muito realista, disse: ‘É, você tem razão’”. Revelação. Eu teria apreciado- a oportunidade de consultar a respeito o Senhor Diretas-Já. Infelizmente, estava morto há dois anos.
Seguiram-se oito anos de governo tucano. No período o Brasil quebrou três vezes, o próprio presidente incumbiu-se da tarefa de desvalorizar o real depois de se reeleger à sombra da bandeira da estabilidade, da qual se apresentava como pai. Cuidara, para conseguir o segundo mandato, de comprar votos no Congresso. O País, em contrapartida, foi posto à venda. Por pouco a Petrobras não acabou nas mãos das célebres irmãs do petróleo. Negócios gigantescos foram fechados a todo custo a favor de empresários escolhidos a dedo.
Foi o tempo em que a amena turmeta que governava as finanças brasileiras esteve preparada a empregar a “bomba atômica”, se preciso fosse, para atingir seus alvos. Bomba atômica, sinônimo de Fernando Henrique, conforme contaram os grampos executados no BNDES. Enquanto isso chacinavam-se lavradores no Norte do País. O Brasil crescia à média anual de 2,5%, com todas as consequências deste falso avanço.
A comparação entre os governos de FHC e Lula é inescapável. E nem falarei da perseguição armada pelo ministério das Comunicações do tucanato contra quem os criticava. Todos os números mostram que o governo que agora se despede saiu-se infinitivamente melhor do que o anterior. Nem por isso, CartaCapital deixou de ser crítica em relação aos dois mandatos de Lula, conforme esclarecido neste mesmo espaço na edição da semana passada, ao definir nosso apoio à candidatura de Dilma Rousseff. Crítica determinada, às vezes áspera, de vários pontos da política governista. Econômica, social, ambiental. E em outros domínios, quando foram beneficiados os protetores de Daniel Dantas, ou torturadores da ditadura, ou os criadores do desastrado caso Battisti.
A redação recebeu um sem-número de cartas e mais de 300 comentários no nosso site a respeito do declarado apoio a Dilma, indispensável, na nossa visão, a bem do jornalismo honesto. A larga maioria aplaude a escolha, exposta com a clareza e o senso de responsabilidade que de hábito faltam à mídia nativa.
No rol de quem ataca há os provocadores de sempre, sem contar os ignorantes e os crédulos. Como se sabe, o objetivo deste gênero de agressores é levar o alvejado à irritação suprema. Entendemos, porém, que o desespero é o deles. Uma frequentadora do site declara a intenção de cancelar a assinatura de CartaCapital. Em compensação, outro vai fazê-la ao saber da nossa opção.
Uma carta me chama a atenção, de um leitor, ou melhor “futuro ex-assinante”, como sublinha. Trata-se de um cavalheiro encantado com seu próprio senso ético, donde habilita-se a fugir de CartaCapital como o diabo da cruz. Deita uma lição sobre o bom jornalismo e perpetra um punhado de ofensas risíveis, sem deixar de recomendar o incógnito para a sua missiva. Respeitamos seu pedido. Como diria Lévy-Strauss ao falar aos quatrocentões paulistanos, estes que celebram a dita Revolução de 32 e até hoje lhe dedicam um absurdo, paradoxal feriado: “Eles não sabem como são típicos”.
(Foto: reprodução da edição nº3 de CartaCapital)
Sôbre o mar de "lama"
El origen de las guerras
Julio 11 de 2010
docomtextolivre
2010
ANJ, a falsa “defensora da liberdade de expressão”
Categoria: Apoiamos,Mídia,Política — Senhor_do_Servo @ 22:00
Editorial da Carta Maior, de 10/07/2010
Censura e truculência contra jornalistas.
As demissões de jornalistas na TV Cultura de São Paulo e o silêncio dos grandes meios de comunicação sobre as causas destas demissões evidenciam mais uma vez um preocupante comportamento cínico, submisso e hipócrita. Mais uma vez, são blogs e sites de jornalistas independentes que cumprem o dever de informar ao público o que é de interesse público. Entidades como a Associação Nacional de Jornais, supostamente comprometidas com a defesa da liberdade de expressão, exibem um silêncio ensurdecedor.
Editorial – Carta Maior
O comportamento cínico e hipócrita da maioria das grandes empresas de comunicação do Brasil ficou mais uma vez evidenciado esta semana, e de um modo extremamente preocupante. Não se trata apenas de valores ou sentimentos, mas sim de fatos objetivos e de silêncios não menos objetivos. O relato sobre demissões na TV Cultura de São Paulo, causadas pelo interesse de jornalistas no tema dos pedágios, justifica plenamente essa preocupação. Um desses relatos, feito nesta sexta-feira pelo jornalista Luis Nassif, chega a ser assustador. Em apenas uma semana, dois jornalistas perderam o emprego, escreve Nassif, em função de uma matéria sobre pedágios. Ele relata:
Há uma semana, Gabriel Priolli foi indicado diretor de jornalismo da TV Cultura. Ontem (7), planejou uma matéria sobre os pedágios paulistas. Foram ouvidos Geraldo Alckmin e Aloízio Mercadante, candidatos ao governo do estado. Tentou-se ouvir a Secretaria dos Transportes, que não quis dar entrevistas. O jornalismo pediu ao menos uma nota oficial. Acabaram não se pronunciando.
Sete horas da noite, o novo vice-presidente de conteúdo da TV Cultura, Fernando Vieira de Mello, chamou Priolli em sua sala. Na volta, Priolli informou que a matéria teria que ser derrubada. Tiveram que improvisar uma matéria anódina sobre as viagens dos candidatos.
Hoje (8) , Priolli foi demitido do cargo. Não durou uma semana.
Semana passada foi Heródoto Barbeiro, demitido do cargo de apresentador do Roda Viva devido às perguntas sobre pedágio feitas ao candidato José Serra (ver vídeo abaixo). Para quem ainda têm dúvidas: a maior ameaça à liberdade de imprensa que esse país jamais enfrentou, nas últimas décadas, seria se, por desgraça, Serra juntasse ao poder de mídia, que já tem, o poder de Estado.
Não é o primeiro relato sobre a truculência do ex-governador de São Paulo com jornalistas. Nos últimos meses, há pelo menos dois outros episódios, um deles envolvendo a jornalista Miriam Leitão, na Globonews, e outros envolvendo jornalistas da RBS TV, em Porto Alegre. A passagem da truculência à ameaça ao trabalho dos jornalistas é algo que deveria receber veemente manifestação da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), sempre prontas a denunciar tais ameaças. No entanto, ao invés disso, o que se houve é um silêncio ensurdecedor.
Mais uma vez, são blogs e sites de jornalistas independentes que cumprem o dever de informar ao público o que é de interesse público. E, mais uma vez também, os chamados jornalões e seus braços no rádio e na TV, calam-se, aliando submissão e cumplicidade com a truculência e o desrespeito ao trabalho de experientes profissionais. O mesmo silêncio, a mesma submissão e a mesma cumplicidade manifestadas nos recentes casos de assassinatos de jornalistas em Honduras, em função de sua posição crítica ao golpe de Estado ocorrido naquele país.
Esse triângulo perverso que une cinismo, hipocrisia e silêncio não é um privilégio da imprensa brasileira. Um outro caso, esta semana, envolveu uma das maiores cadeias de televisão do mundo. A CNN demitiu a jornalista Octavia Nasr, editora de noticiário do Oriente Médio, por causa de uma mensagem publicada por ela em sua página no Twitter onde manifestou “respeito” pelo ex-dirigente do Hezbollah, Sayyed Mohammed, que morreu no final de semana passado. Octavia tinha 20 anos de trabalho CNN. O que ela escreveu no twitter e causou sua demissão foi: “(Fiquei) triste por saber do falecimento do Sayyed Mohammed Hussein Fadlallah…Um dos gigantes do Hezzbollah que eu respeito muito”. Parisa Khosravi, vice-presidente-sênior da CNN International Newsgathering, afirmou em um memorando interno que “teve uma conversa” com a editora e “decidimos que ela irá deixar a companhia”.
Essa mesma CNN não hesita em denunciar agressões à liberdade de imprensa em outros países quando isso é do interesse de sua linha editorial e dos interesses geopolíticos da empresa. Crime de opinião? Segundo as versões oficiais, isso só existe em países do chamado eixo do mal.
Esse mesmo triângulo perverso ajuda a entender por que essas grandes corporações midiáticas não querem debater com a sociedade a sua própria atuação. Colocam-se acima do bem e do mal como se fossem portadores de legitimidade pública. Não são. Ao cultivarem esse tipo de comportamento e prática, o que estão fazendo, na verdade, é auto-atribuir-se, de modo fraudulento, uma suposta representação pública. Representam, na verdade, os interesses dos donos das empresas e, cada vez menos, o interesse público.
Neste exato momento, o planeta vive aquele que pode vir a se confirmar como o maior desastre ecológico de sua história. O acidente com a plataforma da British Petroleum no Golfo do México e o vazamento diário de milhões de litros de óleo no mar tem proporções ainda incalculáveis. No entanto, a cobertura midiática sobre o caso nem de longe é proporcional, em quantidade e qualidade, à gravidade e importância do caso. Organizações ambientalistas já denunciaram que a BP vem operando pesadamente nos bastidores para bloquear e filtrar informações.
É preciso ter clareza que são os dirigentes e porta-vozes dessas corporações midiáticas e seus braços políticos e empresariais que não hesitam em denunciar qualquer proposta de tornar transparente à sociedade o seu trabalho, supostamente de interesse público. O bloqueio e seleção de informações, a demissão de jornalistas incômodos e a truculência com aqueles que ousam fazer alguma pergunta fora do script são diferentes faces de um mesmo cenário: o cenário da privatização da informação, da deformação da verdade e da destruição do espaço público.
GOVERNO AMERICANO É CÃO DE GUARDA DA BP
Catástrofe do Golfo: BP restringe o acesso dos media
por Dahr Jamail
Petróleo no Golfo do México. NOVA ORLEANS, (IPS) – Na semana passada, a Guarda Costeira dos EUA, que está a agir em coordenação com a gigantesca empresa petrolífera BP, impôs novas restrições em toda a Costa do Golfo americano que impedem os media de se aproximarem a menos de 20 metros das barreiras de contenção (booms) ou dos barcos de limpeza, tanto na costa como no mar. Mas a astúcia destas restrições vai ainda mais longe.
“Não pode vir cá", disse Don, o guarda de segurança contratado pela BP no Centro para a Reabilitação da Fauna Contaminada pelo Petróleo, em Fort Jackson, Louisiana.
Lá dentro, o Centro Internacional para Investigação e Salvamento de Aves, uma das companhias contratadas pela BP para limpeza dos animais, encarrega-se de limpar o petróleo das aves antes de as devolver ao seu habitat natural. O Centro tem limitado o acesso aos media. Antes estava aberto às segundas, quartas e sextas durante duas horas por dia. A IPS chegou ao Centro numa quarta-feira, e foi informada que os dias para os media tinham sido reduzidos de três para dois dias, e já não abria às quartas-feiras.
Quando a IPS perguntou ao guarda de segurança privada para quem é que trabalhava, ele respondeu, “Trabalho para a HUB, uma companhia de segurança contratada pela BP”. A Hub Enterprises, de Broussard, Louisiana, tem um contrato com a BP para fornecer “funcionários de segurança” e “supervisores”. Don está a receber entre 13 a 14 dólares por hora para manter a imprensa afastada do maior desastre ambiental provocado por uma fuga de petróleo de toda a história dos EUA. Continuam a jorrar mais de 60 mil barris de petróleo por dia no Golfo, mais de dois meses depois da explosão de 20 de Abril na plataforma Deepwater Horizon operada pela BP.
MULTAS ATÉ 40 MIL DÓLARES
As restrições da semana passada que a Guarda Costeira impôs aos meios de comunicação sujeitam os jornalistas e os fotógrafos a uma multa até 40 mil dólares, e à pena de cadeia de um a cinco anos como um crime de classe D, se violarem a regra dos 20 metros, que o Comando Unificado designa por “zona de segurança”.
Tem havido muitos indícios de um amordaçamento maior e mais profundo dos meios de comunicação na região, de muitas outras formas. Na semana passada, a IPS tinha uma entrevista agendada com o Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual da Louisiana, em Nova Orleans. A entrevista devia ser com um especialista das estratégias de investigação da Universidade, sobre o possível impacto na região do desastre petrolífero da BP. Na manhã em que se devia realizar a entrevista, o entrevistado, que pretende manter-se anónimo, enviou um email à IPS declarando: “Disseram-me para cancelar a entrevista. Lamento quaisquer inconvenientes que vos possa ter causado”. Quando a IPS lhe perguntou se havia alguma razão especial para o cancelamento da entrevista, respondeu, “Não”. Uma fonte anónima revelou posteriormente à IPS que a decisão de cancelar a entrevista fora tomada pelo chanceler Larry Hollier, que chefia o Centro de Ciências da Saúde da Universidade.
A BP disponibiliza a maior parte do financiamento para estudar os efeitos do desastre petrolífero e prometeu 500 milhões de dólares para projectos de investigação e de reabilitação. Robert Gagosian é o presidente do Consórcio para a Direcção Oceânica, que representa instituições de investigação oceânica e aquários e administra um programa de investigação sobre perfuração marítima. Geoquímico marítimo, Gagosian está preocupado com a forma como vai ser utilizado o dinheiro, e espera que seja gerido através de doações aprovadas pelos pares. A sua preocupação, partilhada por outros cientistas e investigadores, tem origem no interesse da BP em preservar o seu negócio. Também têm dúvidas quanto aos critérios adequados para determinar que tipo de investigações é que devem ser feitas.
Jeff Short, um antigo cientista da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica, que é actualmente membro do grupo de preservação Oceana, disse que, ao aceitar que a BP pague a investigação, o governo abre mão do controlo sobre que tipo de estudos devem vir a ser feitos. “Pergunto a mim próprio porque é que a BP quer dar dinheiro para projectos que demonstrarão claramente um prejuízo ambiental muito maior do que se viria a saber, se não fossem esses estudos?”, disse.
Os primeiros 25 milhões de dólares dos fundos da BP foram rapidamente distribuídos pela Universidade Estatal da Louisiana, pelo Instituto de Oceanografia da Florida na Universidade da Florida Sul e por um consórcio chefiado pela Universidade Estatal do Mississípi. Muitos cientistas e jornalistas independentes receiam que isto faça parte de uma tentativa para influenciar quais os estudos a fazer e a disponibilidade dessas instituições públicas para falar com os meios de comunicação sobre o desastre da BP.
Num outro incidente, a 2 de Julho, Lance Rosenfield, um repórter fotográfico da publicação de investigação sem fins lucrativos ProPublica, foi detido por breves instantes pela polícia quando tirava fotografias perto da refinaria da BP na cidade do Texas. Rosenfield declarou que foi confrontado por um funcionário da segurança da BP, pela polícia local, e por um homem que se identificou como agente do Departamento da Segurança Nacional. Rosenfield foi libertado depois de a polícia ter analisado as fotografias e registado a data do seu nascimento, o número da segurança social e outras informações pessoais. Depois o agente da polícia entregou essas informações ao guarda da segurança da BP, alegando, segundo disse Rosenfield, “procedimento normal de funcionamento”.
Também foram instituídas restrições no espaço aéreo sobre as zonas onde estão a decorrer operações de limpeza e de contenção. A Administração da Aviação Federal proibiu voos dos meios de comunicação a menos de 900 metros sobre as áreas afectadas pelos lençóis do petróleo.
O original encontra-se em: No Free Press for BP Oil Disaster
Tradução de Margarida Ferreira.
Este artigo foi copiado de Resistir Info.
BP: Operação Bota ainda em marcha
Com sede em Londres e escritório central nos EUA localizado em Houston, a BP é a maior corporação do Reino Unido e uma das maiores do mundo. Os negócios da primeira empresa a explorar petróleo no Oriente Médio remontam a 1901 e a um “bon vivant” londrino, William Knox D’Arcy, que negociou direitos de exploração com Mozzafar al-Din Xá Qajar, da Pérsia (Irã). O negócio passou por vários nomes: Anglo-Persian Oil Company (1908), Anglo-Iranian OilCompany (1935), British Petroleum (1954), BP Amoco (1998) e, em 2000, BP. Em 1913, o governo britânico adquiriu a participação majoritária, mas com a campanha privatista de Margaret Thatcher, a totalidade de seus ativos foi vendida entre 1979 e 1987.
O delírio de riqueza do “bon vivant” de Londres transformou-se em pesadelo para milhões de pessoas em todo o mundo, começando pelo Irã. Nas cláusulas contratuais da primeira exploração, além das condições de trabalho dos operários iranianos roçando a escravidão, descartou-se desde o início a soberania do país. Em agosto de 1941, a Grã Bretanha e a União Soviética ocuparam o Irã e rapidamente forçaram o repressor Xá Reza a abdicar em nome de seu filho Mohammed Reza Pahlevi, inaugurando assim um novo regime de repressão, corrupção, brutalidade e luxo extremo. Em 1951, o Majlis (parlamento) votou unanimemente pela nacionalização e, pouco depois, tomou posse no cargo de primeiro ministro o respeitado estadista Mohammed Mossadegh. A reação dos ingleses foi draconiana e, hoje em dia, fartamente familiar: bloqueio militar, fim da exportação de bens vitais, congelamento de contas bancárias na Inglaterra, e articulações nas Nações Unidas para aprovar resoluções contra o Irã. Mossadegh buscava uma solução negociada, mas os ingleses já tinham optado pela força e, em 1952, alegando o perigo do comunismo no debilitado Estado, obtiveram o respaldo do presidente Eisenhower. Em 1953, com políticos, militares, criminosos, prostitutas e jornalistas bem comprados, e informada pela embaixada britânica e seus espiões, a CIA conseguiu executar seu primeiro golpe de Estado, pro meio do qual reinstalou no poder o Xá Reza Pahlevi.
A tirania do Xá preparou o terreno para a revolução islâmica de 1979. Com o endurecimento do regime do Irã formou-se uma rede global anti-ocidental cada vê mais dependente das táticas do terror. O que os ingleses batizaram como Operation Boot (Operação Bota) e os estadunidenses “Operation Ajax” “(...)ensinou aos tiranos e aos déspotas que os governos mais poderosos do mundo estavam dispostos a tolerar a opressão sem limites sempre e quando os regimes opressivos tratassem bem o Ocidente e suas empresas petroleiras. Isso ajudou a mudar o equilíbrio político contra a liberdade e a favor da ditadura” (2).
Há poucos lugares no mundo a salvo da espoliação da BP. Na Colômbia, a empresa é acusada de beneficiar-se do regime de terror dos paramilitares que protegiam os 730 quilômetros do oledoduto Ocensa, e foi obrigada a pagar uma indenização multimilionária a um grupo de camponeses. O oleoduto causou desmatamento, deslizamento de terras, contaminação do solo e diminuição do lençol freático. Colheitas foram perdidas, criações de peixes foram arruinadas e muito gado morreu. Em 1992, a BP firmou um contrato com a empresa inglesa Defence Systems Ltda (DSL) que estabeleceu a Defence Systems Colômbia (DSC) (3) para suas operações colombianas. Três anos mais tarde, a BP firmou acordos com o Ministério da Defesa da Colômbia segundo os quais a BP pagaria ao governo US$ 2,2 milhões que seriam utilizados em sua maior parte para a Brigada XVI do exército proteger as instalações da BP.
A Brigada introduziu na zona de Casanare a guerra suja ou, como diz o povo, a tática de deixar o peixe fora d’água. A DSC ensinava estratégias militares e de contrainsurgência à polícia encarregada de proteger o perímetro das instalações. A população aterrorizada a considerava com razão mais uma força militar na zona. Além disso, um empregado da DSC revelou a jornalistas ingleses que havia trabalhado para coordenar uma rede de espiões nos povoados da zona do oleoduto para controlar os líderes sindicais e comunitários. O departamento de Segurança da empresa Ocensa pagava delatores e compartilhava informações com o Ministério da Defesa e com a brigada local do exército (4). Em resumo, a BP criou uma zona de exceção na Colômbia.
Na Ásia Central, a BP é um membro destacado do consórcio Baku-Tbilisi-Ceyhan (BTC) que controla o oleoduto que passa pelo Azerbaijão, Geórgia e Turquia, o qual, fortemente financiado pelo Banco Mundial e por outras agências estatais, foi inaugurado em junho de 2005. Demandas judiciais contra o governo da Turquia relativas a abusos de direitos humanos foram apresentadas no Tribunal de Justiça da União Européia e no Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Não obstante, o governo turco concedeu a BTC poderes sobre o corredor do oleodouto que anulam as leis de direitos humanos, ambientais e sociais, e despojam os povos da região de seus direitos civis. BTC tem acesso limitado à água e está isento de responsabilidade no caso de um derramamento de petróleo. O oleoduto requer um corredor militarizado que põe em perigo o frágil acordo de trégua de hostilidades entre Turquia e grupos curdos. Mesmo antes de ser concluído, o oleoduto BTC já influía na geopolítica petroleira. Ele é de enorme importância estratégica na Transcaucasiana e, graças a BTC, os EUA e outros poderes ocidentais podem intervir muito mais nos assuntos da região.
Nem os Estados Unidos estão imunes. Os dados do inventário de emissões tóxicas da Environmental Protection Agency (Agência de Proteção Ambiental) identificam a BP como a empresa mais contaminadora do país. Em 1999, uma filial, a BP Exploration Alaska, teve que pagar US$ 22 milhões por danos provocados pelo vazamento de resíduos tóxicos em Endicott Island. Em agosto de 2006, foi obrigada a fechar as instalações da Bahia Prudhoe em conseqüência de um derramamento de petróleo e diesel. Na Califórnia, a BP é um dos patrocinadores mais generosos de uma iniciativa legislativa para eliminar a lei de Unfair Business Competition (Lei de Competição Desleal) usada por grupos ambientalistas para processar empresas petroleiras pela contaminação de água potável por éter-metil-tert-butílico (MTBE). No Canadá, a BP extrai petróleo de areias de alcatrão, um processo que consume enormes quantidades de água e produz quatro vezes mais emissões de dióxido de carbono do que a perfuração convencional. O povo indígena Cree denuncia que a empresa está destruindo o velhíssimo bosque boreal, degradando o território com suas minas a céu aberto, contaminando tanto a água como a cadeia alimentar e pondo em perigo a fauna silvestre e sua forma de vida (5).
Os tentáculos da BP se estendem também no ensino superior. Em fevereiro de 2007, em meio a uma forte oposição de professores e alunos, a administração da Universidade da Califórnia, em Berkeley (UCB), anunciou um convênio entre a UCB e a BP, pelo qual a empresa financiaria com US$ 500 milhões durante dez anos o Instituto de Biociências da Energia, dedicado à investigação de biocombustíveis e biologia sintética. Com essa demonstração de poder em uma universidade pública, com esta vontade de privatizar o trabalho intelectual e de comercializar os resultados da investigação, a BP faz com que “(...) os trabalhadores dos países desenvolvidos mais influentes subvencionem a exploração de mais bens ecológicos do mundo em vias de desenvolvimento para servir às elites, aqueles que não se importam em tirar a comida da boca do povo para encher seus bolsos de ouro. Socializar os gastos para benefício privado não é nada novo no sistema capitalista. Não obstante, esse caso dá outra volta no parafuso com a combinação de ciência desacreditada, imperialismo ecológico e o sofisma do desenvolvimento sustentável” (6). Com este golpe, a BP consegue o controle de cientistas universitários, de alunos e de laboratórios além de dotar seus projetos supostamente sustentáveis de um verniz acadêmico.
A BP tem um negócio de bilhões de dólares com o governo dos EUA na forma de contratos de defesa anuais e como fornecedor principal de combustível ao maior consumidor mundial de gás e petróleo: o Pentágono. Segundo o Center for Responsive Politics, a BP ocupa o centésimo lugar entre os doadores mais importantes das campanhas políticas: mais de US$ 5 milhões desde 1990 repartidos entre republicanos e democratas, com os percentuais de 72% e 28%, respectivamente. O Centro aponta o presidente Obama como o destinatário que mais se beneficiou durante os últimos 20 anos das doações do comitê de “ação política” da BP ($77.051) (7). A BP, seus comitês de “ação política” e seus empregados contribuíram com mais de US$ 3,5 milhões aos candidatos federais durante os últimos cinco anos, fora o dinheiro destinado ao lobby. Em 2009, liberou US$ 15,9 milhões em seus esforços por influir na política energética nacional (8). Desta maneira, com uma gestão bem azeitada, consegue-se a “exclusão categórica” da política ambiental.
Evidentemente, a BP não trabalha sozinha. Um rápido olhar sobre algumas de suas conexões corporativas e governamentais é educativo, para não dizer alucinante. O presidente do Goldman Sachs Internacional, Peter Sutherland – que, com oito outros gerentes do Goldman Sachs, recebeu mais de US$ 12 milhões em honorários em 2009 – (9) e presidente da BP até que muito astutamente demitiu-se em dezembro de 2009, tem um currículo fascinante na página da Comissão Trilateral (10): “(...) É também presidente do Goldman Sachs International (1995 – até agora). Nomeou-se presidente da London School of Economics em 2008. Atualmente é representante especial da ONU para a Migração e o Desenvolvimento. Anteriormente era diretor-geral fundador da Organização Mundial do Comércio (OMC) e diretor-geral do Acordo Geral Sobre Comércio e Tarifas (GATT) desde julho de 1993, além de desempenhar um papel decisivo nos acordos da Rodada Uruguai, do GATT. É membro do comitê diretor do grupo Bilderberg e também assessor financeiro do Vaticano”.
Igualmente astuta foi sua empresa Goldman Sachs quando vendeu 44% de suas ações da BP no primeiro trimestre de 2010, embolsando cerca de US$ 266 milhões e economizando US$ 96 milhões a preços atuais (11). As cifras apontadas pelo Center for Responsive Politics demonstram que o comitê de “ação política” do Goldman Sachs e empregados individuais doaram US$ 994.795 durante 2007 e 2008 para a campanha de Obama. Outro homem da BP com agudo senso de oportunidade é o chefe executivo Tony Hayward – anteriormente membro da junta consultiva do Citibank – que vendeu ações da BP avaliadas em US$ 2.130.000, um terço de sua participação, somente algumas semanas antes do desastre do Golfo do México (12). Já os aproximadamente 18 milhões de acionistas ingleses não foram tão bem informados, especialmente muitos pensionistas, já que os fundos de aposentadoria britânicos dependem de lucros na Bolsa que pagam 1 libra de cada 7 que recebem anualmente. A queda livre do preço das ações de “rentabilidade segura” da BP até mais de 50% de seu valor em abril e o fato de que a empresa terá que pagar cerca de US$ 13,5 bilhões para um fundo de compensação significam que o pagamento de dividendos ficará suspenso até, no mínimo, 2011.
Demandada juntamente com a BP na maioria das 150 ações judiciais provocadas pelo desastre do Golfo do México, está a Halliburton Energy Services, a empresa contratada para a parte técnica da operação, encarregada da injeção de cimento no subsolo. Esta equipe foi forjada há anos durante o planejamento da invasão do Iraque. A BP foi encarregada, então, pelo Ministério do petróleo inglês de realizar estudos técnicos e de fornecer assessoria, análise e formação para o campo petrolífero de Rumaila. Nas palavras de Ethical Consumer:
“(...) antes da invasão, a BP treinava as tropas inglesas para manter e dirigir os campos petrolíferos que tinham sido apoderados no sul do Iraque. A gigante estadunidense Halliburton, que fornece serviços às empresas para a exploração, o desenvolvimento e a produção de petróleo e gás, foi encarregada de restaurar e reconstruir a infraestrutura petroleira e, nesta condição, acompanhava as tropas aos campos petrolíferos” (13).
Há alguns dias, um consórcio dirigido pela BP conseguiu o contrato para desenvolver o maior campo petrolífero do Iraque, Rumaila.
Não é possível contar toda a história de canalhices da BP em poucas páginas, nem as conseqüências de seus negócios na geopolítica, na balança da guerra e da paz, na economia, no meio ambiente e no mundo em geral, envolvendo desde a política do Oriente Médio até pessoas sem posses, às vezes assassinadas em comunidades remotas. Essas notas oferecem apenas um vislumbre da enormidade de crimes cometidos por essa empresa. A BP não representa nenhuma exceção entre as empresas petroleiras nem entre as grandes corporações. Sua história, além do vazamento de petróleo no Golfo do México, constitui um exemplo mais de seu enorme poder e impunidade. E não há nada reconfortante na notícia da semana anterior que nos informa que o novo governo de coalizão britânico considera conveniente nomear o antigo chefe executivo da BP (1995-2007), também antigo diretor não executivo de Goldman Sachs e “O Rei Sol”, Lord Browne, como o novo superdiretor de Whitehall, encarregado de difundir, no coração do governo, o espírito de valores comerciais” (14). Enquanto isso, a linguagem dos impunes delata bastante a continuada presença da bota. Em junho, um porta-voz da Casa Branca afirmou que a tarefa do presidente Obama é apertar a bota no pescoço da BP, enquanto que o jornal inglês The Telegraph (15) diz que a bota de Obama aperta o pescoço dos pensionistas ingleses. Na verdade, os impunes diretores e funcionários fabulosamente bem remunerados da BP estão calçando as mesmíssimas botas e pisoteiam gente indefesa.
Notas:
1. Juliet Eilperin, 2010 “U.S. Exempted BP’s Gulf of Mexico Drilling from Environmental Impact Study”, The Washington Post, 5 de mayo.
2. Stephen Kinser, 2003, All the Shah’s Men: An American Coup and the Roots of Middle East Terror, John Wiley and Sons, p.204.
3. Con respecto a DSC, véase http:www.sourcewatch.org/index.php?title=Defence Systems Limited#Colombia.
4. Véase el informe de la ONG Platform, Greg Muttitt and James Marriott, 2002, “Line of Fire: BP and Rights Abuses in Colombia”, http://www.platformlondon.org/carbonweb/documents/chapter11.pdf.
5. Terry Macalister, “Cree Aboriginal Group to Join London Climate Camp Protest over Tar Sands”, The Guardian, 23 de agosto de 2010.
6. Hannah Holleman y Rebecca Clausen, 2008, “Biofuels, BP-Berkeley and the New Ecological Imperialism”, http://mrzine.monthlyreview.org/2008/hc160108.html.
7. John Byrne, 2010 “Obama Is Biggest Recipient of BP’s Politicap Action Cash in the Last Twenty Years”, The Raw Story, 5 de mayo, http://rawstory.com/rs/2010/0505/obama-biggest-recipient-bp-political-action-money-20-years/.
8. Erica Lovley, 2010, “Obama Biggest Recipient of Bp Cash”, Politico, 5 de mayo, http:www.politico.com/news/stories/0510/36783.html.
9. Nick Webb, 2010, “Goldman Directors Reap Fees of €9.5m”, Sunday Independent, 23 de mayo de 2010.
10. Véase http://www.trilateral.org/membship/bios/ps.htm
11. Véase http://rawstory.com/rs/2010/0602/month-oil-spill-goldman-sachs-sold-250-million-bp-stock/.
12. John Swaine and Robert Winnett, 2010, “BP Chief Tony Hayward Sold Shares Weeks Before Oil Spill”, The Telegraph, 5 de junio.
13. Véase http://www.ethicalconsumer.org/CommentAnalysis/CorporateWatch/IraqWarProfits.aspx.
14. Polly Curtis y Terry Macalister, “Former BP Chief John Browne Gets Whitehall Role”, The Guardian, 30 de junio de 2010.
15. Louise Armitstead y Myra Butterworth, 2010, “Barack Obama’s Attacks on BP Hurting British Pensioners”, The Daily Telegraph, 9 June http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/northamerica/usa/barackobama/7815713/Barack-Obamas-attacks-on-BP-hurting-British-pensioners.html.
(*) Julie Wark é integrante do Conselho Editorial de SinPermiso.
Tradução: Katarina Peixoto
doblogdoturquinho
domingo, julho 11, 2010
Espanha venceu a Copa
O Brasil está batendo um bolão
Torci para a Holanda, para que, vencendo, tivéssemos perdido para o melhor time da Copa. Mas não me decepcionei. Foi um belo espetáculo que aquele time deu, mesmo perdendo para o da Espanha. A técnica superior de um venceu a garra inesgotável do outro. Em termos de futebol, fico feliz por ter vencido o melhor.
Mas ao ver a festa espanhola em Madrid pela televisão logo ao fim do jogo, não pude deixar de refletir sobre esse fenômeno louco e inexplicável que faz os povos esquecerem de tudo, de seus sofrimentos e frustrações cotidianos, unindo-os em torcidas análogas em toda parte.
Este país tem que encontrar uma forma de canalizar essa energia imensa que une nações inteiras, que alenta a dureza da vida de um povo como o nosso, que lhe concede, ao ver sua seleção vencer, essa sensação de que, junto aos “gladiadores” em campo, cada um de nós também ganhou alguma coisa.
Sim, rejubilamo-nos ou lamentamos pelo Brasil só a cada quatro anos, mas não devemos nos criticar por esse patriotismo quadrienal. A alegria que vimos explodir em Madrid pela televisão quando a vitória espanhola já se consolidava em nada difere da que explodiria em qualquer outro país que estivesse no lugar da Espanha.
Em vez de nos criticarmos pelo orgulho nacional exclusivamente futebolístico, temos que descobrir como fazer para que todos queiramos senti-lo em nosso progresso como povo. Deve haver uma forma de nos despertarmos para o desejo de nos projetarmos como nação na civilidade, na economia, nos indicadores sociais.
Não devemos deixar que os altos estratos desta sociedade continuem vendendo ao resto dela a idéia vil de que estamos fadados ao fracasso em tudo o mais que não seja futebol.
Mas estamos no caminho. Estamos vendo o país colher vitórias no desenvolvimento, como acontece na superação de uma crise econômica que pôs o novo campeão mundial de joelhos, bem como a maioria de seus vizinhos europeus.
Enquanto a vitória espanhola é uma ilusão, pois não propicia nada de realmente concreto àquele povo mergulhado no desemprego e na recessão, a vitória que este novo Brasil está logrando em seu desenvolvimento econômico e social é o que nós, brasileiros, devemos comemorar como se tivéssemos sido campeões no futebol novamente.
Não somos campeões mundiais nos quesitos supra elencados, mas estamos caminhando, a passos largos, para grandes vitórias como nação. O Brasil está batendo um bolão, nesse aspecto. Certamente nenhum de nós verá este país ser o mais desenvolvido, mas o estamos vendo adquirir os meios para chegar lá, um dia.
doblogdacidadania