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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 08, 2010

Serra omite EU no programa eleitoral ou Debaixo desse angu tem caroço






Serra omite EU no programa eleitoral ou Debaixo desse angu tem caroço

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GilsonSampaio

Ainda hoje escrevi Desafio aos jornalistas progressistas e ao PT onde estranho que ninguém da imprensa e do PT se interessem em saber sobre a vida de Serra nos EU.

No programa eleitoral de agora à noite o locutor diz que ele foi exilado no Chile e omite o seu pra lá de suspeito acolhimento nos EU.

Debaixo desse angu tem caroço. Ah! que tem, tem.

O EU criou a Operação Condor para eliminar opositores aos regimes ditatoriais tutelados por eles. No Chile, também operaram e mataram o Presidente Allende quando Serra estava por lá. Como explicar que Serra foge do Chile e reaparece logo nos EU?
* GilsonSampaio

Só Carolina não viu ou Cala a boca, FHC

GilsonSampaio
Chico escreveu uma música sobre uma moça que guarda uma dor tão profunda que a impede de viver com plenitude e não vê o tempo passando na janela. Lembrei-me da música ao ver FHC neste vergonhoso vídeo. O Brasil passou na janela e a elite cheirosa não viu.
Quando se pensa que o Farol de Alexandria atingiu o rés do fundo do poço, ele surpreende e cava um pouco mais.





O Sonho Dourado dos demotucanos



Enquanto o livro do Amaury Jr não é publicado, leia o que escreveu Aloisio Biondi sobre a bandalheira das privatizações:
I – O Brasil Privatizado: Um balanço do desmonte do Estado
II – O Brasil Privatizado: O assalto das privatizações continua

*GilsonSampaio 

Tucanato de São Paulo envolvido em desvio de 2 bilhões de reais do Detran/SP

Roubalheira paulista é bem maior que a do Detran/RS
Quatro ex-diretores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e um ex-secretário adjunto da Segurança Pública são acusados de provocar, entre 1994 e 2006, um rombo que pode chegar a R$ 2 bilhões. A causa são supostas ilegalidades em contratos de emplacamento de carros - durante esse período, a taxa prevista em lei para lacrar veículos em São Paulo deixou de ser cobrada das empresas pelo estado. A informação é do Estadão, edição de hoje.
A acusação contra 15 empresários, delegados e o ex-secretário - além de seis empresas - consta de ação civil pública apresentada à 14.ª Vara da Fazenda Pública pelo promotor Roberto Antônio de Almeida Costa, da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de São Paulo. É o resultado de um inquérito que se arrastou por dez anos e a primeira ação contra a chamada máfia das placas. 

O suposto esquema começou em 1993. Segundo o promotor, foi quando o então diretor do Detran, delegado Cyro Vidal, desistiu de assinar o contrato das placas como concessão, mas licitou os serviços. Para o promotor Costa, o resultado foi o mesmo. Em vez de pagar para o estado a taxa, o consumidor pagava para a empresa, fazendo o estado perder o controle sobre uma atividade que é própria da polícia: a lacração.

Para se ter uma ideia do prejuízo que a ação pode ter causado aos cofres públicos, o promotor ouviu o delegado chefe da administração atual do Detran, José Paulo Giacomini Pimenta. Este disse que a previsão de arrecadação do estado com a taxa de lacração em 2010 é de R$ 225 milhões - assim, em dez anos, o prejuízo chegaria a R$ 2 bilhões. Em 1998, a Promotoria soube que deveriam ter sido arrecadados (valores da época) R$ 33 milhões. É com base nesse valor, sem correção e juros, que a Promotoria deu à causa o valor de R$ 336 milhões - o valor final do prejuízo só será apurado em perícia durante a ação.

O jornal O Estado de S. Paulo procurou o ex-secretário adjunto da Segurança entre 1995 e 1999, Luiz Antônio Alves de Souza, mas não o encontrou. O mesmo ocorreu com o delegado José Francisco Leigo, que dirigiu o Detran de 1999 a 2006, sempre em administrações do PSDB.
A reportagem também procurou os ex-diretores do Detran Cyro Vidal (até 1994) e Orlando Miranda Ferreira (1997-1999). Vidal disse que as "licitações vinham de muitos anos antes, desde a década de 1970". Afirmou que, ao contrário do que disse a Promotoria, "o governo estadual autorizou isso na época". "Evidente que o estado mandou fazer, isso não tem a menor dúvida. Tudo foi feito de forma limpa, tudo foi enviado para a Secretaria de Segurança Pública, como sempre foi feito."
Já Ferreira disse à reportagem não estar preocupado com essa ação na Justiça. "Tudo foi feito de forma legal e transparente no período em que fui diretor do Detran." O empresário Miguel Colagiovanni afirmou que só vai manifestar-se após tomar conhecimento dos detalhes da ação. Cássio Paoletti, advogado do empresário Humberto Verre, disse o mesmo. 

SS erra

SERRA NÃO SABE LER

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A propósito, cadê o diploma?

*cloacanews 


Serra defende união homossexual.
Hipocrisia ? Calhordice ?


    Ele é ou não é?
    Saiu no Estadão :

    Serra defende união homossexual durante a Parada Gay de SP

    Governador afirma que projeto que vai propiciar união estável entre pessoas do mesmo sexo ‘está andando’


    Em um encontro com líderes das comunidades homossexuais e com os organizadores da maior manifestação gay do mundo, Serra afirmou que é “propício” à união estável entre pessoas do mesmo sexo e adiantou: “Temos um projeto sobre isso, está realmente andando porque o apoiamos”.


    Os ativistas pediram ao político do PSDB um respaldo para que o Senado aprove a lei que tipifica a homofobia como crime e que já foi aprovada em primeira instância pela Câmara dos Deputados.


    Alguns senadores fazem objeções aos artigos que proíbem pastores, sacerdotes e líderes religiosos a condenar o homossexualismo em programas de rádio e televisão, além da normativa judicial contra a discriminação homossexual em manifestações públicas.


    A organização do evento previa a participação de 3,5 milhões de pessoas, mas fontes da Polícia Militar (PM) indicaram extraoficialmente que o número chegou a cerca de três milhões de pessoas.


    A caminhada começou na Avenida Paulista em frente ao Museu de Artes de São Paulo (Masp) e terminou na praça Roosevelt com um ato que terminou oito horas depois do grande desfile, o qual contou com 20 trios elétricos e milhares de pessoas, em sua maioria disfarçadas.


    A parada necessitou de resguardo terrestre e aéreo de 1.200 policiais, 900 banheiros públicos, 140 postos de primeiros socorros e 16 ambulâncias.


    A cidade recebeu no fim de semana cerca de 400 mil turistas, 5% deles estrangeiros, e que deixaram para os cofres do setor cerca de R$ 200 milhões, segundo dados da SPTuris.


    O tema da edição deste ano foi “Sem Homofobia, Mais Cidadania Pela Isonomia dos Direitos!” e homenageou os 30 anos do movimento homossexual no Brasil, que já ganhou o reconhecimento patrimonial e direitos de previdência social para cônjuges do mesmo sexo, entre outras reivindicações.

    *conversaafiada 

     

    Petrobras afunda baixaria do Globo.
    Falta a Veja


      O Globo empura Serra para o precipício

      O Blog da Petrobras desmonta outra tentativa do PiG (*) de desestabilizar a Petrobras para beneficiar o Serra.

      Contratos Petrobras: Carta ao Globo


      Veja abaixo a carta enviada ao Jornal O Globo e leia aqui a matéria publicada pelo veículo nesta sexta-feira (8/10).


      A Petrobras esclarece que, ao contrário do que a manchete de O Globo afirma, a Companhia não tem contratos vigentes com a empresa Capacità Eventos.


      Em 2008, foi firmado contrato de prestação de serviços para o Batismo da P-53. A referida empresa foi responsável pela criação, produção, montagem e desmontagem da estrutura necessária para o evento. A contratação foi realizada por meio de processo licitatório na modalidade convite. Participaram seis empresas e a vencedora apresentou a proposta com menor preço. Todas as empresas participantes da licitação têm experiência de mercado na realização de eventos de grande porte.


      Também em 2008, o evento Porto Alegre – Uma Visão de Futuro teve o patrocínio da Petrobras e de outras empresas por tratar-se de um debate público sobre o urbanismo sustentável e o desenvolvimento de políticas públicas para a capital gaúcha. O patrocínio da Petrobras foi de cerca de 10% do valor total, que contou com a participação de várias empresas como Banrisul, Rede Zafari entre outras. O projeto foi uma oportunidade para a Petrobras reforçar a sua imagem de empresa comprometida com a responsabilidade social e ambiental.


      (..)

       

      Coordenadora da campanha de Serra fala sobre drogas

       


       

      Os que ganham com os vícios são infiltrados na socieade em tôdas as esferas. Como resolver? Política séria que veja o ser humano e não o Capital sem face.

      A luta contra a escuridão

       

      Os voluntários distribuem piteiras de silicone, protetores labiais e camisinhas para evitar doenças como hepatite e a Aids. Foto: Grizar Junior/AE
      O trabalho permanente e às vezes frustrante de uma ONG que tenta reduzir os riscos à saúde dos viciados da Cracolândia
      Quando Valter não consegue mais resistir, ele se tranca em algum dos hotéis da região da Luz (no centro da capital paulista), daqueles de 5 reais o pernoite. Cachimbo na mão fuma várias pedras de crack na sequência. “Quando tenho alguma recaída, me tranco e fico fumando a noite toda. Não tem essa de uma pedrinha só”, afirma. Bebe cachaça junto. Explica que a droga dá vontade de beber.
      Dinheiro para usar o crack não é problema. Um primo é traficante e, em troca de uma comissão, ajuda a movimentar o negócio. “Pego 60 pedras, por exemplo. Vendo 40 e entrego o dinheiro para ele. As outras são minhas.” Antes, levava sempre alguma mulher. Agora prefere usar a droga sozinho. “Não quero arrastar ninguém para esse caminho.”
      A noitada do crack repete-se a cada três ou quatro meses. Valter está em tratamento em um Centro de Atenção Piscossocial) de Álcool e Drogas (Caps). Frequenta a clínica aberta há três anos. Tem apoio de psiquiatras e toma antidepressivos, remédios para dormir e para reduzir as sensações de abstinência química. Vai bastante ao centro de convivência da ONG “É de Lei”, especializada em política de redução de danos para usuários de drogas. Lá recebe apoio de psicólogos e assistentes sociais, convive com outros viciados, vê filmes, participa de debates e oficinas e vai ao ponto de cultura.
      Para Thiago Calil, um dos psicólogos da entidade, os usuários passam a ter mudanças em seu comporta mento social após o convívio fora das áreas de consumo de crack. “Existem lugares na cidade que eles achavam que não podiam ir. A pessoa acaba, em muitos casos, aceitando os preconceitos dos quais é alvo e passa a se impor restrições, por acreditar que tem menos direito que os demais.”
      Depois de passar pela cadeia, condenado por roubo, e morar na rua, Valter vê aos 39 anos uma nova perspectiva para a sua vida. Voltou a estudar, fez um curso de confeiteiro e mora em um albergue. “A gente é discriminado por morar em albergue. Não consegui um emprego fixo, mas acabo fazendo uns bicos como confeiteiro.”
A ansiedade e a frustração com os problemas do dia a dia alimentam as recaídas. “Hoje, quando uso, fico mal. Sinto que decepciono quem acredita em mim.” Ele conta que não sente mais qualquer euforia com o uso. “Fico trancado no hotel, em pânico, achando que a polícia vai me pegar. Depois, me sinto culpado de ter usado.”
      O Ministério da Saúde tem estimulado a política de redução de danos a usuários de drogas e o tratamento de dependentes químicos em meio aberto, estratégias que recebem críticas dos defensores de isolamento e abstinência total. No Congresso, tramitam projetos de lei que pretendem facilitar a internação compulsória de usuários de drogas. Uma comissão externa da Câmara dos Deputados analisou os efeitos das legislações sobre drogas de Portugal, Holanda e Itália e deve percorrer seis capitais brasileiras para entender melhor os impactos da política brasileira para o tema. Segundo estimativas do governo, há 600 mil dependentes de crack no País, a substância que mais preocupa os especialistas.
      A abordagem dos redutores de danos ao usuário de drogas começa com as questões de saúde. Além de panfletos sobre cuidados em relação ao sexo e ao uso de drogas, Calil e Igor Zinza, o outro psicólogo da ONG, visitam as regiões da baixada do Glicério e da Luz com kits de piteiras de silicone e protetores labiais. A piteira evita que o cachimbo queime os lábios dos usuários e o protetor labial ajuda na cicatrização. Assim, eles pretendem reduzir os casos de doenças como hepatite, herpes e tuberculose, transmitidas no compartilhamento de cachimbos. Distribuem ainda camisinhas e falam dos cuidados para se prevenir da Aids. Em algumas cidades da Europa e do Canadá, a política de redução de danos inclui salas de consumo monitorado de drogas, em que o usuário aplica a substância preferida em uma sala individual e é acompanhado por profissionais de saúde, que lhe oferecem os materiais adequados e evitam casos de overdose.
      Entre as iniciativas brasileiras, tentou-se a distribuição de cachimbos de madeira aos usuários de crack. Mas a ideia deu errado por causa da falta de conhecimento sobre o perfil de consumo da substância. “Eles fumam também a ‘raspa’ ou a ‘borra’, que fica no fundo do cachimbo e é mais forte e a ‘tochada’, que fica nas paredes do tubo. Não dá para fazer isso com um cachimbo de madeira”, explica Calil. Os redutores de danos discutem com os usuários a proposta de um novo cachimbo, mais seguro do que os atuais, normalmente feitos pelos próprios consumidores. “O alumínio queimado é muito tóxico para o pulmão. O ideal seria usar cobre, mas é muito caro”, afirma.
      Alemão está com 44 anos e conta que usa a substância desde os anos 80, inclusive  quando esteve preso. “Antes da criação do PCC (organização criminosa que atua dentro dos presídios e passou a ter influência além dos muros), havia crack nos presídios, depois foi proibido. Só tem as outras drogas.” Seu cachimbo de cobre, com um tubo com mais de 20 centímetros, se destaca entre os demais. “É comprido para evitar que a fumaça prejudique meus olhos”, explica. Ele conta que alguns comerciantes da região vendem esses cachimbos. O dele custou 17 reais.
      Quando Calil e Zinza percorrem a Cracolândia, os viciados formam filas para pegar piteiras e protetores labiais. Antes de entregar os kits, os agentes conversam com os usuários. “Os dois são nossos amigos”, conta Baiana, de 23 anos, três anos na região. Ela fala dos filhos, que moram com a família na Vila Brasilândia e cujos nomes estão tatuados em seu braço direito.
      Baiana reclama da violência dos guardas civis metropolitanos. Um homem mostra hematomas e escoriações: segundo ela, resultados da violência de guardas na noite anterior. De acordo com Calil, a ONG, que recebe financiamento público, tentou e não conseguiu um diálogo com os batalhões da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana, atuantes na região. Na visão do redutor de danos, a aproximação com outros setores ligados ao governo ajudaria a integrar as políticas para essa população. A parceria funciona com as equipes do Programa de Saúde da Família. Esse contato tem servido para melhorar o tratamento que os usuários recebem quando precisam de atendimento médico. Os psicólogos da ONG também  dão palestras a funcionários de abrigos e albergues sobre as peculiaridades dos usuários de drogas.
      Para Baiana, que apesar do apelido é paulistana, a expulsão dos usuários de crack da região da Luz deve ser um desastre. “Aqui, a situação está localizada e não são todos que chegam aqui. Se espalhar, mais pessoas terão mais acesso.” Ela diz que os usuários de crack são muito unidos entre eles. “Um ajuda o outro. Se a família vem buscar alguém, a gente dá apoio para levar. Se depois essa pessoa tentar voltar, a gente expulsa daqui da região. Não queremos o mal dos outros.” Segundo a usuária, os companheiros estão em estado grave quando deixam de se alimentar e tomar banho e vivem apenas em função da droga. “Com 5 reais, você toma banho e dorme. Tem também o pessoal da Cristolândia (ação de igrejas evangélicas na região), que sempre dá uma força.”
      Um jovem anda pelas imediações da antiga rodoviária com a ex-namorada a tiracolo. Enquanto caminham de um lado para o outro, discutem como a dependência química do rapaz abalou o relacionamento entre eles, em uma autêntica via crucis do crack. Horas depois, ele seguiria para mais uma internação – as anteriores não surtiram o efeito desejado. Ela está lá para confirmar que ele pegará mesmo a perua até a clínica. “Até parece que eu vou fugir, quem foi atrás de reabilitação fui eu”, repete o jovem. A ex-namorada não se convence e o segue para onde ele vai.
      Pedro (nome fictício) continua a circular na Cracolândia, mas orgulha-se de ter tirado quatro pessoas de lá, entre elas uma criança. “Ele não tinha nem 10 anos. Levei na marra para uma perua do atendimento social porque queria ajudá-lo. Dizem que o menino está em uma clínica, em tratamento. Não quero nem que ele me veja, para não se lembrar do crack.” O homem, de barba grisalha, conta que gostaria de entrar com uma representação contra o governo por causa do descaso com crianças e adolescentes que estão nas ruas, usando crack. “Isso aqui é um problema social e de saúde pública, não de segurança. A solução vai sair daqui mesmo, da rua. É como o governo dos Estados Unidos, que passou a recrutar hackers para combater outros hackers”, sugere.
      A experiência indica até o melhor momento para abordar os usuários de crack. À noite, muitos estão sob um efeito forte da substância e mal conseguem conversar. Por isso, os redutores de danos preferem ir à tarde. Quando estão reunidos em grandes grupos, o diálogo é difícil, pois é o momento em que ocorre uma verdadeira feira de escambo, com qualquer produto que puder ser trocado. A presença de traficantes e policiais sempre atrapalha.
      Valter conta que o momento em que decidiu procurar ajuda foi quando não tinha onde tomar banho e passava fome na rua. “Sabe o que é dormir de pé, debaixo de uma marquise, em um dia de chuva?” Ele olha para o passado e agora pensa no futuro. “As coisas estão dando tão certo que tenho até medo, não estou acostumado com isso.”
      *CartaCapital

      SS erra

      Serra e a calhordice:
      ele jogou todas as fichas no aborto






      Na foto, Serra no horário eleitoral (Imagem: Latuff)
      O programa de estréia do Serra no horário eleitoral foi a vitória da treva: a exploração do aborto como arma eleitoral.

      O resto é bláblárina.

      Ele escondeu – de novo – o Fernando Henrique.

      E explorou com fúria a “onda” que deu 20% dos votos à Marina – a calhordice do aborto, como diz o Ciro.

      Ele é o que o Chalita descreveu.

      Ele é o que o Ciro sempre soube: Serra não tem escrúpulos e, se preciso for, passa com um trator por cima da mãe.

      Se continuar assim vai ser uma goleada.

      A Dilma vai ter muito tempo para provar que o Serra é um manipulador de quinta categoria.

      Um Golpista.

      A Dilma pensa sobre o aborto o que diz a Constituição: só em caso de estupro ou com risco para a mulher.

      O que, aliás, sem o engodo, é a posição do Serra e do Fernando Henrique.

      Como sempre disse o Conversa Afiada: a baixaria é última arma do Serra.


      Paulo Henrique Amorim

      Programa da TV da tarde do dia 08/10

      O recado de Aldir Blanc, na mosca

      *Tijolaço

      Enquanto tem muita gente iludida aí achando que blá-blá-blá vai decidir a eleição, o poeta Aldir Blanc, cuja obra virou letras de músicas de que o povo não se esquece jamais, publicou a declaração de voto que reproduzo abaixo. E mostra que a arte de escrever é assim: dizer bem as coisas cruas e reais.

      CONSIDERAÇÕES SOBRE O ABORTO





      Há que se discutir a questão do aborto.
      Há que se discutir qualquer questão de interesse público.
      Há que se discutir, mais ainda, uma questão de saúde pública.
      Mas como discutir  o aborto, se nem existe consenso sobre em que categoria se encontra tal ato?
      Há de se discutir o aborto, de colocá-lo no sofá da sala, com a mãe, a avó, os filhos e todos os convidados.
      Mas se falará a verdade?
      O aborto passa, antes de tudo, pela questão sexual.
      Mesmo com os avanços, nosso país possui uma intrinseca visão católica do sexo.
      Sexo é culpa. Sexo com culpa.
      O aborto, como consequência, trás esta culpa multiplicada, e encarada como punição de Deus aos que "furnicaram".
      Todo dia morrem dezenas de meninas em consequência de abortos clandestinos.
      Meninas pobres em imensa maioria.
      As ricas, clínicas muito bem montadas e "viajens arranjadas" dão o verniz para esconder "a vergonha da família".
      Abortar é assassinato?
      Deixar morrer jovens em abortos clandestinos é assassinato?
      Não educar, não prevenir é o verdadeiro crime?
      A Igreja católica simplismente diz: Não tenham relação.
      E eu pergunto, mesmo entre aqueles que por opção de vida se lançam à castidade, não o conseguem, como os padres católicos, como pregar a castidade?
      Não é um assunto simples.
      É sim, muito, muito, sério.
      Não deveria ser tratado como moeda eleitoral.
      A sociedade é hipócrita.
      Qual a atitude correta?
      Não tenho a pretensão de sabê-la.
      Mas tenho a honestidade e a sinceridade de não julgar.
      Que se discuta, e muito este tema.
      Em um forum adequado.
      Mas então voltamos ao início deste artigo, se não conseguimos nem concordar em qual forum se fará tal discussão, como iniciá-la?
      Difícil.
      Triste país onde a morte é moeda eleitoral.
      *MiguelGrazziotin 

      Eu faço um testemunho: Meu pai católico apostólico romano, falso moralista, me ensinou como não devo ser, minha mãe protestante, os2 trabalhavam fora, minha irmã com 16 anos engravidou, idos de 1968, imagine, o que os vizinhos vão pensar, aborto nela, quem é o cidadão culpado ela não entregou, uma clínica particular, fêz e pronto. 
      *chebola

      Que tal abortar a hipocrisia?

      ...A fome, a miséria, a falta de condições dignas para se viver, seria muito melhor que isso tudo viesse junto com o assunto aborto. Me preocupo e tenho muita pena das crianças que foram paridas sem a menor condição de terem uma vida digna! Onde estão os moralistas, hipócritas para falar da miséria e das mortes de mulheres que se submeteram e se submetem ao aborto em clínicas clandestinas, ou tomando remédios que colocam em risco suas vidas... O assunto é muito maior que sermão de padre, ou demagogia falada em mesa de bar, ou em "discursinho" de Direitista....
      Por Elaine Berti
      Que tal abortar a hipocrisia?
      *umpoucodetudodetudoumpouco


      https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7nobvp7HciJGBd1BIaPyGVvQYixgguwAG6CCqH2OJsYkudSjPRxxrR9UV3vgm3BWWWoZIMzXzyX6q0qWKh4Yf1ERaFvWKSKQbb9IH21tjNJNTO4otdcf86Y_RKZoH6SahTGlA1Ot9VXE/s1600/O-Papa-e-o-Inquiridor_01.jpg

      A velha mídia quer liberdade só para fazer propaganda

      D. Helder Câmara

      D. Helder Câmara
      Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto porque eles são pobres, chamam-me de comunista.


      Dois fatos recentes esclarecedores:

      1) A psicanalista Maria Rita Kehl foi demitida pelo Jornal O Estado de S. Paulo por artigo onde critica a desqualificação dos votos dos pobres. Diz ela: "Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos". Tais palavras foram consideradas pelo jornal como "delito de opinião", punido com sua demissão. Quer dizer, o jornal acha que voto de pobre não vale nada, e liberdade em suas páginas para alguém dizer o contrário é proibido. É o mesmo jornal que brada ter sido censurado recentemente, uma vítima, um desrespeito à liberdade de expressão. Quer dizer, liberdade da porta para a fora de seu prédio. Dentro, só o apoio ao candidato demotucano e seus preconceitos contra o andar de baixo.

      2) Aula de jornalismo na PUC no Rio, manhã do dia 5 de outubro. A professora Marília Martins, jornalista do jornal O Globo, comenta as recentes provas de seus alunos. Para uma aluna, Gizele Martins, dirige as mais pesadas críticas. Seu crime, segundo a jornalista, ter apresentado um bom texto, mas "totalmente parcial". Ao falar do direito à moradia, a luta social que envolve a questão, a professora disse que a aluna demonstrou "simpatias" pelo MST e o Movimentos dos Sem Teto, organizações criminosas, segundo ela. E ainda alertou a aluna para que guardasse bem o diploma, pois precisaria dele para garantir "uma cela de luxo" quando estivesse na prisão. Afirmou, por fim, que defende a liberdade de expressão, mas que não há lugar para a Gizele na imprensa.

      Certamente não, nesta imprensa. A Gisele teria que dizer que movimento social é sempre criminoso, que os pobres não sabem votar, mas que há "homens de bem", como o vampirotucano que pode salvar o país. Não é uma receita de jornalismo, mas de propaganda. A mídia existe, tem concessões públicas, para vender seus produtos mentirosos, contrários ao interesse de informação do povo brasileiro.

      Quem, como eu, deseja apoiar a Gizele, assine o abaixo-assinado em seu favor aqui.