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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 16, 2011

A ecologia radical de Slavoj Žižek


*esquerdopata

A comunicação argentina começa a mudar

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na CartaCapital:

Passou desapercebido por aqui. Não fosse a menção feita pelo jornalista Eric Nepomuceno, na revista Carta Capital, poucos ficariam sabendo que a Ley de Médios argentina está sendo implantada, apesar da oposição feroz dos grandes grupos de comunicação locais.

Na noite de 21 de junho, a presidenta Cristina Kirchner apareceu em rede nacional de televisão para fazer um anúncio capaz de tirar o sono dos controladores monopolistas da radiodifusão. O governo abria, naquela data, uma licitação para a concessão de 220 novas licenças de serviço de audiovisual no país.

USA - O MONSTRO "BALANÇA"...



A preocupação com o impasse nas negociações em torno de um novo teto para a dívida pública dos Estados Unidos, temperada com o agravamento da crise da dívida na Europa, adicionou ontem novos prejuízos aos mercados de capitais. As bolsas caíram na Ásia, Europa, Estados Unidos e Brasil, enquanto o ouro avançou para níveis recordes em Londres e Nova York e o dólar recuou ante as seis principais moedas.

Em depoimento no congresso estadunidense, o presidente do Federal Reserve Ben Bernanke, anunciou que não haverá novos estímulos à economia através da política de “relaxamento quantitativo” (emissão incessante de moedas), voltando atrás no que tinha insinuado um dia antes. As autoridades econômicas estão situadas hoje entre a cruz e a espada. A corrosão econômica, com o desemprego em alta, clama por estímulos, mas os riscos do derrame de dólares sobre os preços já são alarmantes..

As pressões inflacionárias, que não existiam em 2008 e 2009 em função da recessão, recomendam cautela com as emissões, segundo Bernanke. "Hoje, a situação é bem mais complexa", disse. As expectativas de inflação vão claramente ultrapassar a meta do FED. A situação lembra a estagflação dos anos 1970.

Bernanke também não escondeu as preocupações com a crescente possibilidade histórica de calote, caso não se aumente o atual teto do endividamento público, de US$ 14,3 trilhões, ultrapassado em maio. Se o impasse prevalecer entre a Casa Branca e o Congresso, os States não terão como honrar seus compromissos e evitar o calote.

O humor azedou ainda mais nos mercados após a Moody’s Investors Service avisar ontem que os Estados Unidos podem ter sua nota de classificação de risco (relativa à dívida soberana) rebaixada, perdendo o rating "AAA" que possuem desde 1917, e a Fitch Ratings cortou o rating da Grécia, notando que a derrocada "é uma possibilidade real".

Na opinião do presidente do FED, o não pagamento de débitos terá consequências dramáticas para a economia. Haveria um aumento das taxas de juros da dívida, o que repercutiria sobre os juros dos créditos, as hipotecas, e aumentaria o déficit fiscal. Um calote, acrescentou, levará a "cortes nos pagamentos de qualquer pessoa que receba benefícios sociais, nos pagamentos de serviços e dos salários das Forças Armadas".

O problema também deixa os credores com a pulga atrás da orelha. Em Pequim, um porta-voz do Executivo fez um apelo à Casa Branca para que adote "políticas responsáveis e medidas que garantam os interesses dos investidores". A China é o maior credor dos Estados Unidos (mais e um trilhão de dólares). A agência qualificadora chinesa Dagong Global Credit Rating também alertou para a derrocada dos EUA.

A situação atual, nos EUA e na Europa, configura um agravamento da crise iniciada em 2007 pela desordem no sistema bancário dos Estados Unidos, que contaminou o resto do mundo e demandou pesadas intervenções dos governos na economia, o que ampliou os déficits públicos e exacerbou os desequilíbrios fiscais. O tiro saiu pela culatra. O Estado capitalista, nesses casos, não foi capaz de reverter a crise, e sim contribuiu para agravá-la. 

Os otárinhos, ou melhor, os otavinhos

Os otavinhos são personagens típicos do neoliberalismo. Precisam do desencanto da esquerda, para tentar impor a ideia do tango Cambalache: Nada é melhor tudo é igual.
Os otavinhos são jovens de idade, mas envelhecem rapidamente. Passam do ceticismo – todo projeto de transformação deu errado, tudo é ruim, todo tempo passado foi melhor, a política é por natureza corrupta - ao cinismo –quanto menos Estado, melhor, quanto mais mercado, melhor.
São tucanos, seu ídolo é o FHC, seu sonho era fazer chegar o Serra – a quem não respeitam, mas que lhes seria muito funcional – à presidência. Vivem agora a ressaca de outra derrota, em barzinhos da Vila Madalena.
Tem ódio ao povo e a tudo o que cheira povo – popular, sindicatos, Lula, trabalhadores, PT, MST, CUT, esquerda, samba, carnaval.
Se consideram a elite iluminada de um país que não os compreende. Os otavinhos são medíocres e ignorantes, mas se consideram gênios. Uns otavinhos acham isso de si e dos outros otavinhos.
Só leem banalidades – Veja, Caras, etc. -, mas citam muito. Tem inveja dos intelectuais, da vida universitária, do mundo teórico, que sempre tratam de denegrir. Tem sentimento de inferioridade em relação aos intelectuais, que fazem a carreira que eles não conseguiram.
São financiados por bancos da família ou outras entidades afins, para ter jornais, revistas, editoras, fazer cinema, organizar festivais literários elitistas.
Fingem que gostam da França, mas são chegados a Miami.
Ficaram para trás com a internet, então abominam, como conservadores, reacionários idosos que é sua cabeça.
Se reúnem para reclamar do mundo e da sua decadência precoce.
Os otavinhos não tem caráter e por isso se dedicam a tentar denegrir a reputações dos que mantem valores e coerência, para tentar demonstrar que todo mundo é sem caráter, como eles.
Os otavinhos assumem o movimento de 1932, acham que São Paulo é a “locomotiva da nação”, que é uma ilha de civilização cercada de bárbaros por todos os lados. Os otavinhos detestam o Brasil, odeiam o Rio, a Bahia, o Nordeste. Odeiam o povo de São Paulo, querem se apropriar de São Paulo com seu espírito de elite.
Os otavinhos moram ou ambicionam morar nos Jardins e acham que o Brasil seria civilizado quando tudo fosse como nos Jardins. Os otavinhos nunca leram FHC, não entendem nada do que ele fala, mas o consideram o maior intelectual brasileiro.
Os otavinhos são órfãos da guerra fria, da ditadura e do FHC. Andam olhando pra baixo, tristes, depressivos, infelizes.
Os otavinhos compram todas as revistas culturais, colocam no banco detrás do carro e não lêem nenhuma. Lêem a Veja e Caras. Os otavinhos acham que a ditadura foi um mal momento, uma ditabanda.
Os otavinhos são deprimidos, depressivos, derrotados, desmoralizados, rancoroso, escrevem com o fígado. Os otavinhos têm úlcera na alma.
Os otavinhos odeiam o Brasil, mas pretendem falar em nome do Brasil, para denegri-lo, promover a baixa estima. Os otavinhos pertencem ao passado, mas insistem em sobreviver.

Por Emir Sader

Carla Bruni grávida

Impressionante !

Fiesp fará jantar em homenagem a Lula

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) irá realizar na próxima segunda-feira (18) um jantar em homenagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento será um reconhecimento da entidade às realizações de seu governo.
Cerca de 200 empresários, bem como a diretoria e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, participarão do encontro. Será a primeira visita de Lula à Fiesp após deixar a Presidência da República.
Em 2008, ainda presidente, Lula foi condecorado pela Fiesp com a “Ordem do Mérito Industrial de São Paulo”.
Durante os oito anos de seu mandato, Lula participou de 13 eventos na federação. Na sede da entidade, Lula recebeu oficialmente chefes de Estado como os presidentes Alan Garcia, do Peru; Michele Bachelet, do Chile; Cristina Kirchner, da Argentina; Mauricio Funes, de El Salvador; e Álvaro Uribe, da Colômbia, além dos primeiros-ministros Jan Peter Balkenende, o Reino Unido; e Silvio Berlusconi, da Itália.
*Icidadania

sexta-feira, julho 15, 2011

Justiça argentina condena dois militares da ditadura à prisão perpétua Ex-general e ex-coronel foram condenados pelos crimes de tortura e assassinato de presos políticos

BUENOS AIRES - A Justiça argentina condenou nesta quinta-feira, 14, à prisão perpétua um ex-general e um ex-coronel pelos crimes de tortura e assassinato de mais de 2.500 presos políticos durante a ditadura militar argentina (1976-1983), segundo informou a agência de notícias AFP.

O ex-general Hector Gamen, 84, e o ex-coronel Hugo Pascarelli, 81, foram "condenados por homicídio qualificado, privação ilegal da liberdade e torturas" no centro clandestino Vesuvius, localizado no sudoeste de Buenos Aires.

Pelo centro de tortura passaram o escritor Haroldo Conti, o famoso escritor Hector Oesterheld (que trabalhou com o italiano Hugo Pratt), o sociólogo alemão Elisabeth Käsemann e os franceses Françoise Dauthier e Juan Soler.


O coronel Pedro Durán Sáenz, que chefiou o centro de tortura nesse período, morreu durante o julgamento, em junho de 2010.

Cerca de 2.500 prisioneiros passaram por Vesuvius entre 1976 e 1978, quando foi demolido com a chegada da Comissão de Direitos Humanos (CIDH).

Deleite

Viva a medicina brasileira! Que seja pra todos…

Os dramas humanos também servem para que a gente meça os avanços de uma sociedade. Já se falou muito, aqui, que o melhor hospital era o aeroporto, pois tratamentos complexos bons  – para os poucos que podiam -  eram os prestados no exterior. A notícia, agora, que o presidente Hugo  Chávez virá fazer aqui a recuperação do tumor que lhe foi extraído em Cuba, convencido pelo presidente paraguaio, Fernando Lugo, que disse que aqui lhe salvaram a vida, mostra o quanto a capacidade da medicina brasileira é grande, respeitável e admirada.
Mais uma razão para lutarmos para que este bom atendimento – que muitas vezes não depende apenas da capacidade – esteja ao alcance de todos.   Precisamos regulamentar a emenda 29, que garante recursos  à Saúde e, ao mesmo tempo, conseguir fontes de financiamento para o setor.
Houve muita demagogia – e também má condução política – na questão da CPMF. Se a destinação exclusiva para a Saúde tivesse sido sempre garantida e se a contribuição incidisse apenas sobre a movimentação financeira dos  bem aquinhoados – como só tardiamente o governo propôs – o resultado poderia ter sido outro e o imposto poderia ter sido mantido, para movimentações financeiras de alto valor. Como todo mundo viu, não passou de balela aquela história de que o fim do imposto iria baixar os preços.
Bastaria ter isentado de incidência as movimentações financeiras abaixo de dez ou quinze salários-mínimos mensais – quem movimenta isso, normalmente? – e a contribuição não seria vista com maus olhos pelo povão e pela pequena classe média, que é arrochada ao extremo nos planos de saúde.
Temos de perder o medo de sermos “antipáticos”  por querer taxar os mais ricos  para que toda a população tenha bons serviços médicos. Já se mostrou aqui que os ricos, no Brasil, pagam pouquíssimo imposto. Metade do que pagam nos EUA.
Temos uma medicina de primeira linha, em matéria de capacidade e conhecimento científico. Precisamos encontrar os meios para fazê-la acessível a todas as pessoas.
E para isso, precisamos perder o medo de afirmar que pode haver imposto sem justiça social, mas não pode haver justiça social sem imposto para quem pode pagá-los.
* tijolaço