Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
terça-feira, fevereiro 07, 2012
Ciro aponta Serra como cúmplice da Privataria Tucana e será ouvido na CPI
O ex-ministro Ciro Ferreira Gomes, hoje vice-presidente do Partido
Socialista Brasileiro (PSB), é uma das testemunhas aguardadas na Câmara
dos Deputados caso seja aprovada a CPI da Privataria Tucana, originada
no livro homônimo do jornalista Amaury Ribeiro. A obra narra o processo
de privatização das grandes companhias brasileiras e o desvio monumental
de recursos do Estado para contas particulares, em bancos de paraísos
fiscais, entre elas as dos principais líderes do PSDB, como José Serra e
Fernando Henrique Cardoso.
+*oterrordonordeste
Protógenes mostra otimismo sobre instalação de CPI das Privatizações
BELO
HORIZONTE - A decisão do presidente da Câmara, deputado federal Marco
Maia (PT-RS), de instalar três comissões parlamentares de inquérito
(CPIs) no primeiro dia de volta aos trabalhos na Casa animou o deputado
Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) em relação à criação de uma CPI para
investigar irregularidades que teriam ocorrido nas privatizações
realizadas pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(PSDB). Ao lado de parlamentares do PT, o ex-delegado afirmou na
segunda-feira, 6, que tem apoio do partido da presidente Dilma Rousseff,
um dos que evitou levar à frente a Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI) do Banestado criada no Congresso em 2003 para apurar
denúncias semelhantes.
Fidel Castro apresenta livro de memórias em ato público em Havana
Fidel Castro: "O nosso dever é lutar até o último minuto..."
O
ex-presidente cubano Fidel Castro apresentou o livro "Guerrillero del
tiempo", uma nova obra com suas memórias, durante um ato público em
Havana.
Aos
85 anos, o líder da Revolução Cubana, fora do poder desde 2006 por
problemas de saúde, conversou durante seis horas com os convidados da
cerimônia de lançamento ocorrida nesta sexta-feira. Os dois volumes de
"Guerrillero del tiempo" foram escritos pela escritora e jornalista
Katiuska Blanco.
Trata-se
do primeiro ato público de Fidel desde abril de 2011, quando
participou do encerramento do 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba
(PCC), ocasião em que foi substituído na legenda por seu irmão, o
presidente Raúl Castro.
As
novas memórias de Fidel Castro, que somam quase mil páginas, começam
com as primeiras lembranças de sua infância e vão até dezembro de 1958,
às vésperas do triunfo do movimento guerrilheiro que derrubou o
ditador Fulgencio Batista.
Vestido
com jaqueta esportiva e camisa xadrez, como mostram as fotos
publicadas nos jornais cubanos e no site "CubaDebate", Fidel Castro se
referiu a diversos temas durante o ato, no qual estiveram presentes
intelectuais cubanos e o ministro da Cultura, Abel Prieto.
Fidel
falou que raramente o Prêmio Nobel é dado àqueles que defendem um
sistema social mais justo, comentou sobre sua profunda oposição ao
ensino pago e abordou assuntos internacionais, como a disputa pelas
ilhas Malvinas, "esse pedaço de terra confiscado da Argentina" pelo
Reino Unido, em sua opinião.
Fidel
também disse acompanhar a situação política na Venezuela e elogiou
Hugo Chávez, atual presidente venezuelano. "Nunca ninguém fez mais pelo
povo venezuelano que o movimento bolivariano", exclamou Fidel.
Ele
ressaltou ainda as "admiráveis" lutas travadas pelos estudantes
latino-americanos e do mundo por seus direitos e se mostrou favorável
aos ideais da jovem Camila Vallejo - líder dos recentes movimentos
estudantis no Chile - sobre a luta por uma educação igual para todos.
Não
faltaram referências às "terríveis ameaças" sobre a Síria e o Irã,
enquanto, em sua visão, Estados Unidos e Europa pretendem convencer a
Rússia com a "ridícula ideia" de um escudo antimísseis para proteger
este país
Ao longo do evento, Fidel se interessou pela situação dos cinco agentes
cubanos condenados a penas de prisão nos Estados Unidos e inclusive
conversou por telefone com um deles, René González. Fidel Castro não
descartou continuar escrevendo. "Tenho de aproveitar agora porque a
memória se desgasta". Após seis horas de conversa, Fidel, segundo o
repórter do jornal "Granma", lamentou o término do evento e disse estar
muito feliz, mas acrescentou que é um "colaborador" dos médicos que o
atendem.
O bloqueio comercial imposto pelos Estados Unidos sobre Cuba
completa cinquenta anos nesta terça-feira. Sua longevidade – para os
críticos da medida, anacronismo – mostra a dificuldade de enterrar um
símbolo da Guerra Fria
TERESA PEROSA (TEXTO) E RENATO TANIGAWA (INFOGRAFIA)
Silvaldo, com sua tristemente famosa foto de Vladimir Herzog
A declaração do ex-fotógrafo policial Silvaldo Leung Viera, levado
por militares para fotografar o falso suicídio de Vladimir Herzog, de
que está disposto a contar os detalhes deste e de outros episódios em
que testemunhou torturas e assassinatos políticos, como revela hoje a Folha. mostra o quanto é urgente que a presidenta Dilma instale a Comissão da Verdade.
Ele próprio diz que ” a história vai se perdendo, há muitos episódios
que não são conhecidos, acho que uns 90% dos fatos ainda não se
tornaram públicos”.
Já se vão dois anos desde que Lula teve a iniciativa de propor a comissão e o assunto ficou preso no Congresso.
O povo brasileiro tem o direito de conhecer os fatos. Independente de
serem responsabilizados judicialmente os seus autores, é preciso que
esta escuridão desapareça da vida política.
Por mais que se deseje uma “agenda positiva”, ações de governo que
impulsionem mais este país pra o desenvolvimento com justiça social, não
dá para adiar mais o que já deveria ter ocorrido há duas décadas, com a
redemocratização do Brasil.
Senão,o tempo é quem matará o direito à memória.
*Tijolaço
Não
passa um dia sem que se tenha notícia de uma barbaridade cometida por
um soldado ou tropa da PM em algum estado brasileiro. Torturas,
espancamentos, mineiras, extorsões, assassinatos são comuns a todos os
estados da federação. E a falta de uma revisão histórica, de um mea
culpa e principalmente de punição é a mãe de todas essas barbaridades.
Na
época da ditadura aos policiais estava não apenas permitido torturar e
prender arbitrariamente qualquer um, como essas práticas eram
incentivadas. Era famosa na época a frase "Sabe com quem está falando?",
dita de boca cheia por soldados e policiais de qualquer escalão.
Como houve uma "anistia geral", embora a tortura seja um crime contra a
humanidade, se o Brasil mudou, na área policial tudo continua como na
época da ditadura. Por isso, é corriqueiro assistirmos a agressões
covardes de PMs contra crianças e mulheres grávidas, como na foto à
esquerda (PM do Rio de Janeiro) e no vídeo abaixo (PM de São Paulo):
No final de semana, os supermercados
de São Paulo começaram a distribuir, gratuitamente, as sacolinhas
biodegradáveis de amido de milho que eram vendidas a R$ 0,19 aos
consumidores. A medida resulta de acordo entre varejistas, Ministério
Público e Procon-SP.
*osamigosdopresidentelula
Do Pinheirinho ao Pelourinho, o PSDB sempre do lado errado
Há má-fé evidente, quando os demotucanos apostam no "quanto, pior,
melhor" na greve da PM da Bahia para fazer um falso contraponto ao
extermínio do Pinheirinho em São Paulo.
No caso paulista, a mão-de-ferro do governador e prefeito tucano
operaram a favor de Naji Nahas contra a população mais pobre e
vulnerável, usando a PM paulista.
No caso baiano, um líder grevista filiado ao PSDB, insufla a PM a agir
fora-da-lei e aterrorizando a população, de forma a prejudicar o
andamento de negociações sobre reivindicações que seriam legítimas se
feitas por outros meios.
Os grevistas perdem a razão e apoio popular para suas causas quando, na
prática, sequestram a segurança pública, e colocam a população como
refém. É uma situação onde ninguém sai ganhando, e só serve para
enfraquecer a própria instituição policial.
Nos dois casos, o PSDB sempre esteve do lado errado.
Leia por que essa greve é um "tiro no pé" da própria PM na Rede Brasil Atual.