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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Der Spiegel e a manipulação crua e nua



Na reportagem Familie Assad: Kleptokratie im großen Stil (Família Assad: Cleptocracia em grande estilo), a Der Spiegel mostra a que veio.

Na foto, o ditador Assad faz o gesto de pegar as joias da coroa inglesa.

E pensando bem, essas jóias foram roubadas de algum povo que os ingleses subjugaram.

A manipulação da Der Spiegel me fez lembrar de uma visita que fiz há muitos anos ao museu de História, em Londres, .

Havia uma exposição especial sobre a Índia.

Fiquei extasiada com a riqueza cultural de um povo tão humilhado por tanto tempo.

Mas a cada pedaço de arte que eu admirava, eu pensava: mais uma peça roubada dos indianos, mais uma, mais um...

Além de serem um dos maiores ladrões de arte do mundo, os ingleses têm o privilégio de terem tido como rainha a maior traficante de drogas da história: rainha Vitória.
*Brasilmostraatuacara

Charge do Dia

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A privatização da Dilma é partilha. FHC era concessão

Para o Valor, na primeira página, os vencedores do leilão dos aeroportos formam um conjunto de parvos:

“Preços pagos no leilão superam geração de caixa de aeroportos”

Entraram no leilão para ter prejuízo.

Durma-se com um barulho desses, amigo navegante.

A Folha (*), na primeira página, diz que só empresa micha venceu o leilão.

Claro, amigo navegante: nenhuma vencedora tem a musculatura do UOL e da Folha, que, como se sabe, são blue-chips da Bolsa da Valores de Nova York.

O jornal nacional do Ali Kamel deu ao leilão o tratamento de uma batida de trânsito na rua Lopes Quintas.

Reportagenzinha fuleira, em que a metade do tempo foi gasta com um “transportista”, especialista em “transportismo” que provou, por “a” mais “b” que foi um desastre.

Kamel parecia por lenha na fogueira da insurreição baiana – clique aqui para ler o Santayana.

A Urubologa esteve implacável no Globo.

Não fica finger sobre finger.

Começa com uma gigantesca imprecisão:

“… como a privatização dos tucanos, foi estatizada demais.”

(Ela não menciona pequena diferença entre uma e outra – a dos tucanos foi a maior roubalheira numa privataria latino-americana, como demonstrou em cem paginas de documentos públicos, o Amaury Ribeiro Junior.)

E aí é que está o busílis da questão.

Na Privataria tucana, o Cerra e o Farol de Alexandria vendiam a preço de banana – como fizeram com a Vale, debaixo de furiosa pressão do Cerra, segundo depoimento envergonhado do FHC – e iam embora para casa.

Ou para Miami.

Vendiam as telefônicas a preço de banana, entregavam ao Daniel Dantas – que não entrava com um tusta – e iam embora para casa.

Ou para Paris.

Se as telefônicas não cumpriam o combinado com os consumidores, se mandavam com todo o lucro para fora e não reinvestiam, se eram as campeãs de reclamação no Procon, problema da Anatel.

Anatel ?

O que faz a Anatel ?

A privatização da Dilma é um pouquinho diferente.

Primeiro, ela não levou a leilão patrimônio nacional não renovável, como as jazidas minerais da Vale do Rio Doce.

Ou as jazidas do pré-sal da Petrobrax.

Ela leiloou a gestão de serviços.

O controle do que interessa, do que é vital, a gestão do espaço aéreo, isso continua no Brasil.

Não foi para a Espanha.

Em segundo lugar, a Infraero é sócia dos consórcios vencedores, com participação forte – 49% em Guarulhos.

E a Dilma tem direito a veto na administração dos aeroportos.

Ou seja, a Presidenta Dilma tem o pé na porta.

Não cumpriu o que prometeu, ela entra na sala.

E 49% da geração de lucro de Guarulhos não é de se jogar fora, não é isso, amigo navegante ?

É dinheiro para a Infraero aplicar em outros aeroportos essenciais à interiorização do progresso.

O que o Brasil ganhou com a concessão da Brasil Telecom ao Daniel Dantas ?

Quem ganhou mais ?

Ele ou o Brasil ?

O modelo que se pode chamar de híbrido da Dilma é manter sob controle do Estado uma formidável “golden share”, como fazia a D. Thatcher, a mãe de todos os privatizadores.

(Aqui, o Cerra jogou a “golden share” num piscinão do rio Tietê.)

A “golden share” da Dilma é o direito a veto.

Para fazer uma analogia, que talvez ajude a conter o disfarçado entusiasmo dos neolibelês (**), a distância que separa a Dilma da Elena Landau não é a que vai do Carandiru à Daslu.

É a diferença entre “concessão” e “partilha”, na Petrobrás.

O Farol “concedia” as reservas de petróleo do Brasil às empresas exploradoras.

A Dilma e o Lula, na companhia do Gabrielli, montaram o sistema da “partilha”.

E quem fica com a parte do leão (Infraero e o direito a veto) é a Petrobrás.

A Urubóloga tem razão.

A privatização da Dilma é estatizada demais.

Sem Ricardo Sergio de Oliveira.

O que é uma grande diferença !


Paulo Henrique Amorim

terça-feira, fevereiro 07, 2012

Para entender o que é estratégico

 

O Jurong Aracruz, no Espírito Santo: o navio sonda nasce junto com o estaleiro
O mercado de exploração de petróleo não é igual a uma feira livre, onde você pode ficar rodando e escolhendo, na hora em que quiser, a melhor oferta de preço.
Os contratos de concessão, que vigem na maior parte do mundo, têm datas, prazos que, se não cumpridos, acarretam a perda dos direitos exploratórios.
E os equipamentos são altamente especializados e caríssimos.
O aluguel de uma sonda da águas ultra profundas, no mercado “varejista” – contratos bem negociados ficam um pouco abaixo disso – anda na faixa de US$ 500 mil por dia (por dia, é isso mesmo).
Em 2007 e 2008 a Petrobras teve de fazer malabarismo para colocar sondas em todas as áreas que detinha e por pouco não perde os direitos exploratórios de uma das áreas do pré-sal, o campo de Carioca.
A opção, corretíssima, da empresa foi estimular a fabricação aqui destas sondas. Mas enfrentamos o problema de operação plena dos estaleiros e do ineditismo desta produção.
A solução foi a própria Petrobras coordenar a formação de uma empresa com este fim, a Sete Brasil, reunindo bancos e fundos de investimento.  Foi ela a contratada para fazer as sete primeiras sondas de um lote total de 28 unidades, e concorreu às demais 21, no finalzinho do ano passado, numa licitação que a Petrobras suspendeu à espera de uma baixa de preços.
Mas as sondas têm de sair e vão sair.
Mesmo sem a garantia firmada do contrato, a Sete Brasil contratou uma sonda ao estaleiro Jurong Aracruz, que está sendo construído no Espírito Santo, ainda em fase inicial.
Baseado num desenho inédito, o navio-sonda  poderá operar em lâmina d´água de mais de 3,3 mil metros e tem capacidade para perfurar mais outros 9 mil metros no subsolo.O índice de nacionalização deverá ser superior a 60%.
Se a Petrobras não tivesse o peso que tem na empresa, ela firmaria um contrato assim, de quase US$ 800 milhões? E se a sonda não começasse a ser projetada agora, se as encomendas de partes e equipamentos não pudesse começar a ser feita, se os problemas de um primeiro produto não começassem a ser enfrentados já, haveira prazo para que a sonda entrasse em operação no calendário-limite que tem a Petrobras?
Um empresa de petróleo com as perspectivas que tem a Petrobras precisa deste poder, porque é dele que se origina a pressão que ela precisa fazer sobre seus fornecedores. Se a Sete Brasil bancou os riscos, é porque sabe que há mercado.
A Petrobras tinha apenas duas sondas de águas ultraprofundas em 2007, hoje tem 25, terá 34 dentro de dois anos, quando- aí, sim – entrarão em operação as sondas feitas no Brasil. Em 202o, quando o contrato estiver concluído, serão 65, um terço delas fabricado aqui.
Sem o novo modelo de partilha, sem a garantia de operar todos os nossos poços do pré-sal pela petroleira brasileira, alguém ia meter o peito na correnteza e produzir este bilionário equipamento aqui, turbinando a economia, a indústria, a tecnologia e o emprego?
Imprudência? Imprudência é um gigante que aceita rastejar.
*Tijolaço

Charge do Dia

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PM ataca cidadãos em Curitiba após pré-carnavalesco - vídeo

Ouvir com webReader
Na noite de domingo, a polícia militar promoveu uma inexplicável repressão aos cidadãos que permaneceram  nas ruas após o desfile pré-carnavalesco de blocos, em Curitiba (PR). O motivo da agressão teria sido o fato de alguém ter lançado uma garrafa contra um carro da PM. Enfurecidos, os policiais passaram a agredir todos as pessoas que se encontravam no local. 

Os vídeos a seguir, mostrando a ação da polícia, trazem o seguinte comentário de abertura (o grifo é nosso):

Gostaria primeiramente de pedir desculpas à todas as profissionais do sexo de Curitiba, sei que os policiais não são necessariamente seus filhos. Peço desculpas pelas referências exaltadas aqui proferidas em detrimento à sua respeitável profissão. Queridas profissionais, me desculpem. 

Esse vídeo será parte de uma trilogia que será completada assim que conseguir dar upload nos dois outros vídeos que somam aproximadamente 25 minutos. Consegui registrar a entrada até a saída da polícia (militar e municipal) e no meio disso há registro de trabalhadores (que trabalhavam durante o evento) correndo da polícia, mulheres feridas e diversos veículos da imprensa cobrindo o acontecimento.

Em segundo lugar gostaria que este vídeo servisse como solidariedade à todos os movimentos antifascistas que amente por uma vida não fascistaexistem neste mundo. Sabemos que o inimigo é comum. 

Que tenhamos força e doçura para continuar com a luta diária pela defesa da simples dignidade, do simples direito, da simples alegria de ser, ver, falar, morar, ocupar, afetar, dançar, mijar, cantar, viver e deixar viver.

.
 
*personalescritor

Obama assina decreto que reforça sanções contra Irã

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta segunda-feira um decreto mediante o qual se confiscarão todos os bens do Governo iraniano, entre eles, os do Banco Central do Irã (BCI) e outras entidades financeiras, informou a Casa Branca.
O comunicado do Governo americano acusa ao BCI de “práticas fraudulentas” com o fim de exceder os limites produzidos pelas sanções impostas pelos EUA e seus aliados.
O recente decreto proporciona mais liberdade às instituições americanas para confiscar as propriedades das entidades financeiras estatais do Irã ou as que pratiquem transações com as entidades sancionadas.
“Irã deve a partir de agora enfrentar um nível sem precedentes de pressões, levadas a efeito pelas sanções, e cada vez mais forte, aplicado pelos Estados Unidos e outros países”, assinalou o comunicado do Departamento de Tesouro dos Estados Unidos.
Nos últimos meses, EUA e seus aliados impuseram embargos sobre o petróleo e o setor financeiro da República Islâmica do Irã. As sanções americanas implicam as multas para as entidades financeiras e comerciais, seja nacionais ou estrangeiras, que violem os embargos sobre o Irã.
A União Europeia, também, impôs na segunda-feira passada, unilateralmente, um “embargo gradual” a compra de petróleo iraniano. Além disso, sancionou ao BCI, a venda de diamantes, ouro e outros metais preciosos ao Irã.
As autoridades iranianas têm sustentado reiteradas vezes que estas sanções não afetam a vontade de Teerã quanto ao desenvolvimento de seu programa nuclear pacífico.
Em alusão a postura da UE, o ministro de Petróleo da República Islâmica do Irã, Rostam Qasemi, anunciou, sábado passado, que Teerã está estudando uma forma de anular suas exportações de petróleo a certos países europeus.
Tradução de Luis Carlos (Redação do blog o povo na luta faz história)

Bomba iraniana: Não confirmam e nem desmentem

Sanguessugado do  Bourdoukan      
          Iran testa míssil que pode transportar ogivas nucleares
Tentei cinco fontes altamente informadas e nenhuma delas desmentiu ou confirmou a informação que me foi passada por um embaixador ( leia postagem abaixo).
Uma das fontes, que vive em Beirute, não ficou muito surpresa.
Pediu para que eu ficasse atento aos mísseis que o Iran está testando, principalmente os de longo alcance.
Não precisei perguntar a finalidade, basta ver o temor de Israel e de outros sátrapas dos Estados Unidos na região.
Se o Iran possui ogivas nucleares, ou não, isso vamos ficar sabendo ainda este ano.
Israel está a toda hora enviando recados de que vai atacar a terra de Xerxes, Artaxerxes e Dario.
Mas se de fato vai atacar isso deve ocorrer um pouco antes das eleições nos Estados Unidos.
Porém, com ou sem eleição nos Estados Unidos, o estado sionista poderá acabar no limbo se atacar e se de fato o Iran possuir ogivas nucleares.
Um país tem todo o direito de se defender.
Pelo menos assim reza a cartilha das Nações Unidas.
O problema dos dirigentes sionistas é a arrogância.
Acham que podem tudo.
E aí, a humanidade tem sua parcela de culpa.
Vejam o que acontece na Palestina.
Por muito menos o sistema do apartheid sul africano desapareceu.
No entanto, o apartheid israelense, alem de mais brutal, continua impune e fazendo vitimas.
E tudo isso graças ao apoio da tal democracia estadunidense que invade, ocupa e saqueia nações soberanas.
Em nome da democracia.
Democracia essa que produziu masmorras tenebrosas como Guantánamo, Abu Ghraib, Bagran e centenas de outras espalhadas pelo mundo.
Onde se pratica a arte da tortura impunemente.
A História ensina que o poder das armas sempre falou mais alto que o poder da razão.
Uma nação que não aprende isso está fadada a se tornar refém.
Está pedindo para ser  invadida e ocupada.
Vejam o que aconteceu com o Iraque, com o Afeganistão e  com a Líbia.
A Síria resiste. Até quando?
Resta agora esperar o desenrolar dos acontecimentos.
Terão os iranianos ogivas nucleares?
O tempo dirá.
*GilsonSampaio

UNIÃO SUSTENTA CORTE MAIS CARA DO PAÍS, O TJ DO DISTRITO FEDERAL, QUE JÁ CHEGOU A PAGAR R$ 400 MIL PARA UM DESEMBARGADOR

Carinho heim!?

Os tribunais milionários se multiplicam pelo país. Depois das notícias denunciando os abusos cometidos nos tribunais de São Paulo e do Rio de Janeiro, agora é a vez do Tribunal de Justiça do Distrito Federal que é considerado a corte mais cara do país com um custo de R$ 1,4 bilhão aos cofres públicos previsto para este ano.

O gasto é cinco vezes maior do que o do Supremo Tribunal Federal e o pior, é custeado pelo Orçamento da União. As tais “vantagens eventuais”, que ocorrem também no Rio e em São Paulo, fazem com que a folha de pagamento do TJ-DF aumente mais do que o normal, tornando possível a um único desembargador receber de uma só vez R$ 370,3 mil em benefícios que, incorporados ao salário de R$ 24,1 mil, garantiram ao magistrado um total de R$ 401,3 mil de salário, como mostra notícia publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo.

É uma verdadeira “farra” com o dinheiro público. São benefícios e mais benefícios que não acabam mais e que tampouco se restringem apenas aos magistrados. O TJ-DF, mais caro dentre todos os estaduais, entra assim na lista dos tribunais com remunerações fora do normal, para dizer o mínimo, que estão sob investigação da Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Felizmente, dada a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal na última quinta-feira, o CNJ vai poder continuar investigando esses juízes e desembargadores que se julgam acima da lei e que, definitivamente, viraram as costas para o interesse público.

Veja trecho de notícia sobre o assunto:

Corte mais cara do País, TJ-DF gasta com pessoal 5 vezes mais que Supremo
Folha de pagamento será de R$ 1,4 bi neste ano; contracheque supera R$ 400 mi no caso de um desembargador
Por Alana Rizzo, de O Estado de S. Paulo
A folha de pagamento do tribunal estadual mais caro do País vai custar R$ 1,4 bilhão aos cofres públicos este ano. Custeado pela União, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJ-DF) vai gastar cinco vezes mais que o Supremo Tribunal Federal (STF)com a folha de pagamento e o dobro das despesas do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com pessoal. Essas cortes também são custeados pelo Orçamento da União.
Assim como nos tribunais de Justiça de São Paulo e do Rio de Janeiro, a folha de subsídios da corte do DF (o mais caro entre todos os estaduais) é engordada com as chamadas “vantagens eventuais”. Em dezembro passado, os cofres federais pagaram salários milionários aos magistrados e servidores do tribunal na capital federal.
Naquele mês, um dos desembargadores recebeu de uma só vez R$ 370,3 mil em benefícios, que, incorporados ao salário de R$ 24,1 mil, garantiram ao magistrado um total de R$ 401,3 mil. No mesmo mês, um juiz substituto ganhou R$ 240,5 mil só em vantagens.
O relatório de pagamentos, publicado em cumprimento à Resolução 102 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mostra que os benefícios não são exclusividade dos magistrados.
Um analista judiciário, cujo salário é de R$ 11 mil, recebeu R$ 205 mil em vantagens. Também em dezembro, um técnico ganhou R$ 145,9 mil, ou seja, 22 vezes mais do que o salário que recebe mensalmente pelo cargo que ocupa – R$ 6,5 mil.
Na soma de exemplos como esses, a folha atingiu R$ 205 milhões, sendo mais da metade – R$ 132 milhões – só com as vantagens. O valor retido pelo teto foi de R$ 160 mil.
Em janeiro, 280 juízes receberam vencimentos brutos acima do teto. Os valores variaram de R$ 32 mil a R$ 150 mil. Nos outros meses, analistas receberam somas entre R$ 12 mil e R$ 35 mil. Técnicos tiveram pagamentos que variaram de R$ 4 mil a R$ 17,9 mil. No total, são 10.087 servidores do TJ-DF. (Texto completo)
Leia mais em Educação Política:
TRIBUNAIS MILIONÁRIOS: MAGISTRADOS NO RIO RECEBEM SALÁRIOS QUE VARIAM DE R$ 40 MIL A R$ 150 MIL REAIS
PARECE ÓBVIO, MAS É A BARBÁRIE DO ESTADO DE DIREITO NO BRASIL
BARBARIDADE: RELATÓRIO REVELA QUE OPERAÇÕES FINANCEIRAS SUSPEITAS DO JUDICIÁRIO CHEGAM A CERCA DE R$ 856 MILHÕES
MARCO AURÉLIO MELLO, MINISTRO DO STF, QUE QUER ACABAR COM O PODER DE COMBATE À CORRUPÇÃO DO CNJ, FOI DERROTADO EM 73% DE SUAS INTERPRETAÇÕES CONSTITUCIONAIS

PT vai propor revisão de lei sobre função social da propriedade

Por conta do uso da violência policial e do desrespeito aos direitos humanos ocorridos na desocupação do Pinheirinho, escorada na decisão da Justiça de São Paulo no direito à propriedade, o PT vai trabalhar para aprovar no Congresso Nacional uma nova legislação sobre os limites e a função social da propriedade.


Em nota divulgada na última quarta-feira (1º), a Executiva do PT anunciou a decisão de “lutar para a prevenção de novas ocorrências desta natureza com a apresentação de uma plataforma legislativa regulatória sobre mediação de conflitos, direitos humanos e organização de ações policiais de reintegração de posse em áreas rurais e urbanas de conflito social”. Para isso, lembra a direção do Partido, uma série de legislações já em vigor, como o Estatuto da Terra e o Estatuto das Cidades, poderão ser ampliados e aperfeiçoados.

O PT também assumiu o compromisso de priorizar, em 2012, a aprovação da PEC do Trabalho Escravo, o Estatuto dos Povos Indígenas e outras que relacionem a propriedade da terra e os direitos humanos.

Para a Executiva Nacional do Partido, não basta denunciar a violência, punir seus autores e assegurar reparação às vítimas. É preciso, também, construir “soluções permanentes que impeçam as arbitrariedades hoje facultadas aos Poderes Executivo e Legislativo em situações limite em conflitos sociais”.

O objetivo da proposta de nova legislação é “coibir arbitrariedades dos Poderes no trato com situações de conflito, como aconteceu recentemente na desocupação do Pinheiro, em São José dos Campos, onde cerca de 1200 famílias foram violentamente expulsas de suas casas, numa ação de reintegração de posse conduzida pela PM paulista”. 
*Onipresente