Adiada no Senado votação do projeto que acaba com o 14º e o 15º salários pagos a congressista
Obrigado
a conviver com salários menores do que suas contas, o brasileiro
ordinário é um sujeito condenado ao fim do mês perpétuo. Os
congressistas, brasileiros extraordinários, vivem situação diversa.
No Congresso, a jornada é miúda (três dias por semana), o salário é graúdo (R$ 26,7 mil), a mordomia é incomensurável (casa, telefone, carta, avião, carro, gasolina e um interminável etc.) e a folha é elastica (13o, 14o e até, veja você, o 15o salário).
Acha muito? Pois há mais: o 14o salário, beliscado no início de cada ano, e o 15o, apalpado no final de cada exercício, pingam na conta dos deputados e senadores sem o inconveniente do desconto do Imposto de Renda.
Instituídos em 1948, já lá se vão 64 anos, o 14o e o 15o são mordidos a título de ajuda de custo. Coisa destinada a custear a mudança dos parlamentares de seus Estados para a Capital da República.
É como se, a cada ano dos quatro que duram um mandato –oito no caso dos senadores os parlamentares fizessem uma nova mudança para Brasília, com suas famílias, malas e cuias, periquitos e papagaios. Um acinte.
Pois bem. Antes de migrar para a chefia da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) propôs o fim dos salários extras. Em vez de onerar a Viúva mensalmente, a esquisitice passaria a ser paga apenas no início e no final de cada legislatura.
Engavetado há mais de um ano, o projeto de Gleisi, assumido pelo colega Lindbergh Farias (PT-RJ), foi à pauta da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, primeiro estágio da tramitação.
Antes que pudesse ser votado, o senador Ivo Cassol (PP-RO) apressou-se em pedir vista da proposta, adiando a votação. Por quê? Alegou que precisa analisá-la com mais vagar. Natural. O tema é mesmo demasiado complexo.
Espremido, Ivo Cassol saiu-se com a seguinte pérola: “O político no Brasil é muito mal remunerado, porque tem que atender [os eleitores] com passagem, dar remédio, é convidado para ser patrono de formatura.”
Um repórter insolente recordou ao senador que assistência social é atribuição do Estado, não dos congressistas. Mas Cassol não se deu por achado: “Se bater alguém na sua porta pedindo uma Cibalena, você não vai dar?”
Como se vê, o Brasil não tem salvação. Ou, por outra, o Brasil só se salva recomeçando onde começa a filosofia: no início absoluto!
No Congresso, a jornada é miúda (três dias por semana), o salário é graúdo (R$ 26,7 mil), a mordomia é incomensurável (casa, telefone, carta, avião, carro, gasolina e um interminável etc.) e a folha é elastica (13o, 14o e até, veja você, o 15o salário).
Acha muito? Pois há mais: o 14o salário, beliscado no início de cada ano, e o 15o, apalpado no final de cada exercício, pingam na conta dos deputados e senadores sem o inconveniente do desconto do Imposto de Renda.
Instituídos em 1948, já lá se vão 64 anos, o 14o e o 15o são mordidos a título de ajuda de custo. Coisa destinada a custear a mudança dos parlamentares de seus Estados para a Capital da República.
É como se, a cada ano dos quatro que duram um mandato –oito no caso dos senadores os parlamentares fizessem uma nova mudança para Brasília, com suas famílias, malas e cuias, periquitos e papagaios. Um acinte.
Pois bem. Antes de migrar para a chefia da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) propôs o fim dos salários extras. Em vez de onerar a Viúva mensalmente, a esquisitice passaria a ser paga apenas no início e no final de cada legislatura.
Gleisi Hoffmann |
Engavetado há mais de um ano, o projeto de Gleisi, assumido pelo colega Lindbergh Farias (PT-RJ), foi à pauta da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, primeiro estágio da tramitação.
Antes que pudesse ser votado, o senador Ivo Cassol (PP-RO) apressou-se em pedir vista da proposta, adiando a votação. Por quê? Alegou que precisa analisá-la com mais vagar. Natural. O tema é mesmo demasiado complexo.
Espremido, Ivo Cassol saiu-se com a seguinte pérola: “O político no Brasil é muito mal remunerado, porque tem que atender [os eleitores] com passagem, dar remédio, é convidado para ser patrono de formatura.”
Um repórter insolente recordou ao senador que assistência social é atribuição do Estado, não dos congressistas. Mas Cassol não se deu por achado: “Se bater alguém na sua porta pedindo uma Cibalena, você não vai dar?”
Como se vê, o Brasil não tem salvação. Ou, por outra, o Brasil só se salva recomeçando onde começa a filosofia: no início absoluto!
Fonte; Blog Josias de Souza