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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, abril 27, 2012

SILÊNCIO ABSOLUTO SOBRE A ISLÂNDIA. PORQUÊ?

 


Olho na Islândia





por Theo Buss via Facebook


Se há quem acredite que nos dias de hoje não existe censura, então que nos esclareça porque é ficámos a saber tanta coisa acerca do que se passa no Egipto e porque é que os jornais não têm dito absolutamente nada sobre o que se passa na Islândia.

Na Islândia:

- o povo obrigou à demissão em bloco do governo;

- os principais bancos foram nacionalizados e foi decidido não pagar as dívidas que eles tinham contraído junto dos bancos do Reino Unido e da Holanda, dívidas que tinham sido geradas pelas suas más políticas financeiras;

- foi constituída uma assembleia popular para reescrever a Constituição.

Tudo isto pacificamente. Uma autêntica revolução contra o poder que conduziu a esta crise. E aí está a razão pela qual nada tem sido noticiado no decurso dos últimos dois anos. O que é que poderia acontecer se os cidadãos europeus lhe viessem a seguir o exemplo?

Sinteticamente, eis a sucessão histórica dos factos:
- 2008: o principal banco do país é nacionalizado. A moeda afunda-se, a Bolsa suspende a actividade. O país está em bancarrota.
- 2009: os protestos populares contra o Parlamento levam à convocação de eleições antecipadas, das quais resulta a demissão do primeiro-ministro e de todo o governo.
A desastrosa situação económica do país mantém-se. É proposto ao Reino Unido e à Holanda, através de um processo legislativo, o reembolso da dívida por meio do pagamento de 3.500 milhões de euros, montante suportado mensalmente por todas as famílias islandesas durante os próximos 15 anos, a uma taxa de juro de 5%.
- 2010: o povo sai novamente à rua, exigindo que essa lei seja submetida a referendo.
Em Janeiro de 2010, o Presidente recusa ratificar a lei e anuncia uma consulta popular.
O referendo tem lugar em Março. O NÃO ao pagamento da dívida alcança 93% dos votos.

Entretanto, o governo dera início a uma investigação no sentido de enquadrar juridicamente as responsabilidades pela crise. Tem início a detenção de numerosos banqueiros e quadros superiores. A Interpol abre uma investigação e todos os banqueiros implicados abandonam o país.
Neste contexto de crise, é eleita uma nova assembleia encarregada de redigir a nova Constituição, que acolha a lições retiradas da crise e que substitua a actual, que é uma cópia da constituição dinamarquesa. Com esse objectivo, o povo soberano é directamente chamado a pronunciar-se. São eleitos 25 cidadãos sem filiação política, de entre os 522 que apresentaram candidatura. Para esse processo é necessário ser maior de idade e ser apoiado por 30 pessoas.
- A assembleia constituinte inicia os seus trabalhos em Fevereiro de 2011 a fim de apresentar, a partir das opiniões recolhidas nas assembleias que tiveram lugar em todo o país, um projecto de Magna Carta. Esse projecto deverá passar pela aprovação do parlamento actual bem como do que vier a ser constituído após as próximas eleições legislativas.

Eis, portanto, em resumo a história da revolução islandesa:
- Demissão em bloco de um governo inteiro;
-- Referendo, de modo a que o povo se pronuncie sobre as decisões económicas fundamentais;
- Prisão dos responsáveis pela crise e
- reescrita da Constituição pelos cidadãos:

Ouvimos falar disto nos grandes media europeus?
*cappacete

Até tu, Miro Teixeira? Blindando a Veja?



O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) vai argumentar na CPI, com base no artigo 207 do Código de Processo Penal, que é vedado o depoimento de testemunha que por ofício tenha de manter sigilo, como jornalistas. O PT tenta levar parte da mídia para o foco da investigação.
Comento:
Isso é traição a memória e ao legado de Leonel Brizola, o fundador do PDT de Miro.
Brizola nunca abaixou a cabeça para a TV Globo e venceu a emissora no escândalo da Proconsult, nas eleições de 1982. Ele teve também embates homéricos com os Civita, donos da revista Veja.
Jornalistas tem sim o direito assegurado pela Constituição de preservar o sigilo da fonte, mas isso não significa que não possam responder perguntas sem revelar o sigilo.
Inclusive há vários precedentes. Para citar um exemplo, em 22/2/2005, o jornalista da revista Veja, Policarpo Júnior, prestou depoimento no Conselho de Ética da Câmara em processo contra o então deputado André Luiz (ex-PMDB-RJ), que era acusado de extorsão na CPI da Loterj por... advinha quem? Carlinhos Cachoeira.
O relatório final da CPI da Loterj indiciou e recomendou a prisão de Cachoeira. As matérias publicadas na revista Veja, naquela época, retratavam o bicheiro como se fosse apenas um empresário de jogos, vítima de extorsão.
Hoje, sabe-se que constam 200 telefonemas entre Policarpo Júnior e Cachoeira dentro da Operação Monte Carlo da Polícia Federal.
Quanto à luta para acabar a corrupção e cartel dos barões da mídia, o deputado Miro Teixeira já tem maus precedentes: tomou posições mais próximas dos demotucanos do instituto Millenium, inclusive sendo agraciado com uma generosa entrevista nas páginas da revista Veja.
*ajusticeiradeesquerda

Miro Teixeira perde tempo ao defender silêncio de Policarpo e Veja. Interessa é o que está nos grampos da PF



Se verdadeira uma nota publicada na coluna Painel da Folha de ontem, o deputado Miro Teixeira é o ponta de lança de uma estocada da mídia corporativa em defesa da tese de que jornalistas não podem falar na CPI, sob pena de perda da garantia do sigilo da fonte:

Vacina
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) vai argumentar na CPI, com base no artigo 207 do Código de Processo Penal, que é vedado o depoimento de testemunha que por ofício tenha de manter sigilo, como jornalistas. O PT tenta levar parte da mídia para o foco da investigação. [Fonte]


O deputado - do partido do Brizola, diga-se - é o mesmo que defendeu a esdrúxula e vencedora tese do fim puro e simples da Lei de Imprensa em 2008 (sem que outra fosse colocada no lugar) e que na época chegou a declarar o seguinte:

“Quem se julga ofendido pela imprensa deveria convocar entrevistas coletivas e disputar espaço no noticiário para se defender”.


Sobre essa inacreditável tese de Miro (já imaginou você, leitor, leitora, convocando uma coletiva para se defender de matéria caluniosa da Veja ou da Rede Globo, por exemplo?) cheguei a escrever aqui Miro Teixeira pensa que todo brasileiro é deputado.

Agora, como o título da nota do Painel informa, Miro lança uma vacina contra possível convocação de jornalistas para falarem à CPI do Cachoeira. Especialmente da Veja, envolvida em reportagens articuladas com Cachoeira e com 200 grampos espetados no inquérito com diálogos entre o diretor da revista Policarpo Junior e o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Mas é inútil. Roberto Civita, presidente da Abril, que publica Veja, é jornalista, mas não exerce a profissão, portanto não tem sigilo a preservar.

Quanto a Policarpo, o caso é diferente. O que interessa não é tanto o que Policarpo venha a dizer, mas o que ele disse nas 200 ligações com Cachoeira. Se forem comprometedoras (o que devem ser, ou já teriam vazado há tempos até pela Veja), Policarpo vai querer falar para se justificar.

É como a nova lei para motoristas infratores. Antes, o bebum se recusava a soprar o bafômetro, direito que lhe assegura a Constituição de não produzir prova contra si. Agora é o contrário. Se há suspeita de que o motorista esteja bêbado, ele tem o direito de solicitar o bafômetro para provar que não está. Portanto, Policarpo não vai pedir para ficar calado, vai "pedir o bafômetro" e implorar para ser ouvido - caso tenha como se defender, lógico.

Quanto ao deputado Miro Teixeira, que vergonha, voltando a suas origens chaguistas, ein, deputado?...

Se dependesse de Miro o Brasil seria privado de um dos momentos grandiosos de nossa TV, o direito de resposta de Leonel Brizola lido por Cid Moreira no Jornal Nacional:

*BlogdoMello

O neoliberal não é liberal. E menos ainda é novo

 

 

Uma notinha, na seção “Há 50 anos” do jornal O Globo, que não escapou ao ao olhar atentíssimo do  amigo Ápio Gomes, mostra com,o não há nada de novo na cantilena de que os direitos sociais dos trabalhadores inviabilizam a competitividade das empresas brasileiras.
Há 50 anos, portanto, o Congresso aprovava e o presidente trabalhista João Goulart sancionava um benefício que se incorporou á vida brasileira e não provocou nenhum “desastre” como previa Eugênio Gudin, então a fina flor do reacionarismo econômico de então.
Como os que arranjaram a cobertura dos militares para derrubar Jango do Ministério do Trabalho, em 1953,  por defender a elevação do salário mínimo, esta gente acha, há muito mais do que 50 anos, que o problema da economia é mesmo o trabalhador.
Se bobear, até a Princesa Isabel entra na  lista dos “populistas”.
*Tijolaço

A prescrição Veja para remédios antiaids

 

Não é de hoje que a revista Veja monta matérias no mínimo suspeitas sobre medicamentos.
Quando preparava a série sobre a Veja, deparei-me com uma matéria estranha, de um remédio antiaids da Pfizer que a revista - sem o respaldo de uma fonte científica sequer - sugeria para compor o coquetel antiaids do Ministério da Saúde.
Era uma reportagem comum, não um artigo científico, assinada por uma repórter sem formação médica (http://veja.abril.com.br/150807/p_101.shtml).
Falava das maravilhas de um novo princípio ativo da Pfizer, que traria avanços consideráveis no combate à aids, o Maraviroc.
Nos EUA, o FDA acabara de aprovar a droga. No Brasil, a Anvisa atuou de forma surpreendentemente rápida, aprovando-a no mesmo ano.
E aí, uma repórter sem nenhuma especialização na área médica, sem pesquisar sites especializados no assunto, sem recorrer a uma fonte médica sequer, sugere que o remédio passe a integrar o coquetel antiaids do Ministério da Saúde.
A matéria fecha com isso:
"É muito provável, de acordo com os médicos, que as duas novas classes de drogas antiaids logo venham a fazer parte desse cardápio farmacêutico (o coquetel antiaids do Ministério da Saúde, sonho de todo laboratório que produz antivirais)".
A fonte da revista são "os médicos".
O que estava por trás desse soluço científico da revista?
A medicação só é eficaz para pacientes que possuam um determinado co-receptor. Na época, nem o Ministério da Saúde nem a Sociedade Brasileira de Infectologia concordavam com a inclusão do novo princípio ativo, justamente devido ao fato de se exigir o teste prévio do paciente, oferecido por apenas um laboratório norte-americano associado à Pfizer.
Havia um conflito latente, discussões técnicas no Ministério da Saúde e em organismos científicos. Aí a empresa monta essa estratégia de se valer de uma revista sem nenhuma base científica, para "sugerir" ao Ministério a adoção do remédio.

Histórico do Caso Maraviroc (Celsentri).


15/8/2007 – A revista "Veja" faz propaganda disfarçada do medicamento anti-retroviral Maraviroc, exaltando suas qualidades na matéria "Esperança Dobrada", de Adriana Dias Lopes.
24/9/2007 – "A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou ontem um novo medicamento anti-retroviral indicado para pacientes com resistência ao coquetel antiaids, distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde."
Em matéria baseada na assessoria de imprensa da Pfizer, redigida por Léo Nogueira e publicada no mesmo dia (24/9/2007), lê-se:
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou hoje o anti-retroviral Celsentri (maraviroc). O medicamento vai integrar o coquetel de produtos para tratamento de pacientes com HIV/Aids que apresentam resistência ou que não toleram os remédios disponíveis.
Favas contadas, portanto.
11/1/2008 – Na matéria " 'Conflito de interesse' pode atrapalhar negociação de Maraviroc no SUS, diz Mariângela Simão diretora do Programa Nacional de DST/Aids", vem a informação de que um pré-requisito para a utilização do medicamentos por pacientes portadores do vírus da Aids seria simplesmente este:
"... antes de utilizar o remédio, o paciente deve se submeter a um teste que está disponível em apenas um laboratório nos Estados Unidos, que mantém relações comerciais com a Pfizer. 'Temos uma situação complexa, há um potencial conflito de interesse, uma vez que o único laboratório que faz o teste de genotipagem tem relações comerciais com esta indústria farmacêutica', explicou em entrevista à Agência de Notícias da Aids."
Quer mais?
"... Só tem um laboratório no mundo que faz isso e foi contratado pelo laboratório produtor do Maraviroc [Pfizer] para validar o seu estudo [sobre a eficácia do medicamento]."
A clássica situação "Tamos juntos".
Repare como a matéria da "Veja" não mencionou essas duas informações jornalisticamente relevantes para o entendimento do caso.
2012 – O Celsentri não faz parte do coquetel antiaids (19 medicamentos) distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde para cerca de 200.000 pessoas.
Luis Nassif - O Escritor
No Advivo

Leia também: As capas médicas de Veja e os laboratórios 
*comtextolivre

Cachoeira deu dinheiro a Perillo, diz PF

 

Policial relata conversa entre contraventor e contador com menção a ‘provável grande quantidade de dinheiro enviada à sede do governo goiano
O inquérito da Polícia Federal na Operação Monte Carlo indica que intermediários do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, entregaram “grande quantidade de dinheiro” para o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), no Palácio das Esmeraldas, sede do Poder Executivo local. Gravações telefônicas realizadas pela PF no dia 10 de junho do ano passado flagraram o contador de Cachoeira, Geovani Pereira da Silva, informando ao chefe que estava enviando, via dois assessores, uma caixa de computador “com aquele negócio” para ser entregue no Palácio. Tratava-se de dinheiro, segundo trecho de relatório da PF intitulado “Entrega de dinheiro no Palácio do Governo de Goiás”. O agente responsável pela análise observa que era preciso cruzar as informações com dados da movimentação financeira da quadrilha. “Provável grande quantidade de dinheiro”, escreve o policial no relatório, ao qual o Estado teve acesso.
De acordo com as investigações, os dois auxiliares de Cachoeira que combinaram a entrega do dinheiro são Gleyb Ferreira da Cruz, apontado como braço direito para assuntos financeiros da quadrilha, e o ex-vereador do PSDB de Goiânia Wladimir Garcez Henrique – ambos presos em fevereiro. As gravações telefônicas da PF mostram que Gleyb buscou o dinheiro com Geovani e se encontrou com Wladimir, que já estava esperando no Palácio das Esmeraldas. Todos os passos dos auxiliares eram monitorados por Cachoeira. As gravações dos registros da PF foram veiculadas na internet pelo blog Quidnovi, do jornalista Mino Pedrosa, no início da noite de ontem. Segundo ele, o montante enviado por Cachoeira a Perillo somava R$ 500 mil.

Encontro

As conversas indicam que houve um atraso no encontro. Marcado para às 13h, a reunião entre os auxiliares de Cachoeira e o governador teve que ser adiada para depois das 16h. Wladimir explicou para Gleyb, por telefone, que uma pessoa identificada como “tenente”, provável integrante da equipe de segurança de Perillo, o informou que o governador ainda não confirmara o horário do encontro.
“Estou o esperando o tenente me ligar. Eu até já liguei lá e ele falou: ‘Wladimir, o governador inclusive falou pra você daqui a pouco vim pra cá (sic), mas não falou que horas, não’. Como eu estou enrolado, eu falei: ‘Não, tenente, vê aí pra mim que você marca e eu chego em menos de 20 minutos’”, diz o ex-vereador para Gleyb, que já estava levando a caixa de computador entregue por Geovani. Em outra conversa, Cachoeira pergunta para Wladimir se eles já foram atendidos pelo governador. O ex-vereador responde que não. Perillo negou, por meio de sua assessoria, que tenha recebido dinheiro do grupo de Cachoeira. Ele classificou o assunto de “esdrúxulo” e assegurou que o encontro nunca ocorreu. “O governador nunca tratou, no Palácio, de assuntos que não fossem de interesse do governo. Ele rechaça com toda a veemência qualquer afirmação em contrário.”
*comtextolivre

Tribunal de Justiça garante direito de ir e vir a morador de rua de São Paulo

São Paulo – A 1ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu uma ordem de salvo-conduto para garantir o direito de livre locomoção do morador de rua Carlos Eduardo de Albuquerque Maranhão, na região conhecida como "cracolândia", área central da capital paulista. A decisão foi divulgada no dia 23 de abril e atendeu ao habeas corpus preventivo pedido pelos defensores públicos Daniela Skromov de Albuquerque e Bruno Shimizu. A extensão da garantia a todos os moradores de rua da capital paulista foi recusada pelo relator do caso, desembargador Marcio Bartoli, mas pode ocorrer em “hipóteses semelhantes”.
Em depoimento aos defensores públicos, Maranhão denunciou ter sofrido abordagens seguidas de policiais militares, com humilhações e ameaças, durante a “Operação Sufoco”, deflagrada pela Polícia Militar a pedido da prefeitura da capital paulista, em janeiro deste ano, na região da cracolândia. Em um período de sete dias, o morador de rua foi abordado três vezes. Os defensores defendem que Maranhão “não possui anotação de antecedentes criminais, nem mandado de prisão expedido em seu nome, não havendo suspeita de que ele estivesse praticando qualquer tipo de delito, especificamente tráfico ilícito de drogas”.
No pedido de habeas corpus, os defensores apresentaram provas de que Maranhão vive “patente ameaça de violação do direito de locomoção” e seria preciso garantir ao morador de rua “o direito de circular e permanecer em locais públicos de uso comum do povo a qualquer hora do dia, não podendo ser removido contra a sua vontade salvo se em flagrante delito ou por ordem judicial”.
A Defensoria Pública juntou outros 70 testemunhos de pessoas em situação de rua e de moradores da região que comprovam a denúncia. Um Guarda Civil Metropolitano que não foi identificado também depôs confirmando a ação dos policiais.
Entre os depoimentos juntados ao processo pela Defensoria Pública, o magistrado destacou em seu parecer trechos de relatos de violações cometidas por policiais: “Dizem: 'bando de noia tem que morrer e não ir para o hospital” e “Está gestante (2 meses). E obrigada a andar o dia inteiro, sequer consegue dormir porque os policiais abordam sem motivo. Já foi agredida com chutes, tapas e ameaçada com armas”.
Para o desembargador Bartoli, é “fato notório” que houve irregularidades na ação da PM no mês de janeiro, durante a operação na cracolândia. Bartoli julgou ainda que o comandante geral da Polícia Militar de São Paulo é autoridade coautora por “inércia em fazer cessar a ação irregular dos agentes que lhe são subordinados”. E pediu o envio dos relatos de abuso policial ao Ministério Público do Estado de São Paulo para investigação.
Suzana Vier
No Rede Brasil Atual
*comtextolivre 

O código de um grupo contra toda sociedade

Saul Leblon
Com justificável desalento, após a aprovação do Código Florestal na Câmara, nesta 4ª feira, membros do Greenpeace classificaram o agronegócio brasileiro como o maior partido do país. O desabafo é compreensível quando 274 votantes, de um total de 458, sonegam à sociedade salvaguardas ambientais minimamente contempladas na versão do projeto egressa do Senado. A identificação entre aritmética e hegemonia porém é equivocada. Ser um grande partido requer justamente o oposto do que caracterizou o espetáculo de ganância obtusa propiciado pelo Legislativo federal.
O corporativismo pequeno personificado no relator da Câmara, deputado Piau (PMDB-MG), distingue-se da liderança política, entre outras coisas, pela incapacidade de dar a seus interesses uma grandeza que incorpore parcela expressiva dos anseios da sociedade de uma época.
Desguarnecer a proteção dos grandes rios brasileiros; desdenhar da mesma proteção no caso de vertedouros urbanos; sancionar a devastação com anistia a grandes desmatadores e tornar dúbia a fiscalização coercitiva numa transferência de responsabilidade a esferas da federação desprovidas de meios para exercê-las, configura mais um golpe de um grupo contra a sociedade do que um projeto capaz de pavimentar o seu futuro.
O futuro é a maior vítima da lógica corporativa que se contradiz nos seus próprios termos. Abala-se frequentemente o agronegócio brasileiro a ostentar sua proficiência produtiva. Não raro, utiliza-a como argumento para descredenciar a pertinência da reforma agrária que no século XXI já não se ampara exclusivamente no relevante objetivo produtivista, assumindo também dimensões de política populacional e instrumento de ocupação sustentável do território.
O Brasil de fato notabiliza-se pela indiscutível competência agrícola.
Subsídios estatais de fomento e pesquisa foram generosamente investido com esse fim. A Embrapa, um órgão estatal de pesquisa, é o maior centro de conhecimento em agricultura tropical do planeta. Nos últimos 20 anos a oferta agrícola cresceu 155%; a expansão da área plantada no país foi de apenas 22%. A demanda mundial de alimentos deve saltar 20% nesta década; as projeções internacionais indicam que 40% da oferta correspondente virá do plantio brasileiro. Se a eficiência é indiscutível, seu custo social nem sempre é reconhecido: um processo acelerado de expulsão da terra impulsionado durante a ditadura militar gerou no país a urbanização caótica que hoje penaliza a sociedade em diversas frentes.
O Brasil favelado equivale a um Portugal inteiro: 11,5 milhões de pessoas vivendo em 6.300 núcleos precários. A abundância da colheita não se fez acompanhar do equilíbrio na distribuição: coube ao governo Lula criar um programa de combate à miséria, amplificado pela Presidenta Dilma, que hoje atende mais de 12 milhões de famílias. De outra forma, 50 milhões de brasileiros não teriam o que comer, apesar das supersafras no campo.
Antes de sancionar, como querem seus porta-vozes, a competência produtiva desautoriza a ganância inscrita no projeto de Código Florestal. Cálculos do próprio agronegócio indicam que o Brasil tem 96 milhões de hectares de pastagens agricultáveis, área superior a tudo o que é cultivado hoje --cerca de 70 milhões de hectares. Basta elevar a eficiência da pecuária extensiva para liberar espaços subutilizados em benefício da oferta adicional de alimentos. Qual o sentido então de se ocupar encostas com gado, como prevê o Código aprovado esta semana? Ou acanhar a exigência de reserva legal em regiões da Amazônia?
A capacidade de organizar um futuro crível e inclusivo distingue uma força social portadora de liderança histórica de um mero ajuntamento guiado por lógica autoreferente. O capital financeiro hoje domina a vida econômica do planeta em crise; caracteriza-se mais como uma ameaça à sociedade do que um lastro de ordenação do seu bem-estar e desenvolvimento.
A irresponsabilidade ambiental que o ruralismo pretende impor ao país evidencia identico paradoxo. Trata-se de um poder econômico que deixado à própria sorte transforma-se em força anti-social. Deve ser objeto do mesmo enquadramento e veto estatal preconizado contra a desregulação financeira; um direito da democracia contra as imposições de um grupo sobre os interesses de toda a sociedade.
Postado por Saul Leblon às 18:57
*GilsonSampaio

Deleite Elis e GIL


Chupa Dem, que é black

GilsonSampaio
Homenagem aos Dem de dementes, demófobos, demóstenes ... pela surra desmoralizante no julgamento da inconstitucionalidade das cotas para negros nas universidades. Foi por unanimidade o desmascaramento dos demófobos: 10 x 0.
Chupa que é black


2012 A verdade que não estão te contando 1 of 2