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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, julho 11, 2012

Demóstenes condenado.
Agora, falta
julgar o Gurgel

Por 56 votos a 19, o Senado aprovou a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres.

Senado cassa mandato de Demóstenes Torres



Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Por 56 votos a 19, o Senado aprovou a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Ele é acusado de usar o mandato a favor do empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. No momento da votação, 80 senadores estavam no plenário. A sessão foi aberta, porém a votação, secreta.

Ao defender a cassação do senador, o relator do processo no Conselho de Ética, Humberto Costa (PT-PE), enfatizou que Demóstenes mentiu em plenário para esconder sua relação com o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Segundo Humberto Costa, além de participar da organização criminosa, Demóstenes atuou para proteger Cachoeira das investigações que estavam sendo feitas pela Polícia Federal.

Após o discurso dos relatores no processo de cassação, começou a discussão do pedido. Os cinco senadores que pediram a palavra apoiaram a cassação do mandato de Demóstenes e todos defenderam o fim da votação secreta. Na semana passada, o Senado aprovou a proposta de emenda à Constituição (PEC) que acaba com a votação secreta. A proposta precisa agora ser apreciada pela Câmara.



Clique aqui para ver por que Fernando Collor considera o brindeiro Gurgel um prevaricador.
*PHA

Demóstenes

 

 

56 SIM
19 NÃO
5 ABSTENÇÕES
Poderá tamb

Pepe Escobar: “O Irã não vai rachar

  do redecastorphoto


 Pepe Escobar, Asia Times Online - THE ROVING EYE
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
Comecemos ao estilo marreta. O Irã não vai rachar. O Irã não vai rachar. O Irã não rachará.
Mas nem à marreta se consegue perfurar a carapaça de fantasia que envolve a elite dos EUA, que numa incansável campanha de propaganda tenta vender como “a comunidade internacional”.
Veja-se, por exemplo, essa simples coluna de jornal, na qual se descobre que “a comunidade internacional está agora à espera de rachaduras na posição desafiadora de Teerã: mais sanções forçarão Teerã a fazer reais concessões e admitir uma solução diplomática para o impasse?” [1]
Resposta curta: NÃO.
Aviso aos não iniciados: “comunidade internacional” não é o conglomerado CCGOTAN plus Israel. Não apenas os BRICS, grupo das potências emergentes, mas também os mais de 110 membros do Movimento dos Não Alinhados (MNA) – quer dizer, a absoluta maioria de uma verdadeira “comunidade internacional” – estão horrorizados com o modo como é tratado o Irã, como pária, nas negociações com o P5+1, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU plus Alemanha.
A coluna prossegue, observando que “os iranianos não aproveitaram a chance” (na essência, de submeter-se à diplomacia “desista e morra” que Washington tenta aplicar ao Irã, nas negociações nucleares em curso). “Em vez disso, os iranianos exigem reconhecimento de seu direito de enriquecer”. (É claro que o Irã tem todo o direito de enriquecer urânio – como signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, TNP).
O que torna especial essa coluna e que não é assinada por algum neoconservador pirado. É assinada por “professora de questões internacionais da Kennedy School da Universidade de Harvard, ex-vice conselheira de Segurança Nacional e membro do Conselho de Relações Exteriores”. Se é medida do nível de debate intelectual em curso na porta giratória em que se misturam academia, colunismo de jornal e políticos, só resta às elites nos EUA temer o futuro como se temeu a peste bubônica.
Veja onde pisa
De volta ao mundo real – onde os fatos desmentem os delírios.
A Rússia é a favor de uma “abordagem passo a passo” nas negociações nucleares em curso. Significa que o Irã aumentará gradualmente a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e, em troca, as sanções serão gradualmente revogadas.
Examinem detida e atentamente o documento que se lê [em inglês] em “Iran Nuclear Talks With 5+1, vazado no início da semana pela missão diplomática do Irã na ONU. Ali está a essência da posição do Irã, que fala de “cooperação de longo prazo”, a qual pode vir a derrubar a muralha de desconfiança que separa EUA e Irã desde 1979.
Qualquer observador e participante informado sabe que esse interminável drama geopolítico vai muito além do dossiê nuclear do Irã. Mas qualquer solução tem de começar de algum ponto – e o “algum ponto” é o reconhecimento do direito do Irã a enriquecer urânio; depois disso, trata-se do afrouxamento paulatino das sanções.
É exatamente a “abordagem passo a passo” racional que Moscou apoia. O penúltimo passo seria “um acordo amplo sobre compromissos coletivos nas áreas econômica, política, de segurança e de cooperação internacional”.
Significa reconhecer os direitos e a soberania do Irã – em vez de demonizar e castigar o Irã porque o conglomerado CCGOTAN plus Israel detesta/teme uma República Islâmica de maioria xiita.
Ninguém precisa de poltrona estofada de empregado da Escola Kennedy de Governo para ver que a resposta de Washington será um retumbante “não”. Washington, Londres, Paris e Berlim – mas não Moscou e Pequim – evitarão que as negociações cheguem a algum lugar, se o Irã não abdicar do enriquecimento do urânio.
Charge do Bira
Passa a ser crucialmente importante voltar ao dia 17/5/2010, quando Brasil, Turquia e Irã, depois de 18 horas ininterruptas de trabalho diplomático em Teerã, chegaram a um acordo: o Irã enviaria seu urânio baixo-enriquecido para a Turquia e receberia combustível nuclear para um reator de pesquisas.
Hillary Clinton
Até alguns países árabes – incluídos aí membros do CCG – foram favoráveis àquele acordo, além de Paris. Moscou e Pequim mantiveram um pé atrás – porque lhes parecia que o Irã abdicava de direitos assegurados pelo TNP. Seja como for, no dia seguinte a secretária de Estado Hillary Clinton torpedeou o acordo – essencialmente porque permitia que o Irã continuasse a enriquecer urânio.
Atores rachados
Washington foi soft em relação ao Iraque, durante mais de uma década: só sanções linha-super-duríssima, antes de conseguir disparar a operação “Choque e Pavor” e acabar de destruir uma nação já completamente debilitada e fragmentada. Por mais que insistam os cegos desejantes que esbravejam e batem cabeça envoltos na neblina em que vivem os neoconservadores e os falsos liberais, essa “estratégia” não funcionará no Irã.
Apesar de o Irã estar vendendo menos petróleo, e ainda que esteja, de fato, banido do sistema financeiro internacional, Teerã encontrará meios para contornar as novas sanções e o embargo ao petróleo impostos pela União Europeia, e o preço do petróleo será puxado para cima. A China continuará como firme compradora de petróleo – pagando menos (em yuan) pelo petróleo iraniano, mas comprando maiores quantidades. A Eurozona não rachará – não, pelo menos, por hora – o que implica que a demanda por petróleo não cairá.
Sobretudo, o Majlis (Parlamento) iraniano está às vésperas de aprovar a lei que autorizará inspeções de todos os navios-petroleiros que passem pelo Estreito de Ormuz em viagem para países que participem do embargo. Mesmo que não passem de inspeções policiais de rotina, o principal efeito será mais um aumento no preço do petróleo. A principal vítima será – mais uma vez – a União Europeia, confirmando a infinita capacidade de Bruxelas para agir contra os interesses nacionais dos estados-membros.
Se se cruzam os artigos de Kaveh Afrasiabi (5/7/2012, Iran's Persian Gulf gambit takes shape/O gambito do Irã no Golfo Persa toma forma [2]) e de Chris Cook (4/7/2012, Introducing the E-3/O “E-3” [3]: Apresentação [4]), neste Asia Times Online, surgem mais inúmeras vias para explorar dimensões inexploradas de “O Irã não vai rachar”.
O governo Obama tem de tomar uma decisão no mundo real, uma via ou outra: ou a escola de diplomacia “desista e morra”, ou negociação às veras. Tratar o Irã como se fosse estado pária só igualará o governo Obama ao governo Bush – cuja operação “Choque e Pavor” resultou no que hoje se vê: Bagdá firmemente aliada a Teerã (e os EUA não se transformaram em “nova OPEP”, como Paul Wolfowitz, pregador de guerras e mais guerras, “previu” que aconteceria).
Mas tudo isso some do cenário, se se vêem Irã, Rússia e China já negociando energia em outras moedas (como já fazem): é o começo do fim do petrodólar como pilar da política global de energia; é o começo do fim também, portanto, da hegemonia dos EUA. A turma de “especialistas” que esperam que o Irã rache tem de voltar à escola e recomeçar os estudos.
Notas de rodapé
[1] 6/7/2012, Los Angeles Times, Meghan L. O'Sullivan em: “Will Iran crack?” .
[2] 6/7/2012 Asia Times Online, Kaveh L Afrasiabi em: “Iran's Persian Gulf gambit takes shape
[3]  “E-3” é nova sigla proposta para um novo grupo global no qual se estão unindo: os dois maiores produtores de energia do mundo (Irã e Rússia) e o país cujo consumo de energia cresce mais rapidamente hoje, no mundo: a China.
[4] 4/7/2012, Ásia Times Online, Chris Cook em: “Introducing the E-3 (em tradução).
*GilsonSampaio

terça-feira, julho 10, 2012

Maconha pode ser usada no tratamento da obesidade, descobrem pesquisadores


maconha obesidade

Embora a cannabis seja mais conhecida por induzir a fome nas pessoas que fumam, foram encontrados dois compostos que provocam o efeito de suprimir o apetite.


Original: The Telegraph 


Pesquisadores ingleses descobriram dois componentes da folha da maconha que podem aumentar a quantidade de energia queimada pelo corpo humano. A descoberta pode fazer da Cannabis sativa um remédio contra doenças ligadas à obesidade, segundo informações do jornal britânico The Telegraph.


Testes em animais já mostraram que estes componentes podem ajudar a tratar diabetes tipo dois, ao mesmo tempo em que ajudam a reduzir os níveis de colesterol na corrente sanguínea e de gordura em órgãos importantes, como o fígado.


Os cientistas estão agora realizando testes em 200 pacientes na esperança de produzir uma droga que possa ser usada por quem sofrem de “síndrome metabólica”, quando diabetes, pressão alta e obesidade combinam-se para aumentar o risco de doenças cardíacas e infarto. 


O médico Steph Wright, diretor de pesquisa e desenvolvimento da GW Farmacêutica, empresa que está produzindo a droga, espera resultados ainda este ano. Ele afirma que os testes em animais estão “nos encorajando muito”. 


O uso recreativo da maconha é ilegal na Inglaterra, porém a GW Farmacêutica ganhou uma licença do governo para cultivar a planta em estufas especialmente construídas em uma instalação secreta no sul do país. 


A empresa produz plantas de cannabis que foram criadas para expressar quantidades diferentes de compostos conhecidos como canabinóides. Eles também conduzem o desenvolvimento de drogas que podem ser usadas para tratar a esclerose múltipla e epilepsia. 


Embora a cannabis seja mais conhecida por induzir a fome nas pessoas que fumam, aquela larica que nos faz destruir a geladeira, foram encontrados dois compostos que provocam o efeito de suprimir o apetite. Este efeito dura apenas um curto período de tempo, no entanto. 


Ao analisar mais de perto, os cientistas descobriram que os compostos também tiveram um impacto sobre o nível de gordura no corpo e da sua resposta à insulina, um hormônio que controla os níveis de açúcar no sangue. 


Testes em ratos mostraram que os compostos aumentaram o metabolismo dos animais, levando a níveis mais baixos de gordura em seus fígados e colesterol reduzido em sua corrente sanguínea. 


O THCV também foi se destacou por aumentar a sensibilidade à insulina animais protegendo também as células que produzem insulina, o que lhes permite funcionar melhor e durante mais tempo. Isto aumentou as esperanças de que as drogas podem ser desenvolvidas em tratamentos de doenças relacionadas com a obesidade e diabetes tipo 2. 


O professor Mike Cawthorne, diretor de pesquisa metabólica da Universidade de Buckingham, que vem realizando os estudos com animais, disse: “No geral, parece que estas moléculas aumentam o gasto energético nas células do corpo, aumentando o metabolismo.”


do blog Pragmatismo Politico
*cutucandodeleve

PROGRAMA VIDA INTELIGENTE - SAQUE CONTRA O FUTURO - PARTE FINAL

Uma parábola do escritor americano Richard Bach


Uma parábola do escritor americano Richard Bach, autor de “Fernão Capelo Gaivota” (1970), do livro “Ilusões, as Aventuras de Um Messias Indeciso” (1977), que apresenta uma versão sobre o que é aliberdade do homem e a criação de mitos sobre salvadores e messias nas culturas humanas. É deste livro também a bela citação que diz ”O que a lagarta chama de fim do mundo, o mestre chama de borboleta” –

“Certa vez vivia um povo no leito de um grande rio cristalino. A correnteza deslizava silenciosamente sobre todos eles, jovens e velhos, ricos e pobres, bons e maus. E a correnteza seguia seu caminho, alheia a tudo que não fosse sua própria essência de cristal.

Todas aquelas criaturas se agarravam como podiam aos ramos e às pedras do leito do rio, porque sua vida consistia em se agarrar e porque todas elas, desde o berço, tinham aprendido a resistir à correnteza. Mas por fim uma das criaturas disse: “Estou farta de me agarrar. Mesmo que meus olhos não vejam o que há pela frente, confio que a correnteza saiba para onde vai. Vou me soltar e deixar que ela me leve pra onde quiser. Se eu continuar aqui, imobilizada, morrerei de tédio!”

As outras criaturas riram e exclamaram: “Tola! Se você se soltar, essa correnteza que você venera a lançará, aos trambolhões e feita em pedaços, contra as pedras. Ela a matará mais depressa que o tédio.” Mas ela não lhes deu ouvido. Inspirou profundamente e se soltou. A correnteza lançou-a com violência contra as pedras, mas a criatura, embora machucada, estava decidida a não se agarrar novamente. E então a correnteza a trouxe à tona e ela não mais sofreu nem se lastimou.

As criaturas que viviam rio abaixo e não a conheciam exclamaram: “Vejam, um milagre! Uma criatura igual a nós, e no entanto voa nas águas! Olhem, é o Messias que veio nos salvar!” E a que que tinha sido arrastada pela correnteza respondeu: “Não sou mais Messias do que vocês. O rio gosta de nos fazer voar, com a condição de que ousemos nos soltar. Nossa verdadeira missão na vida é esta viagem, esta aventura”.

As outras continuaram gritando, cada vez mais alto: “O Salvador! O Salvador”, mas ainda agarradas às pedras. E quando levantaram os olhos, ela tinha desaparecido. Ficaram sozinhas, criando lendas sobre um Salvador.”
*EustachioA.P.

Deleite Marcos Valle e Milton Nascimento - Viola Enluarada


*DeiseNascimento

"Não vamos deixar a rua até a vitória", afirma Fernando Haddad

Charge do Dia