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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 25, 2012

34 favelas foram incendiadas em São Paulo neste ano” e mais 1 atualizações

Link to Jornal A Verdade


34 favelas foram incendiadas em São Paulo neste ano

34 favelas foram incendiadas em São Paulo neste anoNa manhã do dia 17 de setembro, a favela do Moinho era só tristeza. Pela segunda vez em menos de nove meses, a comunidade havia sido incendiada. Uma pessoa morreu, e 80 famílias perderam tudo que tinham.
Esse foi o 34° caso de favela incendiada na cidade de São Paulo só neste ano. Nos últimos dois meses, ocorreram pelo menos quatro casos em diferentes comunidades. Na favela Sônia Ribeiro, conhecida como Morro do Piolho, o incêndio ocorreu no dia 3 de setembro; na Brasilândia foi em 1° de setembro; em São Miguel Paulista, na Zona Leste, em 28 de agosto; e na favela na região de Vila Prudente, no dia 23 do mesmo mês.
O Programa de Prevenção contra Incêndios em Assentamentos Precários (Previn) ainda não recebeu recursos do orçamento municipal neste ano, e ações que deveriam ter sido realizadas desde 2009 em toda a cidade foram executadas em apenas 50 das 1.565 favelas do município.
As famílias desabrigadas perdem tudo. Além dos bens materiais conquistados a muito custo, que são destruídos pelas chamas, não ter onde morar causa outros transtornos e humilhações na vida dessas pessoas. Muitas delas perdem as vagas nas creches e escolas dos filhos, ficam com dificuldade de manter-se no emprego e nem as condições de reconstruírem suas vidas lhes são garantidas. Exemplo disso aconteceu na favela do Moinho: as famílias, principalmente mulheres e crianças, foram agredidas por Guardas Civis Metropolitanos, que impediam os moradores de se aproximarem do local do incêndio, no intuito de evitar que reconstruíssem seus barracos.
A quem interessam os incêndios?
A recorrência destes casos fez com que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de São Paulo iniciasse investigação para averiguar as causas reais dos incêndios. O atual prefeito, Gilberto Kassab, declara que os incêndios ocorrem em decorrência da baixa umidade do ar, aliada a situações precárias de moradia. No entanto, pela forma como aconteceram, não caracterizam acidente. A maioria deles, segundo relatos dos moradores, começam pelas laterais do conjunto de barracos, e não no centro, o que justificaria a argumentação do prefeito.
A suspeita é de que os incêndios estejam sendo provocados por grupos e corporações com interesse em aumentar a especulação imobiliária nessas regiões. Grande parte dos casos se deu em favelas localizadas próximas a áreas da cidade almejadas por grandes construtoras. Parece ser uma enorme coincidência que nas regiões da periferia da cidade, onde estão localizados o maior número de favelas, mas de pouco interesse para o mercado imobiliário, o número de incêndios seja muito menor.
Raquel Rolnik, professora da Universidade de São Paulo e relatora especial da Organização das Nações Unidas para o direito à moradia adequada, escreve: “É bastante estranho que favelas que já passaram por situações muito mais precárias e propensas a incêndios do que hoje – a existência de barracos de madeira, por exemplo – estejam pegando fogo exatamente agora, no contexto de um dos mais altos booms do mercado imobiliário paulistano”.
Em julho deste ano, a AES Eletropaulo, companhia de distribuição de energia elétrica de São Paulo, interrompeu o fornecimento de energia para a Comunidade da Paz, em Itaquera, Zona Leste da cidade, bairro onde está sendo construído o estádio Itaquerão. Em consequência disso, os moradores passaram a utilizar velas para a iluminação, o que ocasionou um acidente que levou a morte um morador da favela. Ainda que se trate, neste caso, de um incêndio acidental, a origem continua sendo a especulação imobiliária.
Segundo relato dos moradores Pedro e Cícero, que participam das reuniões e mobilizações de denúncia desses crimes, a Eletropaulo cortou a energia a mando da Subprefeitura de Itaquera, e esta ação faz parte da política de expulsão da população pobre da região.
“Onde a gente mora hoje é praticamente o canteiro da obra. Eu acho que o corte da energia tem a ver com as obras da Copa, se não eles dariam informações do que vai acontecer com a gente”, relata Cícero.
CPI pra “inglês ver”
Em março de 2012, a Câmara Municipal de São Paulo instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar e apurar a possibilidade dos incêndios serem uma atuação criminosa. Em cinco meses de funcionamento, a CPI, que deveria reunir-se periodicamente, teve apenas três reuniões, sempre alegando falta de quórum para tal.
A Comissão é composta por seis vereadores, sendo três do partido do prefeito Gilberto Kassab (PSD), e os demais de partidos aliados. Até agora, os únicos encaminhamentos da CPI foram a nomeação do relator (Aníbal de Freitas, do PSDB) e da vice-presidente (Edir Sales, do PSD). Não houve apresentação do relatório que tinha prazo até 9 de setembro para ser concluído, e a CPI teve de ser prorrogada.
No último dia 27, a reunião da CPI foi mais uma vez adiada por falta de quórum, e movimentos sociais e moradores das favelas atingidas realizaram uma manifestação em frente à Câmara. Cerca de 100 pessoas exigiam avanço nas investigações e atendimento digno para as famílias.
Os manifestantes agendaram uma nova reunião de organização deste movimento que tem contato com a participação de diversas entidades com a convicção de que somente a luta será capaz de cessar esses crimes, porque esta CPI “chapa branca” já, há meses, vem demonstrando de que lado está, e não é do lado do povo.
Vivian Mendes e Ana Rosa Carrara, São Paulo

quarta-feira, outubro 24, 2012

Furo MTV | Serra quer salvar jovens com "propensão ao crime"






Lance em leilão da virgindade de catarinense acaba e chega a R$ 1,5 milhão

 

Foto: Reprodução
O leilão da virgindade da catarinense Catarina Migliorini, de 20 anos de idade, foi encerrado na manhã dessa quarta-feira (24) com o lance de US$ 780 mil (cerca de R$ 1,5 milhão). Esse valor astronômico foi oferecido hoje por um japonês com o apelido de Natsu.
A brasileira explicou que é virgem e que tem exames para provar isso. Ela disse que irá a um médico de confiança do ganhador do leilão para ser examinada. Catarina falou que está preocupada com o final do leilão. De acordo com o regulamento, a primeira experiência de "amor" de Catarina está prevista para ocorrer 10 dias depois de hoje, no dia 3 de novembro.
A experiência da moça faz parte do documentário 'Virgins Wanted', que conta a história de jovens antes e depois de suas "primeiras vezes". A brasileira já tem um destino para o dinheiro: vai estudar medicina. "Já estava até matriculada, mas decidi adiar e vou em 2013. Tenho 20 anos, sou responsável pelo meu corpo e não estou prejudicando ninguém", afirmou em entrevista à 'Folha'.
O sexo não será filmado. Os produtores do documentário afirmaram que Catarina irá perder a virgindade em um avião, que irá da Austrália aos Estados Unidos.
*Yahoo

Em defesa dos Guarani-Kaiowá A concepção de poder público foi privatizada pelos interesses econômicos. E nesse sentido, não há espaço para a cultura, principalmente para cultura indígena", afirmou Marcelo Freixo em defesa dos Guarani-Kaiowá (MS


Charge do Dia

agonia do euro




Salve Dilma! Aqueles que irão morrer te saúdam



Vídeo denuncia que pretende sensibilizar a Presidenta Dilma Rousseff pela violência e praticas de extermínio que sofrem os índios Guarani Kaiowa no Mato Grosso do Sul.


Este vídeo foi exibido na abertura do Fórum Social Mundial 2012 na abertura com a presença da presidenta abrindo a apresentação do representante do conselho de direitos humanos que participou da expedição Marcos Veron 2012 organizada pelo Tribunal Popular da Terra.


Realização: Tekoa Virtual Guarani
Idealização e gravação: Gianni Puzzo, Bruno Garibaldi, Fábio Nassif.

Luan Santana pede aos fãs que divulguem o genocídio promovendo a tag  #GenocidioGuaraniKaiowa”

Luan Santana se recusa a fazer shows no Mato Grosso do Sul 


Talvez nenhum outro músico brasileiro tenha uma agenda de shows tão ocupada quanto Luan Santana. Após turnê de sucesso em Angola e prestes a embarcar rumo a uma série de apresentações pelos Estados Unidos e Portugal, a curta estadia do Gurizinho em solo tupiniquim está sendo marcada por numerosos assédios de produtores interessados em tê-lo como atração principal nesta temporada de festivais de fim de ano. Porém, Luan demonstrou que não está disponível a todos que querem e podem pagar por tal privilégio, já que recusou generosos cachês oferecidos para cantar em eventos de seu estado, o Mato Grosso do Sul. Problemas de saúde? Agenda cheia? Máscara? Quem procura as motivos usuais da maioria dos artistas para explicar a recusa de Luan em fazer shows na sua terra natal irá se surpreender com a realidade.

Segundo a assessoria do cantor, nesta semana, Luan Santana teria tomado conhecimento da situação dos indígenas da etnia Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul e o boicote a shows no estado foi uma forma de protesto encontrada por ele. Em nota aos fãs, Luan se pronunciou: “Nos últimos oito anos, 250 índios Guarani Kaiowás foram assassinados no estado. No mesmo período, ocorreram contra eles 190 tentativas de assassinato, 49 atropelamentos e 176 suicídios. Ao menos um indígena se suicida por semana! Acho que o Mato Grosso do Sul não tem o que festejar, mas cobrar uma dívida de justiça com esses indíos. Peço desculpas a meus fãs, ao meu povo sul-mato-grossense, por recusar esses shows, o que sempre foi uma razão de alegria para mim. Porém, hoje, me sinto envergonhado por ignorar a situação dos Guarani Kaiowá e não quero prosseguir como um cúmplice silencioso desta violência. Como último pedido, gostaria de ver menos o meu nome nos trend topics do Twitter e em seu lugar a divulgação deste genocídio que, calados, todos ajudamos a promover. #GenocidioGuaraniKaiowa”
Joaquim Barbosa e a mídia: Foi eterno enquanto durou

Estamos na reta final do 2º turno, na reta final do julgamento da Ação Penal 470 e a lua de mel do supremo ministro, JB, com a mídia parece estar, também, chegando ao fim. Foi eterno enquanto durou, não é,supremo ministro?


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E o "herói" do julgamento não conhecia a lei...


247 – “Finalmente”. Esta foi uma das primeiras palavras usadas pelo ministro Joaquim Barbosa, presidente eleito do Supremo Tribunal Federal, antes da sessão que começaria a definir a chamada dosimetria da Ação Penal 470. Era chegada a hora de começar a mandar os réus para a cadeia e o relator mal escondia sua satisfação – diferentemente de ministros, como Ayres Britto, que, ao condenar falavam do gosto “de jiló, de fel ou de mandioca roxa na boca”, talvez apenas como figura de retórica.
Cultuado pelos meios de comunicação como “o menino pobre que mudou o Brasil” (Veja) e como o justiceiro com a grande chave da cadeia (charge do Globo desta quarta-feira), Joaquim Barbosa é um herói popular, cogitado até para uma disputa presidencial e, apelidado de “nosso Batman”, máscara de Carnaval já pronta para 2013.
No entanto, Barbosa não estava preparado para a sessão do “gran finale” e cometeu erros em série, tendo que passar pelo constrangimento de ser corrigido pelos próprios colegos, ao vivo e em cores, na sessão transmitida pela TV Justiça.
O que ocorreu ontem foi tão inusitado que até o colunista Merval Pereira, chefe de torcida pela condenação nos meios de comunicação, reparou e publicou, nesta quarta, a coluna “O STF se perde”. Eis alguns trechos:
“Barbosa em diversas ocasiões demonstrou que não se preparou adequadamente para a sessão de ontem. Deu uma pena para Marcos Valério por formação de quadrilha e ainda por cima aplicou uma multa (....) Luiz Fux tentou acudir, comentando baixinho: ´Eu tenho a impressão de que não há previsão de multas´. Barbosa insistiu, chamando a atenção para seu próprio erro: ´A previsão de multa é genérica´. Não era, não, e Celso de Mello e Ayres Britto, consultando o Código, alertaram que naquele artigo não havia previsão de multa.”
Merval citou ainda outro erro de Barbosa, ao tentar aplicar uma pena por corrupção ativa para Marcos Valério prevista não na lei correta, que é mais branda do que a atual. Foi corrigido por Lewandowski, irritou-se, disse que a propina a Henrique Pizzolato foi paga em janeiro de 2004, mas foi corrigido por vários ministros. Celso de Mello pediu até para que a sessão fosse encerrada.
Preocupado com o vexame de ontem, Merval afirmou que se os ministros não se reunirem antes das sessões – talvez para alertar Barbosa sobre possíveis novos erros – o julgamento não terminará amanhã (antes das eleições) como estava previsto e os réus poderão apresentar muitos embargos.
Segundo o colunista do Globo, ontem o STF se perdeu. Talvez tenha se perdido um pouco antes.
Leia, também reportagem da Folha sobre os erros em série de Joaquim Barbosa na sessão de ontem, classificados como “vergonha” por um advogado dos réus:
Relator comete erros ao definir penas e é corrigido por colegas
Joaquim Barbosa quis aplicar pena de multa ao crime de quadrilha, o que não existe, e usou uma legislação errada
Advogados disseram que os 'equívocos' do ministro devem levar aos chamados embargos à decisão
DE BRASÍLIA
O ministro relator do mensalão Joaquim Barbosa cometeu erros em seu voto sobre a aplicação das penas ao empresário Marcos Valério, foi corrigido pelos colegas no plenário e recebeu críticas dos advogados dos réus.
O primeiro equívoco de Barbosa ocorreu quanto ao crime de quadrilha. O relator quis aplicar a pena de multa, que não é aceita para o crime. Ele foi alertado sobre o engano pelo ministro Luiz Fux e afastou essa punição.
Barbosa também recuou após adotar uma pena prevista em lei que não estava em vigor quando aconteceu o crime de corrupção ativa de Valério em contratos de publicidade do Banco do Brasil.
O revisor Ricardo Lewandowski lembrou que o delito ocorreu em 2003, quando ainda valia norma que estabelecia penas de 1 a 8 anos de prisão para o crime. Só após novembro de 2003 a punição passou a ser de 2 a 12 anos.
A princípio Barbosa disse que a pena que estava aplicando (4 anos e oito meses) não estava fora dos parâmetros legais, mas o ministro mais antigo da corte, Celso de Mello, sugeriu que a votação fosse suspensa para que ele adaptasse seu voto à lei correta. A sessão foi encerrada.
Na discussão Barbosa disse que havia deixado de considerar em seu voto fato que poderia aumentar a pena de Valério. A lei prevê que na hipótese de corrupção a pena é maior se o ato pretendido pelo corruptor se concretiza, o que ocorreu, segundo o STF.
A manifestação do relator só ocorreu depois que Marco Aurélio e Lewandowski apontaram tal situação. Em um momento da sessão o relator não achou o próprio voto e chegou a pedi-lo aos colegas.
EMBARGOS
Advogados disseram que os "equívocos" do ministro devem levar aos chamados embargos de declaração [recurso contra obscuridade, contradição ou omissão].
"Foi uma vergonha o que fizeram aqui hoje. Rasgaram o princípio da legalidade", disse Leonardo Yarochewsky, que defende Simone de Vasconcelos. Outros quatro advogados também criticaram os erros de Barbosa ontem.
Até ontem, pelo menos seis memoriais sobre a dosimetria da pena haviam sido enviados. Entre eles, dos réus ligados ao Banco Rural (Kátia Rabello, José Roberto Salgado e Vinícius Samarane) e do ex-deputado Pedro Corrêa (PP), além dos publicitários Marcos Valério e Cristiano Paz.
Todos pedem a aplicação da pena mínima. O argumento mais usado é o de bons antecedentes de seus clientes.
 
Frase do dia: “Nós vamos acompanhar com lupa cada voto de ministro,..."

Pau que bate em Chico, bate em Francisco!


“Nós vamos acompanhar com lupa cada voto de ministro, e, se daqui a um ano, eles absolverem um grande empresário por falta de provas, nós vamos lembrar, democraticamente, que, no julgamento do mensalão, quando não havia provas, os indícios foram tidos como suficientes para condenar”, Paulo Vannuchi, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos da presidência da República ( O Globo)
*MARIADAPENHANELES 
 

CONFLITO DE GERAÇÕES: O DIÁLOGO IMPERTINENTE E REVELADOR ENTRE PAI E FILHO SOBRE POLÍTICA E MÍDIA NO BRASIL

Quais são as vozes da classe média?

Essa é uma história real e reveladora da relação entre política e mídia no Brasil. Os nomes das pessoas que viveram essa situação e também alguns detalhes serão preservados porque não faz sentido revelar e também não acrescenta nada ao contexto. O importante é a incrível situação que reflete bem o que acontece no Brasil atualmente.

Temos uma geração de jovens por volta dos 20 anos que vive na internet, mas seus pais na casa dos 40 e 50 sentem um pouco de dificuldade, principalmente aqueles cuja profissão não exigiu conhecimento razoável em informática e computação.

Esse é o caso de Roberto, que tem cerca de 50 anos, e é dono de um pequeno, mas bastante lucrativo mercado em uma cidade média do estado de São Paulo. Além desse mercado, herança dos pais, Roberto administra outros negócios da família, como imóveis e uma loja. Como único filho homem, que nunca quis estudar muito, logo acabou assumindo os negócios da família e, com a morte do pai, acabou tendo responsabilidade sobre as atividades, que não são poucas. Apesar de desistir da faculdade, Roberto nunca se negou ao trabalho, gosta de fazer. Acorda cedo e toca o mercado e outros negócios até à noite.

Roberto há muito tempo assinava a Revista Veja, mas cancelou a assinatura há cerca de três anos quando um dos filhos, Pedro, entrou na faculdade e logo nas primeiras férias em casa disse ao pai que deveria cancelar a assinatura da revista. “Essa revista é idiota, manipula a informação”, disse. Aquele período era um momento especial para a revista Veja, que estava sendo pautada pela relação com Carlinhos Cachoeira, mas ninguém ainda sabia. Roberto, que tinha orgulho do filho na faculdade, resolveu cancelar a revista. E manteve a assinatura da Folha de S.Paulo que não sofreu restrições do filho.

Isso aconteceu há dois ou três anos mais ou menos. Até hoje Roberto recebe a revista Veja em casa, desde que deixou de pagar. “Já liguei duas ou três vezes para a revista para dizer que não precisam mais mandar, mas eles continuam mandando”, disse Roberto, resignado, ao filho no último final de semana.

Isso aconteceu no meio de uma discussão política, quando Roberto decidiu perguntar ao filho em quem ele iria votar nesse segundo turno.

“Vou votar no PT, o candidato é muito melhor que o do PSDB”, disse Pedro.

“Mas como você vai votar no PT? Eu não gosto do PT. Olha a sujeirada do Mensalão, tá todo o dia no jornal, na TV”. Você vai votar no PT ainda?”

“Vou sim pai. O PSDB é muito pior”.

“Eu não vejo nada de errado com o PSDB”

“O José Serra, candidato em São Paulo, é horrível”

“Como horrível? Não existe nada contra ele”, arguiu Roberto.

“Você já ouviu falar do Mensalão tucano, da Privataria Tucana?”

“Não, o que é isso? Não vi nada nos jornais, nem na TV. Mas sei muito bem desses petistas aí que você vai votar”

“É porque todos os jornais que você lê são ruins”

“A é? E qual é bom então? Você reclama de tudo”

“A Carta Capital é uma revista séria”

“Carta o quê? O que é isso? Nunca ouvi falar dessas coisas que você está falando”

“É, mas existem pai!”

“Vocês ficam inventando coisas…”, disse Roberto e encerrou a discussão se afastando. Apesar do final de semana, ele tinha mais o que fazer do que ficar discutindo com o seu filho rebelde.

ps: parece ficção, mas aconteceu esse final de semana.

*Educaçãopolítica

Globo a golpista de sempre



ONG entra com representação contra Jornal Nacional


Do Blog da Cidadania
ONG representará contra Jornal Nacional na PGE e no Minicom
Eduardo Guimarães
Até a insuspeita Folha de São Paulo notou a cobertura desproporcional, ilegal e até criminosa que o Jornal Nacional fez da sessão de terça-feira (23.10) do julgamento do mensalão. Segundo a matéria em tela, o telejornal gastou 18 dos 32 minutos de sua edição de ontem com esse assunto. Abaixo, o texto da Folha.

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Da Folha
‘JN’ dedica quase 20 minutos a balanço do julgamento
DE SÃO PAULO
O “Jornal Nacional” da TV Globo, programa jornalístico mais assistido da televisão brasileira, dedicou ontem 18 dos 32 minutos de sua edição a um balanço do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal.
O telejornal exibiu oito reportagens sobre o tema, contemplando desde o que chamou de “frases memoráveis” proferidas no plenário do STF às rusgas entre os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandovsky, respectivamente relator e revisor do processo na corte.
O segmento mais “quente” do telejornal, dedicado às notícias do dia (debate do tamanho das penas e a decisão de absolver réus de acusações em que houve empate no colegiado) consumiu 3min12s.
O restante foi ocupado pelo resumo das 40 sessões de julgamento.
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Há, ainda, um agravante. O assunto foi ao ar no JN imediatamente após o fim do horário eleitoral, que, em São Paulo, foi encerrado com o programa de Fernando Haddad. E tem sido assim desde que começou o segundo turno – o noticiário do mensalão é apresentado pelo telejornal sempre “colado” ao fim do horário eleitoral.
O objetivo de interferir no pleito do próximo domingo em prejuízo do Partido dos Trabalhadores e dos outros partidos aliados que figuram na Ação Penal 470, vem sendo escancarado. Ontem, porém, essa prática ilegal chegou ao ápice.
A ilegalidade é absolutamente clara. Para comprovar, basta a simples leitura da Lei 9.504/97, a chamada Lei Geral das Eleições, que, em seu artigo 45, caput, reza que:
Caput – A partir de 1o de julho, ano da eleição, é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e noticiário, conforme incisos:
III – Veicular propaganda política, ou difundir opinião favorável ou contrária a candidato, partido, coligação, a seus orgãos ou representantes; 
IV – Dar tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação;
V – É vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e noticiário, veicular ou divulgar filmes, novelas, minisséries ou qualquer outro programa com alusão ou crítica a candidato ou partido político, mesmo que dissimuladamente (…)
Apesar de a Globo poder alegar que estava apenas reproduzindo um fato do Poder Judiciário, a intenção de usar as reiteradas menções dos ministros do Supremo Tribunal Federal ao Partido dos Trabalhadores é escancarada ao ponto de ter virado notícia de um jornal absolutamente insuspeito de ser partidário desse partido.
Conforme reza a lei, é vedada prática da qual o JN abusou, ou seja, fazer “Alusão ou crítica a candidato ou partido político, mesmo que dissimuladamente”. Ora, de dissimulado não houve nada. O PT foi citado reiteradamente pela edição do JN de forma insistente e por espaço de tempo jamais visto em uma só reportagem.
A Lei Eleitoral recebe interpretação pela Justiça Eleitoral, ou seja, ela julga exatamente as nuances das propagandas, dos programas em veículos eletrônicos e até mesmo na imprensa escrita e na internet.
O uso de uma concessão pública de televisão com fins político-eleitorais também viola a Lei das Concessões, cujo guardião é o Ministério das Comunicações.
Diante desses fatos, comunico que a ONG Movimento dos Sem Mídia, da qual este blogueiro é presidente, apresentará, nos próximos dias, representações à Procuradoria Geral Eleitoral e ao Ministério das Comunicações contra a TV Globo por violação da Lei Eleitoral, com tentativa de influir em eleições de todo país.
Detalhe: será pedido ao Minicom a cassação da concessão da Rede Globo por cometer crime eleitoral
Por certo não haverá tempo suficiente de fazer a representação ser apreciada por essas instâncias antes do pleito, mas isso não elidirá a denunciação desse claro abuso de poder econômico com vistas influir no processo eleitoral. Peço, portanto, o apoio de tantos quantos entenderem que tal crime não pode ficar impune.
*Nassif 

Terra arrasada






Sabíamos que a cobertura jornalística do julgamento do chamado “mensalão” serviria bem à agenda eleitoral conservadora. A hidrofobia antipetista dos magistrados cabe na moldura do relato “imparcial”, isenta os veículos de uma abordagem equilibrada e possui um caráter definitivo que dispensa contrapontos técnicos.

Os vinte minutos dedicados ao tema pela Rede Globo, em pleno Jornal Nacional, revelam que a mídia corporativa aprendeu com o primeiro turno e que não está disposta a tolerar novas surpresas. Se o oportunismo ético dos admiradores de Joaquim Barbosa foi insuficiente para impedir as arrancadas petistas no momento decisivo (e se eles não dispõem de melhores alternativas), a saída é fomentar o descrédito nos rituais democráticos, inibindo a afluência às urnas e incentivando o conformismo em relação às expectativas de vitória.

A estratégia é eficaz e preocupante, mas não isenta de riscos. As pesquisas tanto procuraram forçar tendências no eleitorado que chegaram a um ponto de falseamento no qual seus próprios manipuladores perderam a noção do quadro real. Como alguém que atira a esmo porque não consegue enxergar a ameaça, o jornalismo demotucano tenta prevenir o perigo vermelho sem dimensioná-lo ou mesmo compreender suas origens.

Basta um pequeno erro de tom, e um marqueteiro hábil devolve a insegurança estatística pela culatra dos sabichões.
*GuilhermeScalzilli