34 favelas foram incendiadas em São Paulo neste ano” e mais 1 atualizações
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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, outubro 25, 2012
quarta-feira, outubro 24, 2012
O leilão da virgindade da catarinense Catarina Migliorini, de 20 anos de idade, foi encerrado na manhã dessa quarta-feira (24) com o lance de US$ 780 mil (cerca de R$ 1,5 milhão). Esse valor astronômico foi oferecido hoje por um japonês com o apelido de Natsu.
A brasileira explicou que é virgem e que tem exames para provar isso. Ela disse que irá a um médico de confiança do ganhador do leilão para ser examinada. Catarina falou que está preocupada com o final do leilão. De acordo com o regulamento, a primeira experiência de "amor" de Catarina está prevista para ocorrer 10 dias depois de hoje, no dia 3 de novembro.
A experiência da moça faz parte do documentário 'Virgins Wanted', que conta a história de jovens antes e depois de suas "primeiras vezes". A brasileira já tem um destino para o dinheiro: vai estudar medicina. "Já estava até matriculada, mas decidi adiar e vou em 2013. Tenho 20 anos, sou responsável pelo meu corpo e não estou prejudicando ninguém", afirmou em entrevista à 'Folha'.
O sexo não será filmado. Os produtores do documentário afirmaram que Catarina irá perder a virgindade em um avião, que irá da Austrália aos Estados Unidos.
*Yahoo
Salve Dilma! Aqueles que irão morrer te saúdam
Vídeo denuncia que pretende sensibilizar a Presidenta Dilma Rousseff pela violência e praticas de extermínio que sofrem os índios Guarani Kaiowa no Mato Grosso do Sul.
Este vídeo foi exibido na abertura do Fórum Social Mundial 2012 na abertura com a presença da presidenta abrindo a apresentação do representante do conselho de direitos humanos que participou da expedição Marcos Veron 2012 organizada pelo Tribunal Popular da Terra.
Realização: Tekoa Virtual Guarani
Idealização e gravação: Gianni Puzzo, Bruno Garibaldi, Fábio Nassif.
Postado por
Rosangela Basso
Vídeo denuncia que pretende sensibilizar a Presidenta Dilma Rousseff pela violência e praticas de extermínio que sofrem os índios Guarani Kaiowa no Mato Grosso do Sul.
Este vídeo foi exibido na abertura do Fórum Social Mundial 2012 na abertura com a presença da presidenta abrindo a apresentação do representante do conselho de direitos humanos que participou da expedição Marcos Veron 2012 organizada pelo Tribunal Popular da Terra.
Realização: Tekoa Virtual Guarani
Idealização e gravação: Gianni Puzzo, Bruno Garibaldi, Fábio Nassif.
Luan Santana pede aos fãs que divulguem o genocídio promovendo a tag #GenocidioGuaraniKaiowa”
Luan Santana se recusa a fazer shows no Mato Grosso do Sul
Talvez
nenhum outro músico brasileiro tenha uma agenda de shows tão ocupada
quanto Luan Santana. Após turnê de sucesso em Angola e prestes a
embarcar rumo a uma série de apresentações pelos Estados Unidos e
Portugal, a curta estadia do Gurizinho em solo tupiniquim está sendo
marcada por numerosos assédios de produtores interessados em tê-lo como
atração principal nesta temporada de festivais de fim de ano. Porém,
Luan demonstrou que não está disponível a todos que querem e podem pagar
por tal privilégio, já que recusou generosos cachês oferecidos para
cantar em eventos de seu estado, o Mato Grosso do Sul. Problemas de
saúde? Agenda cheia? Máscara? Quem procura as motivos usuais da maioria
dos artistas para explicar a recusa de Luan em fazer shows na sua terra
natal irá se surpreender com a realidade.
Segundo
a assessoria do cantor, nesta semana, Luan Santana teria tomado
conhecimento da situação dos indígenas da etnia Guarani Kaiowá no Mato
Grosso do Sul e o boicote a shows no estado foi uma forma de protesto
encontrada por ele. Em nota aos fãs, Luan se pronunciou: “Nos últimos
oito anos, 250 índios Guarani Kaiowás foram assassinados no estado. No
mesmo período, ocorreram contra eles 190 tentativas de assassinato, 49
atropelamentos e 176 suicídios. Ao menos um indígena se suicida por
semana! Acho que o Mato Grosso do Sul não tem o que festejar, mas cobrar
uma dívida de justiça com esses indíos. Peço desculpas a meus fãs, ao
meu povo sul-mato-grossense, por recusar esses shows, o que sempre foi
uma razão de alegria para mim. Porém, hoje, me sinto envergonhado por
ignorar a situação dos Guarani Kaiowá e não quero prosseguir como um
cúmplice silencioso desta violência. Como último pedido, gostaria de ver
menos o meu nome nos trend topics do Twitter e em seu lugar a divulgação deste genocídio que, calados, todos ajudamos a promover. #GenocidioGuaraniKaiowa”
Joaquim Barbosa e a mídia: Foi eterno enquanto durou
Estamos na reta final do 2º turno, na reta final do julgamento da Ação Penal 470 e a lua de mel do supremo ministro, JB, com a mídia parece estar, também, chegando ao fim. Foi eterno enquanto durou, não é,supremo ministro?
E o "herói" do julgamento não conhecia a lei...
Estamos na reta final do 2º turno, na reta final do julgamento da Ação Penal 470 e a lua de mel do supremo ministro, JB, com a mídia parece estar, também, chegando ao fim. Foi eterno enquanto durou, não é,supremo ministro?
E o "herói" do julgamento não conhecia a lei...
247 – “Finalmente”.
Esta foi uma das primeiras palavras usadas pelo ministro Joaquim
Barbosa, presidente eleito do Supremo Tribunal Federal, antes da sessão
que começaria a definir a chamada dosimetria da Ação Penal 470. Era
chegada a hora de começar a mandar os réus para a cadeia e o relator mal
escondia sua satisfação – diferentemente de ministros, como Ayres
Britto, que, ao condenar falavam do gosto “de jiló, de fel ou de
mandioca roxa na boca”, talvez apenas como figura de retórica.
Cultuado
pelos meios de comunicação como “o menino pobre que mudou o Brasil”
(Veja) e como o justiceiro com a grande chave da cadeia (charge do Globo
desta quarta-feira), Joaquim Barbosa é um herói popular, cogitado até
para uma disputa presidencial e, apelidado de “nosso Batman”, máscara de
Carnaval já pronta para 2013.
No
entanto, Barbosa não estava preparado para a sessão do “gran finale” e
cometeu erros em série, tendo que passar pelo constrangimento de ser
corrigido pelos próprios colegos, ao vivo e em cores, na sessão
transmitida pela TV Justiça.
O que
ocorreu ontem foi tão inusitado que até o colunista Merval Pereira,
chefe de torcida pela condenação nos meios de comunicação, reparou e
publicou, nesta quarta, a coluna “O STF se perde”. Eis alguns trechos:
“Barbosa
em diversas ocasiões demonstrou que não se preparou adequadamente para a
sessão de ontem. Deu uma pena para Marcos Valério por formação de
quadrilha e ainda por cima aplicou uma multa (....) Luiz Fux tentou
acudir, comentando baixinho: ´Eu tenho a impressão de que não há
previsão de multas´. Barbosa insistiu, chamando a atenção para seu
próprio erro: ´A previsão de multa é genérica´. Não era, não, e Celso de
Mello e Ayres Britto, consultando o Código, alertaram que naquele
artigo não havia previsão de multa.”
Merval
citou ainda outro erro de Barbosa, ao tentar aplicar uma pena por
corrupção ativa para Marcos Valério prevista não na lei correta, que é
mais branda do que a atual. Foi corrigido por Lewandowski, irritou-se,
disse que a propina a Henrique Pizzolato foi paga em janeiro de 2004,
mas foi corrigido por vários ministros. Celso de Mello pediu até para
que a sessão fosse encerrada.
Preocupado
com o vexame de ontem, Merval afirmou que se os ministros não se
reunirem antes das sessões – talvez para alertar Barbosa sobre possíveis
novos erros – o julgamento não terminará amanhã (antes das eleições)
como estava previsto e os réus poderão apresentar muitos embargos.
Segundo o colunista do Globo, ontem o STF se perdeu. Talvez tenha se perdido um pouco antes.
Leia,
também reportagem da Folha sobre os erros em série de Joaquim Barbosa na
sessão de ontem, classificados como “vergonha” por um advogado dos
réus:
Relator comete erros ao definir penas e é corrigido por colegas
Joaquim Barbosa quis aplicar pena de multa ao crime de quadrilha, o que não existe, e usou uma legislação errada
Advogados disseram que os 'equívocos' do ministro devem levar aos chamados embargos à decisão
DE BRASÍLIA
O
ministro relator do mensalão Joaquim Barbosa cometeu erros em seu voto
sobre a aplicação das penas ao empresário Marcos Valério, foi corrigido
pelos colegas no plenário e recebeu críticas dos advogados dos réus.
O
primeiro equívoco de Barbosa ocorreu quanto ao crime de quadrilha. O
relator quis aplicar a pena de multa, que não é aceita para o crime. Ele
foi alertado sobre o engano pelo ministro Luiz Fux e afastou essa
punição.
Barbosa
também recuou após adotar uma pena prevista em lei que não estava em
vigor quando aconteceu o crime de corrupção ativa de Valério em
contratos de publicidade do Banco do Brasil.
O
revisor Ricardo Lewandowski lembrou que o delito ocorreu em 2003, quando
ainda valia norma que estabelecia penas de 1 a 8 anos de prisão para o
crime. Só após novembro de 2003 a punição passou a ser de 2 a 12 anos.
A
princípio Barbosa disse que a pena que estava aplicando (4 anos e oito
meses) não estava fora dos parâmetros legais, mas o ministro mais antigo
da corte, Celso de Mello, sugeriu que a votação fosse suspensa para que
ele adaptasse seu voto à lei correta. A sessão foi encerrada.
Na
discussão Barbosa disse que havia deixado de considerar em seu voto fato
que poderia aumentar a pena de Valério. A lei prevê que na hipótese de
corrupção a pena é maior se o ato pretendido pelo corruptor se
concretiza, o que ocorreu, segundo o STF.
A
manifestação do relator só ocorreu depois que Marco Aurélio e
Lewandowski apontaram tal situação. Em um momento da sessão o relator
não achou o próprio voto e chegou a pedi-lo aos colegas.
EMBARGOS
Advogados
disseram que os "equívocos" do ministro devem levar aos chamados
embargos de declaração [recurso contra obscuridade, contradição ou
omissão].
"Foi uma
vergonha o que fizeram aqui hoje. Rasgaram o princípio da legalidade",
disse Leonardo Yarochewsky, que defende Simone de Vasconcelos. Outros
quatro advogados também criticaram os erros de Barbosa ontem.
Até
ontem, pelo menos seis memoriais sobre a dosimetria da pena haviam sido
enviados. Entre eles, dos réus ligados ao Banco Rural (Kátia Rabello,
José Roberto Salgado e Vinícius Samarane) e do ex-deputado Pedro Corrêa
(PP), além dos publicitários Marcos Valério e Cristiano Paz.
Todos pedem a aplicação da pena mínima. O argumento mais usado é o de bons antecedentes de seus clientes.
Frase do dia: “Nós vamos acompanhar com lupa cada voto de ministro,..."
Pau que bate em Chico, bate em Francisco!
“Nós vamos acompanhar com lupa cada voto de ministro, e, se daqui a um ano, eles absolverem um grande empresário por falta de provas, nós vamos lembrar, democraticamente, que, no julgamento do mensalão, quando não havia provas, os indícios foram tidos como suficientes para condenar”, Paulo Vannuchi, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos da presidência da República ( O Globo)
Pau que bate em Chico, bate em Francisco!
“Nós vamos acompanhar com lupa cada voto de ministro, e, se daqui a um ano, eles absolverem um grande empresário por falta de provas, nós vamos lembrar, democraticamente, que, no julgamento do mensalão, quando não havia provas, os indícios foram tidos como suficientes para condenar”, Paulo Vannuchi, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos da presidência da República ( O Globo)
*MARIADAPENHANELES
CONFLITO DE GERAÇÕES: O DIÁLOGO IMPERTINENTE E REVELADOR ENTRE PAI E FILHO SOBRE POLÍTICA E MÍDIA NO BRASIL
Essa é uma história real e reveladora da relação entre política e mídia no Brasil. Os nomes das pessoas que viveram essa situação e também alguns detalhes serão preservados porque não faz sentido revelar e também não acrescenta nada ao contexto. O importante é a incrível situação que reflete bem o que acontece no Brasil atualmente.
Temos uma geração de jovens por volta dos 20 anos que vive na internet, mas seus pais na casa dos 40 e 50 sentem um pouco de dificuldade, principalmente aqueles cuja profissão não exigiu conhecimento razoável em informática e computação.
Esse é o caso de Roberto, que tem cerca de 50 anos, e é dono de um pequeno, mas bastante lucrativo mercado em uma cidade média do estado de São Paulo. Além desse mercado, herança dos pais, Roberto administra outros negócios da família, como imóveis e uma loja. Como único filho homem, que nunca quis estudar muito, logo acabou assumindo os negócios da família e, com a morte do pai, acabou tendo responsabilidade sobre as atividades, que não são poucas. Apesar de desistir da faculdade, Roberto nunca se negou ao trabalho, gosta de fazer. Acorda cedo e toca o mercado e outros negócios até à noite.
Roberto há muito tempo assinava a Revista Veja, mas cancelou a assinatura há cerca de três anos quando um dos filhos, Pedro, entrou na faculdade e logo nas primeiras férias em casa disse ao pai que deveria cancelar a assinatura da revista. “Essa revista é idiota, manipula a informação”, disse. Aquele período era um momento especial para a revista Veja, que estava sendo pautada pela relação com Carlinhos Cachoeira, mas ninguém ainda sabia. Roberto, que tinha orgulho do filho na faculdade, resolveu cancelar a revista. E manteve a assinatura da Folha de S.Paulo que não sofreu restrições do filho.
Isso aconteceu há dois ou três anos mais ou menos. Até hoje Roberto recebe a revista Veja em casa, desde que deixou de pagar. “Já liguei duas ou três vezes para a revista para dizer que não precisam mais mandar, mas eles continuam mandando”, disse Roberto, resignado, ao filho no último final de semana.
Isso aconteceu no meio de uma discussão política, quando Roberto decidiu perguntar ao filho em quem ele iria votar nesse segundo turno.
“Vou votar no PT, o candidato é muito melhor que o do PSDB”, disse Pedro.
“Mas como você vai votar no PT? Eu não gosto do PT. Olha a sujeirada do Mensalão, tá todo o dia no jornal, na TV”. Você vai votar no PT ainda?”
“Vou sim pai. O PSDB é muito pior”.
“Eu não vejo nada de errado com o PSDB”
“O José Serra, candidato em São Paulo, é horrível”
“Como horrível? Não existe nada contra ele”, arguiu Roberto.
“Você já ouviu falar do Mensalão tucano, da Privataria Tucana?”
“Não, o que é isso? Não vi nada nos jornais, nem na TV. Mas sei muito bem desses petistas aí que você vai votar”
“É porque todos os jornais que você lê são ruins”
“A é? E qual é bom então? Você reclama de tudo”
“A Carta Capital é uma revista séria”
“Carta o quê? O que é isso? Nunca ouvi falar dessas coisas que você está falando”
“É, mas existem pai!”
“Vocês ficam inventando coisas…”, disse Roberto e encerrou a discussão se afastando. Apesar do final de semana, ele tinha mais o que fazer do que ficar discutindo com o seu filho rebelde.
ps: parece ficção, mas aconteceu esse final de semana.
*Educaçãopolítica
Globo a golpista de sempre
ONG entra com representação contra Jornal Nacional
Do Blog da Cidadania
ONG representará contra Jornal Nacional na PGE e no Minicom
Eduardo Guimarães
Até a insuspeita Folha de São Paulo notou a cobertura desproporcional, ilegal e até criminosa que o Jornal Nacional fez da sessão de terça-feira (23.10) do julgamento do mensalão. Segundo a matéria em tela, o telejornal gastou 18 dos 32 minutos de sua edição de ontem com esse assunto. Abaixo, o texto da Folha.
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Da Folha
‘JN’ dedica quase 20 minutos a balanço do julgamento
DE SÃO PAULO
O “Jornal Nacional” da TV Globo, programa jornalístico mais assistido da televisão brasileira, dedicou ontem 18 dos 32 minutos de sua edição a um balanço do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal.
O telejornal exibiu oito reportagens sobre o tema, contemplando desde o que chamou de “frases memoráveis” proferidas no plenário do STF às rusgas entre os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandovsky, respectivamente relator e revisor do processo na corte.
O segmento mais “quente” do telejornal, dedicado às notícias do dia (debate do tamanho das penas e a decisão de absolver réus de acusações em que houve empate no colegiado) consumiu 3min12s.
O restante foi ocupado pelo resumo das 40 sessões de julgamento.
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Há, ainda, um agravante. O assunto foi ao ar no JN imediatamente após o fim do horário eleitoral, que, em São Paulo, foi encerrado com o programa de Fernando Haddad. E tem sido assim desde que começou o segundo turno – o noticiário do mensalão é apresentado pelo telejornal sempre “colado” ao fim do horário eleitoral.
O objetivo de interferir no pleito do próximo domingo em prejuízo do Partido dos Trabalhadores e dos outros partidos aliados que figuram na Ação Penal 470, vem sendo escancarado. Ontem, porém, essa prática ilegal chegou ao ápice.
A ilegalidade é absolutamente clara. Para comprovar, basta a simples leitura da Lei 9.504/97, a chamada Lei Geral das Eleições, que, em seu artigo 45, caput, reza que:
Caput – A partir de 1o de julho, ano da eleição, é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e noticiário, conforme incisos:
III – Veicular propaganda política, ou difundir opinião favorável ou contrária a candidato, partido, coligação, a seus orgãos ou representantes;
IV – Dar tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação;
V – É vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e noticiário, veicular ou divulgar filmes, novelas, minisséries ou qualquer outro programa com alusão ou crítica a candidato ou partido político, mesmo que dissimuladamente (…)
Apesar de a Globo poder alegar que estava apenas reproduzindo um fato do Poder Judiciário, a intenção de usar as reiteradas menções dos ministros do Supremo Tribunal Federal ao Partido dos Trabalhadores é escancarada ao ponto de ter virado notícia de um jornal absolutamente insuspeito de ser partidário desse partido.
Conforme reza a lei, é vedada prática da qual o JN abusou, ou seja, fazer “Alusão ou crítica a candidato ou partido político, mesmo que dissimuladamente”. Ora, de dissimulado não houve nada. O PT foi citado reiteradamente pela edição do JN de forma insistente e por espaço de tempo jamais visto em uma só reportagem.
A Lei Eleitoral recebe interpretação pela Justiça Eleitoral, ou seja, ela julga exatamente as nuances das propagandas, dos programas em veículos eletrônicos e até mesmo na imprensa escrita e na internet.
O uso de uma concessão pública de televisão com fins político-eleitorais também viola a Lei das Concessões, cujo guardião é o Ministério das Comunicações.
Diante desses fatos, comunico que a ONG Movimento dos Sem Mídia, da qual este blogueiro é presidente, apresentará, nos próximos dias, representações à Procuradoria Geral Eleitoral e ao Ministério das Comunicações contra a TV Globo por violação da Lei Eleitoral, com tentativa de influir em eleições de todo país.
Detalhe: será pedido ao Minicom a cassação da concessão da Rede Globo por cometer crime eleitoral
Por certo não haverá tempo suficiente de fazer a representação ser apreciada por essas instâncias antes do pleito, mas isso não elidirá a denunciação desse claro abuso de poder econômico com vistas influir no processo eleitoral. Peço, portanto, o apoio de tantos quantos entenderem que tal crime não pode ficar impune.
*Nassif
Terra arrasada
Sabíamos que a cobertura jornalística do julgamento
do chamado “mensalão” serviria bem à agenda eleitoral conservadora. A hidrofobia
antipetista dos magistrados cabe na moldura do relato “imparcial”, isenta os
veículos de uma abordagem equilibrada e possui um caráter definitivo que dispensa
contrapontos técnicos.
Os vinte minutos dedicados ao tema pela Rede
Globo, em pleno Jornal Nacional, revelam que a mídia corporativa aprendeu com o
primeiro turno e que não está disposta a tolerar novas surpresas. Se o
oportunismo ético dos admiradores de Joaquim Barbosa foi insuficiente para impedir
as arrancadas petistas no momento decisivo (e se eles não dispõem de melhores
alternativas), a saída é fomentar o descrédito nos rituais democráticos, inibindo
a afluência às urnas e incentivando o conformismo em relação às expectativas de
vitória.
A estratégia é eficaz e preocupante, mas não
isenta de riscos. As pesquisas tanto procuraram forçar tendências no eleitorado
que chegaram a um ponto de falseamento no qual seus próprios manipuladores
perderam a noção do quadro real. Como alguém que atira a esmo porque não
consegue enxergar a ameaça, o jornalismo demotucano tenta prevenir o perigo
vermelho sem dimensioná-lo ou mesmo compreender suas origens.
Basta um pequeno erro de tom, e um marqueteiro hábil
devolve a insegurança estatística pela culatra dos sabichões.
*GuilhermeScalzilli
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