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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 25, 2013

Viva o beijaço!


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Não são os jovens que devem partir em busca do Papa. Mas o Papa que deve ir atrás deles
Compreendo quando Leonardo Boff diz que Francisco pode representar a ruptura na Igreja Católica que João Paulo II e Bento XVI tanto temiam. Torço para que seja verdade.
Uma Igreja tolerante é menos nociva do que uma Igreja autoritária e repressiva.
Também reconheço que, num país onde 62% da população declaram-se católicos, a presidenta da República faça o possível para encontrar pontos de contato com o Papa e a fatia da população que ele representa.
O País tem muito a agradecer àquela parcela da Igreja que, nos tempos mais difíceis da ditadura, defendeu os fracos e indefesos.
Nada disso esconde, porém, um fato extremamente relevante. A atitude decente e democrática diante da visita do Papa é o beijaço dos gays, o protesto dos jovens, o clamor contra a repressão sexual e um sistema dogmático que oprime seres humanos em nome de noções absolutistas que trazem o preconceito, alimentam a violência e, com base na hipocrisia, podem trazer o crime e até a morte.
Não são os jovens que devem partir em busca do Papa.
Mas o Papa que deve ir atrás deles.
Esta é a mensagem do futuro.
Quem não entendeu isso não entendeu nada – observação definitiva do Iluminismo sobre a cena política contemporânea e seus críticos.
*comtextolivre

Um novo modelo de medicina


As pessoas precisam de pessoas que as vejam por inteiro. Logo, é o modelo de medicina ensinado nas escolas, aliado a uma política de acesso ao curso, que precisa ser transformado

Elaine Tavares
Ontem passei algumas horas dentro do HU, o Hospital Universitário da UFSC.  Desde bem cedinho já se pode ver muita gente por ali. Nas primeiras horas começam a chegar as ambulâncias do interior do estado. É gente demais. Descem com os olhos aflitos, semblante perdido. Estão muito longe de casa, doentes, frágeis, sozinhos.  Tudo o que querem é chegar e serem atendidos por alguém que lhes segure a mão e diga que as coisas vão ficar bem. Mas, nem sempre é assim.  Seguem-se horas e horas de espera nos corredores lotados de outros seres como eles: perdidos, sozinhos, frágeis na dor.
Cada corredor de cada especialidade é um mundo. Ali se acotovelam vidas, sofrimentos, angústias. Afinal, estar doente é estar submetido a nossa condição mortal, é ficar cara a cara com a ceifadora. Daí esse medo que nos toma. Na sala de espera do raio-x algumas pessoas choram. Devem sentir muita dor. Por um átimo, os olhos se encontram e tudo o que se percebe é um atormentado pedido de ajuda, sem eco. Não há nada a fazer. Há que esperar. Nos salas de quimioterapia, os que esperam evitam olhar nos olhos como se tivessem vergonha de estarem doentes. Ficam ali, fixados no nada, ruminando uma profunda solidão.
A visão dos corredores do HU não é diferente de outros tantos hospitais públicos pelo Brasil afora. Gente demais, buscando algum alívio para essa dor de estar doente. No mais das vezes, não encontrando. Mas, a lotação dos hospitais decorre muito mais por conta do modelo de cuidado com a saúde que nossa sociedade escolheu. Não se faz prevenção de doenças. A política é tratar o que já se instalou, e de preferência com remédios bem caros para que as “pobres” empresas farmacêuticas possam lucrar muito. O modelo brasileiro de um Sistema Unificado de Saúde é muito bom, mas acaba entravando nessa lógica que muito mais serve às empresas da morte do que ao ser que precisa de ajuda.
Para começo de conversa a melhor prevenção de doenças é uma vida saudável. Só que para isso a pessoa precisa ter condições de tê-la. Alimentação adequada, higiene, moradia digna, sossego emocional.  Num país dependente, onde as diferenças econômicas são abissais, como conseguir isso?
Como pode uma pessoa que vive num lugar insalubre, sem comida, sem abrigo, colocada cotidianamente diante da violência, da miséria, da dor, pode prevenir enfermidades? A coisa deveria começar por aí. Mudar o modelo da organização da vida, destruir o sistema capitalista que exige a morte de um para que o outro viva. Uma pessoa que vive em condições dignas de vida tem menos chance de adoecer.
De qualquer sorte, mesmo com todo o cuidado e prevenção, e ainda que fôssemos um país soberano, com outra forma de organizar a vida, haveriam de existir doenças e doentes. E aí, o que fazer? Uma solução encontrada por países como Cuba é o cuidado da pessoa na sua totalidade. Através dos médicos de família, cada pessoa é monitorada e acompanhada nas suas enfermidades, de maneira sistemática. O médico visita a pessoa, sabe seu nome, conhece seus problemas e, com base da história completa de cada um, consegue dar soluções para os problemas de saúde que aparecem. Remédios, só quando realmente necessário. Não há uma política medicamentosa do cuidado com a vida. A saúde é vista como condição básica de ser no mundo.
Para qualquer um que já tenha precisado de atendimento médico em um hospital no Brasil, fica claro que há uma diferença gigantesca no modelo de medicina. O mesmo acontece nos Postos de Saúde. O modelo é o de atendimento por ficha. O médico, mesmo contratado para ficar no posto por quatro horas, atende apenas um número x de fichas. O que significa que se uma pessoa chegar depois da última ficha, não será atendida, mesmo que o horário do médico ainda não tenha terminado.
Essa lógica da ficha obriga a pessoa doente, além de ter de se enfrentar com toda a angústia de estar enferma, a chegar aos postos na madrugada para garantir a tão esperada ficha. Pessoas há que dormem no relento da noite para garantir a senha do atendimento. É um paradoxo. O doente, que deveria ser cuidado, amparado, acolhido, precisa enfrentar toda essa outra carga de dor, para além da doença. Tudo isso torna o atendimento nos Postos de Saúde uma farsa. Ali, só são possíveis os agendamento de rotina, o trabalho de acompanhamento de doenças crônicas. Se o vivente estiver mesmo doente, a única saída é o hospital.
Mesmo os médicos mais experientes afirmam que essa foi a forma que os pobres encontraram de furar o bloqueio da falta de atendimento. Como o Posto de saúde funciona por ficha, e no geral são poucas, uma ou duas vezes na semana, as pessoas preferem buscar diretamente o hospital. Mesmo que demore. Pelo menos lá o atendimento pode ser possível. Daí o inchaço dos hospitais, recebendo desde casos gravíssimos até pessoas com gripe. A hospitalização acaba sendo uma espécie de técnica de sobrevivência dos empobrecidos, ainda que isso acabe gerando toda a superlotação que pode, inclusive, fazer com que alguém que realmente precise do atendimento de urgência fique sem ele. É uma roleta russa Um jogo de sorte.
Mesmo a classe média, que pode pagar por planos de saúde, já está percebendo que os modelos de mercadologização da saúde avançam para o caos. Marcar uma consulta com um especialista através do plano de saúde pode demorar dois meses ou mais, tal qual no SUS. E o atendimento de emergência nas clínicas dos planos não se diferencia muito do que é dado nos postos de saúde, consultas de menos de cinco minutos e uma receita gigante de remédios caros.
Não poderia ser diferente, o médico que atende no plano é também o que atende no posto. Ele tem aprendido assim na escola. É um modelo de ensino da medicina. Cada vez menos a atenção com a pessoa, cada vez mais atenção nos exames. N. T. (54 anos) conta que foi ao médico por estar com sintomas de pressão alta. Era nova na cidade, não conhecia ninguém. Marcou consulta numa clínica particular. O médico recebeu, perguntou o que ela sentia, ela respondeu. A conversa não durou dois minutos e ele já começou a preencher a receita. “O senhor não vai me examinar?”, perguntou, perplexa. Ele largou a caneta, olhou para ela pela primeira vez e perguntou: “A senhora quer que lhe toque?” A mulher saiu dali horrorizada, chorando, sem chão. Seguiu mais doente do que entrara. Médico particular, 250 reais.
Agora, vivemos no Brasil um momento de “levante” por parte de alguns médicos. Não aceitam a proposta do governo de obrigar os estudantes de medicina a passarem dois anos em atendimento nos Postos do SUS. Isso não é surpreendente. Nem a solução dada pelo governo, nem a reação dos profissionais da medicina. Qualquer das duas não resolve de imediato a situação daqueles que sofrem o sistema. A medida governamental é pirotécnica. Não é obrigando os alunos a se defrontarem com a pobreza que os fará melhores médicos. Alguns até poderão mudar sua forma de pensar, mas, esses, que o fazem, certamente o fariam em algum momento da vida. Estão sensibilizados para isso.
Já os que estão contra a medida não poderiam atuar de forma diferente. Foram ensinados a ver a doença, não o ser humano. A esses tanto se lhes dá se o que está à frente é pobre ou rico. Eles veem papéis, números, exames, e estão treinados para receitarem as novidades da indústria farmacêutica. Talvez até acreditem mesmo que o que precisa é mais material, mais máquinas de exames e coisas assim.
A solução para toda essa pendenga tem de ser estrutural. Mudar o modelo de desenvolvimento, mudar o modelo de formação do profissional médico, investir cada vez mais na política de acesso às universidades, para que jovens da classe trabalhadora possam também ter a chance de formarem-se médicos, dentistas, psicólogos.  Há que reestruturar a lógica do sistema de atendimento nos postos de saúde.
Coisas simples como a manutenção de um médico durante todo o dia, atendendo as pessoas que vão chegando. Nada de marcação de fichas. Chegou, tem médico, é atendido. Pronto! Não há que ceder a chantagens de pagar salários astronômicos para que um profissional vá trabalhar no interior ou em regiões inóspitas. Tendo bastante gente formada, gente inclusive oriunda da classe trabalhadora, que conhece o sofrimento do seu companheiro, as coisas vão se transformando naturalmente.
E se para que esse modelo vingue for necessário, por enquanto, buscar profissionais fora do país, já que a formação de um médico é cara e demorada, que venham aqueles que sabem atuar dentro de uma política de saúde, não de morte. Que atuem no sentido de ver a pessoa como um todo e não como um pedaço doente. Aqueles que compreendem que uma criatura doente é um ser frágil, precisando de amparo e carinho. Aqueles que já vivenciam um modelo de saúde onde o cuidado com a dor do outro é a única medida. Se fora assim, que venham os cubanos, os africanos, os espanhóis, qualquer um que possa começara a mudar esse triste cenário.
Mas esse médico tem de ser diferente, não pode estar contaminado com essa lógica da morte, do lucro, do estar ajoelhado diante das farmacêuticas.
Todo aquele brasileiro que um dia precisou de ajuda, e foi num posto, e ouviu o indefectível: “não tem ficha”, sabe muito bem do que estou falando. Há que ter gente para cuidar da gente. Muitas vezes, a presença de um médico nos apertando a mão, olhando nos olhos e dizendo que tudo vai ficar bem é mais curativa que os sintéticos produzidos nos laboratórios. As pessoas precisam de pessoas que as vejam por inteiro. Logo, é o modelo de medicina ensinado nas escolas, aliado a uma política de acesso ao curso, que precisa ser transformado.
*GilsonSampaio

Vítimas de abusos sexuais protestam contra canonização de João Paulo II



Vítimas de abusos sexuais pedem a Papa Francisco que João Paulo II não seja canonizado. Grupo quer que processo de canonização só seja feito após investigações de acusações de pedofilia na Igreja Católica
papa francisco joão paulo
Cardeal Bergoglio (hoje papa Francisco) beija a mão de João Paulo II. Vaticano terá que explicar acusações de pedofilia. Foto: Arquivo
Organizações ligadas às vítimas de abusos sexuais no México apelaram ao Papa Francisco que vete o processo de canonização de João Paulo II. O grupo pede que o ex-pontífice polonês não seja considerado santo até o fim das investigações de pedofilia que o Comitê de Direitos Humanos da ONU faz ao Vaticano.
Um grupo de ativistas e acadêmicos mexicanos, inclusive, lançou uma campanha internacional contra a canonização de Karol Wojtyla com o argumento que ele encobriu casos de pedofilia e pederastia na sua época de pontífice.
Segundo informações da Agência Ansa, os ativistas afirmam que o papa Francisco deveria rever o processo de canonização até que a ONU (Organização das Nações Unidas) conclua se a Igreja Católica, como entidade, teve participação ou não nos processos de abusos contra crianças e adolescentes.
“O Pontificado de João Paulo II ficou marcado por uma crise provocada pelos milhares de casos de abusos sexuais de sacerdotes contra crianças”, disse o ex-padre Alberto Athié, um dos maiores opositores à ordem Legionários de Cristo.
*Pragmatismopolitico

O Ocidente seqüestrou o cristianismo, assassinou Jesus e elegeu os demônios para falarem em nome de Deus






                               Rubens - O massacre de inocentes


Igrejas cristãs foram atacadas no Iraque.

Imediatamente a mídia Ocidental culpou os muçulmanos pelos ataques.

É sabido, e isso a mídia não diz, que o enxame de terroristas que assombra a população iraquiana é composto principalmente por agentes da CIA e do Mossad israelense.

Alem naturalmente dos mercenários que ali foram despejados pelos criminosos de guerra que governam os Estados Unidos.

Os cristãos realizaram diversas manifestações de protesto contra a inércia do governante de plantão, mas esse não pode agir contra os seus senhores.

Sentindo-se abandonados pelo títere dos Estados Unidos, resolveram tomar uma atitude que deixou o Ocidente com os cabelos em pé.

Solicitaram abrigo aos cristãos franceses, que recusaram;

Os cristãos ingleses sequer se dignaram em responder;

Os cristãos dos Estados Unidos nem quiseram ouvi-los.

Finalmente, o socorro veio através da Jordânia, Síria e Líbano, países de maioria islâmica, mas que jamais perseguiram alguém por suas crenças religiosas.

Como já escrevi anteriormente, o Ocidente cristão matou os anjos, agora são os demônios  que falam em nome de Deus.

STF tem 400 mil processos no aguardo #A P470


A sociedade está cansada dos políticos tradicionais, dos políticos profissionais. Nós temos parlamentares aí que estão há 30, 40 anos no Congresso, ininterruptamente. E aqui ninguém jamais pensou em estabelecer “term limit” (limitar o número de mandatos) – disse JB
**********
O que dizer de juízes que fizeram de tudo para alcançar o posto,  que tem mandato prolongado (até os 70 anos ou a morte.  JB 21a, GM 23a, MA e CM 26a, Toffoli 28a), dos que adoram um holofote, que não tem papas na língua, dos que baixam o nível em total desrespeito, que auto-concedem aumentos salariais abusivos (democrático?) , dos que declaram que a ditadura é um mal necessário,  dos que param o Congresso em evidente interferência?
JB pretende também Legislar , não é suficiente a presidência do STF  e ter 400.000 processos no aguardo ?
Ninguém jamais pensou em estabelecer “term limit” ?
Leia também:

Paulo Moreira Leite: O julgamento foi contraditório 

Reação Democrática 

Ué… Não tem mais Joaquim na telinha do Plim Plim? 

Nota da AMB/AJUFE/ANAMATRA sobre as declarações do Ministro Joaquim Barbosa
http://www.amarr.com.br/site/images/stories/Materias/logos.jpg
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), entidades de classe de âmbito nacional da magistratura, a propósito de declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) em entrevista a jornalistas estrangeiros, na qual Sua Excelência faz ilações sobre a mentalidade dos magistrados brasileiros, vêm a público manifestar-se nos seguintes termos:
1. Causa perplexidade aos juízes brasileiros a forma preconceituosa, generalista, superficial e, sobretudo, desrespeitosa com que o ministro Joaquim Barbosa enxerga os membros do Poder Judiciário brasileiro.
2. Partindo de percepções preconcebidas, o ministro Joaquim Barbosa chega a conclusões que não se coadunam com a realidade vivida por milhares de magistrados brasileiros, especialmente aqueles que têm competência em matéria penal.
3. A comparação entre as carreiras da magistratura e do Ministério Público, no que toca à “mentalidade”, é absolutamente incabível, considerando-se que o Ministério Público é parte no processo penal, encarregado da acusação, enquanto a magistratura – que não tem compromisso com a acusação nem com a defesa – tem a missão constitucional de ser imparcial, garantindo o processo penal justo.
4. A garantia do processo penal justo, pressuposto da atuação do magistrado na seara penal, é fundamental para a democracia, estando intimamente ligada à independência judicial, que o ministro Joaquim Barbosa, como presidente do STF, deveria defender.
5. Se há impunidade no Brasil, isso decorre de causas mais complexas que a reducionista ideia de um problema de “mentalidade” dos magistrados. As distorções – que precisam ser corrigidas – decorrem, dentre outras coisas, da ausência de estrutura adequada dos órgãos de investigação policial; de uma legislação processual penal desatualizada, que permite inúmeras possibilidades de recursos e impugnações, sem se falar no sistema prisional, que é inadequado para as necessidades do país.
6. As entidades de classe da magistratura, lamentavelmente, não têm sido ouvidas pelo presidente do STF. O seu isolacionismo, a parecer que parte do pressuposto de ser o único detentor da verdade e do conhecimento, denota prescindir do auxílio e da experiência de quem vivencia as angústias e as vicissitudes dos aplicadores do direito no Brasil.
7. A independência funcional da magistratura é corolário do Estado Democrático de Direito, cabendo aos juízes, por imperativo constitucional, motivar suas decisões de acordo com a convicção livremente formada a partir das provas regularmente produzidas. Por isso, não cabe a nenhum órgão administrativo, muito menos ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a função de tutelar ou corrigir o pensamento e a convicção dos magistrados brasileiros.
8. A violência simbólica das palavras do ministro Joaquim Barbosa acende o aviso de alerta contra eventuais tentativas de se diminuírem a liberdade e a independência da magistratura brasileira. A sociedade não pode aceitar isso. Violar a independência da magistratura é violar a democracia.
9. As entidades de classe não compactuam com o desvio de finalidade na condução de processos judiciais e são favoráveis à punição dos comportamentos ilícitos, quando devidamente provados dentro do devido processo legal, com garantia do contraditório e da ampla defesa. Todavia, não admitem que sejam lançadas dúvidas genéricas sobre a lisura e a integridade dos magistrados brasileiros.
10. A Ajufe, a AMB e a Anamatra esperam do ministro Joaquim Barbosa comportamento compatível com o alto cargo que ocupa, bem como tratamento respeitoso aos magistrados brasileiros, qualquer que seja o grau de jurisdição.
Brasília, 2 de março de 2013.
NELSON CALANDRA             NINO OLIVEIRA TOLDO                    RENATO HENRY SANT’ANNA
Presidente da AMB              Presidente da Ajufe                         Presidente da Anamatra
* Blog Justiceira de Esquerda

Mais um indignado com o poder da Globo


Se essa turma conseguiu abafar o Escândalo Cachoeira, o Escândalo Globo é só uma questão de tempo. Já existe um exército de lobistas mobilizados em Brasília. Por isso é que sempre repito: "A Justiça é cúmplice dos privilégios."

por Paulo Nogueira

Ao se calarem diante do comportamento predador da emissora, as empresas de mídia deixaram crescer um monstro que as sufoca.

Para os cofres públicos, significa dinheiro a menos para construir escolas, portos, hospitais, estradas etc.

Para o mercado, é uma agressão à concorrência justa: quem sonega tem vantagem competitiva sobre quem paga impostos. Sobram mais recursos para investir, por exemplo.

Por tudo isso, o caso Globo é espantoso: como a empresa pôde se safar impunemente, durante tanto tempo, sendo uma sonegadora serial?

Uma informação que está circulando freneticamente na internet hoje é quase inacreditável.

Documentos obtidos pelo Hoje em Dia, jornal de Belo Horizonte, mostram que nos últimos dois anos a Globo foi notificada 776 vezes pela Receita Federal por sonegação fiscal.

Os papeis mostram também que, ao contrário do que a Globo afirmou recentemente em nota, não foi quitada a dívida de 600 milhões de reais com a Receita relativa ao caso da trapaça contábil na compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002.

Segundo o Hoje em Dia, a papelada comprova ainda que o Ministério Público Federal, ao ser avisado sobre operações irregulares da Globo nas Ilhas Virgens Britânicas, “prevaricou muito”.

“Ao invés de solicitar investigação à Polícia Federal, [o MP] preferiu emitir um parecer que atesta não ter ocorrido nenhum ato ilícito nas transações nas Ilhas Virgens”, afirma o Hoje em Dia. “Um inquérito criminal contra os irmãos Marinho chegou a ser instaurado, mas também sumiu das dependências da Receita Federal.”

Não há nada que a Globo não pareça fazer para sonegar. Dias atrás, por exemplo, soube-se que o jornalista Carlos Dornelles conseguiu levantar uma cifra calculada em 1 milhão de reais num acordo judicial com a Globo.

Dornelles acionou a empresa por causa de uma prática comum ali: pegar jornalistas, sobretudo os mais bem pagos, e transformá-los contabilmente em PJs com o único objetivo de sonegar.

Dornelles tinha sido transformado em PJ em seus últimos anos de Globo embora fizesse o mesmo que fazia quando era contratado pela CLT.

A certeza da impunidade é um dos pontos centrais para entender essa questão. Essa certeza deriva de muitas coisas, como os laços que a empresa mantém com altas patentes do Judiciário.

E também da omissão cúmplice dos concorrentes da Globo, que acabam esmagados por ela, numa competição injusta e desigual, sem fazer nada.

Nenhuma grande empresa jornalística se mobilizou para investigar o caso da Copa de 2002, por exemplo.

O blog O Cafezinho publicou uma denúncia que era nitroglicerina pura: o flagrante que a Receita dera na Globo. Estava tudo documentado. Mas a mídia nada fez.

Podemos imaginar que parte do silêncio se deve a que a Globo saiba informações pouco edificantes das demais empresas de mídia, e poderia publicá-las sob pressão.

Mas mesmo assim. Nada fazer – e é o que tem acontecido desde que a Globo é a Globo – acabou transformando a emissora no monstro monopolista que é.

Os problemas para a Globo só apareceram pela ação da mídia digital, não controlada – graças a Deus — pelos irmãos Marinhos.

Uma vez publicadas as malfeitorias da Globo, é difícil acreditar que o regime de vida boa na contravenção possa perdurar.

Quando a posteridade estudar o caso Globo, terá dificuldade em compreender certas coisas.

Sendo a emissora não nociva perante seus concorrentes, deixando-lhes apenas migalhas, como eles puderam ficar imobilizados, mesmo sob o risco de revelações complicadas?

A competição não se limitou a silenciar. Deu uma cobertura para a Globo sem limites – ao ponto de irritar os leitores.

Poucos meses atrás, a Folha publicou a carta de um leitor indignado com o espaço dedicado na Ilustrada às novelas.

A revista Veja dedica regularmente grandes reportagens a novelas da Globo, e o BBB é um assunto de toda a mídia nacional.

O resultado disso foi, sempre, apenas alimentar uma companhia de caráter predador.

Sonegação pode ser, às vezes, a saída desesperada e arriscada de uma empresa em dificuldades.

Este está longe de ser o caso.

Recentemente, a revista Exame publicou o resultado da Globo em 2012. “No acumulado de 2012, a companhia lucrou 2,9 bilhões de reais – um aumento de 35,9% ante o resultado do ano anterior”, escreveu a Exame.

A receita líquida da empresa também avançou 32,4% em 2012 e chegou a 12,6 bilhões de reais.

Por que, então, sonegar?

Olhe o patrimônio dos acionistas. Segundo a Forbes, os irmãos Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto Marinho têm, cada um, uma fortuna avaliada em quase 9 bilhões de dólares.

O caso pertence à patologia humana e corporativa.

A Globo fez uma imensa farra no Brasil – até que apareceu uma coisa chamada internet em seu caminho. - See more at: http://maureliomello.blogspot.com.br/2013/07/mais-um-indignado-com-o-poder-da-globo.html#sthash.c4ia2Whz.dpuf

do Blog 0 doladodecá
*cutucandodeleve

Treze PMs da Rota são indiciados por estupro e tortura durante reintegração de posse no Pinheirinho


Crimes aconteceram próximo à área desocupada; PMs estavam na cidade para patrulhamento
Treze policiais da Rota que estavam na cidade de São José dos Campos, interior de São Paulo, para ajudar no patrulhamento durante a reintegração de posse da área do Pinheirinho, em janeiro de 2012, foram indiciados nesta quarta-feira (24), pelos crimes de estupro, tortura e lesão corporal. Outro soldado, do Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) também foi indiciado porque não deu atenção à denúncia que uma das vítimas fez ao 190.
De acordo com o major Marcelino Fernandes da Silva, porta-voz da Corregedoria da PM, denúncias feitas à imprensa chegaram até a corporação. Foi apurado que por volta das 23h30 do dia 22 de janeiro de 2012, patrulhas da Rota entraram em uma rua no bairro Campo dos Alemães — próximo à área da reintegração — e abordaram sete pessoas, que estavam em uma casa.
Ao serem chamados para prestar esclarecimento, os 13 PMs disseram que, durante a ação, localizaram drogas e uma espingarda calibre 12, na casa. Na ocasião, um adolescente foi apreendido e seis pessoas foram detidas.
A versão das vítimas era diferente. Uma mulher ligou para o 190 logo após acontecido e disse que a casa em que ela estava com outras seis pessoas foi invadida pelos policiais da Rota. Uma delas foi levada ao banheiro por um tenente e obrigada a fazer sexo oral nele, após falar que era portadora do vírus HIV. Um sargento também submeteu a amiga dela à mesma situação.
Um adolescente, à época com 17 anos, foi empalado por um cabo de vassoura. Um homem foi torturado com choques. Os demais foram agredidos e coagidos pelos policiais, para que entregassem uma arma e drogas, que não estavam na casa e foram buscadas pelos dois homens em outro local, de acordo com o major.
— O Thiago [uma das vítimas] teria sofrido choque e os outros agressões e coação moral para a localização de uma arma que, segundo o Thiago, foi negociada a liberdade dele para que ele apresentasse uma arma. Ele disse que na residência dele tinha uma [arma] calibre 12 e ele a apresentou.
Os indiciados
Segundo a PM, foram indiciados o comandante daquela tropa, tenente Hilen Diniz dos Santos; os sargentos, Luiz César Ricome e Alex Sandro Teixeira de Oliveira; o cabo Cícero Marcos de Carvalho; e os soldados Anderson Cruz dos Santos, Eduardo Correia da Silva, Luiz Alberto Costa da Silva, Fabrício de Paula Ferreira, Marcelo Aparecido da Silva, Osmar Batista da Silva Júnior, Rodinei Rodolfo Rodrigues, Luiz Carlos Alvarenga e Nivaldo Santos Oliveira.
O soldado do Copom Evandro Valentim Ferreira deve responder pelo crime de prevaricação, porque, segundo o major, deu uma resposta “desleixada” à queixa que uma das vítimas fez ao 190. Além deles, o soldado Marcelo Ferreira Moyano está sendo processado administrativamente porque assumiu estar no local dos fatos, mas não estava. O exame toxicológico feito nele deu positivo para o uso de maconha. O policial admitiu ser usuário da droga.
Punições
O inquérito policial militar foi remetido nesta quarta-feira a Justiça Militar. Os casos de tortura vão ser enviados para a Justiça comum, responsável por julgar esse tipo de crime.
Todos os policiais envolvidos foram, segundo a PM, afastados dos cargos operacionais logo após as denúncias. O porta-voz da Corregedoria explicou que eles não foram presos porque não havia motivos que justificassem um eventual pedido.
— Você tem elementos para a questão da prisão preventiva. Por exemplo, eles não estão prejudicando a investigação, não estão ameaçando testemunhas, então não haveria motivos para essa prisão. Eles têm endereço fixo. A conduta deles até a data das investigações não era uma conduta desviante. Por isso que eles estão ainda afastados da atividade [operacional].
Duas vítimas devem ser processadas pelo porte de armas e drogas. Elas admitiram que estavam consumindo maconha e que correram para dentro da casa.
— Inclusive um foi buscar e a droga e a arma para tentar negociar e não ser preso.
A Polícia Civil também investiga o caso, mas, de acordo com a PM, o inquérito ainda não foi concluído. Houve compartilhamento de laudos e de informações durante as apurações.
Os PMs também respondem a processo administrativo. Se considerados culpados, os sargentos, o cabo e os soldados podem ser expulsos. O tenente poderá perder o posto e a patente e ser demitido.
De acordo com a Polícia Militar, entre janeiro e junho deste ano, 207 policiais foram expulsos da corporação por diversos motivos.
Reintegração do Pinheirinho
Especialista da ONU vê ‘violação drástica’ no Pinheirinho
Os policiais da Rota estavam em São José dos Campos em janeiro do ano passado para prestar apoio no patrulhamento da cidade, já que os PMs dos batalhões de área estavam envolvidos na desocupação do Pinheirinho, em que moravam cerca de 1.600 famílias.
O terreno, de mais de 1,3 milhão de m², pertence à empresa Selecta, do grupo Naji Nahas, e foi ocupado irregularmente em 2004 por uma comunidade ligada ao MTST (Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem-Teto).
A reintegração de posse foi marcada por vários confrontos entre moradores e policiais. Houve focos de incêndio em ruas e a rodovia Presidente Dutra chegou a ser bloqueada.
A ação terminou com pelo menos uma pessoa baleada e dois manifestantes detidos.
*coletivodar

ENTIDADES MÉDICAS SÃO UMA GALINHA COM PASTORES QUE FAZEM ‘CURAS’ NA TV E UM LEÃO COM O ATENDIMENTO À POPULAÇÃO


Médico ameça pelo twitter
Médico ameça pelo twitter

Os representantes de entidades e de conselhos regionais e federal de medicina, em grande parte, estão em pé de guerra com o governo federal por questões mesquinhas e ideológicas do tempo da guerra fria.

Os médicos que se colocam contra a medida governamental de importar profissionais de saúde para áreas distantes e carentes refletem o pior do ser humano, do corporativismo e do capitalismo juntos.

Muitos dos médicos que reclamam das medidas governamentais não vão ser minimamente afetados. São em sua maioria médicos já estabelecidos em grandes centros urbanos e com rendimentos mensais superiores até ao de empresas de porte médio.

Não vão sair dos grandes centros, nada vai mudar na vida deles com programa Mais Médicos, mas mesmo assim incitam o caos travestidos de um falso ar de defesa da saúde pública.

É certo que há muitos bons médicos que tentam mostrar o desatino dessa atitude corporativista e outros se calam para não se indispor com os colegas.

O certo é que esses conselhos de medicina nunca tiveram gestos de defesa da saúde pública a não ser disfarçados em interesses corporativos como agora. São uma galinha com os pastores que promovem curas milagrosas na TV e um leão com o atendimento à população de regiões distantes dos grandes centros.

Afinal, nessas últimas décadas, o que os conselhos de medicina fizeram para o Brasil?

O que fizeram até hoje contra os pastores que ficam na televisão promovendo as curas milagrosas?

Que punição os conselhos de medicina deram aos médicos que usavam dedos de silicone para burlar o sistema de saúde público?

O que os conselhos de medicina fizeram com os médicos que furtaram equipamentos contra o câncer em Mato Grosso e transferiram para suas clínicas particulares?

E o que fizeram com os médicos que ganhavam sem dar plantão em São Paulo?

Esse são apenas alguns casos recentes. Será que precisa ter reportagem do Fantástico? Quantas vezes os conselhos de medicina pediram investigação sobre o mau atendimento público?

Veja vídeo abaixo:

*educaçãopolitica