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domingo, maio 11, 2014

         O MITO DO 1%




Dias atrás escrevi um artigo acusando a Igreja Católica de ser "uma organização criminosa que montou um esquema sórdido para acobertar predadores sexuais". Encontrei hoje, num livro que li há bastante tempo, O poder e a glória, do historiador inglês David Yallop, um trecho que gostaria de partilhar com vocês:

O MITO DO 1%


"De sua história pessoal consta o ingresso voluntário - ao contrário das afirmações de Ratzinger, a convocação não foi compulsória - no movimento da juventude de Hitler. Seu próprio relato das atividades posteriores da Wehrmacht também é obscuro.
Como chefe da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal Ratzinger em várias ocasiões recusou-se a investigar denúncias repetidas incluindo depoimentos juramentados de que o fundador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel, com frequência abusava sexualmente de membros jovens de sua organização. O cardeal sabia muito bem da alta consideração que o papa João Paulo II tinha por Maciel. Com Wojtyla morto e Ratzinger devidamente eleito como seu sucessor, as provas contra Marcial Maciel, durante anos negligenciadas, finalmente foram consideradas. Em 19 de maio de 2007, o Vaticano anunciou que, após um exame intensivo das várias acusações, a Congregação para a Fé, sob a direção de seu novo prefeito, cardeal William Levada, decidiu, 'levando em conta a idade avançada do reverendo Maciel e sua saúde delicada, não tomar qualquer atitude contra ele'. Preferiu convidá-lo a levar 'uma vida reservada de oração e penitência, renunciando a todo ministério público'. Este, porém, não era o sinal de que as muito necessárias reformas relacionadas ao abuso sexual por parte de membros do clero estivessem prestes a ser implementadas. Consta também que Ratzinger emitiu uma advertência por escrito para todos os bispos católicos do mundo sobre as penalidades rígidas que estavam sendo enfrentadas por aqueles que encaminhassem acusações de abuso sexual às autoridades civis. Desse modo ele garantia que o desejo de seu predecessor de que as Igreja encobrisse essas atividades – um ponto de vista que Karol Wojtyla havia expressado aos bispos austríacos em 1998: 'como toda casa que tem quartos especiais que não são abertos aos convidados, a Igreja também precisa de locais para conversas que requerem privacidade' – continuasse a ser a política oficial." (página 549)
Como eu disse antes, não se trata de 1%... E para aqueles que acham que Yallop é ateu, veja como ele encerra o seu livro (página 550): "Deus ajude a Igreja Católica Apostólica Romana".
*euracional

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