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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
terça-feira, março 30, 2021
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domingo, março 07, 2021
“O mundo não conhecerá a paz” até que os EUA deixem de “interferir nos assuntos internos de outros países”
“O mundo não conhecerá a paz” até que os EUA deixem de “interferir nos assuntos internos de outros países”
Segundo o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, “a cooperação deve ser o objetivo principal” tanto para Pequim como para Washington.
“O mundo não conhecerá a paz” até os Estados Unidos deixarem de “interferir nos assuntos internos de outros países”, disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Yi durante uma conferência de imprensa.
“Durante muito tempo, os EUA interferiram arbitrariamente nos assuntos internos de outros países sob a bandeira da chamada democracia e dos direitos humanos, causando muitos problemas no mundo e tornando-se mesmo uma fonte de tumultos e guerra”, salientou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês. “Os EUA devem perceber isto o mais depressa possível; caso contrário o mundo não conhecerá a paz”, acrescentou Wang Yi.
Segundo o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, o mais importante nas relações sino-americanas é o respeito pelo princípio da não-intervenção nos assuntos internos, que é também uma disposição clara da Carta das Nações Unidas e o princípio fundamental de todas as relações internacionais. Salientou também que tudo relacionado com Hong Kong, Tibete, Xinjiang e Taiwan são assuntos internos da China e que só o povo chinês pode decidir se o governo chinês está a fazer bem ou mal.
Por outro lado, Wang considera normal que os EUA e a China mantenham diferenças e contradições – uma vez que têm sistemas sociais diferentes -, embora o importante seja saber “controlá-los eficazmente através de uma comunicação honesta, evitar erros estratégicos de julgamento, e evitar conflitos e confrontos”. Segundo o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, “a cooperação deve ser o principal objectivo perseguido tanto pela China como pelos EUA”.
O chefe da diplomacia chinesa também apelou aos Estados Unidos para “remover todas as suas restrições pouco razoáveis à cooperação bilateral o mais rapidamente possível” e “não criar novos obstáculos”. Num discurso semelhante no mês passado, Wang apelou à nova administração dos EUA para que removesse as tarifas e sanções, particularmente sobre as empresas tecnológicas da China, de acordo com a CNBC News.
https://estrategiaglobal.org/2021/03/07/china-o-mundo-nao-conhecera-a-paz-ate-que-os-eua-deixem-de-interferir-nos-assuntos-internos-de-outros-paises/?fbclid=IwAR2HVeOmsIN5HveAPK8uCZJJctSzdHK9p9UJZRRab2u6kstQL9HnBQxeOOg
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