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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 30, 2012

Perdidos no Amazonas - Percy Fawcett - Parte 1


*Peviana

Haddad, contra o incapaz e o inútil


 

Nunca esteve tão clara a situação da eleição em São Paulo: mesmo que Serra, ajudado por todos os barões da mídia – que, aliás, são os únicos entusiastas de sua campanha – conseguisse o milagre de passar ao segundo turno, perderia a eleição. Russomanno começaria a finalíssima com a vantagem da inacreditável taxa de 46% de rejeição que Serra carrega nas costas. Situação ideal para um apresentador de TV premiado com a inesperada primeira colocação na preferência do eleitorado paulistano, não é mesmo? Russomanno se safaria de ter que enfrentar um ex-ministro do tamanho de Haddad. Não teria que apresentar o inconsistente, senão o inexistente, Programa de Governo que nunca imaginou vir a precisar realmente em sua aventura eleitoral.
 
 
Com Russomanno e Serra, a eleição se resumiria em escolher entre o incapaz e o inútil. Seriam o anti-Serra versus o anti-Russomanno. E ninguém a favor de São Paulo. Eleito, o anti-Serra abriria todas as portas para o ingresso dos evangélicos na antesala do poder em São Paulo. E isso seria só o começo para eles. Porque os pastores não perdem tempo com “picuinhas partidárias entre tucanos e petistas”. Vão direto ao bolso do fiel que paga para sentir a fé.
 
 
Precisa desenhar? Na reorganização das forças, no segundo turno, só Haddad teria chances de vencer Russomanno. Até a Soninha, amiguinha do peito de Serra, se antecipou e declarou ao vivo, no último debate, na TV Gazeta, que vota em Haddad no segundo turno.
 
 
Diante de Russomanno, Haddad se agiganta a tal ponto que o tempo na TV – que passa a ser igual para os finalistas – pode se tornar um incomodo para seu adversário. Explico: é muito espaço de tempo para alguém tão pequeno como Russomanno. Além de não ter muito a dizer, morre de medo de morder a língua.
 
 
Serra está num processo de falência múltipla acelerada. Como político e como candidato. Fora o Datafolha que inverte o resultado na margem de erro para manter seu candidato artificialmente vivo, as pesquisas do Ibope e do Vox Populi já mostraram que Serra não consegue reverter seu declínio. Seria menos humilhante para seu final de carreira se deixasse a eleição já no primeiro turno, à francesa, e fosse aguardar a instalação da CPI da Privataria Tucana – o verdadeiro último capítulo de sua sua biografia – já na horizontal…
 
 
Com Serra fora, o PiG e a direita perdem, é verdade. Mas se Russomanno for eleito, São Paulo e TODOS seus habitantes perdem mais ainda.
 
 
Curioso… Até hoje o PiG nunca deixou de ter candidato próprio nos segundos-turnos mais importantes. Sempre que ficava apertado, arranjavam alguma fraude jornalística para prejudicar seus adversários nos últimos dias, quando a campanha já estava encerrada e não havia como se defender de seus ataques. Será que desta vez vão pro brejo mais cedo? E sendo assim, vão preferir apoiar Russomanno e sacrificar Sampa por mais quatro anos só para não entregar a cidade ao “inimigo” petista? A ver.
 
 
Por outro lado, mais do que medir as preferências do paulistano, o último Datafolha trouxe informações importantes escondidas em seus números: o julgamento do chamado mensalão do PT ainda não frutificou como planejaram os golpistas e o STF. Além de ser inconstitucional, o linchamento público que promovem não está colando na população. Deve ser porque tem cheiro de mofo. Coisa que ficou para trás, num outro Brasil. Um Brasil que não deixou saudades.
 
 
Quanto a Serra, só terá um novo mandato para qualquer cargo público se for nomeado. Seja por um civil, seja por um militar…
 

Charge do Dia

Assange: Cabra marcado para morrer

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Um jornal australiano obteve um documento do governo americano em que Julian Assange e o Wikileaks são classificados como “inimigos do Estado”.

A notícia está repercutindo em todo o mundo, e com razão.

"Derrotaremos o apartheid de Israel"

Por Leonardo Wexell Severo, no sítio da CUT:

Filha da terceira geração após a Nakba, a catástrofe que caracteriza a diáspora palestina após a sua expulsão pelos sionistas em 1948, Haneen Zoabi é a primeira mulher de um partido árabe a ter assento no parlamento israelense. Integrante da “Flotilha da Liberdade” que tentou furar o criminoso bloqueio e levar remédios e alimentos para a Faixa de Gaza, foi classificada por Israel como “terrorista”. “Defensora dos direitos humanos e do valor da liberdade para todos os povos”, Haneen Zoabi sublinha que sua bússola é a da justiça num mundo de paz e coexistência, onde todos vivam “em pé de igualdade”.

Lances de um capitalismo moribundo



 

 No pasaran!

Por Cléber Sérgio de Seixas

O capitalismo, em sua variante neoliberal, teima em manter-se de pé e nega confessar-se moribundo. Os fatos, porém, demonstram que o neoliberalismo está em seus estertores e a farra resultante de décadas de enfraquecimento do Estado e hegemonia do mercado está chegando a seu fim.

As conseqüências da crise econômica cuja bolha estourou em 2008 varrem todo o Globo e causam mais estragos naqueles países que insistem em seguir a bula neoliberal. Países que não seguiram os ditames do Consenso de Washington foram e têm sido menos atingidos pelos efeitos da crise. A tsunami decorrente do estouro da bolha chegou aqui como uma marolinha, como certa vez vaticinou o presidente Lula.

No velho mundo, a pesada bota da Troika pisa sobre os direitos de trabalhadores europeus, procurando minimizar a atuação do Estado no que toca ao bem-estar dos mesmos. Já se registram casos de trabalhadores espanhóis que buscam emprego no Brasil para fugir dos baixos salários e do desemprego que assola seu país.

O modus operandi dos magnatas do capital é análogo ao dos primórdios do neoliberalismo nos fatídicos anos 70 e 80. Reduz-se a produção e aumenta-se a especulação. Quando os efeitos danosos se fazem sentir, pede-se austeridade em troca de empréstimos que funcionarão paliativamente e, no futuro, cobrarão mais austeridade que redundará em mais precarização das condições de emprego e salário. Pouco ou nada se diz sobre os lucros exorbitantes dos bancos e do capital especulativo.

Os trabalhadores europeus, com destaque para espanhóis, gregos e portugueses, no entanto, não estão dispostos a pagar a conta resultante da ganância e dos exageros de um capitalismo sem freios, e por isso saem às ruas quando algum pacote de maldades é anunciado pelos governos da |Zona do Euro. Já é notória a atuação dos “Indignados” desde os eventos de 2011 na Espanha, capitaneados pelo movimento 15-M, e nos EUA pelo Occupy Wall Street.

Ontem, centenas de espanhóis se uniram na manifestação batizada de ‘Cerca o Congresso’ (Rodea el Congreso) nos arredores do Congresso de Deputados em Madrid. A polícia foi acionada e reprimiu com violência as manifestações.

Veja alguns lances do confronto no vídeo abaixo.

Irã está sob ameaça militar sionista, diz Ahmadinejad

Reuters
O Irã está sob a ameaça de ação militar por parte de "sionistas incivilizados", disse nesta quarta-feira o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em uma referência clara a Israel. Segundo ele, ameaças desse tipo feitas pelas grandes potências têm como objetivo forçar a submissão dos países.
"A ameaça contínua dos sionistas incivilizados de recorrer à ação militar contra a nossa grande nação é um exemplo claro dessa realidade cruel", disse Ahmadinejad em um discurso de 33 minutos à Assembleia-Geral da ONU.

Israel e Estados Unidos recusam-se a descartar a possibilidade de um ataque contra as instalações nucleares do Irã, que o Ocidente suspeita que tenham como objetivo produzir bombas nucleares. O governo iraniano afirma que elas têm finalidades pacíficas.
Essa foi a oitava participação do presidente iraniano na assembleia das 193 nações e deverá ser a sua última, uma vez que seu segundo e último mandato termina no ano que vem. O discurso coincidiu com o feriado judaico do Yom Kippur, um dos dias mais sagrados do calendário judaico.
O discurso de Ahmadinejad mencionou questões suscitadas em suas participações anteriores na ONU, sugerindo que deveria haver uma "equipe independente de investigação" para descobrir a "verdade" por trás dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA. Ele também reclamou das "políticas e ações hegemônicas do sionismo mundial".
Ahmadinejad afirmou durante a semana que Israel mais cedo ou mais tarde será "eliminado". Essa declaração, não repetida na quarta-feira, enfureceu Israel e os EUA.

A missão norte-americana na ONU informou que a sua delegação não assistiu ao discurso do presidente iraniano. Ahmadinejad falou um dia depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, dizer à Assembleia-Geral que o governo norte-americano fará o que for necessário para evitar que Teerã obtenha armas nucleares.

Ahmadinejad também criticou a "atual ordem mundial opressiva", na qual a "pobreza é imposta às nações e as ambições e as metas das potências são buscadas seja por meio de artifícios ou pelo recurso à força".

"A situação abissal atual do mundo e os incidentes amargos da história se devem principalmente ao gerenciamento errôneo do mundo e dos autoproclamados centros de poder que se entregaram ao diabo", afirmou.
No que pareceu ser um chamado para uma nova ordem mundial com base na justiça e não pela dominação das grandes potências, ele afirmou que o mundo estava fundado sobre o materialismo e carecia de valores morais.
"Não há dúvida de que o mundo precisa de uma nova ordem de uma forma nova de pensar", afirmou Ahmadinejad, acrescentando que ela deveria ser uma "ordem justa e clara na qual todos são iguais ante a lei e na qual não há padrões duplos".
Ele disse que a autoridade deveria ser usada como uma dádiva sagrada, "não como uma chance de acumular poder e riqueza".



(Reportagem de Arshad Mohammed e de Louis Charbonneau) 
*MilitânciaViva

Dilma em Sampa na 2ª, apoiando Haddad rumo ao 2º turno


A presidenta Dilma Rousseff confirmou sua participação no comício com o candidato do PT, Fernando Haddad, nesta segunda-feira, em São Paulo. Será a primeira vez neste ano que uma atividade pública de campanha terá a presença da presidenta – antes, ela tinha gravado participações para programas eleitorais na TV.

A presença da presidenta é mais um trunfo que o PT tem para fortalecer a trajetória ascendente de Fernando Haddad rumo ao segundo turno. Ele tem crescido a cada pesquisa, mas é preciso ampliar a vantagem em relação ao candidato do PSDB, José Serra, para que possamos ficar tranquilos e nos prepararmos para a batalha seguinte ainda com mais gás.
 
Os dados das duas últimas pesquisas são: Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta (27) atribui 30% das intenções de voto para Celso Russomanno (PRB), 22% para José Serra (PSDB) e 18% para Fernando Haddad (PT). Já na mais recente pesquisa do Ibope, divulgada na terça (25), Russomanno tem 34%, Haddad, 18%, e Serra, 17%.

Além de dar esse reforço para a subida de Haddad, a vinda da presidenta é importante, também, para dar um cala boca na balbúrdia criada pela mídia que se coloca no papel de conselheira – uma conselheira bastante interessada e interesseira, é verdade – para que ela não ajude o candidato do seu partido. 

Afinal, a vinda da presidenta a São Paulo não casa com o roteiro que a própria mídia criou de que a presidenta Dilma estaria gestando um outro PT, para tocar um outro governo (certamente num outro Brasil, imaginário de certa mídia), que nada tem a ver com Lula e as demais figuras do partido... Bem, a presidenta não perde oportunidades de mostrar quão ridícula é essa interpretação um tanto ”livre” dos fatos.

Ainda a boa novidade da campanha em Sampa é a pesquisa do Datafolha em que Haddad aparece como o principal herdeiro dos votos de Russomanno. O que temos que fazer é ganhar boa parte desses votos logo, ainda nesta semana, para garantir nossa presença no segundo turno com folga.
*Ajusticeiradeesquerda

“Fui usada para espalhar o medo”, afirma a ex-pantera negra Angela Davis


 



     
 
Em entrevista, Davis analisa o período em que foi presa e julgada nos Estados Unidos em um processo eminentemente político que teve grande repercussão internacional
 
 
Luciano Monteagudo,
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
 
 
   
   Angela Davis, quando militava no Panteras Negras - Foto: Reprodução
40 anos depois das graves acusações que a levaram a ser julgada e presa nos Estados Unidos, em processo eminentemente político que teve grande repercussão internacional, Angela Davis analisa nesta entrevista aquela etapa difícil de sua vida. Ao referir-se à atual situação dos negros nos EUA, Angela diz que “as coisas são piores, hoje, com um negro na Casa Branca”.
“Acho que meus princípios não mudaram em todos esses anos. Nem meu compromisso político.” É o que diz Angela Davis, uma das mais famosas ativistas políticas dos anos 1960 e 1970, figura icônica, não só pelo discurso fortemente revolucionário e pela destacada militância nos “Panteras Negras”, mas também pelo penteado ‘afro’ que fez moda em todo o planeta entre as mulheres negras e brancas.
Hoje, com 68 anos, intelectual e professora universitária, formada na Universidade de Frankfurt onde estudou sob orientação de Herbert Marcuse, Angela Davis participou do Festival Internacional de Cinema de Toronto [Toronto International Film Festival], no dia 15 de setembro, para apoiar o lançamento do documentário Free Angela & All Political Prisoners [Liberdade para Angela & Todos os Prisioneiros Políticos].
Dirigida por Shola Lynch, o filme narra os padecimentos de Davis há 42 anos, quando foi envolvida pelo FBI no sequestro e morte do juiz Harold Haley, do condado de Marin, na California. Angela acabou por ser absolvida, apesar da pressão que fez contra ela o governador da California, Ronald Reagan, o qual, em 1969, conseguira expulsá-la da Universidade da California (UCLA) pela declarada militância de Davis no Partido Comunista.
Foragida da Justiça, na qual evidentemente não confiava, Angela Davis chegou a integrar, aos 24 anos, a lista dos 10 foragidos mais procurados do FBI, até afinal ser localizada e presa, em outubro de 1970. Cresceu então uma campanha internacional por sua libertação, que contou com a solidariedade até de John Lennon e Yoko Ono, que compuseram a canção “Angela” para seu LP Some Time in New York City (1972) , e dos Rolling Stones, que gravaram um single, “Sweet Black Angel”, incluído em seguida no álbum Exile on Main Street (1972).
“Nunca procurei esse grau de exposição pública e foi muito difícil de aceitar, naquela época” – lembra Miss Davis em entrevista exclusiva ao jornal Página/12, numa suíte do Soho Metrotel de Toronto. “Minha aproximação original foi estritamente política, e nem nos meus sonhos mais loucos pensei que seria empurrada nessa direção. Mas, ao mesmo tempo, fui consciente de que era algo com que teria de aprender a conviver. Portanto, decidi tratar de usar aquilo tudo, nem tanto em meu nome, mas em nome de tanta gente que não tinha voz naquele momento.”
 
A senhora refere-se a seus companheiros de militância nos Panteras Negras?
Exatamente. Porque a campanha nacional pela minha libertação começou sob a bandeira de “Libertem Angela Davis”, mas decidi que teria de ser “Libertem Angela Davis e todos os presos políticos” – a frase que Shola Lynch escolheu para título do seu documentário.
 
No filme, a senhora diz que a tripla pena de morte que os promotores pediram, no seu caso, não se dirigia pessoalmente à senhora, mas a toda a construção que a senhora encarnava. Pode falar um pouco mais sobre isso?
Logo percebi que todo aquela fúria contra mim excedia minha pessoa e a minha situação pessoal. Em primeiro lugar, porque não conseguiriam me executar três vezes. Percebi também do que se tratava ali. Estavam decididos a matar um inimigo imaginário que estava sendo construído. E eu era a encarnação perfeita do inimigo que eles começavam a construir: negra, mulher e comunista. Quando o FBI começou a me perseguir, aproveitaram prender centenas de mulheres negras e jovens como eu. Aproveitaram a situação para tentar espalhar o medo em toda a comunidade negra nos EUA.
 
Desde então, o que mudou?
Acho que muitas coisas mudaram. E penso que mudaram, em grande medida, por causa da luta que fizemos. Quando cheguei à universidade, eram raríssimas as negras em cursos superiores nos EUA. Hoje, são milhões, embora ainda haja enorme desproporção entre negros e brancos nos cursos superiores. Hoje o que me angustia muito é que, naquele tempo, quando lutávamos pela libertação de todos os presos políticos em especial e contra a instituição carceral em geral, surpreendeu-nos muito a quantidade de gente presa nos EUA. Mas hoje, esse número é muitas vezes maior. Hoje, em meu país, há 2,5 milhões de pessoas encarceradas. Um, de cada 37 adultos vive no sistema penitenciário. É porcentagem altíssima. Os EUA somos o país de maior população encarcerada no mundo.
 
E a que a senhora atribui isso?
Há a miséria, sem dúvida. A maioria dos homens negros jovens nos EUA estão hoje desempregados. Há aí o problema político, mas há também o racismo. É verdade que os livros escolares já não manifestam abertamente o racismo, como antes, e que já não há segregação racial oficial, mas em muitos sentidos a situação é hoje pior que antes, há meio século.
 

   
   Angela Davis, atualmente - Foto: Reprodução
Apesar do presidente afroamericano, Barack Obama?
Sim, é triste dizer, mas as coisas são piores com um presidente afroamericano na Casa Branca. Essa é a ironia. Porque há meio século era impensável que um negro chegasse, algum dia à presidência dos EUA. Hoje, é possível. Mas também é preciso dizer que ninguém, na Casa Branca, hoje, está preocupado com o fato de que há um milhão de negros nas prisões norte-americanas. E isso tem relação direta com o desmantelamento completo do sistema de bem-estar social e com a desindustrialização pela qual os EUA estão passando, e a consequente perda de postos de trabalho. Antes, a população negra tinha onde trabalhar, na indústria siderúrgica, na indústria automobilística, em tantas outras indústrias que já deixaram os EUA e mudaram-se para outros países onde a mão de obra é muito mais barata. Eu nasci e fui criada em Birmingham, Alabama, e ali a indústria siderúrgica era era a principal fonte de trabalho. Ainda é, mas com muito menos postos de trabalho que antes. E se se soma a isso a falta de assistência social, a falta de educação, a falta de sistema eficiente de assistência pública à saúde, as prisões viram uma espécie de solução ao avesso, para todos os problemas sociais que não recebem qualquer atenção política.
 
Já que falamos de prisões... Por que, na sua avaliação, Obama não cumpriu a promessa de fechar a prisão de Guantánamo?
Deveria tê-la fechado no primeiro momento. Deveria ter sido seu primeiro ato oficial. Em vários sentidos, a chamada “guerra ao terrorismo” atropelou Obama. Mas também é verdade que a principal razão pela qual Obama não fechou Guantánamo foi que não saímos às ruas para exigir que fechasse. Em várias instâncias, os eleitores que elegeram Obama não se mantiveram mobilizados e em alerta. Teria sido preciso criar um movimento para fechar Guantánamo, um movimento que pressionasse, até Guantánamo ser fechada. Também para criar melhor sistema de saúde pública, de educação etc. São coisas que ainda temos de fazer.
 
Para as próximas eleições?
Claro. Já. Imediatamente. Temos de sair e ocupar os espaços, construir para nós uma dimensão do que é necessário e possível fazer.
*Turquinho


Nossa mídia isenta, imparcial e apartidária: Veja assume que é panfleto de Serra-Kassab. Capa da última edição de "Veja São Paulo" fala por si. Atrás da máscara da pergunta uma afirmação

Cioran: "O verdadeiro crente mal se distingue do louco, mas sua loucura é legal, admitida"

Ateus ou agnósticos tendem a agir mais por compaixão do que os mais religiosos, diz estudo



Leilão do petróleo
No último dia da Rio Oil & Gas, a FNP e a campanha do petróleo mandaram recado à presidenta Dilma, questionando a retomada dos leilões. A seguir, o conteúdo do manifesto, distribuído amplamente.
Presidenta Dilma,
Ao invés de leiloar o petróleo, vamos leiloar a fome e a miséria dos brasileiros! Que tal oferecer aos países do hemisfério norte, os mesmos que estão interessados no nosso petróleo, bônus para quem contribuir com a erradicação da fome e da miséria no Brasil?
Mas se os “ricos” insistirem e nos ameaçarem até com guerras, como as do Iraque e Afeganistão, ao invés de petróleo podemos vender derivados de petróleo, inclusive produtos petroquímicos, insumo que entra na composição de milhares de outros produtos e que, além de emprego e renda para os brasileiros, gera muito mais lucro que os combustíveis.
Vendendo derivados de petróleo, estaremos vendendo os ovos de ouro. Já vender o óleo é o mesmo que entregar a galinha dos ovos de ouro. Presidenta Dilma, as mesmas forças que agora estão lhe pressionando para retomar os leilões, sempre agiram a favor das privatizações.
A senhora já disse, num momento de felicidade, que o pré-sal é o nosso passaporte para o futuro. Logo, não podemos abrir mão desse passaporte. Não custa lembrar a célebre frase de John Davison Rockefeller, fundador da Standard Oil Company, que um dia se tornaria o homem mais rico do planeta: “O melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada e o segundo melhor negócio é uma empresa de petróleo mal administrada” – dizia ele.
A Petrobrás, que os brasileiros reconhecem como uma empresa muito bem administrada, sem petróleo não é nada. O que a Petrobrás está enfrentando é um momento de dificuldade financeira, criada pelo próprio mercado, que a médio e longo prazo será facilmente superada. É a velha política aplicada no mundo dos negócios de “criar dificuldades para vender facilidades”.
A volta dos leilões é uma solução apenas para os Estados Unidos e a Europa. É uma forma de suprir suas necessidades de abastecimento de hidrocarbonetos e de contribuir para que esses países escapem da crise financeira internacional que eles próprios criaram, repassando o ônus dessa crise para nós, brasileiros.
Devemos tratar nosso petróleo de forma estratégica e produzir na medida de nossas necessidades sociais, como prega o ilustre professor e ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa. Até porque o Brasil já é auto-suficiente em petróleo.
Propomos, ainda, para atender aos justos reclamos dos ambientalistas, que parte do dinheiro do pré-sal seja investido em pesquisas visando à geração de energias mais limpas como a eólica, solar, hidráulica e a da biomassa e em estudos que objetivem diminuir a presença do hidrocarboneto em nossa matriz energética. Todos temos compromisso com a redução do aquecimento global!
Presidenta Dilma: diminuir as tarifas elétricas foi uma medida de cunho social enorme de seu governo; aumentar o subsídio do gás de cozinha e diminuir o preço do botijão, como cogita seu governo, vai favorecer, principalmente, os brasileiros mais pobres.
O governo Lula e o seu superaram o desafio de equiparar o salário-mínimo pelo menos a cem dólares. Mas, no momento, um dos grandes desafios que se colocam é a questão da mobilidade. Os trabalhadores atualmente gastam mais de metade do salário-mínimo apenas no trajeto emprego-casa. Uma forma de minimizar esse problema seria subsidiar o óleo diesel no transporte de massas.
A composição dos preços dos produtos liquefeitos de petróleo tem que ser revista. Por exemplo: a Petrobrás cobra pela gasolina pouco mais de um real na porta da refinaria. No entanto, essa mesma gasolina é vendida nos postos a, pelo menos, R$ 2,60. Para resolver o problema de caixa da companhia, uma das propostas que nós, petroleiros, estamos sugerindo, é rever a carga tributária dos derivados de petróleo e a margem de lucro dos postos de gasolina. Isso já seria suficiente para melhorar as contas da Petrobrás.
Presidenta Dilma: aumentar os preços dos combustíveis e fazer leilões de petróleo é, como diz o ditado, “Jogar fora o bebê junto com a água na bacia!”. Reflita e reveja a decisão sobre os leilões!
Fonte: Campanha “O Petróleo Tem que Ser Nosso” e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
*AVERDADE

2 º satélite venezuelano



  Foguete carregando satélite venezuelano batizado de "Miranda" decola com sucesso neste sábado (29) do centro espacial de Jiuquand, em Gansu, na China. O lançamento aconteceu por volta das 12h (1h de Brasília). A operação foi acompanhada do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de Caracas. O "Miranda" terá como missão realizar observações relacionadas ao planejamento urbano, operações militares e luta contra mineração e cultivos ilegais. Este é o segundo satélite venezuelano lançado ao espaço (em outubro de 2008, o país lançou o "Simón Bolívar"). Mais Nie Jianjiang/Xinhua/AP

sábado, setembro 29, 2012

Hugo Chávez en Guarenas


CADÊ AS FITAS, CIVITA?



Mais uma semana passa e Veja não apresenta as fitas da “entrevista” com Marcos Valério; reportagem sobre a Ação Penal 470 pede a condenação da “viga mestra” do esquema, que seria o núcleo político; fraude jornalística contra Lula é uma das maiores da história recente, mas não é inédita; em caso anterior, envolvendo Erenice Guerra, a revista de Roberto Civita também não tinha as gravações que dizia possuir; golpe paraguaio!


247 – A suposta “entrevista” de Marcos Valério à revista Veja, publicada duas semanas atrás, entrará para a história como uma das maiores fraudes da história do jornalismo brasileiro. Tão ou mais grave do que a história contada pelo escritor Fernando Morais em seu artigo “Um espectro ronda o jornalismo: Chatô”, lembrando o caso da encomenda feita por Assis Chateaubriand contra o arcebispo de Belo Horizonte, Dom Cabral. Chatô queria provar que Dom Cabral havia estuprado a irmã, ainda que fosse filho único. Roberto Civita gostaria de ver Lula na cadeia ou, pelo menos, fora do jogo político.

Duas semanas já se passaram e Veja não apresentou qualquer indício de que tenha gravações de Marcos Valério incriminando o ex-presidente Lula - na “entrevista”, o ex-presidente era apontado como o “chefe do mensalão” pelo publicitário e comandaria ainda um caixa dois de R$ 350 milhões. Na edição seguinte, Veja saiu com capa falando sobre sexo. Nesta, fala sobre o esforço de Ronaldo para emagrecer, numa reportagem dedicada ao tema “força de vontade” – algo que seria necessário para crer na existência das gravações de Veja.

Quando se debruça sobre o mensalão, na reportagem chamada “A hora da verdade”, Veja afirma que “falta apenas a viga mestra legal no edifício que vem sendo construído pelo Supremo Tribunal Federal”, ou seja, a condenação do núcleo político, formado por José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Mas isso talvez não seja suficiente para excluir Lula da vida política brasileira, como aponta o jornalista Otávio Cabral, na coluna Holofote. “Eu não vou deixar que o último capítulo da minha bigrafia seja escrito pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. Quem vai escrevê-lo é o povo”, teria dito o ex-presidente, segundo a revista, a um ex-ministro. Sendo verdadeira ou não a declaração, fica claro que Lula não irá se dedicar apenas a fazer churrascos em São Bernardo, como defende o historiador Marco Antonio Villa.

Como tem sido colocado aqui deste o início, a “entrevista” com Marcos Valério foi apenas uma fraude jornalística que visava impedir a eventual volta de Lula ao poder, seja em 2014, seja em 2018, ameaçando-o com um processo judicial. Uma tentativa de golpe paraguaio. Na reportagem sobre o mensalão, Veja tenta rebater o argumento, ao dizer que “golpe em ex-presidente é uma contradição em termos”. Ocorre que existem também os golpes e as guerras preventivas. Exemplo: ataque-se o Irã antes que o país tenha sua bomba atômica. Ataque-se Lula antes que ele cogite a hipótese de voltar.

Comprovada a fraude de duas semanas atrás, descobre-se agora que ela não é inédita. Na reportagem “Caraca, que dinheiro é esse?”, que falava da entrega pacotes de dinheiro dentro da Casa Civil, às vésperas da disputa de 2010 entre Dilma Rousseff e José Serra, Veja sustentou, com nítidas intenções eleitorais, que as confissões da propina haviam sido feitas a Veja “em depoimentos gravados”. Erenice foi à Justiça, pediu que a revista apresentasse as gravações – que jamais apareceram – e foi inocentada.

Quinze dias depois da entrevista que seria tão devastadora quanto a de Pedro Collor, segundo anunciado por Veja, só o ET de Varginha e o jornalista Ricardo Noblat ainda acreditam nas gravações. Haja força de vontade!
*Ajusticeiradeesquerda

Charge do Dia


Gilmar processa
José de Abreu !!!

Amigo do ator informa ao ansioso blogueiro que processo é por José de Abreu, no tuiter, chamar Gilmar Dantas de Gilmar Dantas (*).
Cadê o Gilmar, Bessinha ? Ele foi o Advogado Geral do Governo da Privataria !

A perseguição ao ator José de Abreu


Nassif,  Zé de Abreu, o ator, foi notificado judicialmente pelo “ministro supremo” Gilmar Mendes, por causa de um tuite seu de junho p.p.  relacionado com uma matéria da Carta Capital. É um absurdo esta perseguição à opinião, exatamente por aqueles que se arvoram como guardiões da liberdade de expressão e da Constituição.

O paradoxo é que isto acontece na mesma semana que o MPF arquiva denúncia sobre a acusação do “supremo ministro” e empresário do ensino, feita ao ex-presidente Lula. Ele, Gilmar Mendes, pode acusar sem provas quem quiser, sem ser importunado, enquanto críticas a ele não são permitidas. O judiciário brasileiro, com seus “ilustres” ministros, dá ao país um espetáculo bisonho jamais visto antes.

Eu não encontrei o tuíte de Zé de Abreu, mas talvez algum comentarista aqui tenha tempo de procurar e postá-lo.
Navalha
Amigo dileto de José de Abreu informa ao ansioso blogueiro que Gilmar Dantas (*) processa José de Abreu porque, no tuiter, chamou Gilmar Dantas de Gilmar Dantas (*).
Viva o Brasil !

Paulo Henrique Amorim

Triste São Paulo: “o sangue de Jesus” quer o poder

 

 do Opinião & Cia

A Igreja Universal e seu plano de domínio do Brasil
Johnny Bernardo
O objetivo é claro: A Igreja Universal quer dominar o Brasil. Pré-definido no livro Plano de Poder, Deus, os cristãos e a política (Edir Macedo com Carlos Oliveira, 2008), o objetivo vem se desenvolvendo ao longo dos anos, e, nas eleições municipais de 2012, pretende se consolidar. Fé e política, no entender de Edir Macedo, são elementos interligados aos quais os crentes devem se engajar.
Para realizar seu intento – de criar uma nação evangélica e “governada” por Deus -, Macedo estabeleceu uma série de estratégias, como eliminação das concorrências, investimento maciço em meios de comunicação, influência da sociedade por meio de campanhas de marketing e defesa de temas polêmicos, a exemplo da legalização do aborto, e a busca do poder pela organização política.
Tomando como base São Paulo – onde o candidato do Partido Republicano Brasileiro (PRB) ao Executivo, Celso Russomanno, lidera as intenções de voto -, a Igreja Universal coloca em prática sua estratégia de dominação política. Segundo o presidente nacional do PRB e também bispo Marcos Antonio Pereira, a meta para 2012 é a eleição de pelo menos 100 prefeitos e até dois mil vereadores, em todo o país.
Questionado pela relação da campanha de Russomanno com a Igreja Universal e a TV Record - em uma entrevista concedida ao portal UOL e Folha de São Paulo, no último dia 26 de setembro - Marcos Pereira saiu em defesa da laicidade do Estado e a total independência administrativa, caso Russomanno seja eleito, mas teve dificuldade em explicar o motivo da composição “evangélica” do partido – dos 18 dirigentes nacionais pelo menos dez são oriundos da Igreja Universal ou da TV Record, segundo apontamento feito pelo cientista político Claudio Gonçalves Couto.
Um projeto de Deus
De olho no crescimento dos evangélicos no Brasil – sendo hoje algo em torno de 42,3 milhões, segundo última estimativa feita pelo IBGE – o bispo Edir Macedo lançou seu plano de domínio do Brasil, conclamando os crentes a participarem da tomada do Poder. Afirmando seguir orientações divinas, Macedo relaciona à chegada ao Poder como um projeto “elaborado” e “pretendido” por Deus.
"Vamos nos aprofundar, através desta leitura, no conhecimento de um grande projeto de nação elaborado e pretendido pelo próprio Deus e descobrir qual é a nossa responsabilidade neste processo. [...] Desde o início de tudo Ele nos esclarece de sua intenção de estadista e de formação de uma grande nação." (Plano de Poder, pág. 8)
A Bíblia, segundo Macedo, não é apenas um livro de orientações religiosas ou de exercício da fé, mas também um livro que sugere resistência, tomada e estabelecimento do poder político e de governo. “Somente quando todos ou a maioria dos que a seguem estiverem convictos de que ela é a Palavra de Deus, então ocorrerá a realização do grande sonho Divino”, conclui Macedo colocando-se como canal da realização do “grande sonho Divino”, que é o estabelecimento do Brasil como nação “evangélica”. 
Lançado às vésperas das eleições municipais de 2008, o livro Plano de Poder revela o prognóstico feito por Edir Macedo em seu plano de tomada do governo. Nele ressalta que tudo é uma questão de engajamento, consenso e mobilização dos evangélicos. “Nunca, em nenhum tempo da História do evangelho no Brasil, foi tão oportuno como agora chamá-los de forma incisiva a participar da política nacional (...). A potencialidade numérica dos evangélicos como eleitores pode decidir qualquer pleito eletivo, tanto no Legislativo, quanto no Executivo, em qualquer que seja o escalão, municipal, estadual ou federal”, afirma Macedo.
Semelhanças
As estratégias definidas e seguidas por Edir Macedo possuem paralelos com diversos movimentos destrutivos dos EUA e Europa, mas, em especial, com a Igreja da Unificação, fundada em 1954 pelo Rev. Moon (1920–2012). Assim como a IU, a Igreja Universal encara a formação da opinião pública e o recrutamento de seguidores como elementos cruciais para o alcance de seus objetivos. Desenvolve, assim como na IU, uma acirrada guerra contra meios de comunicação e religiosos concorrentes, além de investir em times de futebol com foco em marketing de massa, e na ideia de que estão “colaborando” com o estabelecimento do Reino de Deus, no mundo. Acima de tudo, dizem atuar como canais de comunicação de Deus e dão forte ênfase ao crescimento financeiro – sinal, segundo as igrejas, da retribuição divina.
Johnny Bernardo é jornalista, pesquisador da religiosidade brasileira e colaborador do Genizah
*Gilsonsampaio

Evo Morales en la ONU: “El primer terrorista en el mundo es el Gobierno de USA”

 

Los modelos económicos que concentran el capital en pocas manos provocan injusticias”, ha insistido el presidente. A este respecto, recomendó a los países del mundo que nacionalicen y recuperen sus recursos naturales “porque son del pueblo y no de las transnacionales”.

Evo Morales en la ONU: “El primer terrorista en el mundo es el Gobierno de EEUU”
Por: Agencias |
27/09/12.-EE.UU. ha intervenido en Libia por el petróleo, ha denunciado este miércoles el presidente de Bolivia, Evo Morales, ante la Asamblea General de la ONU y tachó al Gobierno estadounidense de “el primer terrorista en el mundo que practica el terrorismo de Estado”.
También criticó el embargo económico impuesto por Washington a Cuba y lo calificó de “bloqueo genocida, fracasado y violatorio de todo un pueblo”.
Además, rechazó la inclusión de Bolivia en la ‘lista negra’ de Washington de los países que fracasaron en la lucha antidrogas, calificando esa medida de “decisión política”: “En algunos países ha crecido la plantación de coca y EE.UU. lo rectifica. Bolivia la ha bajado y EE.UU. nos desertifica”.
Puntualizó que el Estado ha logrado reducir la superficie cultivada de coca “sin muertos y heridos y respetando los derechos humanos”. Defendió el “consumo legal” de la hoja de coca y los proyectos que buscan la comercialización lícita de este producto tradicional boliviano.
“No puede haber cero producción de hoja de coca”, recalcó. “No habrá libre cultivo de coca, pero tampoco habrá ‘coca cero’”, detalló. Insistió en que la hoja de coca debe ser preservada en el territorio boliviano para fines medicinales y acentuó que “la hoja de coca no es cocaína”.
Otro tema que ha abordado el mandatario en su discurso ha sido la situación económica en Bolivia y en el mundo. Según Morales, su Gobierno ha logrado reducir al 20% la extrema pobreza en el país y mejorar el clima financiero en general. Acentuó que el secreto de este éxito ha sido la nacionalización del capital privado.
“Estamos en el tiempo de los pueblos, para la búsqueda de la igualdad y dignificar a los habitantes.
Los modelos económicos que concentran el capital en pocas manos provocan injusticias”, ha insistido el presidente. A este respecto, recomendó a los países del mundo que nacionalicen y recuperen sus recursos naturales “porque son del pueblo y no de las transnacionales”.
*GilsonSampaio

O futuro a nós pertence Como eliminar as contradições que empanam o definitivo e real desenvolvimento

 O futuro a nós pertence
Como eliminar as contradições que empanam o definitivo e real desenvolvimento

Aliados de Dilma podem vencer em 65% das principais cidades, diz levantamento do PT

,  Por Redação, com Rede Brasil Atual - de São Paulo

Dilma
Segundo o PT, o partido pode sair vencedor em 20 de 98 cidades, como São Bernardo, onde mora Lula
Partidos aliados ao governo da presidentaDilma Rousseff caminham para vencer as eleições municipais deste ano em cerca de dois terços das cidades com mais de 150 mil eleitores, segundo levantamento feito pelo PT e obtido pela agência Rede Brasil Atual. Os números têm por base balanços atualizados de pesquisas públicas e internas.
Ao todo, há 119 municípios nessa faixa, mas em 21 deles não havia pesquisas recentes até o fechamento do relatório. Os candidatos de legendas aliadas ao Planalto despontam em primeiro lugar em 65% das demais 98 cidades – sendo 20 do PT, 15 do PMDB, 13 do PSB, 7 do PDT e 3 do PP, entre outros.
O PT também aparece bem posicionado em 15 das 83 cidades em que pode haver segundo turno (mais de 200 mil eleitores), incluindo oito capitais: Salvador, Fortaleza, João Pessoa, Porto Velho, Cuiabá, Rio Branco, São Paulo e Goiânia.
Nesse recorte, a disputa mais embolada ocorre em Porto Velho (RO). Pesquisa Ibope divulgada na quarta-feira (26) mostra Lindomar Garçon (PV) liderando com 29% das intenções de voto. Como a margem de erro é de 4 pontos percentuais, quatro candidatos aparecem tecnicamente empatados em segundo lugar: Mário Português (PPS) com 17%, Mauro Nazif (PSB) com 16%, Mariana Carvalho (PSDB) com 15% e Fatima Cleide (PT) com 12%.
Em Salvador (BA), segundo Ibope de ontem (27), a situação está mais bem definida: o petista Nelson Pelegrino tem 34%, seguido por ACM Neto (DEM), com 31%.
Na capital da Paraíba, João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT) aparece em primeiro lugar com 29%, de acordo com Ibope do dia 21. Lutam pelo segundo posto Cícero Lucena (PSDB), com 20%; José Maranhão (PMDB), com 18%; e Estela Bezerra (PSB) com 14%.
Em Fortaleza (CE), há equilíbrio entre três candidatos, mas Elmano Freitas (PT) sobe nas intenções de voto e, segundo o Datafolha divulgado ontem (27), já está com 24%, ultrapassando Moroni Torgan (DEM), que tem 18% ficou atrás também de Roberto Claudio (PSB), com 19%.
Em Cuiabá (MT), as pesquisas mostram Mauro Mendes (PSB) liderando com 38%, tecnicamente empatado com Lúdio Cabral (PT) com 36%. Em Goiânia (GO), o candidato do PT, Paulo Garcia, tem 38% e é seguido de muito longe por Jovair Arantes (PTB), com 11,5%. Na soma de votos válidos, Garcia pode vencer no primeiro turno.
Na capital do Acre, Rio Branco, Marcos Alexandre (PT) lidera com 43%, à frente de Tião Bocalom (PSDB), que está com 39%. O movimento é de queda do tucano e de ascensão do petista.
Na capital de São Paulo, as pesquisas mostram Fernando Haddad (PT) brigando pelo segundo lugar com José Serra (PSDB), na casa dos 18%, enquanto Celso Russomano (PRB) lidera com índices que vão de 34% a 30%.
Além dessas oito capitais, os petistas também acreditam que podem virar o jogo em Belo Horizonte. O quadro atual, porém, mostra Márcio Lacerda (PSB) à frente de Patrus Ananias (PT) e em condições de vencer no primeiro turno, já que lá a disputa ficou polarizada entre os dois candidatos.
Disputas locais
Embora as pesquisas apontem o fortalecimento dos partidos que dão sustentação parlamentar ao governo Dilma, criando condições favoráveis para o projeto de reeleição em 2014, no plano local essas legendas muitas vezes atuam em campos opostos e travam disputas encarniçadas, tanto na política como nas concepções ideológicas e programáticas. É o que acontece hoje em municípios como Londrina (PR), Caxias do Sul (RS), São José do Rio Preto (SP), Belo Horizonte (MG), Santo André (SP), Cuiabá (MT), Recife (PE) e Fortaleza (CE), entre muitos outros.
O cenário embaralha a lógica tradicional da política e confunde a cabeça do eleitor. Em São Paulo, por exemplo, a campanha petista detectou que muitos eleitores potenciais do PT teriam migrado para Celso Russomanno, cujo partido, o PRB, está na base de apoio do governo federal.
Para a cientista política Maria Victoria Benevides, sem uma reforma política essas situações muitas vezes desconfortantes vão continuar. “Alianças muitas vezes espúrias, que não se dão em torno de propostas comuns ou ideologias, mas que são meras alianças eleitorais, muitas vezes exigem um preço elevado, exigem concessões”, disse. “Precisamos de uma reforma que exigisse mais autenticidade nas alianças, em torno de propostas políticas, ideológicas e programáticas”, disse a professora, que acrescentou: “Não sou contra alianças, mas contra a confusão que o atual sistema gera na cabeça do eleitor, e que faz ele acreditar que só existe política para politicagem, e não como um meio de organizar a sociedade”.
Maria Victoria Benevides defende uma reforma que faça valer de fato a fidelidade partidária, financiamento público de campanha, que mexa na questão do tempo de TV da propaganda eleitoral. “Grandes acordos são feitos para maximizar o tempo na TV”, constatou.
Embora afirme que todo o nosso sistema político “deva passar por uma revisão séria”, ela não crê que tal reforma passe no Congresso Nacional. Teria de ser feita com “amplo apoio popular e mobilização da sociedade civil”, disse. “Se depender só do Congresso, não acredito que saia. Já ouvi de políticos que aprovar uma reforma poderia ser um ‘suicídio político’”

O próximo estado independente europeu? Desavenças a respeito de dinheiro e soberania na Espanha (porque não te calas rei da morte de Elefantes)


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A ideia de independência da Catalunha voltou à vida (Reprodução/Internet)
CATALUNHA

O próximo estado independente europeu?

Desavenças a respeito de dinheiro e soberania na Espanha

fonte | A A A
Na faixa erguida na praça central Placa de Catalunya em Barcelona lê-se: “Catalunha, o próximo estado independente da Europa”. Após uma enorme e pacífica marcha com bandeiras e faixas pela cidade em 11 de setembro ter congregado estimados 8% dos 7,5 milhões de habitantes da região, uma ideia que já foi considerada exótica subitamente voltou à vida.
Artur Mas, o líder nacionalista catalão do governo regional, apoiou publicamente os protestantes. “Isso não pode ser ignorado”, ele disse. “A Catalunha precisa de um estado”. Em uma pesquisa de opinião recente, 51% dos catalães afirmaram que aprovariam a independência. Até alguns opositores da separação agora consideram que um plebiscito é necessário. No entanto, a constituição espanhola não permite separações e isso está colocando o país e sua região mais rica em rota de colisão.
Os separatistas estão empolgados, ainda que as pesquisas de opinião possam ser enganosas. Ainda que um terço dos catalães sejam separatistas convictos, muitos outros estão simplesmente revoltados com o fato de que os seus pagamentos de impostos estão sustentando regiões mais pobres. Estes afirmam que 8% do PIB catalão, isto é, US$ 21 bilhões ao ano, são transferidos para outras regiões. Os cortes regionais nas áreas de saúde e educação na Catalunha fazem com que os cidadãos se sintam roubados.
Ninguém duvida hoje em dia que o outrora ambicioso partido Democrático da Convergência Catalã luta pela independência no longo prazo, mas sua estratégia de curto prazo é negociar avanços paulatinos.
Uma transição suave para que a Catalunha se torne um membro separado da UE precisaria que regras fossem alteradas em Bruxelas e em Madri. Pode ser que isso nunca aconteça.
As causas diretas das agruras econômicas catalãs são a recessão e a péssima administração dos governos regionais anteriores. A independência não mudaria isso. Ainda não está claro se os separatistas são, como afirma o rei da Espanha, apenas “caçadores de quimeras”.
*opiniãoenotícia
*Nina