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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 25, 2012

Em discurso na ONU, Dilma defende pacto pelo crescimento internacional


A presidenta Dilma discursou na abertura da 67ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, onde atacou os principais pontos da política externa brasileira:

- criticou a irresponsável a guerra cambial promovida pelos países ricos;


- rebateu acusações recentes de protecionismo pelo Brasil, dizendo alto e em bom som que são medidas de legítima defesa comercial;


- pregou um pacto internacional entre os países para retomada do crescimento mundial;


- pediu o fim do embargo à Cuba, chamando de anacronismo;


- condenou, nas entrelinhas, o golpe paraguaio contra o ex-presidente Lugo;




- demarcou posição pelo desarmamento dos países imperialistas, e mais investimentos em países pobres para erradicar a fome e a pobreza;


- defendeu o reconhecimento pleno do Estado Palestino;


- defendeu a tolerância, o respeito pelas diferenças, a igualdade;


- repudiou o preconceito contra o islamismo, assim como repudiou a retaliação através de atentados contra embaixadas estadunidenses;


- lançou um apelo para as partes em conflito na Síria substituam as armas pelo diálogo político, através da mediação do representante especial da ONU e da Liga Árabe;


- defendeu as reformas das instituições multilaterais de governança global, em especial do Conselho de Segurança das Nações Unidas.


- Chamou às falas os países ricos para cumprirem suas metas de preservação ambiental;


Dilma foi muito aplaudida ao defender os países do Oriente Médio. 


Com Dilma na ONU, Brasil fala grosso com EUA, defende Cuba e condena preconceito 'islamofóbico'

O mundo pede, em lugar de armas, alimentos,
Dilma Rousseff

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