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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, setembro 22, 2012

Dilma viaja para EUA para abrir assembleia da ONU na terça  


A presidente Dilma Roussef embarca neste sábado (22), às 22h para Nova Iorque, onde abrirá sessão da 67ª Assembleia-Geral das Nações Unidas. É a segunda vez que realiza discurso de abertura da conferência, onde deverá abordar temas como crise financeira, Oriente Médio e meio-ambiente.
Este ano, o tema da conferência será a prevenção e a resolução pacífica dos conflitos ao redor do mundo. A adoção dos compromissos firmados durante a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20. A abertura da assembléia é sempre feita pelo Brasil, já que o país foi a primeira nação a aderir ao organismo internacional. Em 2011, Dilma foi a primeira mulher a fazer o discurso inaugural da ONU. 
Dentre os assuntos que serão abordados pela presidente, segundo a assessoria do Planalto, estão o meio-ambiente, a violência no Oriente Médio além de destacar os pontos positivos do modelo brasileiro de crescimento econômico, baseado inclusão social e fortalecimento do mercado interno.
Antes da abertura, Dilma terá uma reunião bilateral com o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki Moon. A presidente também faz participação em um evento do Council on Foreing Relations, uma organização norte-americana independente dedicada a pesquisa e a estudos de relações internacionais.
A assessoria do Planalto informou também que a presidente retorna ao país já nesta quarta-feira (26) e que, não está previsto, nenhum reunião bilateral com o presidente norte-americano, Barack Obama. 
*JB

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