Quem já meteu a mão na grana do brasileiro
Condenados
pela Justiça, eles meteram a mão em pelo menos R$ 5,9 bilhões que
poderiam ser revertidos aos brasileiros. A grana desviada por eles é
equivalente a dez vezes o valor que o Ministério da Saúde vai investir
em hospitais neste ano. O valor também daria para construir 25 pontes e é
equivalente a quatro mil quilômetros de estradas recuperados. Nas
imagens a seguir, relembre os truques dos “mestres do esquema”.
Guilherme Fontes: o ator e diretor não cumpriu os dois contratos de patrocínio assinados para seu projeto cinematográfico Chatô, o Rei do Brasil,
e agora terá que devolver mais de R$ 2,5 milhões para as empresas
Petrobras Distribuidora (R$ 1,1 milhão) e Petrobras S/A (R$ 1,5 milhão).
Guilherme não honrou os compromissos firmados e foi condenado pela 31ª Vara Cível do estado do Rio de Janeiro a devolver o dinheiro, que veio de recursos públicos. Em cima dos valores, há correção monetária e juros, mas ainda cabe recurso. A decisão saiu nesta semana.
Guilherme não honrou os compromissos firmados e foi condenado pela 31ª Vara Cível do estado do Rio de Janeiro a devolver o dinheiro, que veio de recursos públicos. Em cima dos valores, há correção monetária e juros, mas ainda cabe recurso. A decisão saiu nesta semana.
Eliana Tranchesi: ela ficou nacionalmente conhecida
como uma das empresárias brasileiras mais bem sucedidas do ramo da moda,
especializada em grifes internacionais. Mas em 2005, a operação
Narciso, da Polícia Federal, apontou sonegação fiscal nas importações da
Daslu. Foi descoberta uma dívida estimada com o Fisco de R$ 500
milhões, fruto de impostos sonegados. Foi condenada a 53 anos de cadeia,
foi liberada e morreu de câncer em fevereiro deste ano.
Edemar Cid Ferreira: o ex-banqueiro foi preso em 2006
como medida preventiva. Ele e mais outros 18 ex-dirigentes do Banco
Santos foram denunciados pelo Ministério Público Federal por lavagem de
dinheiro, formação de quadrilha e gestão fraudulenta. O rombo foi
estimado em R$ 2,9 bilhões. Edemar foi condenado a 21 anos de cadeia,
mas está solto.
Nicolau dos Santos Neto: ex-juiz Nicolau dos Santos
Neto, o Lalau, foi pivô de um dos casos mais escandalosos de desvio de
dinheiro público na década de 90. Foram 203 milhões desviados da
construção do Fórum Trabalhista da Barra Funda, em São Paulo, que a
Justiça condenou a devolver cada centavo. Este mês, a Suíça vai devolver
ao Brasil parte do dinheiro desviado pelo juiz.
Daniel Dantas: é um dos banqueiros que mais têm o nome
envolvido em operações suspeitas na história do Brasil, dentre elas, a
mais famosa gira em torno de um suposto financiamento do "valerioduto", a
espinha dorsal do mensalão — conjunto de contas bancárias pertencentes
ao empresário Marcos Valério para as quais se desviava dinheiro público,
depois usado para pagar parlamentares em troca de apoio político ao
governo.
Dantas teve cerca de R$ 90 milhões bloqueados em contas do Reino Unido e foi condenado por corrupção na tentativa de suborno de US$ 1 milhão para que um investigador desistisse das acusações contra ele em 2008. Nem a polícia brasileira e nem mesmo o FBI conseguem decifrar os códigos de segurança dos computadores do banqueiro para calcular os prejuízos possíveis de suas operações.
Dantas teve cerca de R$ 90 milhões bloqueados em contas do Reino Unido e foi condenado por corrupção na tentativa de suborno de US$ 1 milhão para que um investigador desistisse das acusações contra ele em 2008. Nem a polícia brasileira e nem mesmo o FBI conseguem decifrar os códigos de segurança dos computadores do banqueiro para calcular os prejuízos possíveis de suas operações.
Salvatore Cacciola:
dono do antigo Banco Marka, o italiano esteve no epicentro de um dos
maiores escândalos financeiros da história do País. Em 1999, o Brasil
sofria com a desvalorização do real provocada por uma forte especulação
que teve início em 1997, com a crise dos países do Sudeste
Asiático cujas moedas eram atreladas ao dólar.
O banco de Cacciola foi socorrido estranhamente pelo BC (Banco Central), cujo presidente, Francisco Lopes, acabou condenado por peculato (quando o funcionário público aufere vantagens pessoais usando seu cargo). A operação provocou prejuízo estimado em R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos e arruinou os 1.300 investidores em fundos do Banco Marka. Foi condenado a 13 anos de cadeia, mas sua pena foi extinta neste ano.
O banco de Cacciola foi socorrido estranhamente pelo BC (Banco Central), cujo presidente, Francisco Lopes, acabou condenado por peculato (quando o funcionário público aufere vantagens pessoais usando seu cargo). A operação provocou prejuízo estimado em R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos e arruinou os 1.300 investidores em fundos do Banco Marka. Foi condenado a 13 anos de cadeia, mas sua pena foi extinta neste ano.
Jorgina de Freitas: ex-advogada brasileira era
procuradora previdenciária quando ficou famosa pela maior fraude já
ocorrida no Brasil contra os aposentados. Na década de 1980, Jorgina
Maria de Freitas Fernandes, chefiou uma quadrilha formada de 25 nomes
envolvidos, incluindo juízes, advogados, procuradores, contadores e
peritos. Foram R$ 500 milhões de prejuízo. O que ela fez com a grana?
Comprou 60 imóveis, sendo um ou outro em Búzios, um casarão histórico e
até a casa do ex-presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1950). Anos
depois, a Justiça leiloou tudo. Em 1997, foi presa na Costa Rica. Em 12
de Junho de 2010, Jorgina foi solta depois de 14 anos.
Sérgio Naya: empresário e ex-deputado federal, ficou
conhecido com o desabamento do edifício Palace 2, no Rio de Janeiro, em
fevereiro de 1998, que desabrigou 150 famílias. O prédio caiu porque a
construtora escolheu materiais mais baratos e embolsou a diferença. Foi
condenado a pagar indenizações entre R$ 200 mil e R$ 1,5 milhão. Naya
foi encontrado morto em um hotel em Ilhéus, na Bahia, em fevereiro de
2009.
Ricardo Mansur: na década de 1990, quando assumiu o
controle de redes de lojas Mesbla e Mappin, pegou empréstimo no
Bradesco, não pagou e as lojas fecharam. Mais de dez anos depois da
quebra do antigo Mappin, em 2011, o empresário foi condenado a 11 anos e
meio de prisão por gestão fraudulenta no MPP (Mappin Previdência
Privada) e no Banco Crefisul. No processo, há vários saques
injustificados, entre eles, um no valor de R$ 2 milhões do fundo de
pensão dos funcionários do Mappin, em janeiro de 1999.
Mansur voltou ao mundo dos negócios em 2010, com a compra de uma participação acionária na Usina e Destilaria Galo Bravo, em Ribeirão Preto, além da Faculdade Batista de Vitória (Fabavi), no Espírito Santo. No caso da faculdade, o negócio teria sido desfeito pela falta de pagamentos das prestações. Por responder na Justiça por crimes, Mansur não poderia ser dono de nenhuma empresa.
Mansur voltou ao mundo dos negócios em 2010, com a compra de uma participação acionária na Usina e Destilaria Galo Bravo, em Ribeirão Preto, além da Faculdade Batista de Vitória (Fabavi), no Espírito Santo. No caso da faculdade, o negócio teria sido desfeito pela falta de pagamentos das prestações. Por responder na Justiça por crimes, Mansur não poderia ser dono de nenhuma empresa.
Assalto ao Banco Central: em agosto de 2005, acontecia o
maior assalto da história do Brasil, quando 36 ladrões levaram cerca de
R$ 164 milhões dos cofres do BC (Banco Central) em Fortaleza, no Ceará.
Ao todo, cerca de R$ 20 milhões foram recuperados e outros R$ 30
milhões foram retomados através de apreensões de bens dos presos, como
carros de luxo e imóveis. O Brasil pagou o restante da conta. Acima,
foto da sede do Banco Central, em Brasília.
*comtextolivre
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