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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, setembro 27, 2012

Abbas pede que Assembleia Geral da ONU reconheça Estado palestino




O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse nesta quinta-feira (27) à Assembleia Geral da ONU que ele quer que o país seja reconhecido como "Estado não membro" da entidade, o que significaria, na prática, o reconhecimento, por parte das Nações Unidas, do Estado Palestino.
Abbas disse esperar que "a Assembleia Geral adote uma resolução considerando o Estado da Palestina como um 'Estado não membro' das Nações Unidas durante essa sessão", que termina em setembro de 2013, e foi bastante aplaudido.

O dirigente palestino afirmou estar "confiante" em que terá apoio dos países-membros para a empreitada, e disse que já começou gestões diplomáticas para isso.

Atualmente, os palestinos integram a ONU como "entidade observadora".

"Não pretendemos deslegitimar um Estado já existente, entenda-se Israel, e sim fazer valer os direitos de um Estado que deve se formar", disse, em referência à Palestina, disse, momentos antes de o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se dirigir à Assembleia Geral da ONU.


Antes, Abbas denunciou que a população palestina é alvo de uma "limpeza étnica" e classificou os assentamentos israelenses nos territórios ocupados de "catastróficos" e "racistas".

Mas Abbas disse que ainda acredita em uma solução de dois Estados para resolver a crise regional.

Ele pediu que o Conselho de Segurança da ONU "adote rapidamente uma resolução que assente as bases para uma solução para o conflito israelense-palestino que sirva de referência vinculante e de guia" para um acordo de paz com base em "dois Estados, Israel e Palestina".


Abbas havia buscado o reconhecimento de Estado soberano nas Nações Unidas no ano passado. Esse pedido ambicioso tinha que passar pelo Conselho de Segurança da ONU, mas não conseguiu reunir votos suficientes diante da dura pressão dos EUA, aliado histórico de Israel.


assentamentos-israelenses-sao-racistas-diz-presidente-palestinos.html

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