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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 28, 2012

Em seu último discurso na ONU como presidente do Iran, Ahmadinejad fez um chamado aos líderes mundiais para que sirvam a seus povos ao invés de dominá-los, usando a palavra "paz" 15 vezes e "amor" 13. Mesmo assim seu discurso foi boicotado pelo EUA e outros países.


 
Em seu último discurso na ONU como presidente do Iran, Ahmadinejad fez um chamado aos líderes mundiais para que sirvam a seus povos ao invés de dominá-los, usando a palavra "paz" 15 vezes e "amor" 13. Mesmo assim seu discurso foi boicotado pelo EUA e outros países.

Na CNN, a transmissão do seu discurso foi interrompida após ele afirmar ao vivo que “os muçulmanos nunca quiseram expandir seus terr
itórios, nem tiveram papel na criação de nenhum desastre no curso da história. Eu não acredito que muçulmanos, cristãos, judeus, hindus, budistas e outros tenham algum problema entre si ou que não possam viver juntos numa atmosfera de paz, amizade e justiça. A tendência geral das nações sempre foi cooperar positivamente em situações comuns”... Neste momento, a transmissão do discurso pela CNN foi interrompida, privando todos que assistiam o canal de saberem o que o presidente iraniano tinha a dizer. Outros canais, como TeleSur e RT seguiram a transmissão do discurso censurado pela CNN. E continuou:

“A situação atual do mundo é consequência de uma liderança errada e de países que se autoproclamam centros de poder mas que fizeram um pacto com o diabo. O mundo atual é regido pelos interesses materiais, não por valores morais, éticos e humanos. O capitalismo é uma prática falida, e está atolado em um lamaçal que ele mesmo criou, incapaz de chegar a qualquer solução para os problemas econômicos e sociais do planeta.


Hoje, até as crianças do ensino fundamental já entenderam que o governo do EUA segue uma política internacional de “bullying” contra os países não-alinhados. O sistema capitalista imperial já atingiu o fundo do poço. O mundo não pode mais tolerar ser comandado por um imperador. Os senhores da escravidão impõem o colonialismo ao mundo há mais de quatro séculos. Quando nós, iranianos, ameaçamos atacar os sionistas ou o povo americano? Nunca! São eles que há anos nos ameaçam com o terror.


A corrida armamentista e a intimidação através de armas nucleares ou de destruição em massa por parte dos poderes hegemônicos agora prevalecem. Testar novas gerações de armas e prometer usá-las em tempo hábil tornou-se uma nova linguagem de ameaça contra países que não concordam com a hegemonia da Nova Era. A contínua ameaça dos sionistas incivilizados de recorrer a uma ação militar contra a nossa grande nação é um exemplo claro da amarga realidade atual. Um estado de desconfiança espalhou suas sombras nas relações internacionais. O mundo vive uma tendência de imposição de guerras, instabilidade e ocupação, para garantir interesses econômicos e expandir o domínio sobre os centros sensíveis. Washington deveria ter explicado ao público a verdade por trás do incidente do 11 de setembro ao invés de atacar covardemente nações soberanas e depois ainda matar e lançar o culpado ao mar para impedir o seu julgamento.


Estabelecer a paz e a segurança com uma vida decente para todos é uma missão que pode ser conseguida, embora seja enorme e histórica. Podemos sentir a brisa da primavera que vai acabar com o inverno da ignorância. Uma primavera que está só começando e que não pertence a uma só sociedade ou grupo étnico específico, pois vai chegar em todos os territórios da Ásia, Europa, África e América. Uma primavera de todos os que buscam o amor e a paz. O momento é de unirmos as forças e estabelecermos as bases para sua chegada, com empatia, cooperação, harmonia e união de toda a humanida
de. Vida longa à primavera”! (26/09/2012)

CNN censurando o discurso: http://www.youtube.com/watch?v=VBqwgvZuVks

Discurso na íntegra (RT): http://rt.com/news/ahmadinejad-un-us-walkout-029/
*ocuparedeglobo

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