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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 18, 2012

Tiririca derruba preconceito e é eleito um dos melhores deputados do ano!

Tiririca derruba preconceito e é eleito um dos melhores deputados do ano
  Tiririca conversa com a cantora Sandra de Sá na Comissão de Educação e Cultura (Antonio Cruz/ABr)

Tiririca derruba preconceito e é eleito um dos melhores deputados do ano 


Deputado participa de todas as sessões, é assíduo na Comissão de Educação e Cultura e fez projeto que beneficia trabalhadores do circo 


Por: Congresso em Foco 


Brasília - O primeiro palhaço eleito deputado na história do país está rindo à toa. No último mês, Tiririca (PR-SP) viu uma proposta de sua autoria dar o primeiro passo para virar lei e foi indicado por jornalistas que cobrem o Legislativo como um dos 25 melhores deputados do ano. 
Com a indicação na primeira fase, ele disputa agora o voto do internauta, que definirá a ordem final de classificação doPrêmio Congresso em Foco 2012, que será entregue no dia 8 de novembro.
“Para mim, só de estar na lista é uma vitória. Não sou político, estou político. É uma diferença grande. Estou bem pra caramba. E o mais importante: sem deixar de ser eu mesmo aqui”, comemora. Ele acredita que está surpreendendo quem não apostava em sua atuação. “Estou superfeliz com isso, mostrando para os meus eleitores que eles não deram voto perdido. Não estou fazendo feio. Não quero decepcionar o povo nem me decepcionar”, afirma.
Na Câmara há um ano e meio, Tiririca conta estar “totalmente adaptado” ao trabalho parlamentar e que se sente cada vez mais livre no exercício do mandato. “Cabe a você caminhar pelo caminho certo ou errado. Aqui, tem esses dois caminhos. A responsabilidade é maior, qualquer vacilo que eu der, a imprensa e os colegas vão cair em cima: ‘Oh, o palhaço está fazendo palhaçada’”, diz. “Eu me sinto vigiado aqui 24 horas”, acrescenta.

APOIO AO CIRCO

No último dia 22, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara aprovou, por unanimidade, um projeto de lei apresentado pelo deputado em 2011. A proposta, encaminhada agora à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), prevê a criação de um programa de amparo social às pessoas que exercem atividades circenses.
Na prática, o texto garante aos profissionais do circo a inclusão na Lei Orgânica de Assistência Social, permitindo que eles sejam atendidos, por exemplo, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mesmo sem ter endereço fixo. Hoje, muitos circenses não têm acesso ao atendimento em posto de saúde nem conseguem matricular suas crianças na rede pública de ensino por não ter como comprovar a residência, justifica o deputado.
Tiririca diz que a transformação desse projeto em lei é a grande prioridade de seu mandato. “Sou o único com essa bandeira do circo. Sou um cara circense. E estou firme nessa bandeira. Pode não dar em nada, mas estou fazendo muito barulho.”

SEM PALHAÇADA

Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, o deputado eleito com 1,3 milhão de votos afirma que está fazendo um trabalho sério na Câmara e que tem superado preconceito e desconfiança dos demais parlamentares e até mesmo de seus eleitores, que esperavam por “palhaçada”.
“Estou feliz, fazendo coisas que, como artista, jamais poderia fazer para o povo. De onde ia tirar dinheiro do bolso para saúde, educação e esporte? Não tinha como. Mas, com emenda parlamentar, posso. Tenho verba anual para mandar para essas áreas”, ressalta.
No começo deste mês, o gabinete do deputado publicou a primeira edição de um boletim de oito páginas que informa o que Tiririca faz na Câmara. O material reúne desde as propostas apresentadas por ele, as audiências de que participou e a destinação de suas emendas parlamentares. “Sou bicho solto no mundo. Cheguei aqui preso. Caramba, o que estou fazendo aqui? Sentia que as pessoas me olhavam atravessado, desconfiados”, conta.
Tiririca é um dos nove deputados que registraram presença em todas as 171 sessões destinadas a votação na Câmara. Também tem sido assíduo nas comissões, onde a presença não é obrigatória. O deputado compareceu a 106 (88%) das 120 reuniões da Comissão de Educação e Cultura, da qual é titular. O deputado apresentou sete projetos de lei – todos voltados para o circo e a educação. Relatou cinco proposições. Mas não fez nenhum discurso em plenário. Na votação entre os jornalistas para o Prêmio Congresso em Foco, Tiririca recebeu 14 votos. Ficou entre os 15 mais votados na Câmara.
Link:
*Cutucandodeleve

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