Páginas
Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quarta-feira, maio 12, 2010
terça-feira, maio 11, 2010
Se não nos indignarmos pelas crianças tudo está perdido então..
Canção de Boas Vindas ao Papa Bento XVI na sua visita a Portugal em Maio de 2010.
Come o papa,
meninos come o papa
Come o papa,
meninos come o papa,
meninos come o papa
Um, dois, três,
um menino de cada vez
Quatro, cinco, seis,
presidentes e reis
Vão ao beija-mão do papa
REFRÃO
Sete, oito, nove,
ainda nada se resolve
Dez, onze, doze,
à espera que a mosca pouse
nesta água benta podre
REFRÃO
Treze, catorze e meia,
a coisa está mesmo feia
Dezasseis, dezassete,
cuidado com o cacetete
quando aí vier o papa
REFRÃO
Afinal
não eram os comunistas
Que comiam
criancinhas ao almoço
quem comia era o papa
REFRÃO
pelos vistos
também temos os bispos
e às grades
não confessam os padres
nem uma palavra do papa
REFRÃO
vou pra rua
chamar a Joana
come o papa
Joana come o papa
há mais vida sem o papa
(Letra do Miguel Castro Caldas e interpretação do Rui Rebelo)
Se não nos indignarmos pelas crianças tudo está perdido então..
A urgência da mobilização pela banda larga
Altamiro Borges: A urgência da mobilização pela banda larga
A urgência da mobilização pela banda larga
por Altamiro Borges, em seu blog
O governo Lula anunciou na semana passada o seu Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). De imediato, ele gerou reações antagônicas. Os movimentos sociais que lutam pela democratização da comunicação saudaram a iniciativa. Já as multinacionais da telefonia, as oligarquias midiáticas e os partidos das elites bombardearam o plano. Apesar da concorrência no setor, o capital se uniu para defender seus interesses de classe. Fica patente que será preciso forte pressão para que o PNBL saia do papel e garanta acesso à internet de alta velocidade para milhões de brasileiros.
O grande mérito do plano anunciado é que ele tem como base a presença reguladora do Estado, visando baixar os preços ao usuário e ampliar a cobertura da internet. Ele estabelece a Telebrás como gestora, fixa investimentos de R$ 13,2 bilhões e define a audaciosa meta de atingir 40 milhões de residências conectadas à internet em alta velocidade até 2014 – com um preço que varia de R$ 15 a R$ 35. “Efetivamente, a Telebrás está sendo reativada”, enfatizou Erenice Guerra, ministra-chefe da Casa Civil, para a irritação dos adoradores do deus-mercado.
Fórum Brasil Digital
Para as entidades engajadas na luta pela democratização da comunicação, o plano é, no essencial, positivo. “Além de confirmar a criação da rede nacional de fibra ótica gerenciada pela Telebrás e de uma série de programas de investimentos e desonerações fiscais para os pequenos provedores, o PNBL abarca entre seus objetivos vários aspectos da inclusão digital”, explica Cristina Charão, do Observatório do Direito à Comunicação. Ela destaca ainda como novidade a criação de uma instância participativa para a formulação de políticas futuras para a banda larga.
O Fórum Brasil Digital será formado por membros do governo, dos órgãos ligados à governança da internet, dos setores empresariais e de representantes dos usuários e de entidades da sociedade civil. Segundo Cesar Alvarez, coordenador do Programa de Inclusão Digital do governo, ele será constituído nos próximos 30 dias e terá a função de propor políticas públicas para a banda larga, incluindo temas como conteúdo, direitos civis, segurança, além de questões de acesso e mercado. A decisão governamental de criar este fórum também foi motivo de chiadeira dos empresários.
Onda terrorista dos monopólios
Em nota conjunta, várias entidades da chamada sociedade civil já manifestaram o seu apoio ao PNBL, mesmo apontando algumas limitações – como a não utilização integral dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e a ainda baixa velocidade no uso da internet. “Numa comparação com os padrões internacionais, estas velocidades sequer são consideradas banda larga. O plano, portanto, poderá resolver as lacunas do acesso, mas não enfrentará as questões relacionadas à desigualdade tecnológica”, aponta Cristina Charão.
Apesar destas lacunas, há compreensão de que a efetiva implantação do PNBL demandará muita pressão dos movimentos sociais. Do outro lado, a reação dos monopólios do setor é brutal. Eles rejeitam, até de forma irracional, a reativação da Telebrás como gerenciadora da rede nacional de fibra ótica. Afirmam, num coro neoliberal, que esta decisão é “estatista” e engessará os lucros do setor. Alegam que o preço previsto para que os serviços cheguem ao usuário final não estimula novos investimentos privados e já ameaçam boicotar o PNBL.
Alvo é a reativação da Telebrás
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, as empresas de telefonia pretendem inclusive acionar a Justiça para inviabilizar o plano. As poderosas operadoras, como Telefônica, OI, Vivo e Claro, rejeitam o uso da Telebrás como gestora do projeto. Alegam que a presença da estatal na oferta de banda larga “quebra os contratos firmados” no processo de privatização do setor de telefonia, durante o reinado de FHC. O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil) divulgou nota agressiva contra o PNBL.
Reforçando o terrorismo das multinacionais, a oligarquia midiática usa os meios de comunicação – uma concessão pública – para fustigar o plano e espalhar confusão na sociedade. Difunde que o projeto é “eleitoreiro” e “demagógico”. Já os partidos conservadores repercutem a chiadeira no parlamento. O DEM anunciou que acionará a Justiça contra o PNBL. Segundo o líder dos demos na Câmara Federal, deputado Paulo Bornhausen, ligado às empresas de radiodifusão, o objetivo é barrar a “reestatização da Telebrás” para evitar o “desequilíbrio na competitividade do mercado”.
“Serviço caro, lento e de má qualidade”
Apesar da virulência dos ataques, o governo Lula garante que não recuará do seu plano. Segundo Cesar Alvarez, até o final de 2009 o Brasil possuía apenas 12 milhões de domicílios conectados à internet, o que comprova a ineficiência do setor privado. Durante o anúncio oficial do PNBL, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, também criticou os serviços prestados pelas teles – que “são poucos, caros e de má qualidade. É uma banda larga bem estreita”. Ele reafirmou que a Telebrás pretende ingressar no mercado na oferta por “atacado”, mas enfatizou que ela poderá também atender as demandas domiciliares caso as empresas de telefonia sabotem o plano.
Para reforçar a sua decisão, o governo lembra que o gasto com banda larga na renda mensal per capita no país é de 4,5%, enquanto que na Rússia é de 1,68% e nos países desenvolvidos é de 0,5%. Os valores no Brasil representam cinco vezes os do Japão, 2,7 vezes os da Rússia e 2,5 vezes o do México. Além de caro, o serviço ofertado pelas teles é lento: 33% das conexões são de até 256 kbps e apenas 1% delas são superiores a 8 Mbps. Estes obstáculos que é explicam porque apenas 21% dos domicílios, concentrados nas regiões Sul e Sudeste, têm banda larga.
do blog do Azenha
Já começaram a abandonar o navio “Tucanic”
Já começaram a abandonar o navio “Tucanic”
Prefeitos do DEM, PSDB e PP lotam evento com Dilma no Rio. A imprensa não comenta
Em evento numa churrascaria da Baixada Fluminense, a pré candidata à Presidência do PT, Dilma Rousseff, atraiu gregos e troianos. Organizado pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) e pelo candidato ao Senado Lindberg Farias (PT), a reunião com prefeitos do Rio teve a participação de governantes dos partidos da aliança PMDB-PT, mas também da oposição, como DEM, PSDB e PP.
Dos 92 prefeitos do Rio, 86 compareceram ao evento que teoricamente era de agradecimento ao governo Lula e à Dilma, chamada de mãe do PAC, pelos investimentos no Estado. Do DEM havia pelo menos três governantes, José Rechuan Júnior, de Resende, José Luiz Mandiocão, de Rio Bonito, e Adilson Faracao, de São José do Vale do Rio Preto. Do PSDB, pelo menos dois: Darci dos Anjos Lopes, de Seropédica, e Ivaldo Barbosa dos Santos, o Timor.
Outro partido que ainda não faz parte da coligação nem do candidato pelo PSDB à presidência da República, José Serra, nem de Dilma, mas também mandou muitos representantes foi o PP do senador Francisco Dornelles. Pelo menos oito deles compareceram ao evento: Rafael Miranda, de Cachoeiras de Macacu, Guga de Paula, de Cantagalo, Sérgio Soares, de Itaboraí, Carlos Pereira, de Tanguá, Gilson Siqueira, de Cardoso Moreira, Luis Carlos Ypê, de Itatiaia, Antonio Jogaib, de Porciúncula, e Roberto de Almeida, de Miguel Pereira.
do conversa fiada
Assinar:
Postagens (Atom)